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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Social – Não temos muito o que comemorar


Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil. Mas, infelizmente hoje, 13 de maio de 2009, não temos muito o que comemorar. A escravidão, apesar dos esforços do governo nos últimos anos (não sei se tímidos ou covardes), ainda é uma realidade. A exploração da mão-de-obra por parte daqueles que ainda insistem em conservar os costumes mais imorais dos primórdios da “civilização” e desse país, e a escravidão certamente é o mais vergonhoso que a humanidade pode presenciar, faz parte do nosso dia-a-dia. Parece que é um vírus ou um gene que eles trazem no sangue e insistem em perpetuar. O pior de tudo é que essa classe, esse cancro que insiste em molestar o país, tem inúmeros representantes nas câmaras e governos municipais, estaduais e federal e na iniciativa privada. A maior parte dela é responsável pelos maiores escândalos financeiros e políticos dos últimos tempos. Continuam a todo custo tentando manter o poder para esconder suas ações nefastas atrás de cargos, aparências e benesses. Representam o que é de mais pernicioso na sociedade brasileira. O cancro, essa minoria nociva, se espalhou por todo canto do país, procurando garantir o domínio sobre as classes menos favorecidas. Como a escravidão, eles ainda existem e conseguem ser mantidos pela maioria da população, que por incrível que pareça, se encontra cada vez mais pacífica. A história é sempre a mesma: os miseráveis alimentando o império.


Mascarada ou escancarada, a escravidão está presente desde as áreas mais desenvolvidas do país às áreas mais remotas e carentes de fiscalização do trabalho. Diariamente vemos casos nos meios de comunicação sobre trabalho forçado, privação da liberdade, maus tratos, exploração e abuso do poder político e econômico cometidos por esses herdeiros do poder feudal. É a escravidão nua e crua a desmoralizar a Nação.

Não bastasse isso, ela continua a agir sobre os descendentes negros, visto que estes representam o maior contingente da população que sofre com a miséria, a carência de recursos financeiros e de infraestrutura. Até os dias de hoje, os negros e seus descendentes, continuam sendo sacrificados, tendo que morar em favelas, subempregados, sem transporte digno, se sujeitando aos serviços de saúde e educação públicos da pior qualidade, sofrendo do preconceito racial, dentre outras mazelas. A escravidão está nas nossas barbas.

E, para esse dia que seria extremamente importante estarmos comemorando a extinção desse mal, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anuncia um novo estudo sobre os padrões do trabalho forçado em todo o mundo, o qual destaca que “o custo de oportunidade” derivado da coerção aos trabalhadores afetados pela escravidão contemporânea supera 20 bilhões de dólares por ano, o que representa um poderoso argumento econômico, bem como um imperativo moral, para que os governos confiram maior prioridade ao tema.

O relatório, intitulado “O Custo da Coerção”, também detalha o número crescente de práticas antiéticas, fraudulentas e criminosas que podem levar as pessoas a situações de trabalho forçado e faz um apelo em busca de um maior esforço para erradicar estas práticas. Acrescenta ainda que, na conjuntura atual, os que mais sofrem são os mais vulneráveis (o que não é novidade para ninguém). Nesses tempos, é ainda mais necessário evitar que os ajustes não ameacem as salvaguardas conquistadas a duras penas para impedir que os trabalhadores, ao longo das cadeias produtivas, sejam submetidos ao trabalho forçado ou ao abuso representado pelo tráfico de pessoas.

A maior parte do trabalho forçado ainda é encontrada nos países em desenvolvimento, frequentemente na economia informal e em regiões isoladas, com pouca infraestrutura, sem fiscalização do trabalho e aplicação da lei. O relatório anterior da OIT sobre trabalho forçado, publicado em 2005, mostrou que cerca de 12,3 milhões de pessoas no mundo inteiro foram de alguma forma vítimas de trabalho forçado ou servidão. Destes, 9,8 milhões são explorados por agentes privados, incluindo mais de 2,4 milhões em trabalho forçado como resultado do tráfico de seres humanos.

Não dá para comemorar.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Árvore do mês - CARRAPETA (Guarea guidonia)


Ocorrência – da Costa Rica e Panamá até ao Paraguai e Argentina. Ocorre nas matas de quase todo o Brasil, sendo abundante na Amazônia, até ao Rio de Janeiro.
Outros nomes – marinheiro, camboatã, carrapeta-verdadeira, açafroa, bilreiro, canjerana miúda, cedrão, cedro branco, cedrorana, macuqueiro, jitó, guaré, jata[ubá, pau bala, jataúba branca, pau de sabão, taúva, peloteira.
Características – atinge de 25 a 30 m de altura e 1 m de diâmetro de tronco. Ramos jovens densamente ou esparsamente pubescentes, tornando-se glabros depois de velhos, casca de coloração acastanhada e lenticelas pálidas. A sua folhagem é densa. Folhas compostas, de 30 a 40 cm de comprimento, com 6 a 10 pares de folíolos, opostos, elípticos, oblongos ou lanceolados, ápice atenuado ou acuminado base aguda, cartáceos ou suboriáceos glabros. As flores são brancas, pequeninas, perfumadas, dispondo-se em panículas pilosas em forma de pirâmide. Os frutos são cápsulas globosas, amareladas, pequenas, com 2 a 4 lojas cada uma com uma semente avermelhada envolta por arilo da mesma coloração com sementes avermelhadas. Um Kg de sementes contém aproximadamente 2.600 unidades.
Habitat – matas de galeria
Propagação – sementes
Madeira – moderadamente pesada, dura, resistente, elástica, aromática, de grande durabilidade mesmo quando em contato com o solo e a umidade.
Utilidade – a casca é utilizada para fins medicinais, tendo propriedades vermífugas, febrífugas, laxantes e adstringentes, no tratamento de dores e tensão no globo ocular e conjuntivite. As cascas e raízes são usadas para provocarem vômitos, também possui ação sobre o útero e são utilizadas para estimular a menstruação. A sua madeira, branca, é muito valorizada. É própria para construção civil e naval, carpintaria, obras internas, para confecção de vagões e carrocerias, caixotaria, forros, caixilhos de portas e janelas, etc. A árvore além de ornamental proporciona ótima sombra, podendo ser empregada no paisagismo rural e urbano. Suas folhas são consideradas tóxicas para o gado. Os frutos são avidamente procurados por espécies da fauna, que também contribuem para a sua disseminação, tornando a planta útil para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente.
Florescimento – dezembro a abril
Frutificação - junho a dezembro (Fonte: Vivaterra)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Trabalho escravo – 4ª Mentira: “A lei não explica detalhadamente o que é trabalho escravo. Com isso, o empresário não sabe o que é proibido fazer”


Verdade: O artigo 149 do Código Penal (que trata do crime do trabalho escravo) existe desde o início do século passado. A legislação trabalhista aplicada no meio rural é da década de 70 (Lei n.º 5.889). Portanto, tanto a existência do crime como a obrigação de garantir os direitos trabalhistas não são coisas novas. Os proprietários rurais que costumeiramente exploram o trabalho escravo, na maioria das vezes, são pessoas instruídas que vivem nos grandes centros urbanos do país, possuindo excelente assessoria contábil e jurídica para suas fazendas e empresas.

Além disso, uma série de acordos e convenções internacionais tratam da escravidão contemporânea. Por exemplo, as convenções internacionais de 1926 e a de 1956, que proíbem a servidão por dívida, entraram em vigor no Brasil em 1966. Essas convenções estão incorporadas à legislação nacional.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e 105, de 1957. Há também a declaração de Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento, de 1998.

De acordo com o Relatório Global da OIT de 2001, as diversas modalidades de trabalho forçado no mundo têm sempre em comum duas características: o uso da coação e a negação da liberdade. No Brasil, o trabalho escravo resulta da soma do trabalho degradante com a privação de liberdade. O trabalhador fica preso a uma dívida, tem seus documentos retidos, é levado a um local isolado geograficamente que impede o seu retorno para casa ou não pode sair de lá, impedido por seguranças armados. A Organização utiliza, no Brasil, o termo “trabalho escravo” em seus documentos.

Como se vê, o conceito de trabalho escravo é universal e o conceito legal é mais do que claro. Todo mundo sabe o que é escravidão.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Biocombustível - Pesquisa da UFRJ quer transformar algas em combustível


As algas são as maiores produtoras de oxigênio do planeta. Ajudam a limpar as águas, por se alimentarem de matéria orgânica, esgoto.

A Kappaphycus alvarezii já é conhecida e explorada há anos em diferentes pontos do mundo, especialmente na Ásia, sua região de origem. Dela se extrai uma geléia, a carragena, que é utilizada em vários produtos: pasta de dente, presunto, shampoo e sorvete. Mas no Brasil é que se revelou a possibilidade de delas extrair-se álcool combustível. É o que pretende uma pesquisa do professor Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio (UFRJ), que já dura 2 anos.

No Brasil, até agora, só houve autorização de plantio entre a Baía de Sepetiba, no Rio, e Ilhabela, em São Paulo. O cultivo é fácil e rápido. Em 45 dias, a alga está no ponto da colheita, feita de forma manual, recolhendo-se a rede que as mantêm na superfície.


Depois de passar por um processo simples de secagem, a alga é levada para o laboratório da universidade onde sofre uma lavagem para reidratação e retirada de sais. A fervura desse material é a próxima etapa, adicionando ácidos para "quebrar" a carragena, transformando-a em um líquido. Depois, nova mistura, agora com leveduras, células que fermentam e produzem álcool a partir de moléculas de açúcar. Após 26 minutos, na estufa a 30º C, a quantidade de gás no tubo mostra que houve uma fermentação perfeita. Havendo gás na parte de cima, significa que o líquido tem uma mistura de água e etanol. Para ser utilizada como biocombustível, a mistura precisa ser destilada.

Segundo o professor Maulori, se tudo der certo, em 2013 o projeto sai do papel. Ainda é preciso aumentar a produção de algas, melhorar as técnicas, investir em novas pesquisas. Só assim, teremos a que está sendo considerada, a terceira geração do álcool combustível.

Ainda falta muito para isso se tornar realidade. Mas, segundo os pesquisadores, existem vantagens de se retirar álcool de alga, se comparado com o de cana: é possível uma produção bem maior na mesma área plantada e não ocupa terra, solo. Não é preciso usar água doce para irrigar. E ainda: a cana tem que ser colhida e moída rapidamente. Já a alga, depois de seca pode ser estocada, servindo para regular a safra.

Excelente alternativa econômica para os pescadores artesanais da região liberada para cultivo, como já vem sendo feito por uma empresa nas águas de Itacuruçá. Mais uma vez, está faltando agilidade do poder público para fomentar a aqüicultura, atividade que contribui para fixar o homem em sua região de origem, gerar renda, conservar o meio ambiente e combater a pesca predatória, principalmente na Baía de Sepetiba. Vê-se agilidade para destruir, para incentivar a instalação de mega e delirantes projetos portuários e industriais. Isso sim, tem apoio imediato das prefeituras e dos governos federal e estadual. A baía vai sendo destruída e o pescador artesanal, que poderia estar integrado a projetos de ecoturismo, hoje é uma espécie em extinção.

Nuclear - 54% das instalações radioativas brasileiras não têm controle


A auditoria dos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), após 4 meses, resultou num relatório sobre a segurança do programa nuclear brasileiro que aponta falhas preocupantes. Segundo os técnicos, 54% das instalações que contêm equipamentos radioativos, como hospitais e fábricas, funcionam de forma irregular, sem autorização para operar. Resumindo: sem qualquer controle.

Dos equipamentos usados em radioterapia de pacientes com câncer, 14% estão sem licença e 45% das unidades não são fiscalizadas. O documento faz críticas ao plano de emergência das usinas de Angra dos Reis e acusa a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que comanda o programa nuclear, de permitir que mais da metade das instalações radioativas do país funcione de forma irregular.

Após a divulgação do relatório, a Câmara dos Deputados se manifestou, informando que a Comissão de Meio Ambiente irá investigar as falhas de segurança no programa nuclear brasileiro apontadas pela auditoria do TCU.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, e os dirigentes da Eletronuclear, empresa que opera as usinas de Angra dos Reis, serão convocados para explicar problemas como a falta de licenças para o funcionamento de 54% das instalações radioativas em atividade em fábricas e hospitais espalhados pelo país. Segundo o Deputado Federal Fernando Gabeira, o relatório mostra que o Brasil não está imune a um novo acidente como o do césio-137, que matou quatro pessoas em Goiânia, em 1987.

Além da baderna que se instalou no país pela inoperância e irresponsabilidade do Poder Público, deixando funcionar esses estabelecimentos clandestinos, não devemos nos esquecer que o próprio relatório critica o plano de emergência das usinas de Angra dos Reis, alerta constante de ambientalistas e matéria corriqueira aqui no blog. O Brasil não está imune somente a acidentes como o de Goiânia. Está sujeito a todo tipo de acidente nuclear, inclusive e principalmente, os que podem ocorrer nas termonucleares de Angra dos Reis. É irresponsabilidade por toda parte nesse país. E eles já decidiram construir Angra 3 e mais 50 usinas atômicas espalhadas pelo país. E todos continuam soltos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Poluição - Carbono do desmatamento colocaria o Brasil entre os maiores poluidores do mundo


As emissões de carbono provenientes do desmatamento são significativas e colocariam o Brasil, caso fossem contabilizadas, na 4ª ou 5ª posição entre os maiories emissores de carbono do Mundo. Por causa disso, segundo especialistas do mercado de carbono, os países industrializados deverão exercer forte pressão para incluir os projetos de conservação florestal no novo acordo que deverá substituir o Protocolo de Kyoto, a partir de 2012, o que prevê que o país deverá sofrer uma pressão muito grande nas próximas negociações.

A nações industrializadas procurarão incluir esse tipo de projeto no protocolo mais preocupadas com a nossa floresta, ainda com grandes áreas preservadas, pois as suas (florestas) quase não existem atualmente.

O governo brasileiro é contra a inclusão dos projetos de conservação florestal no acordo, por uma questão de soberania nacional, por receio de algum tipo de moção anti-desenvolvimentista, conservacionista, imposta ao país.

Nenhum país pode, atualmente, incluir projetos de conservação florestal no Protocolo de Kyoto como projetos de redução de emissões de gases poluentes, o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O protocolo permite apenas duas modalidades de projetos de MDL na área florestal: reflorestamento de áreas degradadas ou aflorestamento, ou seja, o plantio em áreas que nunca tiveram árvores. Conservação florestal, ou desmatamento evitável, não é elegível como projeto de MDL.

Os projetos que não são aceitos pelo Protocolo de Kyoto são aceitos pelo mercado voluntário, que funciona em paralelo ao mercado regulado, e é movido pelas iniciativas de empresas que têm medidas voluntárias de redução de emissão.

O novo tratado climático que substituirá o Protocolo de Kyoto deve ser concluído até dezembro próximo, na reunião da Organização das Nações Unidas, programada para ocorrer em Copenhague, na Dinamarca.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Árvore do mês - CASTANHEIRA DO PARÁ (Bertholletia excelsa)


Ocorrência – região Amazônica
Outros nomes – castanha, castanha do brasil, amendoeira da América, castanha mansa
Características – árvore de grande porte (talvez a maior do Brasil), podendo atingir 60 m, sendo 30 a 50 m a altura mais comum. Semidecídua, perdendo parcialmente as folhas durante o período seco. É planta social, ocorrendo em determinados locais em grande freqüência e formando os chamados “castanhais”, porém sempre em associação com outras espécies de grande porte. Tronco retilíneo e perfeitamente cilíndrico, de 100 a 180 cm de diâmetro, revestido por uma casca grossa e sulcada longitudinalmente. Folhas simples, coriáceas, de margens onduladas, de 25 a 35 cm de comprimento. Flores perfumadas, grandes, de cor amarela, reunidas em racemos paniculados terminais. Os frutos são cápsulas globosas, lenhosas e totalmente fechadas, de cerca de 10 cm de diâmetro e pesando de 0,5 a 1,5 kg e recebe o nome de “ouriço”. Contém em seu interior 15-24 sementes, que são as famosas “castanhas do Pará”. Sua casca é muito resistente e requer grande esforço para ser extraída manualmente. Um kg de sementes contém cerca de 70 unidades. As sementes são de forma angulosa, com tegumento córneo tendo no seu interior a amêndoa, de grande utilidade e alto valor econômico.
Habitat – Floresta Amazônica, mata alta de terra firme onde o solo é geralmente pedregoso e bem drenado.
Propagação – sementes
Madeira – madeira moderadamente pesada (densidade 0,75 g/cm3), de boa resistência ao ataque de organismos xilófagos.
Utilidade – fruto com alto teor calórico e protéico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres. A castanha com casca é altamente consumida pela população local in natura, torrada, ou na forma de farinhas, doces e sorvetes. As castanhas são muito apreciadas para consumo em todo o mundo e constituem um dos principais produtos de exportação da Amazônia. Seu valor biológico é grande para fins alimentícios, pois a amêndoa desidratada possui em torno de 17% de proteína – cerca de cinco vezes o conteúdo protéico do leite bovino in natura. Fator importante, também, é que a proteína da castanha possui os aminoácidos essenciais ao ser humano. O teor de gordura da amêndoa desidratada é extremamente alto, em torno de 67%. Os “ouriços” são utilizados como combustível ou na confecção de objetos. Da amêndoa extrai-se também o óleo e do resíduo da extração do óleo obtém-se torta ou farelo usada como misturas em farinhas ou rações. O “leite” de castanha, é de grande valor na culinária regional. Atualmente já é cultivada em outras regiões, contudo sua grande produção no país provém do extrativismo. Sua madeira foi muito usada em construção civil interna leve, tábuas par assoalho e paredes, painéis decorativos, forros e lambris, para confecção de compensados e embalagens. Os principais consumidores de castanha-do-brasil estão nos Estados Unidos e Europa-Reino Unido, Alemanha e Itália, principalmente. O mercado doméstico é um percentual muito pequeno do mercado consumidor total influenciado pelos preços internacionais e níveis de renda local. No que se refere à produção de frutos, a castanha-do-brasil tem importância social muito grande na região amazônica, já que a quase totalidade da produção é exportada, principalmente para Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. A castanha-do-brasil é excelente opção para o reflorestamento de áreas degradadas de pastagens ou de cultivos anuais, ao lado de outras espécies florestais.
Florescimento – novembro a fevereiro
Frutificação – dezembro a março
Ameaças - hoje em dia, a exploração de exemplares nativos é proibida pelo Decreto n° 1282, de 19/10/1994 que não impede seu plantio com a finalidade de reflorestamento (plantios puros e sistemas consorciados). (Fonte: Vivaterra)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Economia - Brasil gasta mais com "spread" do que com saúde e educação


Em 2008, o Brasil pagou R$ 134,5 bilhões em "spread" bancário (diferença entre a taxa paga pelo banco e a que é aplicada em empréstimos e consumidores) --valor que corresponde a quase quatro vezes o orçamento do Ministério da Educação ou duas vezes e meia o do Ministério da Saúde.

As pessoas físicas contribuíram com R$ 85,4 bilhões desse total, e as empresas, com R$ 49,1 bilhões, de acordo com um estudo realizado pela Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

O "spread" no país, que é o mais alto do mundo, subiu com o agravamento da crise e com a apreensão em relação a um possível calote aos bancos, e resiste a cair, mesmo com os cortes da taxa básica de juros realizados pelo Banco Central.

Resumindo: esse país continua sendo o paraíso para os banqueiros e especuladores (será redundância?). Nunca antes na história desse país, esses exploradores ganharam tanto dinheiro como ganham hoje.

Educação ambiental - 1/3 dos alunos brasileiros são reprovados


Um estudo divulgado na última terça-feira (31) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), concluiu que mais de um terço dos alunos brasileiros têm nível mínimo de conhecimento sobre questões ambientais. Entre 57 nações comparadas, somente três, Catar, Quirguistão e Azerbaijão, obtiveram resultados piores que os do Brasil.

O Pisa, exame internacional que compara o desempenho de jovens de 15 anos em leitura, matemática e ciências, é realizado de três em três anos e organizado pela OCDE. O último exame, aplicado em 2006, teve como foco principal o aprendizado de ciências. O estudo mais recente selecionou, dessa prova, apenas as questões relacionadas à preservação do ambiente, como consequências do aquecimento global, poluição, fontes de energia alternativas, entre outras.

No Brasil, 37% dos estudantes ficaram abaixo do nível mais baixo de conhecimento sobre essas questões e apenas 5% ficaram na escala máxima. A Finlândia, país com melhor desempenho, teve 6% dos estudantes abaixo do menor nível e 25% no maior.

A média dos países da OCDE (entidade que reúne principalmente as nações desenvolvidas da Europa, América do Norte e Ásia) é de 16% dos estudantes abaixo do menor nível da escala e 19% no topo. O estudo destaca a importância de preparar os jovens em conhecimentos para lidar com os desafios ambientais.

Uma constatação positiva do trabalho é que a maioria dos estudantes em quase todos os países e níveis de renda, inclusive no Brasil, se mostraram preocupados e conscientes de que é preciso agir. Para 97% dos jovens brasileiros, por exemplo, a poluição do ar é um tema que exige séria preocupação da sociedade. Só 21% deles se mostraram otimistas com relação à possibilidade de melhoria nos próximos 20 anos, caso nada seja feito.

O desafio, segundo o relatório, é dar aos alunos conhecimentos e habilidades para entenderem melhor as questões ambientais. Os estudantes falam muito sobre ambiente, mas sabem pouco a respeito. É preciso investir mais na formação de professores, uma das principais características dos países bem avaliados, como a Finlândia. Malformado e sem segurança para trabalhar questões complexas e que envolvem o conhecimento interdisciplinar, a tendência é esse profissional adotar a lei do menor esforço e priorizar o discurso político, sem se aprofundar no conhecimento.

Do jeito que se rouba e se concentra renda nesse país, está cada vez mais difícil de acreditar que esse quadro possa melhorar.

terça-feira, 24 de março de 2009

Recursos hídricos - Bairro nobre de Brasília é recordista mundial de desperdício


O recorde de desperdício de água por habitante no mundo pertence ao Brasil. Ele foi detectado no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, conhecido como bairro dos ministros, onde o gasto médio diário por pessoa é de mil litros. Enquanto isso, em países da África, como a Namíbia, por exemplo, as pessoas têm menos de um litro de água por dia. O consumo diário médio de água por pessoa nos grandes centros urbanos brasileiros oscila entre 250 a 400 litros do recurso natural. O volume é mais que o dobro do considerado ideal pela Organização das Nações Unidas (ONU) fixado em 110 litros/dia.

Somente cinco países no mundo apresentam um nível de consumo de água per capita previsto pela ONU: Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Hungria e Portugal. Os resultados alcançados por esses países se devem à conjugação de tecnologia com informação, educação ambiental e reeducação da população adulta, caminho que também deve ser seguido pelo Brasil para reverter o alto nível de desperdício de água.

Segundo o engenheiro Paulo Costa, Diretor Comercial da consultoria paulista H2C, especialista em programas de racionalização do uso de água, é urgente que os brasileiros adotem uma nova postura diante do consumo de água. Infelizmente, é preocupação geral da sociedade e dos governos a ampliação da produção de água, em vez de buscar reduzir o consumo. O volume de água disponível em 1950 é o mesmo que temos hoje, mas temos alguns bilhões a mais de seres humanos. Sem controlar a demanda, o trabalho que as concessionárias de água e a população vêm fazendo é de apressar o término dos estoques. A água é a mesma, precisamos é controlar a forma como usá-la. Dados da ONU apontam que mais de 4 bilhões de pessoas vão ter problemas com escassez de água em 2050. Existe tecnologia de sobra no Brasil para gerir a demanda da água, que é um bem finito, não renovável e tem um custo elevado de tratamento.

A conjugação de tecnologia e educação ambiental pode levar condomínios residenciais a terem 30% a 40% de economia por mês em seus gastos com água. Já nos condomínios comerciais, empresas e indústrias, a redução do gasto mensal com água pode chegar a 60%.

domingo, 22 de março de 2009

Água - Único rio limpo de São Paulo ameaçado pelo lançamento de esgoto


O distrito de Marsilac, extremo sul do município de São Paulo, com 15 mil moradores, apresenta o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital e nível de mortalidade infantil superior à média do Nordeste.

Como a maioria da população utiliza valas negras para despejar o esgoto, há risco de contaminação por doenças graves, como hepatite, cóler
a e tifo. A falta de saneamento coloca em risco vidas e também o único rio livre de poluição que corta São Paulo, o Rio Capivari.

A região é de extrema importância ambiental, pois além de abrigar o único rio sem poluição que corta Marsilac, abriga vários cursos d’água intactos que nascem na Serra do Mar e abastecem o Sistema Guarapiranga, que fornece cerca de 30% da água consumida em São Paulo.

O drama da população de Marsilac é exemplar para se entender o que acontece com o saneamento básico no Brasil. O Índice de Desempenho Ambiental, levantamento feito pelas Universidades de Yale e Columbia que mede a performance ambiental de 132 países, listou o Brasil em 34º no
ranking, com 82,7 pontos de média. Não muito atrás de países como Dinamarca (84) e Espanha (83,1). Mas no quesito Adequação Sanitária o país faz feio. No levantamento de 2008 teve nota 70,8. Na comparação das Américas, ficou atrás de países como Guatemala, Paraguai, Jamaica e República Dominicana. Mesmo São Paulo, que tem IDH de país europeu, tem seu lado africano.

Hoje, 97% dos municípios brasileiros dispõem de água tratada em 70% das residências ou mais, só que apenas um terço do esgoto é recolhido, e apenas 30% desse esgoto coletado é tratado. Esse é o maior fator de poluição de águas no Brasil.

Nesse cenário, não é apenas o morador pobre, da zona rural ou de comunidades irregulares que sai prejudicado. O número de pessoas morando em cidades no Brasil corresponde a 82,7% da população. Desse total, 56% é atendido pela rede coletora de esgoto. O resto é obrigado a despejar esgoto in natura em córregos, rios ou praias. É o caso dos condomínios da Barra da Tijuca ou do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro por exemplo. Os imóveis desses bairros, que ostentam construções de alto padrão, não dispõem de rede coletora. O esgoto produzido por eles é jogado na praia ou em fossas sépticas, cujo transbordamento por falta de manutenção traz sérios danos ao ambiente.

Há duas décadas a política no país era afastar o esgoto. Jogava-se no mar, rio abaixo. Hoje, com as cidades crescendo e uma se juntando à outra, a população passa a ver a sujeira e a visão de que saneamento não traz dividendos políticos já não existe. Apesar do cenário mais favorável ao investimento em saneamento, modernizar o setor no país exigirá tempo e dinheiro. Para se ter uma idéia, se começarmos agora, vamos demorar 20 anos e serão necessários R$ 200 bilhões para levar água e esgoto tratado a 100% dos domicílios. Em coleta e tratamento de esgoto, números internacionais mostram que se gasta cerca de R$ 600 por pessoa para montar a infraestrutura. Para tratar e distribuir água potável, o número gira em torno de R$ 200 per capita.

O gasto de R$ 200 bilhões pode parecer alto, mas o custo-benefício é atraente. Cada R$ 1 investido em saneamento, o poder público poupa R$ 8 em gastos na saúde e em alguns casos, a relação pode ser de R$ 1 para R$ 30.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Crime - Todos eles sempre souberam, mas nunca nada fizeram


Está mais do que provado. O povo não precisa de mais nada para tomar uma atitude. Quando falamos em corrupção aqui no blog, sempre associamos com os prejuízos por ela gerados na qualidade de vida da população. Nem sei mais quantos escândalos ocorreram esta semana no país envolvendo a classe política e seus protegidos. Esse das diretorias do Senado só vem a provar que todos são corruptos. Quando eu falo todos, são todos mesmo, dos mais baixos cargos aos mais altos. Todos sabem da corrupção generalizada que assola o país desde suas origens. Tem os corruptos que se fazem de cegos e se calam, os que agem cínica e escancaradamente, os que sabem quem rouba mas também roubam a partir do momento que se calam e continuam a ganhar altos salários e bonificações, enfim, todos os tipos de corruptos dilapidando os recursos do povo e se mantendo às custas de benesses a amigos, apadrinhados, correligionários, todos corruptos também por aceitarem tal situação.

Não é necessário auditoria de FGV ou qualquer outra coisa para definir o que tem de ser feito! História fiada, cinismo, descaramento, falta de vergonha na cara! Sempre as mesmas figuras se passando por pessoas muito sérias e confiáveis, pulando de galho em galho para garantir poder e benesses! Todas elas profundas conhecedoras das falcatruas que correm pelos corredores e gabinetes. Todas participando de tudo há muito tempo. Com ditadura, com democracia, com qualquer outro sistema de governo que venha a ser implantado nesse país. Estamos entregues a bandidos. Alíás, esses caras são mais que bandidos, pois usam a bandeira nacional para esconderem suas maracutaias. Se fosse um país sério teriam todos os seus bens bloqueados e seriam todos fuzilados em praça pública sem direito a julgamento, pois não merecem o tratamento normal que seria dado a um ser humano também normal.

A situação é tão vergonhosa que boa parte da população, muito pelas condições desumanas em que vivem proporcionadas secularmente por esses abutres, também se corrompe, se vende por meia dúzia de tijolos, cestas básicas, bolsa não sei o quê, principalmente em época de eleições. Boa parte do povo aceita a corrupção da forma mais natural possível e continua votando nessa corja. À parte da população que ainda consegue enxergar e entender todo esse processo e não aceita esse estado de coisas, eu pergunto: O que está faltando para expurgarmos esses canalhas e tentarmos definitivamente ter um país mais justo, social e ecologicamente equilibrado? Chega de passividade. A rua nos espera!!! Vamos às ruas!!!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Educação – Como esperar um futuro melhor?


A Prefeitura do Rio de Janeiro aplicou uma prova para os alunos dos 4º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, para tentar medir o quanto aprenderam os alunos da rede municipal e assim, identificar os analfabetos funcionais, os quais serão realfabetizados em turmas separadas com aulas de reforço. Além de aprenderem a ler, simultaneamente, receberão o conteúdo da série em que estão matriculados. Assim, não será preciso repetir o ano.

O analfabeto funcional é aquele que lê, mas não entende, mesmo com a
capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças e textos curtos, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos.

O triste quadro da educação da cidade foi revelado no levantamento preliminar dos resultados do teste de português, realizado no dia 10 de março. O Rio tem, na rede pública municipal de ensino, cerca de 25 mil analfabetos funcionais. Num universo de 210 mil alunos, o número representa cerca 14%. O resultado pode estar relacionado com a aprovação automática, política adotada nos dois últimos anos em todo o ensino fundamental. O resultado completo, com as análises, será divulgado nos próximos dias pela Secretaria Municipal de Educação.

A secretária de Educação, Cláudia Costin, disse que vai fazer uma parceria com a Secretaria municipal de Saúde para avaliar esses alunos. Todos farão testes de acuidade visual e auditiva para saber se algum problema está influenciando o estudo. Claudia Costin já esperava um índice de analfabetos funcionais próximo a 14%, mas afirmou que a taxa já deveria ter sido superada pelo município.

A partir deste ano, haverá provões bimestrais com conteúdo único para todas as escolas. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, esses provões bimestrais - elaborados pelos professores e pela secretaria - vão avaliar se o currículo escolar de cada série está sendo aplicado igualmente em todas as 1.042 unidades da rede. Todos os 720 mil estudantes da rede farão exames de Português e Matemática que apontarão quem vai precisar de aulas d
e reforço em horário extra.

Isso está ocorrendo no segundo maior centro populacional do país. Imagine a situação de outros estados menos favorecidos, nos confins dessa nação. Só para se ter uma idéia, o próprio Ministério da Educação admite que existam 30 milhões de analfabetos funcionais no Brasil. Apesar do crescente acesso da juventude pobre à escola, o país continua marcado pela desigualdade econômica e regional. Os índices de analfabetismo em famílias com renda acima de dez salários mínimos chega a ser 20 vezes menor do que entre quem ganha um salário mínimo.

Os dados mais alarmantes vêm do Norte e Nordeste. O município de Jordão, no Acre, é campeão de analfabetismo no País, com uma taxa de 60,7%. Ou seja, de cada dez moradores, seis não escrevem nem lêem. Dos 5.507 municípios pesquisados, os 20 com as piores taxas são nordestinos ou nortistas. Em todos eles, mais da metade da população é iletrada.

Isso, sem dúvida nenhuma, é resultado da irresponsabilidade dos governos que por aqui passaram, que conviveram e ainda convivem intimamente com a corrupção. É resultado da falta de comprometimento da classe política em parceria com a elite que dominam e exploram cada vez mais a miséria do povo. Como esperar um futuro mais consciente, mais ecológico, mais humano, mais cidadão? Está difícil ser otimista nesse país.

sábado, 14 de março de 2009

Meio ambiente - Brasil é condenado em Tribunal da Água


O Governo brasileiro foi condenado hoje simbolicamente pelo Tribunal da Água, por más práticas relacionadas aos recursos hídricos. O Tribunal da Água teve sua sessão iniciada na última quarta-feira e terminada hoja. Trata-se de uma corte ética organizada pelo Tribunal Latino-americano da Água, uma ONG costarriquenha, e pela Fundação Heinrich Böll, durante o V Fórum Mundial da Água em Istambul, Turquia. O Fórum reúne até 22 de março cerca de 20 mil pessoas entre chefes de Estado e de Governo, representantes de empresas e associações, para discussão de diferentes temas relacionados à água.

O júri, presidido pela artista turca Pelin Batu, era formado pelo ex-procurador brasileiro Alexandre Camanho de Assis, pelo economista David Barkin (México), pela advogada Dilek Kurban (Turquia), pela autora Silke Helfrich (Alemanha) e pelo especialista em sustentabilidade Maurits Groen (Holanda).

O Brasil foi levado ao Tribunal e condenado pela construção de dua
s usinas hidrelétricas com represas de mais de 250 quilômetros quadrados, as usinas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira, um dos principais afluentes do Rio Amazonas. Os membros do júri avaliaram que essas represas poderão prejudicar a vida da população indígena, alterar os ciclos fluviais e a biodiversidade local, lamentando a falta de cuidado do Governo brasileiro.

Se considerassem o problema do saneamento (a falta de saneamento é a principal causadora da poluição de nossos rios e mares, sem contar sua contribuição para o aumento de doenças), certamente o governo seria sentenciado com prisão perpétua.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Política e Meio ambiente - A destruição do país continua a passos largos


Sem postar desde 19 de janeiro por motivo de saúde, finalmente estou de volta. Nesse tempo afastado, constato mais uma vez que eles continuaram e continuam a discutir, a procurar definir quem é ambientalista, quem é ruralista. Continuam discursando, lançando “projetos” que não saem do papel, preocupados em ocupar cada vez mais espaço nos meios de comunicação, na tentativa de garantir seus cargos e ludibriando o povo. Enquanto discutem e fazem politicagem, os recursos naturais do país vão sendo dilapidados. Enquanto articulam manobras no Congresso para ocuparem presidências, mesas diretoras e comissões, garantindo-os poder e benesses, a bandidagem toma conta do país. A roubalheira é generalizada. No Executivo Federal, no Judiciário, no Legislativo, nas Assembléias e Governos Estaduais, nas Câmaras e Prefeituras, nas polícias, os bandidos vêm dominando. Há muito tempo estamos sendo governados por bandidos. Basta ver o que se divulga pelos meios de comunicação diariamente. Na realidade, nenhuma novidade. A política, que deveria ser exercida e representada por pessoas preparadas, nos últimos tempos se transformou em abrigo para marginais e despreparados. Os poucos que restaram com instrução, capacidade de raciocinar, algum preparo e eloquência, na sua maioria atua para defender interesses próprios e muitas vezes escusos. Os realmente sérios podem ser contados nos dedos, sendo tão raros quanto o mico leão dourado. Quem não deu certo em outras áreas, opta pela vida pública. Aliás, está sendo cada vez mais difícil o sucesso em outras áreas. As escolas e faculdades não conseguem mais formar nossos jovens. Tornaram-se fábricas de ignorantes, alienados, despreparados que mal sabem ler e escrever (como é que vão saber votar? Fica difícil cobrar alguma coisa desse pessoal). Muitas parecem botecos e até verdadeiros shoppings. O estudante passa mais tempo fora da sala de aula bebendo, batendo papo, se drogando, do que aprendendo. Outras, ninguém acredita que se trata de uma escola (foto). Está difícil aprender alguma coisa nesse país. Enquanto a bandidagem, a corrupção, as falcatruas, a ganância se espalham como pragas pelos corredores dos poderes e do setor privado (não podemos nos esquecer dessa fatia da sociedade representada pelos poucos abastados, tradicionais exploradores da massa trabalhadora e destruidores das riquezas naturais do país. A elite conservadora fantasiada de progressista, desenvolvimentista, sempre mancomunada com os representantes mais perversos da classe política), a nação vai se exaurindo, nas barbas de um povo apático, enfraquecido, manipulado, muitas vezes parecendo complacente com tudo isso. Um povo que ainda garante a permanência de bandidos nos diversos níveis de governo do país. Nessa situação, vale aquele velho ditado: “Em terra de cego quem tem um olho é rei”. Continua tudo da mesma forma, como esses cínicos e debochados gostam. Continuam manobrando a imensa quantidade de ineptos, isolando e massacrando a minoria que ainda consegue pensar.

Vangloriam-se dos números, das estatísticas. Números que traduzem única e exclusivamente quantidade e não qualidade. Números beneficiados pela razoável (na realidade insustentável) conjuntura mundial recentemente abalada por uma “crise” construída por especuladores e pelo passado de administrações desastrosas (governos que atolaram o país na miséria). O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país continua estacionado, medíocre. Não passa de um índice digno de compaixão. Não houve qualquer melhora significante nos últimos anos. A grande massa continua miserável, fazendo mágica para sobreviver. Continuamos na velha ladainha: ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. Em todo o país verificamos o caos na saúde, as escolas em péssimas condições, o ensino de baixíssima qualidade, profissionais de diversas áreas sendo explorados com salários infames, mão de obra despreparada e escravizada, habitações e sistemas de transportes desumanos, falta de saneamento básico, violência crescente, empresários e banqueiros (sempre combinados com a classe política) ultimamente se aproveitando de uma falsa crise cada vez mais difícil de ser sustentada pela mídia reacionária a qual transparece querer desestabilizar um governo fraco e já desestabilizado (está ficando cada vez mais feio! Abram os olhos comentaristas, especialistas e jornalistas! Chega de enganação!). Descobriram um caminho fácil para tirar dinheiro dos governos (com a conivência dos governos – vê-se que é um fenômeno mundial, não se restringindo somente ao Brasil) e, consequentemente, explorar cada vez mais o povo (pois o dinheiro é do povo). Nunca antes na história desse país (acho que copiei alguém!), os banqueiros ganharam tanto dinheiro.

O governo, que se apresentava como uma esperança de mudança para uma nação que sofre de crise econômica e social permanente (Isso sim é crise. A crise de não ter dinheiro para comer, para educar os filhos, para ter o mínimo de saúde, etc.), fez o serviço direitinho, agradando os poderosos (como eles mesmos gostam de falar: “fez o dever de casa”. Os professores estão batendo palmas!). Hoje é apresentado como exemplo para o mundo. As nações ricas adulam o “grande estadista”. É um fenômeno mundial. O pagamento da dívida (principal e juros aviltantes) está garantido. Os credores internacionais, os verdadeiros exploradores dos povos subdesenvolvidos e destruidores dos recursos naturais, estão tendo os seus lucros garantidos em detrimento da fome, da miséria, da desigualdade que afligem essas populações! “Consumo” é a palavra do momento. O sistema insustentável tem de ser mantido a todo custo. Enquanto isso, bandidos de todos os tipos continuam soltos, bandidos que causaram a tal “crise”, bandidos que continuam discursando, que continuam sendo votados e exaltados pela grande massa país a fora. Roubo, roubo e mais roubo. O tal programa de aceleração é simplesmente vergonhoso, com muitas obras apresentando irregularidades. De acelerado não tem nada. O governo é tão ruim quanto aqueles que por aqui passaram. Difícil hoje encontrarmos um estado ou município sem irregularidades na administração pública. Escândalos são constantes.

Para aqueles que ainda enxergam e pensam, está servindo para mostrar e confirmar que todos são farinha do mesmo saco. De direita, de centro ou de esquerda, as práticas e os vícios são os mesmos, em todos os níveis da administração. Nada muda. O descaramento é generalizado e vergonhoso. Não existe mais respeito por nada. Valores importantes foram totalmente esquecidos pelos que governam e pela maioria dos que são governados. O país está entregue aos “espertalhões”.

O pior de tudo é que não conseguimos ver uma luz no fim do túnel. Não temos uma nova opção de mudança real. Nada. Todos os que se apresentam são os mesmos. Todos os que ocupam os cargos são os mesmos. Passam a vida se revezando, garantindo a todo o custo o poder e beneficiando os oligarcas da sociedade brasileira (os quais garantem as gigantescas verbas de campanhas – o velho ciclo vicioso). Infelizmente, passei mais de 40 dias na cama tentando recuperar a minha saúde e nada de bom ou novo aconteceu. Enquanto não pararem de roubar e enganar, a nação vai sendo destruída. Adeus florestas, rios, mares, fauna, flora, minerais. Adeus brasileiros. Adeus espécie humana. Só nos resta uma saída: suplicarmos para que PAREM DE ROUBAR!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Meio ambiente – O triste retrato da falência dos órgãos ambientais no Brasil


Está circulando na internet o desabafo do Chefe do Parque Nacional da Chapada Diamantina, Analista Ambiental Cezar Neubert Gonçalves, unidade de conservação que no momento está sendo consumida pelo fogo. O texto mostra a situação catastrófica dos órgãos ambientais federais e mostra como é irresponsável a forma como é tratado pelas autoridades o meio ambiente no Brasil. Infelizmente o meio ambiente é bandeira de marketing para políticos de todos os níveis nesse país. Natureza não sai da retórica desses senhores que são sustentados pelo povo e que são votados pelo povo. Recebemos o texto e divulgamos na íntegra a seguir:

”Há momentos na vida em que precisamos fazer balanços e avaliar nossos rumos, para vermos que direção iremos tomar. Hoje, completo 39 anos e dentro de quatro dias completarei seis anos de serviço no IBAMA/ICMBIO. E sou obrigado a concluir que foram seis anos perdidos. Tudo o que fazemos é inútil. Este parque nacional perdeu o sentido de existir. Exagero? Mais de 50.000 ha queimados só dentro do PNCD, fora as áreas ao redor. Toda área do PNCD ao sul de Mucugê foi destruída. Isto significa que provavelmente algumas espécies endêmicas do parque foram extintas. Entre os animais, os pequenos mamíferos vão morrer de fome, pois não há o que eles possam comer. As aves, que estavam nidificando, devem ter perdido suas crias. Esta é uma tragédia sem precedentes. De minha parte, fica a sensação de impotência e de ter trabalhado todo este tempo em vão. Todos os esforços para elaborar o plano de manejo da unidade, todo o esforço para ver se saímos do atoleiro burocrático das questões fundiárias, todos os outros trabalhos, tudo sem sentido. Isto não é vida.

O que causa isto tudo? A verdade é que a gente faz de conta que administra um parque nacional. Ou alguém em seu juízo normal pensa que uma área com 152.000 ha, com mais de 100 famílias morando dentro, cercada por cinco cidades que, de alguma forma, dela se utilizam para atender a suas necessidades, pode ser administrada por cinco analistas ambientais e está tudo bem? Pelo que eu ouvi de um colega de Brasília, decerto sim, pois ele teve o despautério de me dizer que nos EUA as UC federais tem apenas um servidor federal, o resto é estadual ou municipal, ou mesmo particular (umas três mil pessoas). Bem, três mil pessoas é provavelmente muito mais que todo o efetivo da Secretária de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Mas este colega vive realmente em outro mundo, já que queria que participássemos de uma reunião fora daqui e se sentiu ofendido quando dissemos provavelmente não poderíamos mandar ninguém devido a tragédia que enfrentamos.


É esta maldita divisão do IBAMA/ICMBIO? O setor do IBAMA que cuida do combate aos incêndios já não vai mais atuar nas UCs no ano que vem. O setor do ICMBIO que cuida disso conta com três ou quatro pobres coitados que vão ter que rebolar para dar conta dos problemas. E quando chegar outubro do próximo ano? Não vou usar palavras de baixo calão, mas dá vontade. O IBAMA da Bahia não está nem aí para a questão do fogo. E a estrutura do PREVFOGO, vão fazer o que com ela? Formar brigadas municipais na Amazônia, como fizeram este ano. E aí tome chamar os colegas no meio da temporada de incêndio para ministrar cursos em outras partes do País, porque faltam instrutores, como também aconteceu este ano, quando nosso gerente de fogo teve que vir às pressas de Sergipe para onde tinha sido mandado, contra a nossa vontade, para dar apoio a outras UCs. Nada contra apoiar outras UCs, mas no meio da temporada de fogo?


E o Equipamentos para os brigadistas? Fora o problema dos coturnos de má qualidade, que pode acontecer, fica a questão dos voluntários, que até agora não receberam os EPIs. Já mandamos diversas vezes listagens e mais listagens com as relações dos voluntários, mas nada!! E temos 150 caras apagando fogo dentro da UC sem equipamento. No dia em que um deles se machucar feio, quero ver quem vai se responsabilizar. Isto sem falar no tal seguro, que era para vir e até agora nada.


O que ficamos vendo, o tempo inteiro, são nossos superiores imediatos batendo cabeça, atolados em mil coisas a fazer, sufocados no meio da loucura destas instituições falidas. Muitos têm até boa vontade, nem que seja para dizer que, no meio desta desgraça, alguma coisa boa vai acontecer. Duvido. Na verdade, acho que era hora de pensar em acabar com esta falácia e extinguir o PNCD. Podemos criar uma outra coisa no lugar, como uma FLONA. Estou tentando ser pro-ativo e salvar alguma coisa. Com a FLONA, nós poderíamos corrigir uma série de problemas que hoje, com o parque, são impossíveis, como regularizar a extração mineral na área, manter as comunidades, organizar a coleta de sempre-vivas, produzir mudas de espécies nativas, manter e ordenar a visitação, e até fazer o fundo de pasto em áreas de gerais. Não mudaria muito em relação ao que já existe hoje, além de aproveitar muito do trabalho já feito no PNCD, apenas adaptando o plano de manejo e fazendo a regularização fundiária. E para nós, que vivemos aqui, seria uma vida muito mais fácil e feliz.


Ou alguém acha que nós gostamos de ficar, como meus colegas, 10 dias seguidos sem ver filhos e esposas? Vendo seu filho acordar de manhã e dizer "adeus, papai" ao invés de "bom dia"? Isto sem contar com a revolta de brigadistas e outras pessoas da comunidade, que recaem sobre nós. É o caso de um dos lideres de brigada que já lançou manifesto na internet, como sempre atacando pessoalmente os servidores. Coitado! Sempre errando o foco! Não consegue perceber que o problema é mais em cima. Poderia ser quem fosse aqui, qualquer liderança ou chefe, o problema seria igual, porque o problema é estrutural: os órgãos é que são falidos! Além disto, o belo movimento de brigadas voluntárias que temos aqui só existe aqui - e este é seu problema: como vamos conseguir convencer os chefes dos irmãos siameses ICMBIO/IBAMA que isto é importante, se os outros 65 parques nacionais funcionam sem elas? E eles nem conseguem implantar políticas gerais para todas as UCs, quiçá fortalecer e melhorar uma única experiência local. É um desafio conjunto. Mas quando não dá certo, o jeito é bater em quem está mais perto, mesmo que seja peixe pequeno neste mar de tubarões em que vivemos.


No estado de espírito em que estou agora, é provável que eu fosse para qualquer lugar onde quisessem me mandar (menos a Amazônia - se aqui é o inferno, lá é onde mora o diabo - quem trabalha lá sabe). É provável que amanhã eu mude de idéia. Mesmo a vontade de chutar o balde e me demitir também não deve se concretizar - tenho duas filhas em quem pensar e uma esposa que está estudando para concretizarmos um projeto, agora não é hora. Vou levar a vida e fazer o meu trabalho, mesmo sabendo que não serve para nada. Não tem jeito, por enquanto.


Finalmente, preciso deixar claro que tudo o que disse aqui é minha opinião pessoal. Eu vou utilizar os recursos disponíveis no parque, à revelia de meu chefe, para enviar esta correspondência, mas ele não sabe do teor - vai saber, é claro. E minha revolta é grande, mas acho que vou superar. Feliz aniversário, Cezar! Os que estão em casa agora, curtindo seu fim de semana, se puderem, lembrem de mim e de meus colegas. Mas duvido que isto vá acontecer. Amanhã, devo receber umas ligações de superiores dizendo: o que isto, Cezar? Você tem que ser mais político! Bom, venham para cá, no nosso lugar, que nós seremos mais políticos.


Cezar Neubert Gonçalves

Analista Ambiental”


Não vamos nem comentar. Se alguém achar que precisa de comentários, o espaço está aberto como sempre.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Meio ambiente - Brasileiros não confiam nas boas intenções ambientais de empresas


O estudo global “Our Green World” (Nosso Mundo Verde), do grupo TNS, realizado em junho passado junto a 13.128 pessoas de 17 países, inclusive o Brasil, identificou que, para a maioria dos 400 entrevistados brasileiros (52%), as questões ambientais influenciam diretamente a decisão de compra. Além disso, 83% estariam dispostos a pagar mais por produtos e serviços ecologicamente corretos.

A maioria dos latino-americanos realmente acredita no comprometimento das empresas com a “causa verde” e com o meio ambiente. Na Argentina, mais da metade dos entrevistados (52%) demonstraram essa convicção, e no México 42%. No Brasil, 44% dos pesquisados não têm essa certeza. Aqui os consumidores afirmaram que as organizações adotam a prática por questões exclusivamente mercadológicas, ou seja, para vender mais. E apenas 19% apontaram a defesa do meio ambiente como motriz das atividades corporativas.

“Ações de sustentabilidade não podem ser vistas como meros instrumentos de imagem e de marketing, mas sim como ferramentas de gestão que agregam valor aos cotistas e aos consumidores”, diz Lucas Pestalozzi, diretor de Negócios da TNS Brasil. Segundo ele, “adotar o ‘verde’ apenas para aumentar vendas é uma estratégia que não passa despercebida aos olhos dos brasileiros”.
(Fonte: Ambiente Brasil)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Animal do mês - HARPIA (Harpia harpyja)


Características – mais poderosa predadora entre as aves de rapina do mundo, o gavião-real ou harpia é a maior ave de rapina da América do Sul, possuindo porte majestoso e imponente. P ode medir de 50 a 90 cm de altura, cerca de 105 cm de comprimento e possui 2 m de envergadura. O macho pode pesar de 4 a 4,5 Kg e a fêmea de 6 a 9 Kg. Suas asas são largas e redondas, as pernas curtas e grossas e os dedos extremamente fortes com enormes garras. A cabeça é cinza, o papo e a nuca negros. O peito, a barriga e a parte de dentro das asas, brancas. Seus olhos são pequenos. Possui um longo topete, uma crista com duas penas maiores e a cauda com três faixas cinzentas. É a ave de rapina mais forte do Brasil, capaz de levantar um carneiro do chão. A realeza das harpias não se deve apenas à sua aparência imponente - asas, cauda e um colar em torno do pescoço negro, peito branco e cabeça ornada por um cocar cinza e macio, do qual despontam dois conjuntos de penas maiores, semelhantes a "chifres" -, mas principalmente à sua incrível força e ferocidade. Uma harpia adulta carrega um animal de mais de 10 quilos. Suas garras são tão poderosas (a unha chega a medir 7 centímetros) e sua força tão grande, que ela consegue, em pleno vôo, arrancar uma preguiça da árvore. Pode viver até 40 anos.
Habitat – florestas tropicais altas e densas. Na Mata Atlântica a população está em declínio, mas sua maior ocorrência é na Amazônia.
Ocorrência – do México a Bolívia, Argentina e Brasil. Hoje ainda
sobrevive em alguns estados do Nordeste, em Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, e nos estados do Sul.
Hábitos – tem um assobio longo e estridente. Voa alternando rápidas batidas de asas com planei
o. Quando ataca uma presa, torna-se veloz e possante, podendo carregar para uma árvore, mamíferos de médio porte. Avessas a mudanças de hábitat, as harpias costumam se estabelecer em um território de caça de cerca de 100 quilômetros quadrados de extensão.
Alimentação – animais de médio porte como preguiças, macacos, filhotes de veado e caititu, aves como araras e serpentes. A harpia está no topo da cadeia alimentar (não tem outros predadores a não ser o homem).
Reprodução –
reproduzem-se de junho a novembro. O ninho, construído pelo casal em uma das árvores mais altas da área, é perene e refeito a cada período de reprodução, que normalmente ocorr
e de dois em dois anos. Nidificam em árvores altas e de troncos fortes, seu ninho consiste em uma pilha de galhos, a fêmea coloca dois ovos. A incubação dura em torno de 56 a 58 dias, sobrevivendo apenas um filhote, que é alimentado pelos pais até sair do ninho entre 6 e 8 meses. Chega a maturidade somente no quarto ano de vida.
Ameaças – ameaçada de extinção. Atualmente encontra-se praticamente restrita à Floresta Amazônica, devido à caça indiscriminada pelo homem, destruição do habitat e o tráfico de animais. Fonte: Vivaterra

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Árvore do mês - PAU BRASIL (Caesalpinia echinata)


Ocorrência – do Ceará ao Rio de Janeiro. Atualmente sua presença pode ser notada apenas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Outros nomes -
ibirapitanga, orabutã, arabutá, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado, pau-pernambuco.

Características – espécie semidecídua com 8 a 12 m de altura. Consta ter existido no passado exemplares de até 30 m de altura e diâmetro de 50-70 cm. Um exemplar antigo cultivado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro possui 25 m de altura e 60 cm de diâmetro. Seus ramos terminais, folhas e frutos são providos de pequenos espinhos. Folhas compostas duplamente pinadas (bipinadas) com 5 a 6 pares de pinas, cada uma com 6 a 10 pares de folíolos, com 1 a 2 cm de comprimento. Seu tronco é áspero e descamante através de placas de forma irregular, deixando mostrar por baixo uma superfície vermelho-alaranjada que contrasta com o restante da casca de cor cinza. Flores muito perfumadas, de cor amarela, que permanecem na planta por menos de uma semana. Frutos são vagens totalmente recobertas por espinhos que se formam logo após a floração e amadurecem deixando cair espontaneamente as sementes em menos de 50 dias. Um kg de sementes de pau brasil contém aproximadamente 3.600 unidades.
Habitat - floresta pluvial atlântica
Propagação – sementes
Madeira – muito dura, pesada, compacta, de grande resistência mecânica e praticamente incorruptível.
Utilidade – nos tempos coloniais a madeira era muito utilizada na construção civil e naval e para trabalhos de torno, pela coloração vermelho-laranja-vivo. Era também exportada em grande quantidade para extração de um princípio colorante denominado "brasileína" muito usado para tingir tecidos e fabricar tintas de escrever, representando a primeira grande atividade econômica do país. Sua exploração intensa gerou muitas riquezas para o reino e caracterizou um período econômico de nossa história, que estimulou a adoção do nome "Brasil" ao nosso país. Sua madeira, já muito escassa, é empregada atualmente apenas para a confecção de arcos de violino, sendo exportada para vários países exclusivamente para este fim. A árvore, de qualidades ornamentais notáveis e de grande importância histórica para o país, é amplamente cultivada em todo o país com fins paisagísticos.
Florescimento –
setembro a outubro
Frutificação – novembro a janeiro
Fonte: Vivaterra