Madeiras nobres apreendidas apodrecem em depósitos do IBAMA. Os depósitos do IBAMA em Santarém, no Pará, guardam toneladas de madeira retirada ilegalmente da floresta amazônica que estão estragando por não terem um destino determinado pela Justiça. Variedades nobres como jatobá e ipê apodrecem a céu aberto e não têm mais utilidade.
O IBAMA culpa a falta de estrutura do Judiciário pelo desperdício. O juiz federal encarregado de encaminhar a madeira a algum fim se defende dizendo apenas que tem de cuidar sozinho de todos os processos de 39 municípios da região. Ainda assim, consegue, em alguns casos, chegar a um veredicto antes de a madeira apreendida se estragar.
Desde julho, a madeira apreendida que não puder ser guardada em locais adequados deverá ser avaliada e doada pelo próprio IBAMA. Mas isso não se aplica aos lotes apreendidos antes da publicação do decreto que determina essa nova forma de encaminhamento.
Uma fortuna em madeira jogada no lixo. Madeira nobre, que poderia estar sendo utilizada na construção de casas e escolas, está sendo consumida pelos cupins. Isso é o retrato da falência do estado, da incompetência generalizada. Um incompetente jogando a culpa em outro incompetente. Verdadeiro crime contra o meio ambiente e contra uma população carente de recursos e infra-estrutura.