terça-feira, 30 de setembro de 2008

Crime - Desmatamento da Amazônia: mais uma desculpa para a incompetência


O ministro Carlos Minc apresentou ontem a lista dos 100 maiores desmatadores da Floresta Amazônica e constatou que assentamentos do o INCRA encabeçam a tal lista, do 1º ao 6º lugares. Aproveitou a oportunidade para anunciar que o desmatamento da Amazônia mais que dobrou em agosto na comparação com o mês anterior, somando 756 Km2, área maior que o território de Cingapura (que tem área total de 641 Km2), segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira, 29. No acumulado de 2008, a área de floresta perdida soma 5.681 Km2, de acordo com o instituto. Pelo terceiro mês consecutivo, o Pará foi indicado como o estado com maior devastação. Em agosto, o Inpe registrou 435,27 Km2 de desmatamento no estado, 57% do total. Mato Grosso aparece em segundo, com 229,17 Km2 de novos desmatamentos, seguido por Rondônia, com 29,21 Km2. O ritmo de devastação da Amazônia subiu 133% mês passado. O Inpe informou ainda que 74% da Amazônia pôde ser vista por satélite, porém o Estado do Amapá ficou praticamente todo encoberto por nuvens (99%), e em Roraima 77% do território não pode ser visto. Com isso os dados podem ser ainda piores.

O INCRA, responsável pela regularização fundiária e reforma agrária do país, tem onze de seus assentamentos destruindo uma áre
a total de 223.355 hectares de floresta. Todos esses assentamentos estão localizados em Mato Grosso, estado que faz parte da Amazônia Legal. A presidência do instituto contesta o documento e também acusa o IBAMA de permitir devastação em suas próprias áreas.

O Estado do Mato Grosso continua sendo o maior desmatador do País, com 49 dos maiores devastadores do Brasil derrubando 357 mil hectares dos 520 mil hectares derrubados em 4 anos por todos os listados. Cada um dos 100 maiores desmatadores do país são responsáveis pela devast
ação de uma área média de 1,6 mil hectares. Juntos, eles desmatam o equivalente a cerca de 160 mil campos de futebol.

Onde mais desmatam


Onde estão os desmatadores

Entre as propriedades particulares, o maior desmatador é o produtor Léo Andrade Gomes, responsável por 12,5 mil hectares de destruição de floresta nativa sem autorização dos órgãos ambientais no município paraense de Santa Maria das Barreiras. O nome do produtor também aparece na lista pela des
truição de mais 2,6 mil hectares da reserva legal de outra propriedade, em Santana do Araguaia, também no Pará.

Cada mês é uma novidade. Lembrando, no mês passado, o ministro veio à mídia "comemorando" a diminuição do desmatamento pela metade, alegando que se o desmatamento é o maior responsável pelas emissões de carbono do Brasil, o país tinha reduzido pela metade sua responsabilidade pelo aqueci
mento global, fazendo assim, muito mais que todo o resto do mundo para a melhoria do clima. Certamente, alguma coisa extraordinária aconteceu para se chegar a esses números. E, evidentemente, que não foi por ação ou competência do Ministério do Meio Ambiente ou do IBAMA! Agora, o ministro vem à mídia decepcionado, anunciando os novos números devastadores (que, consequentemente, duplicam as emissões de carbono na atmosfera), exibindo mais uma vez sua criatividade para arrumar desculpas para a incompetência do governo na gestão do patrimônio natural do país. O criativo ministro culpou o relaxamento da fiscalização dos estados e municípios por ser época de eleição! Segundo ele, nenhum prefeito ou governador quer ser antipático e acaba relaxando na fiscalização ao desmatamento (eles fazem de tudo pelos votos dos desmatadores). Ainda segundo o ministro, o IBAMA atua, mas tem que ter a polícia para dar cobertura, porque os desmatadores estão com o dedo no gatilho e existem estatísticas que mostram historicamente que o desmatamento aumenta nos meses anteriores às eleições municipais. É impressionante!

Chega de arrumar desculpas para a incompetência. Chega de discursos inúteis, vazios. Chega de cinismo, de marketing político. O problema é um só: falta de FISCALIZAÇÃO. Não se trabalha na área de meio ambiente se não existe fiscalização constante e eficiente e medidas eficazes contra a impunidade. Na situação em que se encontram os ecossistemas brasileiros, a atitude mais importante no momento é fiscalizar. Educação ambiental, alternativas de geração de renda, agroecologia são muito importantes, mas vêm numa segunda etapa, caminhando sempre junto de fiscalização persistente e eficiente. O ministro e demais autoridades, principalmente o presidente, têm que parar de ficar fazendo discursos todo o santo dia e agir, investindo na estruturação dos órgãos de gestão ambiental. Falta tudo: equipamentos, pessoal, salários dignos, plano de carreira, infra-estrutura. Dêem condições para uma fiscalização eficiente que, certamente, os índices de desmatamento e demais agressões ambientais diminuirão. Não precisa ser altamente especializado para se chegar a essa conclusão. Parem de conversa fiada e de novas desculpas a cada mês para justificar ou “comemorar”. Vocês não enganam mais ninguém!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Meio ambiente - O golpe derradeiro na Baía de Sepetiba


Um dos maiores criadouros de espécies marinhas do litoral brasileiro, com vocação incontestável para o turismo e a pesca, a Baía de Sepetiba, desde a ditadura militar, vem sofrendo com as decisões de políticos e empresários megalomaníacos, desvairados, inescrupulosos e sem qualquer comprometimento sócio-ambiental. Ainda nos tempos escuros, a região iniciou um processo acelerado de degradação sob a influência direta da implantação da termonuclear de Angra dos Reis, que exigiu a implantação da BR-101, Rodovia Rio-Santos, sob o pretexto mascarado do desenvolvimento turístico. Nesse contexto, a região se viu tomada por um processo acelerado de industrialização, empobrecimento e destruição ambiental.

Conseguiram acabar com o trem turístico que ligava o Rio de Janeiro a Mangaratiba, numa viagem de impressionantes belezas naturais que, se hoje estivesse em operação, certamente a situação de Mangaratiba, das vilas e distritos cortados pela linha férrea estaria econômi
ca e ambientalmente melhor. O simpático “macaquinho”, velho trem de passageiros, e a espetacular litorina (trem moderno com serviço de bordo) deram lugar aos imensos comboios de minério de ferro da MBR, que não deixam nada para o município, somente poeira e problemas. Para viabilizar o projeto do seu terminal, a MBR contribuiu com a destruição de boa parte da Ilha de Guaíba, antes um verdadeiro paraíso natural do Município, que hoje poderia estar trazendo muito mais dividendos se explorado turisticamente. Imaginem ali um terminal turístico ao invés de um terminal de minério. Sem contar a medonha ponte que liga a ilha ao continente, com 1.700 m de extensão, um dos piores casos de poluição visual já visto no planeta. Trata-se de uma obra horrenda interferindo negativamente numa das mais belas paisagens brasileiras. Ressaltando, sempre com a conivência dos políticos locais que se contentam com meia dúzia de ambulâncias, pequenas obras aqui e acolá doadas ou patrocinadas pela empresa a título de “compensação” (cala boca). O que disponibilizam ao município nunca cobrirá os riscos e os danos proporcionados pelo empreendimento. A população, sempre enganada por todos os projetos implantados na região, continua esperando os muitos empregos prometidos na época de implantação dos empreendimentos. Continua vendo ônibus e mais ônibus vindos da capital com a mão-de-obra mais qualificada e mais bem paga, enquanto que para os moradores do município sobram vagas de subemprego, que não exigem qualificação. Nessas décadas, nenhuma escola técnica foi implantada no município ou região visando a formação de força de trabalho local especializada. Um verdadeiro desprezo para com as comunidades locais.

O início desse processo de industrialização da Costa Ve
rde contou ainda com a instalação da Ingá Mercantil (hoje o maior passivo ambiental do país), a COSIGUA (atual Gerdau), Nuclep, Termelétrica de Santa Cruz, várias indústrias no Distrito Industrial de Santa Cruz, sem contar as promessas como os projetos da PETRORIO e da ZPE de Itaguaí, que não foram concretizadas. Muita gente foi atraída por esses engodos, que contribuiram diretamente para o inchaço populacional de toda a região, principalmente de Itaguaí. Como os núcleos urbanos não tinham infra-estrutura para absorver esse grande número de pessoas, as cidades começaram a ter suas áreas ocupadas desordenadamente, favelizando-se.

Um caso especial é o Porto de Sepetiba (atual Porto de Itaguaí), que nos últimos anos vem recebendo investimentos consideráveis de grandes empresas hoje privadas como a CSN e a Vale. A dragagem do seu canal de acesso é famosa pela degradação causada em toda região e o aumento crescente do tráfego de embarcações de grande porte é uma das maiores preocupações atualmente.

Todo esse processo contribuiu para a saturação da pouca infra-estrutura existente, sem que o Poder Público não se preocupasse em garantir condições para o desenvolvimento das atividades. As poucas rodovias se exauriram, as cidades favelizaram-se e os serviços públicos
que já eram precários, pioraram ainda mais.

Mega-projetos darão o último golpe para acabar de vez com a Baía de Sepetiba. Grandes empresas nacionais e estrangeiras estão planejando mega-empreendimentos no entorno da baía, que sem dúvida causarão impactos irreversíveis para os ecossistemas da região e suas comunidades. Não bastasse o histórico descaso do Poder Público em relação ao despejo de esgoto do
méstico sem tratamento, a enorme quantidade de despejos industriais e resíduos sólidos, os mega-projetos ali existentes e em implantação, que desrespeitam por completo o meio ambiente e as comunidades das áreas de influência (com a conivência dos órgãos ambientais), o descaso dos órgãos de fiscalização ambiental em relação à pesca industrial predatória que continua ocorrendo sem qualquer repressão, os projetos imobiliários que destroem áreas de mangues e ocupam desordenadamente o solo, a baía receberá o seu último golpe, o de misericórdia, se os projetos hoje propostos para serem implantados no litoral que se estende de Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro à Ilha de Guaíba, em Mangaratiba, forem licenciados pelos órgãos ambientais e concretizados por seus idealizadores.

Em entrevista recente ao jornal Valor Econômico, o Presidente da FEEMA, Axel Grael, mostrando preocupação, cita alguns empreendimentos de seu conhecimento: “Tem o porto do Sudeste, de Eike Batista, o da BHP, o da Brazore, um outro que trabalha no contexto do porto de Itaguaí, o da Usiminas (este é um empreendimento importante para o Estado do Rio, porque traz um retorno ambiental importante, já que vai sanear um terreno contaminado pela antiga fábrica de chumbo da Ingá) e tem ainda mais dois empreendimentos importantes ao lado da ilha de Guaíba, e mais a ampliação do terminal da MBR e um outro projeto que propõe fazer um porto numa ilha artificial. Alguns não foram ainda protocolados na FEEMA. Não estão em análise, mas sabemos que estão em planejamento”.

O da BHP Billiton e o da Brazore (leia-se Adriana Resources) afetarão diretamente o principal pólo de turismo internac
ional da Baía de Sepetiba, a vila de Itacuruçá. Ambos pretendem instalar-se em áreas que abrigam os últimos remanescentes de manguezais e restingas continentais do município de Mangaratiba. O risco de destruição desses ecossistemas é enorme além dos danos referentes à poluição atmosférica, sonora e visual, aumento do tráfego de embarcações, do tráfego de veículos e comboios de minério de ferro, dentre outros, afetando diretamente a comunidade de entorno, a baía e suas praias. Somente o tráfego de trens, na área de Itacuruçá, aumentará no mínimo em seis vezes o atual. Se hoje algumas casas estão rachando e muitos munícipes não conseguem descansar devido à poluição sonora dos trens de minério, imaginem após a implantação desses empreendimentos. Também o número de acidentes rodo-ferroviários aumentará, problema já costumeiro em toda a extensão da linha férrea na região. Para a comunidade, restará somente a poeira, o barulho, os transtornos, a poluição das águas da baía, poucos sub-empregos e mais favelização. Adeus paraíso do turismo.

Em relação aos projetos na Ilha de Guaíba, não poderemos tecer grandes comentários por não conhecermos as propostas, mas podemos adiantar que será o fim da ilha. O pouco que resta de Mata Atlântica na área estará ameaçado. Esqueçam suas poucas praias e seus recantos. O trecho de linha férrea de Itacuruçá à Praia de Santo Antônio, em Mangaratiba, terá seu fluxo mais que triplicado provavelmente, o que certamente não agradará em nada as comunidades cortadas pela ferrovia. Mais poluição, acidentes, sub-empregos e favelização.

Os projetos de terminais da LLX-Porto do Sudeste e Usiminas (pátio na área da Ingá a ser descontaminada e terminal portuário) a serem instalados na área do Porto de Itaguaí, apesar de estarem propostos para a ocupação de áreas totalmente degradadas, agravarão seriamente os problemas já existentes, principalmente os relacionados à baía. Significam também o aumento do tráfego marítimo, ferroviário e rodoviário, mais dragagens, mais aterros, mais poluição, sub-emprego, favelização, etc. Infelizmente é o que se tem visto nas últimas décadas na região.

O Presidente da FEEMA em sua entrevista esqueceu de mencionar ainda as intenções da CSN para a região. A empresa pretende fazer investimentos em logística da ordem de US$ 2,232 bilhões concentrados no porto de Itaguaí e devem ser concluídos até 2013. O aporte contempla um terminal privativo, que consumirá US$ 1,074 bilhão do total, e um centro de apoio que custará US$ 202 milhões. Outros US$ 166 milhões serão investidos na ampliação do terminal de contêineres do porto. Para a expansão do terminal de cargas estão sendo destacados US$ 790 milhões, dos quais US$ 236 milhões já foram aplicados. O Porto Privativo Largo da Pedra terá dois píeres, com dois berços de atracação cada um, para navios de carga geral e de importação de carvão e grãos, bem como de exportação de minério de ferro. O projeto começa agora e deve ser entregue em 2013. O Sepetiba Tecon, terminal de contêineres, terá investimentos em novos equipamentos e em obras de infra-estrutura. Hoje com 810 metros de comprimento, irá superar os mil metros de extensão e a capacidade de movimentação de contêineres subirá 43%, de 280 mil para 400 mil unidades por ano, já a partir de 2008. Mais uma vez, isso significa mais aterros, mais dragagens, mais navios, mais trens, mais sub-emprego, mais poluição, mais destruição. Além de tudo, a CSN pretende construir na área do retro-porto a sua Usina de Placas de Aço, com capacidade para produção de 6 milhões de toneladas em placas de aço por ano. Sua produção será toda destinada ao mercado externo. A siderúrgica contará ainda com uma termelétrica a carvão.

Outro esquecimento foi com relação à CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), licenciada pela FEEMA e em fase de implantação, vizinha à área do Distrito Industrial de Santa Cruz, às margens da Baía de Sepetiba. A previsão de inauguração é para 2009. A empresa beneficiará o minério retirado no Estado de Minas Gerais pela Companhia Vale do Rio Doce (uma de suas sócias, junto com o grupo alemão ThyssenKrupp) e exportará o produto para Alemanha, Estados Unidos e Japão. Os investimentos passam de 3,6 bilhões de euros. A produção estimada será de 5,4 milhões de toneladas por ano. Será construída uma coqueria além do porto e termoelétrica. A demanda de carvão prevê a importação de 4 milhões de toneladas. O consumo de minério de ferro, fornecido pela Companhia Vale do Rio Doce, sócia minoritária do projeto, com 10%, será de cerca de 130 milhões de toneladas de minério de ferro no período de 15 anos.

O que vem acontecendo com esse empreendimento já era esperado pelos ambientalistas e comunidades da região, que contestam o projeto na Justiça, alegando que as instalações poluem a Baía de Sepetiba. Segundo eles, a tecnologia de dragagem do porto, denominada de "Coonfined Disposal Facility" (CDF), estaria causando a morte dos peixes da área. Por outro lado, a previsão de virem 600 funcionários da estatal chinesa Citic para trabalhar na obra da coqueria provocou protestos até do maior sindicato de metalúrgicos do mundo, o IG Mettal. Não bastasse, a alemã Thyssen Krupp e a Vale estão sendo condenadas por Tribunal Internacional - Tribunal Permanente dos Povos, realizado em Lima no Peru - por crimes ambientais e violações dos direitos humanos e trabalhistas. Após mais de 2 anos de sucessivas denúncias a diversos órgãos públicos estaduais e federais feitas por pescadores, ecologistas, diversas entidades e movimentos sociais e técnicos, estas graves irregularidades começam finalmente a ser averiguadas e constatadas. No entanto, a impunidade, a omissão e a conivência ainda persistem em diversos aspectos ilegais desta obra altamente poluidora. A empresa alemã Thyssen-Krupp foi condenada por destruir os ecossistemas da Baía de Sepetiba, prejudicar economicamente e impedir o trabalho de mais de 8.070 pescadores artesanais, prejudicando diretamente mais de 40 mil pessoas, além de estar destruindo importantes remanescentes de manguezais (áreas de preservação permanente) e enterrando lama contaminada por metais pesados no fundo do mar, numa cava construída sem segurança no interior da Baía de Sepetiba. Com esta condenação a Thyssen está sendo formalmente acusada junto à ONU - Organizações das Nações Unidas e no Parlamento Europeu pelos crimes econômicos e violações de direitos humanos, desrespeito a claúsulas trabalhistas e crime ecológico. Desde o ano passado, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, além da Polícia Federal têm recebido inúmeras denuncias contra os desmandos operacionais da CSA.

Fiscais do Ministério do Trabalho interditaram as obras da CSA por irregularidades e descumprimento de direitos trabalhistas e ausência de equipamentos de segurança no trabalho. As obras da siderurgia estão embargadas desde dezembro de 2007 pelo IBAMA, no entanto a empresa continua operando livremente, provocando graves danos ambientais e poluição na Baía de Sepetiba, além de prejuízos à pesca e ao turismo da região.

Denúncias apontam que os acidentes com trabalhadores são rotineiros, já tendo muitas mortes ocorridas e vários corpos encontrados, assim como diversos registros por acidentes de trabalho no Hospital Cremeru (particular) oriundos das obras. Soma-se a isso tudo, trabalhadores sem carteira, trabalhadores ameaçados e desaparecidos. A CSA também está violando direitos dos migrantes já que importou mão-de-obra chinesa por ser mais barata e desprotegida.

Os ambientalistas acusam o ministro Carlos Minc, Secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro na época do licenciamento, de omissão e conivência desde o início de sua gestão com os crimes ambientais e desmandos da empresa, que segundo o TSE, foi a maior financiadora das campanhas do Presidente Lula, do Governador Sérgio Cabral e de diversos candidatos ao Senado, Câmara dos Deputados e ALERJ.

A denúncia teve grande repercussão na mídia internacional, em especial na Alemanha, uma vez que o Tribunal Permanente dos Povos (TPP) é formado por ilustres e renomados juristas de diferentes países. O encontro de organizações e movimentos sociais ocorreu em paralelo à Cúpula de Presidentes da União Européia, América Latina e Caribe. O Tribunal julgou a atuação abusiva de empresas transnacionais européias na América Latina, principalmente a violação de direitos humanos, sociais, ambientais e trabalhistas, abordando o regime onde prevalece o poder das corporações sobre os direitos dos povos. Organizações sociais da Europa e da América Latina pretendem demonstrar com isso que a União Européia vem sendo um importante motor da globalização neoliberal, com acordos de associação e investimento que estabelecem condições para que suas grandes empresas atuem de forma a desrespeitar os direitos dos nossos povos.

Durante o Tribunal, os defensores da Baía de Sepetiba também tiveram encontro com diversas organizações civis da Alemanha, Greenpeace e membros do Parlamento Europeu os quais comprometeram-se a adotar medidas legais e políticas para impedir a continuidade dos crimes corporativos da Thyssen
Krupp-Vale no Brasil.

É realmente preocupante o que vem acontecendo na Baía de Sepetiba. Pelo andar da carruagem e analisando o histórico da FEEMA e demais órgãos ambientais, teremos esses projetos todos em funcionamento nos próximos anos na região. Consequentemente, adeus Baía de Sepetiba. Claro que apresentarão como justificativa para o licenciamento a velha máxima do desenvolvimento, que atualmente vem mascarada como desenvolvimento sustentável, a importância das obras do PAC, os recursos e empregos que gerarão para o estado e região, aquela ladainha toda de sempre, fora as Audiências Públicas para inglês ver. Pela experiência, será beneficiada uma minoria que não vive na região, representada pelos acionistas, controladores dos empreendimentos e falsos ambientalistas. Serão gerados alguns sub-empregos para as comunidades de entorno, muita poluição, muita destruição e poucos recursos. Saudades do macaquinho e da litorina. Se a população da região não abrir os olhos e os políticos regionais não mudarem suas posturas, pelo histórico que conhecemos, Mangaratiba continuará literalmente a ver navios. “Adeus Itacuruçá, adeus Sepetiba, meu fim de semana não será mais em Mangaratiba”, parafraseando a música “Mangaratiba” de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. É o golpe derradeiro na Baía de Sepetiba.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Árvore do mês - SAPUCAIA (Lecythis pisonis)


Ocorrência – do Ceará ao Rio de Janeiro, com predominância nos estados do Espírito Santo e Bahia.
Outros nomes – castanha sapucaia, cumbuca de macaco, sapucaia vermelha (ES), marmita de macaco, caçamba do mato
Características – planta semidecídua com altura de 20 a 30 m com copa densa e ampla, tronco reto, casca espessa, dura e pardo-escura, com fissuras, com 50 a 90 cm de diâmetro. Folhas membranáceas, ovado-oblongas, margem serreada, nervação bem nítida na face superior glabras, parcialmente renovadas na seca. As folhas novas de cor rosa-avermelhada, juntamente com as flores de cor lilás, conferindo à sua copa beleza indescritível. Este espetáculo dura algumas semanas, atingindo o seu auge no final de outubro e passando lentamente para a cor verde normal. Somente árvores adultas (com mais de 8 anos) exibem esta característica. Flores grandes e de coloração branco-arroxeadas, bastante atraentes devido a uma estrutura cobrindo os órgãos reprodutivos. Uma das principais curiosidades desta árvore é a forma de seu fruto, denominada botanicamente "pixídio" e popularmente conhecida como "cumbuca". Trata-se de uma cápsula lenhosa de forma globosa de 2 a 4 kg e até 25 cm de diâmetro, dotada de uma tampa na extremidade oposta ao cabinho de fixação que se descola e cai quando o fruto está maduro para permitir a liberação das sementes. As sementes ou "castanhas" são comestíveis e muito deliciosas. Seu sabor rivaliza com a "castanha-do-pará", contudo não é comercial porque a produção é muito baixa e muito perseguida pelos macacos e outros animais selvagens. Geralmente uma cumbuca média contém 6 a 12 castanhas elípticas, oleaginosas, com 6 cm de comprimento, as quais contém, afixadas em sua base, um arilo branco-amarelado de sabor adocicado e muito procurado pelos morcegos. Estes recolhem as castanhas com o arilo e as levam para árvores de copa densa para saborearem, deixando cair as castanhas após a remoção do arilo, constituindo-se assim nos disseminadores naturais desta espécie. Portanto, o melhor lugar para procurar as castanhas desta árvore não é sob a sua copa, mas sob as árvores próximas de copa densa e escura. O maior consumidor de suas castanhas, contudo, não é o homem, mas sim o macaco-sauá, que faz verdadeiras loucuras para consegui-las. Quando ainda fechadas, os macacos torcem as cumbucas como se fossem arrancá-las para acelerar a maturação. Quando parcialmente abertas, chegam a bater um fruto contra o outro na tentativa de forçar a liberação das castanhas e, segundo a lenda, dificilmente enfiam a mão dentro da cumbuca (pelo menos os mais experientes), porque isto pode prender sua mão ao contraí-la para apanhar as castanhas. Daí a expressão "macaco velho não põe a mão em cumbuca". Geralmente ficam afixadas na árvore mesmo após a queda das castanhas por vários meses. Um kg de sementes contém aproximadamente 180 unidades.
Habitat - Mata Atlântica
Propagação – sementes
Madeira – moderadamente pesada, dura, resistente, de grande durabilidade quando não enterrada.
Utilidade – a madeira era usada principalmente para vigamentos de construções rurais em geral, esteios, postes, estacas, tábuas para assoalhos, pontes, etc. As cumbucas são usadas na zona rural como utensílio para fins diversos, principalmente para vasos de plantas ou como adorno doméstico. As castanhas são comestíveis e muito apreciadas pela fauna.
Florescimento – setembro a outubro
Frutificação – agosto a setembro
Ameaças - sua freqüência natural na floresta nunca foi muito alta e, hoje, já pode ser considerada rara no habitat. Isto se deve a pequena produção de sementes e a intensa perseguição dos macacos que consomem avidamente suas castanhas.
(Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Meio ambiente - Comércio deverá receber pilhas e baterias usadas


O Conama aprovou uma nova resolução para o descarte e gerenciamento de pilhas e baterias usadas. A nova resolução estabelece o recebimento das pilhas e baterias usadas pelos estabelecimentos comerciais. A medida visa reduzir o teor de metais pesados, como mercúrio, cádmio e chumbo presentes nas pilhas. Esta norma entrará em vigor em até 40 dias.

Os supermercados, farmácias e outros estabelecimentos comerciais terão até dois anos para disponibilizarem pontos para o recolhimento de pilhas e baterias. Todo o resíduo recebido deverá ter destino ambientalmente adequado pelos fabricantes e importadores. Campanhas educativas serão promovidas para o consumidor, e também orientações serão disponibilizadas para o comércio.


A resolução determina, também, que os órgãos do governo federal intensifiquem o controle e a fiscalização da importação e do comércio ilegal de pilhas e baterias que correspondem a 40% do mercado nacional. Solicita, ainda, ao Ministério da Fazenda incentivos para o consumo de pilhas e baterias recarregáveis em lugar das descartáveis.

A medida é excelente para o consumidor e para o meio ambiente. Transfere o problema para a origem, pois o produtor ou importador deverá dar o destino certo ao produto usado por eles fabricado ou importado. Vamos depender mais uma vez da eficiência da fiscalização, costumeiramente falha no país. Se todos fizerem a sua parte, o consumidor tendo a consciência de descartar corretamente o produto, levando-o ao ponto de coleta determinado, e o produtor ou importador cuidando para que a pilha usada não cause prejuízo ambiental, o planeta agradecerá. As campanhas informativas deverão incentivar o uso de baterias recarregáveis e a indústria deveria ser mais ecológica, procurando alternativas para que os componentes fossem menos tóxicos e para aumentar a vida útil desses produtos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Meio ambiente - Abrolhos: mais importante do que se imaginava


Pesquisadores que estudam os recifes de corais do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a mais antiga reserva natural dos mares brasileiros, acreditavam conhecer bem a área, até que em 2000 pescadores locais avisaram que havia recifes profundos fora dos mapas oficiais. Foram constatar as informações e encontraram novas terras submarinas: a área de recifes conhecida em Abrolhos aumentou consideravelmente e vem permitindo conhecer como aquele trecho do litoral se formou ao longo dos últimos milênios.

Formado por cinco ilhotas de origem vulcânica a 70 Km da costa no sul da Bahia, o parque abriga mais do que as baleias-jubarte, que atraem
turistas entre julho e novembro. Ali estão os chapeirões, estruturas em forma de cogumelo cujos topos às vezes se unem e formam colunatas por onde circulam barracudas, garoupas, moréias e pequenos peixes coloridos.

Das 16 espécies de coral de Abrolhos, metade é exclusiva do Brasil, como o coral-cérebro (Mussismilia braziliensis), principal construtor de recifes na região. O banco dos Abrolhos, maior conjunto de recifes do Atlântico Sul, é maior que os 900 Km2 preservados. No total são 40 mil Km2, área semelhante à do Espírito Santo, que só agora começa a ser investigada a fundo.

Quanta riqueza a ser estudada e protegida tem esse país!

Meio ambiente - Selo verde para ônibus que não polui


Foi lançado na manhã desta quarta-feira (17-09), na Praia do Leme, o Selo Verde, projeto que tem como objetivo reduzir a emissão de gases na atmosfera pelos ônibus da cidade do Rio de Janeiro. A partir de agora, os passageiros poderão saber quais ônibus da cidade estão engajados no Projeto Procon Fumaça Preta, por meio de um selo colado no vidro dianteiro dos veículos. Todos os coletivos dentro dos padrões de emissão de gás carbônico (94% da frota) serão identificados.

Para os gestores do projeto, o selo é um instrumento de gestão ambiental e de comunicação extremamente importante. Ele permitirá que a sociedade fiscalize o trabalho que vem sendo feito e a forma como o serviço vem sendo prestado. A partir do momento que as pessoas virem o selo vão passar a se preocupar mais com o meio ambiente, sendo por meio de denúncias ou no seu dia-a-dia. É um instrumento de educação da população. O Procon Fumaça Preta é resultado de um convênio assinado em dezembro do ano passado entre a Secretaria do Ambiente, Feema, Fetranspor e a Petrobras/Conpet.

O controle das emissões de gases de efeito estufa dos ônibus que circulam no estado já vem sendo feito, com utilização de moderna tecnologia e com equipamentos homologados pelo Inmetro. Porém, a partir desta quarta-feira, todos os coletivos que estiverem dentro dos padrões receberão o selo de aprovação.

Dentre os compromissos do convênio está a redução e neutralização das emissões de gases de efeito estufa, pela frota de ônibus circulante, em 790 mil toneladas de CO2, a redução da queima de diesel em 290 milhões de litros, o plantio de 179.200 árvores, dentre outros.

Ótima iniciativa. Falta agora retirar de circulação os veículos fora dos padrões de emissões e segurança, principalmente vans e caminhões que infestam a cidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Crime - 925 milhões de famintos no planeta


O número de pessoas com fome no mundo passou de 850 milhões para 925 milhões em 2007, devido à disparada dos preços dos alimentos, anunciou nesta quarta-feira (17) em Roma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diuf.

O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 com relação ao ano anterior, de 24% em 2007 e de 50% durante os sete primeiros meses deste ano. Será preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome. Esse valor é necessário para dobrar a produção de alimentos para dar de comer a 9 bilhões de pessoas. Este valor é bastante modesto, se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) em apoio à sua agricultura (US$ 376 bilhões) ou a seus gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão em 2006).

Os países membros da FAO se comprometeram durante a cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015. Com as tendências observadas hoje, esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015.

Não é só devido à inflação e falta de alimentos que o número de famintos vem crescendo no mundo. Aliás, alimento existe em abundância, sem contar o potencial para produzi-los. É principalmente pela ganância, o egoísmo e o consumo desenfreado de poucos abastados que se acham no direito de esgotar os recursos naturais para encher seus bolsos, suas barrigas e proporcionar-lhes os mais escandalosos prazeres. É pela desumanidade de políticos corruptos e empresários inescrupulosos, acostumados a explorar os menos favorecidos. É pela falta de coragem de alguns políticos de promover real distribuição de renda e não assistencialismo barato. Pela falta de vergonha de políticos que não dão atenção às necessidades básicas de seu povo, como educação, saúde, saneamento e habitação. A inflação é conseqüência dessas desgraças que estão presentes em todos os países. É inadmissível, desumana e vergonhosa a concentração de riqueza que vem se consolidando nas últimas décadas no planeta Terra.
Consumismo foi o maior crime sócio-ambiental do século passado e continua a ser no início deste século. Até quando essa gente continuará cega?

Meio ambiente - R$ 3,2 bi de royalties para meio ambiente desviados


O governo brasileiro desviou para o superávit primário R$ 3,2 bilhões de royalties de petróleo, de recursos hídricos e de minerais vinculados ao meio ambiente entre 2002 e 2007, cerca de 10 vezes mais do que deve receber da Noruega para investir na preservação da floresta amazônica, entre U$ 150 milhões e U$ 200 milhões. A informação consta de um relatório técnico elaborado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

Nos últimos seis anos, o Ministério do Meio Ambiente deveria receber R$ 3,8 bilhões de royalties para investir nos programas ambientais, mas ficou com apenas R$ 606 milhões. O restante dos recursos foi contingenciado - a maior parte já na aprovação da lei orçamentária, ou seja, os parlamentares aprovaram a proposta do governo de deixar o dinheiro dos royalties numa reserva de contingência, a ser utilizada apenas eventualmente.

Na prática, o dinheiro dos royalties tem sido acumulado no caixa do governo para o superávit primário, a economia de receitas que o governo faz para teoricamente pagar a dívida. Esse "desvio de finalidade" foi possível porque a legislação diz onde o dinheiro dos royalties pode e onde não pode ser aplicado, mas nada impede o governo de não gastá-lo, como vem ocorrendo. No caso da participação especial do petróleo, por exemplo, o Meio Ambiente tem direito a 10% de tudo o que o Tesouro arrecada.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o contingenciamento de verbas é um dos motivos que levaram à proposta do fundo privado para defender a Amazônia, no qual o Tesouro não tem ingerência. Além disso, segundo Minc, o governo enviou um projeto ao Congresso flexibilizando a regra sobre a utilização dos royalties do petróleo - hoje limitada a programas de mitigação de desastres ambientais no mar.

É mais fácil criar mais um fundo para se arrecadar cada vez mais, criar mais mecanismos de achaque da população do que utilizar inteligentemente os recursos existentes. Estamos pagando muito poucos impostos! Nas últimas décadas foram criados muito poucos fundos, compulsórios, impostos, etc.! Vamos criar mais um fundo! Além da roubalheira generalizada causadora das maiores desgraças para a população brasileira, explica-se aí grande parte dos problemas hoje existentes nos órgãos responsáveis pela fiscalização e gestão ambiental, totalmente falidos e desestruturados. Sem contar a falta de pessoal e o baixo salário. Dinheiro tem. Falta competência, coragem e vergonha.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Meio ambiente - Sinal verde para a criação da Polícia Ambiental Federal


Lula deu sinal verde para o Ministério do Meio Ambiente criar a Polícia Ambiental Federal, com 3.000 agentes especializados em todo o país. O projeto será apresentado até o fim do mês.

O ministro Minc vai conversar ainda com Tarso Genro (Ministro da Justiça) sobre a possibilidade de incorporar policiais federais que já trabalham na área ambiental à nova guarda, mas afirma que a maioria do efetivo deverá ser contratada por meio de novos concursos.

Resta saber se não vai ser mais uma instituição da área ambiental que nascerá falida como os outros órgãos do setor. Do jeito que as coisas andam, está parecendo mais uma forma de distribuir e acomodar companheiros em novos cargos. Cabide de emprego ambiental. Tomara que eu esteja enganado.

sábado, 13 de setembro de 2008

Tecnologia verde - Kit mini horta


Para quem gosta de ter o ambiente de casa repleto de verde e cultivar o próprio alimento mas, algumas vezes, suas experiências como jardineiro de fim-de-semana não dão muito certo, a Prepara, empresa americana, desenvolveu o Power Plant Mini, que promete fazer plantas crescerem mais rápido, mais volumosas e mais saudáveis. Com uma tecnologia desenvolvida pela NASA é possível, com pouca manutenção, cultivar qualquer tipo de planta durante todo o ano, sob qualquer condição climática.
Serve para o cultivo de plantas aromáticas, hortícolas, flores e frutos. São kits prontos, simples, fáceis de usar e, principalmente, sem produzir qualquer sujeira. Basta semear e nutrir através de irrigação, seguindo o manual de instruções e pronto. Em pouco tempo você estará colhendo e utilizando a sua produção. A célula de produção se adapta discretamente ao patamar de sua janela ensolarada, exige pouquíssima manutenção oferecendo um desenvolvimento mais rápido para suas plantas. Um kit custa aproximadamente US$ 40,00.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Meio ambiente - Brasil tem plano para mais 60 termonucleares


Durante sua visita em Angra dos Reis, ao terreno que começa a ser preparado ainda este mês para abrigar o canteiro de obras onde será construída, no prazo de cinco anos, a Usina Angra 3, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou que o Brasil deverá construir de 50 a 60 usinas nucleares nos próximos 50 anos (uma por ano em média!). Com capacidade para gerar aproximadamente mil megawatts cada unidade, as usinas farão parte da retomada do programa nuclear brasileiro. Uma das justificativas para dar continuidade ao programa nuclear foi o problema surgido na Bolívia com a interrupção do fornecimento de gás. Segundo o ministro, o presidente Lula considera a política nuclear prioritária para o Brasil e Angra 3 é uma decisão pessoal dele, a partir de parecer do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).

Além de Angra 3, no Rio de Janeiro, já estão definidas as construções de duas unidades no Sudeste e outras duas no Nordeste. Ainda segundo o ministro, no Nordeste, vários estados já manifestaram interesse em receber as usinas, entre eles Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. No Sudeste ainda não houve manifestação neste sentido. Mas há, sim, um programa em andamento a ser submetido ao CNPE para a construção de outras unidades totalizando 60 mil megawatts. Este volume de energia gerada por centrais nucleares representa pouco mais de 50% da capacidade instalada atual do país, que é da ordem de 100 mil MW.

Lobão acredita que não haverá qualquer problema na obtenção de licenciamento para Angra 3. As obras de Angra 3 começam até abril do ano que vem, e que as exigências ambientais não atrasarão o projeto. As 60 exigências feitas pelo Ministério do Meio Ambiente estão sendo cumpridas ou serão ao longo da obra. Sobre o armazenamento do lixo nuclear, Lobão disse que o Brasil está fazendo este trabalho de forma adequada, apesar de não ter um local definitivo para esses rejeitos.

O ministro Lobão está seguro e tranqüilo com relação ao licenciamento ambiental de mais 60 termonucleares pelo Brasil afora. Pelo andar da carruagem, preparem-se brasileiros para ficarem cercados por usinas atômicas, pois basta o Ministério de Meio Ambiente estabelecer algumas “exigências brutais” e pronto. O país continental, com recursos fantásticos para geração de energia (eólica, solar, hidráulica, etc.) se tornará o país atômico. Que visão extraordinária de desenvolvimento sustentável tem esse pessoal que ainda nos governa
(acha que governa)! Enquanto o mundo implode termonucleares, o Brasil quer construir 60. Nossas futuras gerações é que "pagarão o pato".

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Tecnologia verde - Catavento bola


O catavento em formato de bola Energy Ball é um gerador eólico de pequeno porte fabricado pela empresa sueca Home Energy. Com design elegante, é completamente silencioso. O vento sopra através do rotor ao longo do eixo, ao contrário do sistema convencional. Quando as pás da turbina giram, criam um efeito de rotação em forma esférica. Este fenômeno, conhecido como Venturieffekten, se traduz em maior eficiência aerodinâmica comparada ao conseguido com os convencionais moinhos. Energy Ball é conectado diretamente à rede, bastando inserir o plug padrão em uma tomada elétrica que toda energia produzida pode ser prontamente utilizada.

No Brasil, já existem alguns fabricantes de aerogeradores muito eficientes e, como o Energy Ball, indicado para residências, deveria ser incentivada a instalação em todas as residências no país, a começar pelos novos projetos em licenciamento nas prefeituras municipais. Como geradores eólicos de energia, sistemas de aquecimento e produção de energia solar também deveriam ser itens obrigatórios no licenciamento de obras de novos projetos. As residências, edifícios e estabelecimentos comerciais existentes ou já licenciados, teriam prazo de 5 anos para se adequarem às exigências. Está aí uma sugestão para os próximos prefeitos, vereadores e secretários municipais de obras e de meio ambiente.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Meio ambiente - IPCC pede menos consumo de carne


O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), Rajendra Pachauri, sugere que as pessoas deveriam parar de comer carne um dia por semana se quiserem fazer uma contribuição pessoal e efetiva ao combate à mudança climática.

Prêmio Nobel da Paz 2007, Pachauri destacou a importância de mudanças na dieta, devido à grande quantidade de emissões de dióxido de carbono e outros problemas ambientais associados à criação de gado. Na opinião do economista indiano, que é vegetariano, é relativamente fácil mudar os hábitos alimentares em comparação à modificação dos sistemas de transporte.

Após eliminar o consumo de carne um dia por semana, Pachauri propõe continuar reduzindo. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) estimou que o setor de criação de gado representa 20% das emissões globais de gases do efeito estufa. Além disso, também é uma das principais causas da degradação do solo e dos recursos hídricos. Segundo a FAO, o consumo de carne vai duplicar em meados deste século.

domingo, 7 de setembro de 2008

Comportamento - Ong lança mandamentos para sexo ecológico


A seção mexicana da organização não-governamental Greenpeace lançou em seu site uma cartilha para fazer a vida sexual daqueles que estão preocupados com o meio ambiente muito mais ecológica. Lançada no início de agosto, a página é uma das mais acessadas do site da organização e trata as dicas para o sexo ecológico com bom humor. "Cuidar da terra nunca foi tão erótico", diz o texto.

Na forma de um decálogo, as dicas dão conta de variadas preferências sexuais, das mais tradicionais às mais ousadas.

O primeiro mandamento do sexo ecológico orienta os amantes a apagar as luzes como uma forma de economizar energia, pois segundo a ong, é possível começar uma revolução energética da sua cama.

O segundo mandamento aborda os alimentos afrodisíacos, orientando os amantes a utilizarem frutas como o guaraná, cerejas e framboesas com procedência orgânica e livres de pesticidas. Ostras, mariscos e camarões também não são recomendados, pois a pesca destes animais está destruindo os oceanos em um âmbito nunca visto.

O uso de lubrificantes íntimos não foi esquecido. É o tema do quinto mandamento, que indica produtos à base de água, nunca de petróleo, como a vaselina. Destaca que a saliva ainda é muito útil para resolver o assunto e que grandes empresas petrolíferas estão destruindo o planeta. Faz um apelo para que os amantes não permitam que tais empresas se metam debaixo de seus lençóis, destacando o bordão: "Seja um escravo da paixão, não do petróleo".

Os mandamentos não esquecem ainda da procedência da madeira com que é feita a cama e até instrumentos usados em relações sado-masoquistas.
Recomenda-se que estes materiais devem possuir certificados ambientais que garantam processos de extração sustentável de madeira.

A economia de água também deve ser levada em consideração pelos ecologistas na hora do amor. A cartilha recomenda banhos em conjunto para evitar o desperdício do recurso.

O último mandamento do decálogo do sexo ecológico ressuscita o velho lema dos hippies dos anos 1960: "Faça amor, não faça guerra".

A que ponto nós chegamos! Não vou nem comentar. Comente quem quiser.

sábado, 6 de setembro de 2008

Ecobusiness - Primeira danceteria verde no mundo


A Watt, danceteria de Roterdam, na Holanda, reabriu suas portas nesta quinta-feira (4) se apresentando como a casa noturna "mais verde do mundo".

Os proprietários da Watt dizem que a casa é a primeira a seguir todos os critérios estabelecidos pelo Sustainable Dance Club (SDC), um conceito criado na Holanda há dois anos para estimular discotecas a utilizarem fontes alternativas de energia.

Segundo os criadores do novo espaço, os próprios freqüentadores serão a principal matriz energética da danceteria. A energia é captada por sensores instalados por baixo da pista e convertida para alimentar a iluminação do ambiente.

Ao dançar na pista, uma pessoa pode produzir de 5 a 10 watts, dependendo de seu peso. Os movimentos são registrados por mecatrônicos que exibem um gráfico de energia que ficará à mostra, servindo de estímulo para os baladeiros.

"Dançando-se mais energeticamente pode-se gerar até 20 watts. Você recebe de volta o que você dá", diz o proprietário da Watt, Aryen Tieleman.

Os cuidados não param por aí. Nos banheiros, a água da chuva coletada por caixas instaladas no teto escorre por tubos transparentes até o vaso sanitário. Dali, segue para ser purificada em tanques no subsolo. Com isso, o estabelecimento espera economizar cerca de 1.000 m³ de água por ano.


Os conceitos de sustentabilidade também se estendem ao bar, onde serão servidas comidas e bebidas orgânicas.

Os funcionários vestem uniformes fornecidos por empresas escolhidas pelo seu currículo de respeito ao meio-ambiente. A iluminação é feita por lâmpadas que gastam 85% menos energia que as luzes comuns e os copos também são de material 100% reciclável.

O clube ainda oferecerá aos freqüentadores um "oásis verde", um complexo criado no telhado para relaxamento e um quintal com plantas onde é possível tomar ar fresco.

Com a adoção dos novos padrões, a Watt espera gastar 50% menos energia do que os clubes não-sustentáveis do mesmo porte e reduzir suas emissões de CO2 em 30%.

O objetivo final dos critérios estabelecidos pelo SDC é a redução do consumo de energia elétrica, água, produção de lixo e a utilização de materiais recicláveis e sustentáveis.

Toda a estrutura tecnológica instalada na Watt foi criada pelas universidades de Tilburg e Eindhoven, além de empresas associadas.

A boate ainda espera contribuir para meta estabelecida por Roterdam, que pretende reduzir suas emissões de carbono em 50% até 2025.

Segundo a assessoria da SDC, donos de casas noturnas no Brasil, Grã-Bretanha, Portugal e Estados Unidos estão em contato com o projeto para estudar a viabilidade de se construir danceterias auto-sustentáveis em seus países.

Tem de se cuidar agora é da poluição sonora que impera na maioria dessas danceterias.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Marketing verde - Parece, mas não é: como identificar o falso sustentável


No balaio do falso sustentável, há pelo menos dois comportamentos distintos que têm em comum o fato de não contribuírem de verdade para uma mudança de paradigmas. Um é o do empresário "ingênuo", que até quer fazer algo, mas não se informa sobre o assunto, age de modo equivocado e acaba não contribuindo para uma modificação do processo. Outro é aquele que, apesar de adotar um discurso em que se define como sustentável, não age de acordo, mantendo velhos padrões de produção voltados apenas para o lucro dos acionistas.

É o que em inglês recebeu o nome de greenwashing, ou seja, lavar sua imagem dizendo que é uma empresa verde, mas que continua provocando impacto ambiental.

Um dos modos mais comuns de fazer isso é, por exemplo, financiar uma ONG com alguma atividade ambiental para esconder que promove impactos pesados, como desmatamento, poluição. Nesses casos costuma-se investir em um marketing agressivo, mas ele é descolado da gestão. Essas informações não aparecem nos relatórios de sustentabilidade, não há transparência.

No exterior, em especial nos países desenvolvidos, esse movimento já é tão disseminado que resultou numa lista dos seis principais pecados do greenwashing, elaborada pela agência canadense de marketing ambiental TerraChoice. Há 20 anos observando propagandas de apelo verde, a equipe da agência percebeu que o greenwashing cresceu à medida que aumentou o interesse do público por questões ambientais.

A análise das promessas nas embalagens de mais de mil produtos disponíveis em mercados americanos serviu de base para a definição dos pecados. O primeiro e mais comum é o dos malefícios esquecidos - produto destaca um benefício ambiental, como ser reciclável, mas não menciona quanta energia é gasta para sua produção, ou diz que é feito sem testes em animais, mas sua decomposição pode prejudicar a cadeia alimentar.

Outros problemas observados pela equipe são: falta de provas (como lâmpadas que anunciam maior eficiência energética sem apresentar qualquer estudo comprovando); promessa vaga (produto traz dizeres como "verde", "ambientalmente produzido" ou que é "livre de químicos" sem detalhamento); irrelevância (destaca um benefício que é uma obrigação, como ser livre de CFC, substância banida do mercado americano) e a mentira mesmo. O último é o chamado "pecado de dois demônios", que até traz alguns benefícios reais, mas em produtos cuja categoria é questionada, como cigarros orgânicos.

Erro de avaliação - Entre os "equivocados", é comum a empresa confundir sustentabilidade com filantropia e assistencialismo, como adotar uma creche ou uma praça e dizer com isso que é sustentável. Não adianta, por exemplo, plantar árvores, sem rever o nível das suas emissões de gases de efeito estufa, fazer gestão de resíduos ou diminuir o consumo de água.

Muitas estão ainda mais longe disso, porque nunca inventariaram suas emissões para identificar fontes onde é possível fazer reduções. Outras têm o dever de reduzir emissões estabelecido por órgãos ambientais, mas anunciam isso como se fosse uma posição inovadora da empresa. Nessa linha de contar vantagem em cima do cumprimento da lei também é comum ver empresas se vangloriando de respeitar a reserva legal e as matas ciliares.

Ainda mais grave é fazer apenas algumas mudanças consideradas "cosméticas" sem observar o impacto de sua cadeia de produção. De que adianta uma construtora, por exemplo, fazer um prédio com captação da água de chuva e aquecimento solar da água de chuveiro sem olhar para seus materiais. A madeira vem de desmatamento? A fabricação do aço tem trabalho escravo, a olaria usa trabalho infantil?. (Fonte: Estadão Online)

Política - Política ambiental do governo é criticada pelo PT


A política ambiental do governo foi criticada pela Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT. Medidas tomadas pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, filiado ao partido, e que nesta quinta completa 100 dias no cargo também foram contestadas. O PT condena ações recentes de Minc, como a concessão da licença ambiental prévia para a Usina Nuclear Angra 3 e a abertura de possibilidade de recuperação de áreas de floresta degradadas com espécies exóticas e não com plantas nativas. Também critica a Lei 11.763, assinada em agosto pelo presidente Lula, que aumentou de 500 para 1.500 hectares o limite para regularização fundiária na Amazônia sem licitação.

Segundo o partido, há uma série de questões que não devem ser passíveis de revisão ou de negociação, como a redução da reserva legal na Amazônia de 80% para 50%. Entre as reivindicações do PT, está a transferência da coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) - atualmente sob o comando do ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger - para a Casa Civil ou a Secretaria Geral da Presidência da República e a construção do Plano de Aceleração da Sustentabilidade, o PAC da Sustentabilidade, para se contrapor aos danos ao meio ambiente que uma economia em crescimento traz.

Política - As luzes e sombras dos 100 dias de Minc no Ministério do Meio Ambiente


O ministro do Meio Ambiente está no cargo há 100 dias e nesse período já provocou muita polêmica. O Greenpeace fez uma lista com os pontos positivos e negativos da gestão do substituto de Marina Silva na pasta. Dá pra perceber que, até aqui, Minc deu mais bolas foras do que dentro...

LUZES

* Decreto de Crimes Ambientais;
* Criação do Fundo Amazônico para pagamento de serviços ambientais;
* Apoio à Moratória da Soja;
* Apreensão dos "bois piratas" em Unidades de Conservação;
* Fiscalização dos danos ambientais das usinas de cana em Pernambuco;
* Pacto da Madeira Legal assinado com a Aimex e a FIESP;
* Decisão no sentido de priorizar a implantação de Unidades de Conservação já criadas.

SOMBRAS

* Revisão do Decreto de Crimes Ambientais;
* Acordo para modificação do Código Florestal para permitir o plantio de exóticas na reserva legal;
* Licença para a construção de Angra 3;
* Licença para o asfaltamento da BR-319, sem o estabelecimento de medidas de proteção à floresta e avaliação da alternativa da ferrovia;
* Licença para o plantio de cana no Pantanal;
* Adiamento da vigência da Resolução do Conama que estabelece a redução do teor de enxofre no diesel;
* Anúncio de que o MMA não priorizará a criação de novas Unidades de Conservação;
* Submissão do Ibama às diretrizes de implantação do PAC;
* Desprezo pela ação coordenada entre o MMA e os demais Ministérios na execução do Plano de Ação de Combate ao Desmatamento;
* Aceitação da ingerência do Ministro Mangabeira Unger na formulação da política ambiental, com a defesa explícita da necessidade de se limitar a proteção ambiental no país.

Animal do mês - LOBO GUARA (Chrysocyon brachyurus)


Características – do tamanho de um cachorro magro, mas não dos maiores, ele vai espadanando a água rasa enquanto caminha num trote desajeitado. Com suas pernas longas, o lobo guará está bem adaptado a caçadas nesse ambiente aquático. Mede até 1,45 m de comprimento, cabendo à cauda 40 cm e pesando em torna de 23 kg. Até os 3 meses tem pelo marrom-escuro quase negro, com as pontas das orelhas e da cauda brancas. Após essa idade sua pelagem muda para castanho-avermelhado, pernas e dorso tornam-se pretos e a ponta da cauda permanece esbranquiçada. Nunca os pelos são longos, formando uma pequena juba.Vive em média 13 anos.
Habitat – campos e cerrados.
Ocorrência – Centro-oeste do Brasil, Paraguai, Leste da Bolívia e Norte da Argentina.
Hábitos - hábitos noturnos, é solitário, tímido e arredio. Não ataca o homem, somente rosna quando acuado. É o maior e considerado o mais belo canídeo brasileiro.
Alimentação – onívoro, alimentando-se de roedores, aves, répteis,
peixes, insetos, moluscos e frutas. À margem de rios e lagos é que afluem algumas de suas presas prediletas, principalmente, as marrecas e outras aves aparentadas com elas. Quando as avista nadando, o lobo pode alcançá- las depressa, em saltos ágeis, mais rápidos que os movimentos das marrecas dentro da água.
Reprodução – gestação de 62 a 66 dias gerando 2 filhotes em média
Ameaças - devido à caça predatória e à destruição de seu habitat, este animal está ameaçado de extinção. (Fonte: Vivaterra)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tecnologia verde - O fim das lâmpadas convencionais


Este pode ser o fim das lâmpadas de bulbo tradicionais. Muitas lâmpadas LED atualmente no mercado são de design futurista, moderno, especialmente concebido e exigem soquetes específicos. A FROG DESIGN concebeu um modelo de lâmpada LED, semelhante às lâmpadas de bulbo (principalmente no formato), que requer uma pequena fração da energia necessária para o funcionamento de uma lâmpada convencional. Ela trabalha como as tradicionais lâmpadas de bulbo, usam o mesmo tipo de soquete de alumínio rosqueado e emitem o mesmo tipo de luz. As diferenças são: a pequena quantidade de energia que consomem, não necessitam de substâncias químicas nocivas para serem produzidas, podem ser ajustadas para proporcionar qualquer matiz na cor do espectro visível e a vida útil de mais de 30 anos.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Tecnologia verde – Gravata solar


A moda ecológica está incentivando o surgimento de novos produtos a cada dia. A integração de células solares em vestuários, sacolas e maletas já fazem parte do dia-a-dia dos desenvolvedores da moda ecológica. Agora é a vez da gravata solar. Uma equipe da Universidade Estadual da Carolina do Norte descobriu como fazer uso da impressão digital têxtil para incorporar componentes em um desenho que corresponde ao padrão do componente, no caso as células de captação da energia solar. Os tecidos com impressão digital começam a ser utilizados largamente na confecção de painéis solares a serem aplicados a diversos tipos de vestimenta e acessórios. A impressão digital têxtil é um método para ocultar ou melhorar o visual do produto. Com a nova tecnologia, a gravata solar garante a carga diária necessária ao seu telefone celular.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Crime ambiental – Programa documenta crime do palmito


O Fantástico desse final de semana, apresentou matéria sobre a exploração ilegal do palmito Juçara (Euterpe edulis) na Mata Atlântica, na região do Vale do Ribeira, estado de São Paulo. Mostrou que quadrilhas usam táticas do tráfico de drogas para controlar a extração e o comércio ilegal do palmito nativo.

A equipe do programa acompanhou uma blitz da Polícia Ambiental, no Parque Ecológico de Sete Barras e constatou que os criminosos agem em bando e segundo a polícia, grupos assim estão espalhados pelas reservas ambientais do Vale do Ribeira, uma área de cerca de três mil quilômetros quadrados, entre São Paulo e Paraná. A grande maioria dessas pessoas que se env
olvem com a exploração clandestina do palmito tem antecedentes criminais. As quadrilhas fazem longas viagens pelo interior da floresta e se utilizam de mulas para o transporte de mantimentos que garantem a manutenção na floresta por vários dias. Na blitz, a polícia apreendeu espingardas e munição e vários acampamentos foram derrubados.

Do caule, as quadrilhas extraem o palmito-juçara, considerado o mais saboroso de todos os tipos de palmito. Quem pratica esse crime ambiental pode ficar até cinco anos na cadeia. Todo mundo sabe, pouca gente respeita, admite um morador da região que produz o palmito clandestinamente.

O esquema começa com a compra de potes de vidro que já foram usados e serão reaproveitados (são bandidos ecologicamente conscientes: praticam a reciclagem!). A maioria está no meio da sujeira, em depósitos de lixo. O palmito extraído ilegalmente é preparado em fabriquetas e acondicionados nesses frascos sem as mínimas condições de higiene. Após o cozimento, muitas vezes, o palmito é levado para algum barco e destinado diretamente ao consumo.

Durante a fiscalização, nenhum integrante das quadrilhas foi preso. Além da vegetação densa, o que também dificulta a prisão em flagrante, são os chamados olheiros. Eles ficam espalhados na mata e dão o alerta. Alguns olheiros andam com rádios comunicadores, estratégia comum entre traficantes de drogas. Muitas vezes, apressados, os criminosos largam o palmito-juçara ainda cozinhando, dentro dos vidros.

O palmito clandestino é vendido em média pela metade do preço do legalizado. Clientes não faltam. Alguns chegam a comprar trezentas caixas, de 15 em 15 dias, o que representa cerca de seis toneladas por mês.

As autoridades recomendam que o consumidor preste muita atenção na embalagem e prefira estabelecimentos de credibilidade comprovada. Na dúvida, só coma palmito que tenha sido fervido por pelo menos 15 minutos.

Esse crime ocorre há décadas, pra não dizer séculos, na Mata Atlântica. Nas últimas décadas, nos remanescentes dos estados de São Paulo (Vale do Ribeira e litoral norte) e Rio de Janeiro (Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba) o crime é corriqueiro. Os criminosos (a maioria bandidos mesmo como dizem os policiais na reportagem) têm bases de apoio nas comunidades de entorno das matas e se utilizam de técnicas de guerrilha. A polícia sabe quem é quem nesse esquema, principalmente aqueles que dão apoio (escondem armas, fornecem alojamentos, alimentação, etc.) e os que extraem o palmito se embrenhando na mata. Basta intensificar a fiscalização nessas áreas. Para isso o governo tem de investir em estrutura, capacitação e melhores salários para esses policiais que enfrentam quadrilhas altamente especializadas.

O mesmo tipo de criminoso (muitos foragidos) está embarcado praticando a pesca predatória em todo o litoral do Brasil principalmente em áreas de criadouros, como ocorre na Baía de Sepetiba (RJ). O que é preciso para se dar solução a esses tipos de crimes? Basta FISCALIZAÇÃO e cadeia evidentemente. Ao Ministério do Meio Ambiente e aos demais órgãos de fiscalização ambiental: precisamos de profissionalismo, mais ação e menos papo.

Meio ambiente – Ações mirabolantes, resultados desconsertantes IV - O desfecho e o Pantanal


Finalmente, depois de várias tentativas, o ministro Carlos Minc conseguiu comemorar nesta sexta-feira a venda de 3.046 cabeças de gado apreendidas em junho na Operação Boi Pirata. Apesar dos bois terem sido arrematados pelo lance mínimo (R$ 1,3 milhão), com deságio de 60% em relação ao preço do primeiro leilão, Minc disse que o governo tem como objetivo combater as criações ilegais na região da Amazônia Legal e não lucrar com os boizinhos. Segundo ele, além da venda dos 3.046 bois, outros 35 mil deixaram a região da Terra do Meio (PA), onde as cabeças leiloadas foram apreendidas e outros 20 mil bois foram retirados de unidades de conservação na região Norte.

Foram necessários cinco leilões para conseguir vender os bois piratas. O governo ainda estima gastar R$ 400 mil para transportar o gado da reserva da Terra do Meio (PA) para um município vizinho, o que na prática reduz o lu
cro do leilão para R$ 900 mil, sem contar claro, o custo para manter o gado no pasto nesse período, pois até seguranças da Polícia Federal foram utilizados.

Com relação à liberação do plantio de cana-de-açúcar na região do Pantanal, o ministro agora nega que o governo esteja disposto a autorizar, e disse: "Por que escolher no Pantanal, que a gente tem que preservar com unhas e dentes? E mais: se a gente agredir a Amazônia ou o Pantanal com cana, lá fora os protecionistas vão usar este argumento para criar barreira ao álcool brasileiro. A gente quer o etanol verde que não destrua nenhum bioma brasileiro".

Como muda rapidamente de idéia o ministro! O que não é novidade. Uma hora ele diz que não, jura de pés juntos, e outra diz que sim. Lembram por ocasião do convite para assumir o ministério? Mesmo assim demorou para entender que a região do Pantanal (como a Amazônia) não é propícia para o plantio de cana! Vamos ver se não muda de idéia de novo.