segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Árvore do mês - OITI (Licania tomentosa)


Ocorrência – do Piauí ao norte do Espírito Santo e vale do Rio Doce em Minas Gerais
Outros nomes – oiti da praia, guaili, oiti cagão, oiti mirim, oitizeiro
Características – espécie que atinge altura máxima de 15 m , com tronco de 30 a 50 cm de diâmetro. Copa frondosa e as raízes não são agressivas. As folhas são simples, alternas, elípticas, alongadas, de 7 a 14 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura, pilosas em ambos os lados e de cor verde-clara, quando novas, tornado-se glabras, a pilosidade se destaca quando esfregamos a folha. Quando completamente formadas possuem bordas lisas, superfície lisa e brilhante, cor verde-escura e persistente durante o ano todo. As flores são pequenas e brancas, produzidas em inflorescências (cachos) e resultam na formação de grande quantidade de frutos por planta. Os frutos, quando maduros, apresentam coloração amarela. A planta produz grande quantidade de frutos de tamanho médio, polpa fina, forma ovalada, com cerca de 5 cm de comprimento e a maior parte tomada por um grande caroço bem resistente, que é a semente, envolta em massa amarela, pegajosa e fibrosa, aroma agradável e saborosa. Um Kg de sementes contém aproximadamente 84 unidades.
Habitat – floresta pluvial atlântica
Propagação – sementes
Madeira – pesada, dura, resistente, de longa durabilidade.
Utilidade – fornece ótima sombra, devido à sua copa frondosa, sendo por isso perfeita para plantio em praças, jardins, ruas e avenidas, principalmente em regiões litorâneas. Frutos comestíveis, com amêndoas ricas em óleo e muito procurados pela fauna. A madeira é usada para postes, estacas, dormentes e construções civis. Indicada para reflorestamentos mistos de áreas degradadas.
Florescimento – junho a agosto
Frutificação - janeiro a março
(Fonte: Vivaterra)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Meio ambiente – Mais uma face maquiada que cai por terra


Muitos acharam estranho não inserirmos qualquer matéria sobre o caso da última e criminosa contaminação do Rio Paraíba do Sul em novembro passado, por parte da empresa Servatis. Nós mesmos aqui na redação, ficamos divididos, se publicávamos ou não alguma coisa e, finalmente, optamos por não fazê-lo. Achávamos que seria inútil ficar repetindo o que todos os jornais e blogs estariam publicando, muitos preocupados em divulgar um “furo de reportagem” e/ou mesmo vender notícias, coisa que nunca passou por nossa cabeça, até porque não vivemos disso. Temos este espaço para expor opiniões, divulgar informações técnicas, entreter com educação, enfim, apresentar uma proposta séria, mas ao mesmo tempo leve e real, de forma que todos os que venham a ler o blog, eventualmente ou corriqueiramente, entendam o que está acontecendo ou o que poderá acontecer. Nossa proposta é simples: levar a sério o assunto meio ambiente. Não é nenhuma proposta mirabolante, simplesmente procurar enxergar as coisas de forma prática, real e transparente.

Pois bem, hoje nos deparamos com a notícia de que a empresa causadora da contaminação das águas do Rio Paraíba do Sul com endosulfan (pesticida altamente tóxico, com alto poder residual, que está sendo banido dos maiores mercados mundiais, capaz de provocar danos irreversíveis ao sistema nervoso além de ser potencialmente cancerígeno), a Servatis, com sede em Resende, RJ, possui certificado ISO 14001, comprovado no site da mesma, muito bem elaborado, exaltando aos quatro ventos a sua responsabilidade ambiental. É respeito ao meio ambiente de ponta a ponta no site.

Essa empresa é reincidente e nesse último episódio omitiu informações sobre o vazamento, que causou a mortandade de toneladas de peixes em período de piracema, prejudicando a vida de pessoas que dependem da pesca para sobreviver e que tiveram a atividade proibida por tempo indeterminado, impossibilitou o consumo de peixe em toda a região, provocou a interrupção do abastecimento de estações de tratamento de água de vários municípios, prejudicou as atividades agropecuárias que dependem da água do rio para se desenvolverem, causando baixas na produção rural, tudo isso afetando diretamente a vida de nada mais nada menos, 12 milhões de pessoas.

A onda tóxica contaminou o rio justamente durante o fenômeno da piracema, quando os peixes sobem o rio para desova, afetando drasticamente as 80 espécies de peixes que ali ocorrem, comprometendo a reprodução desses animais na região por três anos. Cem por cento das amostras coletadas de peixes mortos das espécies com valor comercial estavam cheias de ovos. Essas fêmeas desovariam entre o Natal e o Ano Novo. Jamais se viu uma situação tão dramática na região, dizem os especialistas.

Na ocasião, autoridades policiais e de órgãos técnicos responsáveis fizeram uma vistoria na empresa e constataram diversas irregularidades, principalmente em relação ao armazenamento inadequado do produto, representando risco iminente de vazamento para o meio ambiente.

A multa arbitrada pelo órgã
o responsável, de R$ 33 milhões, levou em consideração a precária situação financeira da empresa, a qual, obviamente, recorrerá e não pagará um centavo, como ocorre com 99% das multas emitidas. Mais uma vez a “impunidade verde” prevalecerá. Todos os responsáveis pelos crimes ambientais continuarão soltos.

Não bastasse tudo isso, a empresa faz propaganda enganosa em seu site divulgando ser certificada em ISO 9.000 e ISO 14.000. Mais um caso de “maquiagem verde”. Não é possível que essa empresa tenha conseguido essa certificação nos últimos dias. Certamente já era certificada, já era de conhecimento dos órgãos ambientais tal certificação, já se tinha conhecimento da tal maquiagem. Não é possível, pelos caminhos normais, que uma certificadora em suas auditorias aprovasse as condições inadequadas de armazenamento de um produto altamente tóxico, constatadas pelas autoridades após o acidente. Esse é o retrato da área de meio ambiente no país. Descaso, incompetência e despreparo das autoridades, negligência e também despreparo, omissão, conivência de certificadoras e a irresponsabilidade costumeira do empresariado, hereditária desde os primórdios desse país, tendo como lema o lucro acima de tudo, não importa como. Se der para enganar, vamos enganar, vamos tripudiar que não acontece nada mesmo. Esse é o pensamento. É o caos total. Funcionários públicos que garantem posição social com seus carguinhos nas infindáveis instituições desse país, diretor disso, presidente daquilo, chefe, encarregado, garantindo seus míseros salários pagos pela população sem fazer o que deveriam fazer, fingindo que trabalham; políticos eleitos e sustentados pelo povo na mesma situação, presidentes, governadores, prefeitos, que fingem que remuneram seus funcionários e também garantem os seus e as suas mordomias, tudo mantido pelo povo; empresários descompromissados com o social, visando somente o lucro, fingindo que pagam e explorando ao máximo seus empregados, dilapidando os recursos naturais do país, sonegando e corrompendo; e o povo que também finge que trabalha, sonega, omite-se, convive com a impunidade, corrompe, corrompe-se, além de ser explorado e enganado por todos eles. Se cada um desses agentes tivesse o mínimo de comprometimento social, ético, humanista, essas coisas não aconteceriam. A “maquiagem verde” anda junto com a “impunidade verde”.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meio ambiente – INEA é o fim da Feema, Serla e IEF


A Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Superintendência Estadual de Rio e Lagoas (Serla) não existem mais a partir desta segunda-feira (12-01-2009). Os serviços prestados pelos três órgãos foram unificados no Instituto Estadual do Ambiente (INEA), criado por decreto do governador Sérgio Cabral. Com cerca de 1.150 funcionários, entre os quais os 215 analistas ambientais que serão empossados hoje, o INEA passa a ser o órgão executor de todas as políticas ambientais do Estado do Rio.

O INEA vai funcionar em prédio próprio, de seis andares, na Avenida Venezuela 110, no Centro. O prédio será inaugurado na manhã desta segunda-feira pelo governador, que também vai assinar o ato de criação do INEA, empossar o presidente, o arquiteto Luiz Firmino, que deixou a presidência da Serla, e dar posse aos concursados. Com a criação do INEA, a Secretaria do Ambiente vai formular as políticas ambientais do Estado e o INEA vai executá-las.

A intenção é facilitar o atendimento à população para reclamação, denúncias ou obtenção de licenças ambientais, centralizando todo o processo em um único órgão. O INEA terá superintendências regionais em nove municípios, cujos analistas terão autoridade para emitir licenças ambientais e autos de infração, que funcionarão em Niterói, Araruama, Macaé, Campos, Nova Friburgo, Petrópolis, Volta Redonda, Angra dos Reis e Itaguaí.

Tomara que não seja mais um órgão ambiental que já surja falido como tantos outros, sem estrutura e equipamentos para fiscalização, baixos salários para o funcionalismo, profissionais sem capacitação, cabide de emprego para cabos eleitorais, dentre outras mazelas. Vamos torcer para que finalmente alguma coisa dê certo na área ambiental do estado.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Mídia – Desinformação – o bote da coral


Todos os dias pela manhã, procuro ler os principais jornais do país na internet e hoje, me deparei com uma das manchetes de O Globo Online sobre uma emboscada armada por um ex-prefeito para o novo prefeito de uma cidade baiana, que dizia:

Antecessor deixa emboscada para prefeito eleito na Bahia: uma co
bra-coral venenosa pronta para dar o bote

Alguns prefeitos baianos que acabam de assumir o mandato, geralmente substituindo um adversário político, têm encontrado, além de cofres vazios, dívidas e máquina pública sucateada, surpresas insólitas. Foi o caso de José Raimundo Laudano Santos (PMDB), prefeito de Almadina, Sul do estado. Ele achou na sala de trabalho uma cobra-coral venenosa. Estava à espreita para o bote bem embaixo da cadeira do prefeito. O bicho foi morto por alguns assessores que foram à prefeitura checar as condições do local. O caso alimentou a velha maldição do folclórico ex-governador Otávio Mangabeira segundo a qual "pense num absurdo, a Bahia tem um precedente".


Logo que li, achei que alguma coisa estava errada, pois desde menino (sempre me interessei por história natural, ecologia, etc.), depois na universidade e na minha vida profissional de quase 30 anos (sou Engenheiro Florestal), sempre soube através dos livros, de experientes professores e cientistas, como também pela minha própria e pequena experiência, que a cobra coral verdadeira não dá bote. De qualquer forma, fui procurar confirmar a informação, numa busca rápida (30 segundos no máximo) na internet, no site daquela que é uma das mais renomadas, senão a mais renomada, instituição de pesquisa sobre o assunto, o Instituto Butantã. Confirmando meus parcos conhecimentos, encontrei a seguinte informação: “As corais verdadeiras não dão bote e normalmente se abrigam debaixo de troncos de árvores, folhas ou outros locais úmidos em todas as regiões do país”.


Indo mais adiante um pouco, a coral
verdadeira somente morde (veja bem, morde. Não dá bote ou se coloca em posição de ataque como a maioria das serpentes peçonhentas) quando se sente ameaçada, e isso ocorre normalmente quando o incauto está desprotegido e coloca a mão ou pisa em alguma toca ou fenda na natureza que sirva de abrigo ao animal. De outra forma, é muito difícil imaginar-se um ataque por essa espécie. Por isso, mais uma vez, cuidado com as manchetes de jornais, porque ao invés de informarem poderão estar desinformando. Aliás, o que a gente mais vê ultimamente na ânsia de dar um “furo de reportagem” ou mesmo no desespero para vender notícias.

Agora, se o fato de um antecessor armar uma emboscada com uma cobra venenosa como a coral verdadeira para o novo prefeito se confirmar, o IBAMA os ambientalistas e estudiosos da área terão que começar a ficar preocupados, pois se a moda pega, a espécie será extinta rapidamente no país.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Animal do mês - Abelha Jataí (Tetragonisca angustula)


Características – mede aproximadamente 5mm, com coloração dourada. As colônias apresentam 2.000 a 5.000 indivíduos. Abelha mansa, de mel fino e delicioso. Tem a cera branca e de excelente valor na iluminação, sendo muito viva a sua luz. Seu mel é empregado principalmente para fins medicinais.
Habitat – floresta, cerrados e áreas urbanas (muros, postes, etc.). Os locais de nidificação são: ocos variados em muros de pedra, tijolos vazados, cabaças, ocos de árvore. Bem adaptada à vida urbana, seus ninhos podem ser encontrados por mais de 35 anos no mesmo local. Assim, podemos dizer que os
ninhos são perenes mas as rainhas são trocadas periodicamente. A jataí constrói sua colméia no oco dos paus, nas locas de pedras, nas gretas das paredes de velhas igrejas e casas residenciais.
Ocorrência – todo o Brasil.

Hábitos – a entrada da colônia é constituída por um tubo de cerume rendilhado com base firme. Nos ninhos novos ou fracos, essa entrada é fechada durante a noite. É característico a presença de abelhas guardas ou sentinelas que ficam voando nas proximidades do tubo, formando uma pequena nuvem. As abelhas campeiras apresentam movimento bem diferente, pois entram e saem do ninho rápida e constantemente. Elas podem entrar carregando pólen nas patas ou néctar no abdome. Ninho com invólucro de cerume abundante, com várias camadas finas. O alimento é armazenado em potes ovóides. O mel é de excelente qualidade. As jataís constroem as células de cria em forma de favos, geralmente dispostos paralelamente. As células de cria são construídas simultaneamente, em bateria, de modo que ficam prontas para receber o alimento larval todas de uma vez. Muitas vezes as operárias botam ovos tróficos para a rainha, redondos e grandes. A rainha se alimenta desses ovos antes de colocar os seus.
Alimentação – néctar e pólen
Predadores naturais – aves, pássaros, lagartos e irara
Ameaças – destruição do habitat e extração indiscriminada. (Fonte: Vivaterra)

Feliz Ano Novo!


Estamos de volta depois das férias de final de ano. Desejamos a todos um novo ano de muitas realizações, felicidades e paz.

VERDEfato.