quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Meio ambiente - Estilo de vida do homem extrapola capacidade do planeta


A Terra perdeu, em pouco mais de um quarto de século, quase um terço de sua riqueza biológica e recursos, e no atual ritmo, a humanidade necessitará de dois planetas em 2030 para manter seu estilo de vida. A demanda da população excede em cerca de 30% a capacidade regeneradora da Terra, segundo o Relatório Planeta Vivo 2008 do WWF, divulgado a cada dois anos sobre a situação ambiental dos ecossistemas.

O mundo está lutando atualmente com as conseqüências de ter supervalorizado seus ativos financeiros. Mas uma crise muito mais grave ainda virá: um desastre ecológico causado pela não valorização de nossos recursos ambientais, que são a base de toda a vida e da prosperidade.

Mais de 75% da população mundial vive atualmente em países que são "devedores ecológicos", onde o consumo nacional superou sua capacidade biológica de regeneração. O homem segue alimentando o estilo de vida atual e o crescimento econômico extraindo cada vez mais o capital ecológico de outras partes do mundo. Se as demandas no planeta continuarem crescendo no mesmo ritmo, em meados dos anos 30 necessitaremos do equivalente a dois planetas para manter o estilo de vida atual.

O Índice Planeta Vivo (IPV) caiu quase 30% desde 1970. Isto significa que se reduziram nessa proporção aproximadamente 5 mil povoações naturais de cerca de 1.686 espécies, uma taxa superior a de 25% do relatório de 2006. Estas perdas se devem a fatores como desmatamento, poluição, pesca proibida, impacto de diques e mudança climática.

As atividades humanas utilizaram uma média de 2,7 hectares globais por pessoa, enquanto a capacidade dos sistemas de absorver o impacto só chega a 2,1 hectares em média por pessoa. Os Estados Unidos e a China contam com as maiores demandas. Cada um conta com 21% da capacidade global de absorver o impacto, no entanto os dois países "consomem" uma parte muito maior dos recursos. Assim, cada cidadão dos EUA requer uma média de 9,4 hectares globais, enquanto que os chineses usam uma média de 2,1 hectares. Além disso, oito nações - EUA, Brasil, Rússia, China, Índia, Canadá, Argentina e Austrália - contêm mais da metade dessa capacidade global. No entanto, EUA, China e Índia, devido a suas povoações e hábitos de consumo, são "devedores ecológicos", com demandas superiores às suas capacidades, pois a excedem, respectivamente, 1,8 vezes, 2,3 vezes, e 2,2 vezes.

Estes dados contrastam com os do Congo, com uma capacidade de absorver o impacto de quase 14 hectares globais por pessoa e que só utiliza 0,5 por habitante, mas que enfrenta um futuro de degradação ambiental pelo desmatamento e pelas crescentes demandas de uma população em crescimento e por pressões para exportar seus produtos.

domingo, 26 de outubro de 2008

Tecnologia verde - Notebook de bambu


A empresa de informática Asus, de Taiwan, lança no fim deste mês no Brasil, durante a Futurecom 2008, a linha de notebook "ecológico", com revestimento de bambu. A companhia informa que o produto "é verdadeiramente verde" desde sua concepção, produção e até na sua eventual reciclagem.

O equipamento foi lançado no fim de agosto em Taiwan, mas o mercado de informática aguardava o lançamento do produto há quase um ano. A linha tem duas versões de equipamentos: um com tela 12,1 polegadas com peso de 1,57 kg, e outro com tela de 11,1 polegadas, que pesa 1,25 kg. As duas versões contam com processador Intel Core 2 Duo. A bateria dos notebooks possui tecnologia "Super Hybrid Engine", que melhora o desempenho do sistema em até 23% e tem vida útil entre 35% e 70% superior à
s baterias convencionais.

Quem utiliza o notebook de bambu, sente o material natural ao tocar o touchpad e também na fragrância que o equipamento exala. Por se tratar de uma peça de arte original, cada notebook será peça única, que pode até contar com cores diferentes em cada unidade.

As máquinas deverão chegar ao varejo brasileiro entre o fim deste ano e o início de 2009, mas, por conta da instabilidade da cotação do dólar, a fabricante ainda não definiu os preços. Em um site inglês foi possível encontrar o notebook de bambu por cerca de mil euros (R$ 2.890 na cotação desta sexta-feira - 24).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Árvore do mês - CUTIEIRA (Joannesia princeps)


Ocorrência – do estado do Pará até São Paulo
Outros nomes – anda-assu, indaiaçu, boleira, fruta de arara, fruta de cotia, purga de cavalo, puga dos paulistas
Características – espécie decídua de grande porte com 15 a 20 m de altura, casca cinzenta, ramos jovens com pelos. Folhas alternas, digitadas, de 3 a 5 folíolos, ovados a elíptico, glabros, pecíolos de 6 a 15 cm de comprimento. Flores brancas ou arroxeadas, de 2 a 3 mm. Fruto drupáceo, globoso, de até 20 cm de comprimento. A existência dessa árvore, a forma de disseminação de suas sementes é uma verdadeira aula de ecologia, se não, uma verdadeira poesia para quem aprecia os fenômenos que permitem a continuação da vida. A perpetuação da espécie depende de um pequeno roedor que não passa de 4 kg. Esse roedor é a cutia (Dasyprocta agouti) daí o nome popular dado à árvore. É claro que outros animais muito menores que a cutia, promovem a fertilização através da polinização e se isso não acontecesse grande parte dos vegetais não poderiam se reproduzir na natureza, mas o interessante do trabalho da cutia é a engenhosidade da natureza em promover o seu equilíbrio. O fruto é um coquinho e contém em seu interior entre 1 e 3 castanhas, que para os humanos tem forte efeito laxante se ingeridos. Esse fruto cai da árvore e fica no solo até apodrecer ou ser comido por algum animal. Se o coquinho apodrecer, as castanhas também apodrecerão e não serão capazes de germinar. Se o animal que comer o coquinho for uma paca ou um ouriço caixeiro, por exemplo, o coquinho será comido inteiro ou destruído e não haverá nenhuma chance de germinação. Porém, se o animal for uma cutia o destino será diferente. A cutia, com toda a paciência abre o coquinho e come 1 ou 2 sementes e enterra o que não comeu. Dizem que ela enterra o que não comeu para guardar e comer mais tarde, porém ela esquece aonde foi que enterrou as sementes e então, brota a árvore.
Habitat – floresta pluvial atlântica
Propagação – sementes
Madeira – branco-amarelada, mole, leve, textura grosseira e brilho acetinado.
Utilidade – madeira usada na marcenaria, caixotaria e indústria de palitos, obras internas, tabuado em geral, artefatos de madeira, tamancos, forros, brinquedos, canoas, jangada e peças navais, miolo de painéis, de portas e ainda para chapas de partículas. O óleo das sementes possui emprego medicinal como purgante e energético e, industrialmente substitui o óleo de linhaça para pintura. A árvore é útil para sombreamento em pastagens, porém não para arborização de ruas em virtude do tamanho e peso dos frutos, além da facilidade com que o vento pode quebrar seus galhos.
Florescimento – julho a novembro
Frutificação – março a maio
(Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Meio ambiente - Mundo tem que abandonar obsessão por crescimento


Em plena crise global, com governos e mercados preocupados com uma possível recessão mundial, a revista especializada britânica "New Scientist" foi às bancas nesta semana com uma capa na qual defende que a busca por crescimento econômico está matando o planeta e precisa ser repensada.

Em uma série de entrevistas e artigos de especialistas em desenvolvimento sustentável, a revista pinta um quadro em que todos os esforços para desenvolver combustíveis limpos, reduzir as emissões de carbono e buscar fontes de energia renováveis podem ser inúteis enquanto nosso sistema econômico continuar em busca de crescimento.

“A Ciência nos diz que se for para levarmos a sério as tentativas de salvar o planeta, temos que remodelar nossa economia”, afirma a revista. O grande problema na equação do crescimento econômico está no fato de que, enquanto a economia busca um crescimento infinito, os recursos naturais da Terra são limitados. Os economistas não perceberam um fato simples que para os cientistas é óbvio: o tamanho da Terra é fixo, nem sua massa nem a extensão da superfície variam. O mesmo vale para a energia, água, terra, ar, minerais e outros recursos presentes no planeta. A Terra já não está conseguindo sustentar a economia existente, muito menos uma que continue crescendo.

O fato de o nosso sistema econômico ser baseado na busca do crescimento acima de tudo, faz com que o mundo esteja caminhando para um desastre ecológico e também econômico, dadas as limitações dos recursos. Para evitar este desastre, é preciso mudar o foco do crescimento quantitativo para um qualitativo e impor limites nas taxas de consumo dos recursos naturais da Terra.

Nesta economia de estado sólido, os valores das mercadorias ainda podem aumentar, por exemplo, por causa de inovações tecnológicas ou melhor distribuição. Mas o tamanho físico dessa economia deve ser mantido em um nível que o planeta consiga sustentar.

A revista também traz um artigo que discute o argumento de que o crescimento econômico é necessário para erradicar a pobreza e que quanto mais ricos ficam alguns, a vida dos mais pobres também melhora. É a chamada Teoria do Gotejamento. Este argumento, além de "não ser sincero", sob qualquer avaliação, é "impossível". Durante os anos 1980, para cada US$ 100 adicionados na economia global, cerca de US$ 2,20 eram repassados para aqueles que estavam abaixo da linha de pobreza. Durante a década de 1990, esse valor passou para US$ 0,60. Essa desigualdade significa que para que os pobres se tornem um pouco menos pobres, os ricos tem que ficar muito mais ricos. Isto pode até parecer justo para alguns, mas não é sustentável. A humanidade está indo além da capacidade da biosfera sustentar nossas atividades anuais desde meados dos anos 1980. Em 2008, foi ultrapassada essa capacidade anual em 23 de setembro, cinco dias antes do ano anterior. É impossível que um dia toda a humanidade tenha o padrão de vida dos países desenvolvidos. Seriam necessários pelo menos três planetas Terra para sustentar essas necessidades se todos vivessem nos padrões da Grã-Bretanha. Cinco se vivêssemos como os americanos. A Terra estaria inabitável há muito tempo antes que o crescimento econômico pudesse erradicar a pobreza.

Para que o mundo possa ter uma economia ecologicamente sustentável, é preciso acabar com o preconceito de alguns em relação ao conceito de "redistribuição", o único modo viável de acabar com a pobreza. Foi preciso somente alguns dias para que os governos do Reino Unido e dos EUA abandonassem décadas de doutrinas econômicas para tentar resgatar o sistema financeiro de um colapso. Por que têm que demorar mais para introduzirem um plano para deter o colapso do planeta trazido por uma conduta irresponsável e ainda mais perigosa chamada obsessão pelo crescimento?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Meio ambiente - Poluição mata mais que Aids e trânsito juntos


A poluição já mata mais do que a Aids e o trânsito juntos na cidade de São Paulo. Uma única medida, a redução da liberação de enxofre pelo óleo diesel usado pelos veículos, pode evitar 150 mortes por ano - pouco menos que o número total de vítimas de Aids na cidade de São Paulo, que chegaram a 232 em 2007, por exemplo.

As doenças provocadas pela poluição, que vão de problemas respiratórios a enfartos, causam cerca de 9 mortes por dia na capital paulista. Por ano, são cerca de 3,5 mil óbitos. Na capital, o trânsito causou em todo o ano de 2007, 1.352 mortes de acordo com dados da secretaria municipal de Saúde. Somados, no ano passado, a Aids e o trânsito mataram 1.624 pessoas na cidade.

A região metropolitana de São Paulo gasta por ano US$ 1,5 bilhão para tratar as doenças causadas pela poluição do ar. Os gastos levam em conta custos de internação e tratamento por doenças causadas ou agravadas pela poluição e também a redução de cerca de um ano e meio da expectativa de vida da população economicamente ativa.

A poluição que mais preocupa na capital paulista é a produzida pela frota de mais de 6 milhões de veículos. O Parque do Ibirapuera, por exemplo, um dos poucos lugares destinados ao lazer, é campeão na concentração de ozônio, que faz mal à saúde e ocorre em dias de sol e pouco vento. O ozônio é responsável por problemas respiratórios e ainda por degradar tecidos e danificar plantas. Como outros poluentes, ele se forma a partir de gases liberados pelo escapamento dos carros.

Os veículos a diesel, que representam apenas 10% da frota nacional, são responsáveis por 62% das emissões de material particulado. Boa parte de toda essa sujeira circula pela cidade, já que caminhões pesados de todo o país cruzam São Paulo pelas Marginais Pinheiros e Tietê para chegar ao Porto de Santos ou alcançar rodovias. A cidade ainda não dispõe do Rodoanel completo - anel viário que interligará as estradas e evitará que veículos de carga transitem dentro da cidade. Os veículos a diesel, por estarem sempre em circulação, consomem 50% do total de combustíveis vendidos no país.

O material particulado é um dos mais prejudiciais para a saúde, já que acaba depositado nos alvéolos, a parte do pulmão responsável pelas trocas gasosas, provocando inflamações e outros distúrbios.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Política - IBAMA e INCRA permitiram madeireira em assentamento


Autor da lista que apontou os cem maiores desmatadores do país, o Ibama avalizou a presença de uma madeireira dentro do assentamento do Incra que lidera o polêmico ranking. A Folha de São Paulo teve acesso ao certificado de regularidade emitido pelo instituto à madeireira Mascarello, com sede na agrovila do assentamento Nova Fronteira, em Tabaporã (MT).

Esse documento é um dos papéis obrigatórios usados pela empresa na busca de licenças no órgão ambiental do Estado, a Secretaria do Meio Ambiente. O documento do Ibama identifica a madeireira no endereço do assentamento Nova Fronteira, no norte do Estado, e trata como ativa a sua situação cadastral no órgão federal.

Com esse aval do Ibama, a madeireira obteve as três licenças exigidas pela legislação ambiental para operar: prévia, de instalação e de operação. Todas emitidas em abril e válidas até o mesmo mês de 2011. Nessas licenças, a atividade principal da madeireira é descrita como "serraria com desdobramento de madeira".

Criado em 1997, o assentamento Nova Fronteira, de 65,3 mil hectares e com 963 famílias, teve 49,6 mil hectares desmatados. Por conta disso, o Ibama aplicou uma multa de R$ 50 milhões, mas após a confusão criada com a publicação da lista dos maiores desmatadores pelo Ministério do Meio Ambiente, a tal multa será revertida em ações para a recuperação das áreas degradadas.


Questionado sobre como emitir um documento de situação ativa de uma madeireira fixada dentro de um assentamento, o Ibama não se manifestou. Já a Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso informou que "a madeireira possui essas três licenças por ter cumprido os requisitos para obtê-las". A madeireira apareceu em reportagem do "Fantástico", da Globo. No dia seguinte, o Incra afirmou que servidores notificaram a madeireira e que as atividades foram paralisadas. Representantes do Incra afirmaram que a área jurídica do instituto "está examinando a regularidade dessas atividades econômicas na agrovila, visto que a situação de fato não anula a titularidade da União em toda a área do assentamento".

Pois é. É assim que funciona. Se nada tivesse sido divulgado pela mídia (veja bem: qualquer que seja a mídia – tipo e lado), nada teria sido feito e o desmatamento em assentamentos continuaria sem entraves. Incompetência administrativa e política, inexistência de política agrária eficiente, desconhecimento da realidade e falta de seriedade. Os responsáveis, governamentais e não governamentais, deveriam responder por crimes ambientais.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Meio ambiente - Usinas instaladas na Amazônia contrariam o discurso de Carlos Minc sobre cana-de-açúcar


O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem que a Amazônia e o Pantanal Matogrossense estão fora do zoneamento ecológico e econômico para o plantio da cana-de-açúcar, mas esqueceu de mencionar que, na Amazônia e no Pantanal, já existem usinas de produção de açúcar e etanol de porte expressivo em Presidente Figueiredo (AM), Ulianópolis (PA), Arraias (TO), além de meia dúzia no Mato Grosso.

Enquanto os estudos para a definição das áreas passíveis de plantio para posterior exploração de etanol estão em fase final de elaboração no governo federal, no Acre o “governo da floresta” conduz o processo de licenciamento de instalação da usina Álcool Verde. Faz pouco mais de uma semana que foi realizada a audiência pública de apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da usina.

A Álcool Verde, cujo maior acionista é o Gupo Farias, de Pernambuco, produzirá açúcar e álcool no município de Capixaba, a 77 quilômetros de Rio Branco, na margem esquerda da BR-317, na região sudeste do Acre. O grupo possui seis usinas em funcionamento em Pernambuco, Rio Grando do Norte, Goiás, São Paulo e novos projetos em construção em São Paulo, Goiás.

A empresa resultou da sociedade do governo do Acre, Grupo Farias e empresários locais, para resgatar o antigo projeto Alcobrás, instalado em Capixaba no final da década de 1980. Naquela década, os recursos federais de financiamento da usina foram consumidos por um esquema de corrupção que envolveu empresários e políticos. A Alcobrás jamais produziu sequer uma gota de álcool e acabou sendo hipotecada pelo Banco do Brasil.

Há três anos, o então governador Jorge Viana decidiu usar mais verba pública para comprar a sucata por R$ 2,7 milhões e repassá-la para a iniciativa privada. Fazem parte da composição acionária da Álcool Verde o governo do Acre, como acionista minoritário, e a Companhia Acreana de Participações, cujos acionistas são o Grupo Farias e empresários acreanos.

A usina planeja iniciar suas operações no próximo ano, com uma produção inicial de 389 mil toneladas de cana e ampliar progressivamente sua capacidade até atingir a estabilidade com 2,5 milhões de toneladas, em 2015.

Jorge Viana e os empresários tentaram atropelar a legislação ambiental porque queriam que a empresa começasse a produzir a partir de maio deste ano. O Ministério Público do Acre questionou a improvisada “licença prévia” concedida pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), recomendou o cancelamento da licença de instalação e solicitou a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental.

O documento que fora apresentado ao Imac não atendia minimamente à legislação ambiental. A Álcool Verde suspendeu as atividades de plantio e de reforma da unidade industrial até um posicionamento definitivo do Imac, que começou com a realização de uma audiência pública no dia 27 de setembro.

Agora, uma das diretrizes da usina é utilizar somente terras já desmatadas e ocupadas com pastagens degradadas, de forma a não promover desmatamento ou competir por terras ocupadas com outras culturas.

A usina também se compromete em não utilizar o fogo como método despalhador da cana-de-açúcar para colheita, fomentar a participação de empresários e produtores no empreendimento e desenvolver parcerias e contratos de arrendamento com produtores locais para a produção.

A área do terreno da usina é de 66 hectares, mas quase todos os pecuaristas do entorno estão substituindo suas pastagens degradas pelo plantio de cana-de-açúcar. A capacidade de processamento anual da usina é estimada em cerca de 400 mil toneladas. O parque fabril está orientado para a produção de álcool carburante.

A empresa tem a expectativa de realizar a primeira moagem no segundo trimestre de 2009, com um processamento previsto de 389 mil toneladas de cana e uma produção de 30 milhões de de litros de álcool hidratado.

Os empresários projetam que a Álcool Verde, em 2015, estará processando 2,5 milhões de sacas de açúcar, 90,8 milhões de litros de álcool anidro e 38,9 milhões de litros de álcool hidratado. Projetam, ainda, a produção e comercialização de um excedente de energia elétrica da ordem de 200.000 MWh. Mais de R$ 23 milhões já foram investidos no empreendimento.

A aparente disposição do governo de proibir o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal não terá impacto no Acre. A restrição, que vai fazer parte do novo zoneamento agrícola para disciplinar a cadeia produtiva de álcool, desde o cultivo da cana até a instalação de usinas, paralelamente concede incentivos fiscais aos produtores que derem preferência ao plantio de cana em áreas de pastagem degradadas.

Derrubar a floresta para plantar capim e criar gado continua permitido na Amazônia e no Acre em particular. As usinas de etanol necessitam desse cenário para se instalar, especialmente porque as áreas são destocadas pela pecuária.

Além disso, a proibição pretendida pelo governo não terá caráter retroativo. As usinas já instaladas na Amazônia e no Pantanal, como as do Acre e do Mato Grosso, vão permanecer e até serão incentivadas porque plantam cana em áreas de pastagem.

Até o final do ano, quando o projeto da usina for licenciado, o presidente Lula e o ministro Minc poderão dizer em suas palestras pelo mundo que a cana está longe da Amazônia. Lula, particularmente, a partir das licenças de instalação e de operação, poderá anunciar que seus companheiros petistas do “governo da floresta”, em pleno bioma amazônico, estão desenvolvendo um “projeto extraordinário, nunca antes visto na história deste país”. (Transcrito do Blog da Amazônia)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Política – Minc, o ministro ioio


Depois de fazer diversas reuniões com parlamentares da bancada ruralista, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, entrega nesta quinta-feira à Casa Civil uma proposta que afrouxa as punições contra desmatadores. Pressionado, ele aceitou alterar ou revogar artigos do decreto que assinou no fim de julho, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para endurecer a Lei de Crimes Ambientais.
O anúncio de Minc foi feito em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

Sem divulgar a íntegra das mudanças, Minc disse ter aceitado "mais que a metade" dos pedidos dos ruralistas. Ele decidiu abrir prazo de um ano para que os agricultores se enquadrem às novas regras e concordou em rever os critérios do embargo econômico, apontado como a arma mais eficaz para deter as motosserras. Agora, a medida valerá apenas para a área desmatada, e não para toda a propriedade em que o Ibama flagrar o crime ambiental.

Minc afirmou ainda, que a área autorizada para plantio de cana-de-açúcar será ampliada em 7 milhões de hectares e que a Amazônia e o Pantanal Matogrossense estão fora do zoneamento ecológico e econômico para o plantio da cana.

- Não haverá novas usinas de cana na Amazônia nem no Pantanal - disse ele, acrescentando que os estudos para a definição das áreas passíveis de plantio para posterior exploração de etanol estão em fase final de elaboração.

O ministro ioio uma hora fala uma coisa, logo depois fala outra. Todos já conhecem a forma de atuar do ministro. Desde a nomeação para o cargo, vem demonstrando falta de firmeza. Jurou de pés juntos que não ia aceitar a indicação e acabou aceitando. E assim vai. Discursa aos quatro ventos que vai endurecer a legislação e penalizar os agressores do meio ambiente, agora vai “flexibilizar” a legislação. As pirotecnias do ministro sempre acabam de forma desconcertante. Aparece na mídia falando uma coisa, dias depois modifica tudo. A “flexibilização” do ministro já é bastante conhecida de todos. Já flexibilizou para Angra 3, agora vai flexibilizar para os desmatadores. Por isso, vamos nos preparar para as novidades do ministro. Se ele está dizendo que o zoneamento ecológico e econômico para plantio de cana não incluirá áreas do Pantanal e da Amazônia, preparemo-nos para o que vem por aí.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Meio ambiente – O retrato da inconpetência generalizada


Madeiras nobres apreendidas apodrecem em depósitos do IBAMA. Os depósitos do IBAMA em Santarém, no Pará, guardam toneladas de madeira retirada ilegalmente da floresta amazônica que estão estragando por não terem um destino determinado pela Justiça. Variedades nobres como jatobá e ipê apodrecem a céu aberto e não têm mais utilidade.

O IBAMA culpa a falta de estrutura do Judiciário pelo desperdício. O juiz federal encarregado de encaminhar a madeira a algum fim se defende dizendo apenas que tem de cuidar sozinho de todos os processos de 39 municípios da região. Ainda assim, consegue, em alguns casos, chegar a um veredicto antes de a madeira apreendida se estragar.


Desde julho, a madeira apreendida que não puder ser guardada em locais adequados deverá ser avaliada e doada pelo próprio IBAMA. Mas isso não se aplica aos lotes apreendidos antes da publicação do decreto que determina essa nova forma de encaminhamento.

Uma fortuna em madeira jogada no lixo. Madeira nobre, que poderia estar sendo utilizada na construção de casas e escolas, está sendo consumida pelos cupins. Isso é o retrato da falência do estado, da incompetência generalizada. Um incompetente jogando a culpa em outro incompetente. Verdadeiro crime contra o meio ambiente e contra uma população carente de recursos e infra-estrutura.

Ecoturismo - Paraty é a primeira cidade no mundo a implementar o passaporte verde


Com uma visitação de cerca de 400 mil pessoas por ano e candidata ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco, Paraty quer se tornar um modelo de destino turístico sustentável para o mundo. A cidade foi escolhida como destino piloto da campanha internacional Passaporte Verde, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). É uma iniciativa que visa estimular o turista a adotar uma atitude de consumo responsável, de forma a reduzir os impactos negativos do seu comportamento e de suas escolhas sobre o meio ambiente e a cultura dos destinos que visita.

A campanha - que será lançada oficialmente no Brasil em dezembro - faz parte do projeto Férias Sustentáveis, desenvolvido no âmbito da Força Tarefa Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 20 países e liderada pelo governo francês. Em solo nacional, o projeto é coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo e pelo Pnuma, além de contar com diversos parceiros.

Paraty foi escolhida devido às características naturais e culturais da região, bem como o compromisso dos envolvidos com o turismo na cidade em preservar e conservar os ecossistemas naturais, valorizar e proteger o patrimônio construído pelo homem e manter a cultura ancestral local.

A comunicação desenvolvida pelo governo brasileiro em parceria com a ONU será testada em Paraty. O site internacional do projeto será traduzido para o português, com informações sobre produção e consumo sustentável no setor turístico, inclusão de "cases" brasileiros e elaboração de conteúdo específico sobre o projeto-piloto em Paraty. Nele, os visitantes encontrarão dicas de como se tornarem “turistas sustentáveis” desde o momento da escolha do destino, o que fazer quando chegar lá, antes de ir embora e até depois de voltar para casa.

Em contrapartida, Paraty também precisa se apresentar de forma estratégica para o turista, oferecendo produtos e serviços compatíveis com a proposta, pois os turistas conscientes, que desejarem optar por ações que impactam cada vez menos o meio ambiente, serão levados a escolher destinos comprometidos com a conservação e com o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.

No caso específico de Paraty, não é possível discutir turismo sustentável sem falar da infra-estrutura básica, como saneamento, por exemplo, que ainda é precária em Paraty, ou ainda, sem falar da relação do trade turístico com as comunidades tradicionais locais, que possuem imenso potencial turístico mas ainda estão relativamente apartadas do processo. Entre as proposições das ações estruturantes da campanha está o diagnóstico da atividade turística local, identificando quais são os obstáculos que impedem uma mudança de comportamento na cadeia do turismo, isto é, entre o turista, o comerciante do turismo e poder público, criar e aplicar soluções.

Para auxiliar a cidade nesse processo, o MMA está planejando uma série de ações, desde aquelas voltadas para a capacitação do trade turístico em gestão ambiental, como também o fortalecimento dos fóruns de base, como a Agenda 21 local, a implementação de programas de educação ambiental e ainda o fomento a projetos de ecoturismo de base comunitária.

Meio ambiente - Barco ecológico na limpeza da Baía de Guanabara


O barco ecológico Límpia, o primeiro do Brasil movido a gás natural, que tem como objetivo de remover lixo dos rios que desembocam na Baía de Guanabara, foi apresentado ontem na sede da APA Guapimirim do Ibama.

Inicialmente, o Límpia vai operar naquela APA, evitando que os resíduos sólidos dos rios da região cheguem às águas da baía. Atualmente, cerca de 10 mil toneladas de lixo sólido flutuam no espelho d'água da Baía de Guanabara. Com capacidade de recolher até cinco toneladas de lixo por dia, o Límpia começa a operar no próximo dia 15.

O barco tem autonomia para 180 milhas náuticas, o que corresponde a duas viagens ao redor da Baía de Guanabara. O baixo calado permite intervenção em áreas extremamente assoreadas. Os resíduos sólidos são recolhidos por uma esteira frontal e armazenados em dois contêineres. Por ter recolhimento automático, a tripulação não entra em contato com o lixo, evitando contaminação. O barco possui, ainda, um guindaste com capacidade para meia tonelada e canhão d'água de alta pressão.

O excesso de lixo nas águas da baía é o principal responsável pelas panes nos motores das embarcações, que acabam provocando atrasos e transtornos no transporte de passageiros na baía.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, esclareceu,durante a apresentação do barco ecológico, que está negociando, junto à Caixa Econômica Federal (CEF), aporte de R$ 300 milhões para serem investidos no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. A medida, segundo ela, faz parte do pacto de saneamento do estado.

Mais dinheiro para despoluir. Onde está aquela montanha de dinheiro do PDBG? Como estão as obras? É muito dinheiro, muito tempo empregado, para tão pouco resultado.
Onde estão os resultados?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Animal do mês - CARANGUEJEIRA NEGRA BRASILEIRA (Grammostola pulchra)


Características – pode chegar a 15 cm de comprimento e viver por 20 anos. Muito robusta, são aranhas geralmente grandes, com pêlos compridos nas pernas e no abdômen, de coloração totalmente negra. Apesar do grande porte, não oferecem perigo quanto ao seu veneno.
Habitat – semi-árido
Ocorrência – região sul e sudeste do Brasil.
Hábitos – terrestre e errante. Não são agressivas, só picando se forem molestadas. Procuram fugir no primeiro momento de contato, assumindo uma postura defensiva, se continuar a ser molestada. Quando vão sofrer a troca de pele (ecdise), tecem um lençol de teia e deitam-se de costas, e esperam até que comece a troca, primeiro sai o cefalotórax depois as pernas e a pele do abdômen (a pele do abdômen sempre sai como se estivesse vazio pois contêm os intestinos, etc). Essa troca de pele dura em torno de 4 horas.
Alimentação – grilos, gafanhotos e baratas. São grandes caçadoras.
Reprodução – o macho tece uma teia que chamamos de teia espermática, onde ele vai depositar seu sêmen e coletar com os bulbos copuladores para o acasalamento. É normal a fêmea matar o macho, principalmente se ele for descuidado. A fêmea põe de 200 a 800 ovos, faz um casulo contendo os ovos e protege-os durante um tempo onde ajuda os filhotes, fazendo um orifício para que possam sair.
Ameaças – matança indiscriminada e tráfico de animais silvestres.
Cuidados - veneno pouco potente e causando dor local discreta.

(Fonte - Vivaterra)

Meio ambiente - Brasileiros não confiam nas boas intenções ambientais de empresas


O estudo global “Our Green World” (Nosso Mundo Verde), do grupo TNS, realizado em junho passado junto a 13.128 pessoas de 17 países, inclusive o Brasil, identificou que, para a maioria dos 400 entrevistados brasileiros (52%), as questões ambientais influenciam diretamente a decisão de compra. Além disso, 83% estariam dispostos a pagar mais por produtos e serviços ecologicamente corretos.

A maioria dos latino-americanos realmente acredita no comprometimento das empresas com a “causa verde” e com o meio ambiente. Na Argentina, mais da metade dos entrevistados (52%) demonstraram essa convicção, e no México 42%. No Brasil, 44% dos pesquisados não têm essa certeza. Aqui os consumidores afirmaram que as organizações adotam a prática por questões exclusivamente mercadológicas, ou seja, para vender mais. E apenas 19% apontaram a defesa do meio ambiente como motriz das atividades corporativas.

“Ações de sustentabilidade não podem ser vistas como meros instrumentos de imagem e de marketing, mas sim como ferramentas de gestão que agregam valor aos cotistas e aos consumidores”, diz Lucas Pestalozzi, diretor de Negócios da TNS Brasil. Segundo ele, “adotar o ‘verde’ apenas para aumentar vendas é uma estratégia que não passa despercebida aos olhos dos brasileiros”.
(Fonte: Ambiente Brasil)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Meio ambiente - Colapso na pesca da sardinha


O Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Sardinhas se reuniu nos dias 29 e 30 de setembro para avaliar proposta encaminhada pelos cientistas sobre uma possível moratória de 20 meses (paralisação) na pesca de sardinhas no Brasil, podendo ser prorrogada conforme avaliação, a partir do início do defeso em 12 de novembro de 2008.

Na reunião ficou acordada uma série de alternativas que irão promover alguns ajustes nas medidas de gestão do uso sustentável da sardinha. Dentre elas, a redução do número de barcos permissionados que passariam de 211 hoje existentes, para apenas 60; ampliação do período do defeso para seis meses, sendo quatro na desova da espécie e dois no recrutamento – chegada de indivíduos jovens ao estoque adulto (acima de 17 cm) e proibição do uso de sardinha como isca-viva para os barcos que pescam bonito listrado.


O recurso mais importante para a pesca brasileira vai enfrentar neste ano mais uma grave crise. A sardinha é o peixe mais popular do Brasil e abastecia um parque de elaboração de conserva enlatada que chegou a contar, nos anos 80, com mais de vinte empresas, na sua maioria no Rio de Janeiro, e que, nos últimos anos, ficou reduzido a três, com sede em Santa Catarina.
Após uma produção recorde de 230 mil toneladas, em 1973, a partir de 1996, a produção despencou, em três anos, para apenas 17 toneladas.

Após analisar os resultados de avaliação, pelo método de hidroacústica, da biomassa de sardinha disponível no mar no início do ano (o mais baixo já detectado neste tipo de avaliação), dos ovos e larvas de sardinha disponíveis no mar e dos resultados dos desembarques mensais, até outubro, a previsão é de que a produção de 2008 fique entre 18 e 25 mil toneladas. A situação pode se agravar se medidas urgentes não forem tomadas.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Meio ambiente - Defeso dos caranguejos


Começou esta semana o período de proibição da pesca dos caranguejos guaiamum e uçá nos Estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo. Até o fim do mês de novembro, a captura do uçá está proibida. Já a do guaiamum se estende até março de 2009.

Durante esse período, conhecido como defeso, os pescadores receberão um auxílio, garantido por lei, de R$ 415. A captura das fêmeas do caranguejo uçá (Foto à esquerda) é proibida durante todo o ano.


Esse período é o mais vulnerável, já que as fêmeas estão todas “ovadas”. Se os caranguejos forem capturados, a reprodução das esp
écies será bastante ruim e o estoque para o ano seguinte vai cair bastante.

Para que o pescador tenha direito ao seguro desemprego, ele não pode receber outros benefícios previdenciários, deve estar cadastrado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ter registro como pescador profissional e apresentar um atestado da colônia de pescadores a que está filiado.
Guaiamum - Cardisoma guanhumi

Para garantir o seguro, é preciso fazer o requerimento na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego ou nas entidades credenciadas pelo Ministério do Trabalho.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Desmatamento - Que situação!


O ministro Carlos Minc admitiu nesta terça-feira que a divulgação da lista, com a inclusão do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão ligado ao governo, liderando o ranking dos 100 maiores desmatadores da floresta amazônica, causou mal-estar no Planalto. Admitiu ainda que divulgou a lista sem ter lido o documento. "Não li, nem chequei porque não sou fiscal e confio nos órgãos do Ministério do Meio Ambiente (no caso o Ibama). A lista estava pronta há sete meses e eu disse que ia divulgar", afirmou ele.

A lista com os 100 maiores desmatadores, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente, foi divulgada horas depois do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informar sobre o aumento de 134% da região desmatada em agosto em comparação a julho deste ano.

Segundo o ministro, o relatório foi elaborado pelo Ibama sem sua interferência. Para pôr um fim no impasse que gerou polêmica entre os Ministérios do Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, além do Incra, Minc determinou prazo de 20 dias para a apresentação de recursos contra os processos envolvendo os órgãos federais. Esse prazo deverá ser utilizado pelo Incra para que possa recorrer às multas aplicadas ao órgão em decorrência das denúncias de desmatamento na floresta amazônica. O ministro disse que neste período os especialistas examinarão todos os pontos argumentados para evitar injustiças.

O presidente do Incra, Half Hachbart, já sinalizou que o instituto deverá recorrer às multas. Ele terá o apoio do ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) que julgou incorretos os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.

Uma lista pronta há sete meses, esquecida na gaveta, foi encontrada, não lida, não checada, divulgada aos quatro ventos (do jeito que o ministro gosta), apresentando o órgão do governo responsável pela reforma agrária como o maior desmatador. Por que a lista estava na gaveta? Por que a lista foi retirada da gaveta? Ministro, a lista era para ter ficado na gaveta! Não era para ser divulgada! Que situação.