quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Animal do mês - CORRUPTO (Lysiosquilla scabricaud)


Características – chega a atingir cerca de 25 cm de comprimento. O primeiro par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, fechando a galeria em que o animal está instalado.
Habitat – fundo lodoso ou arenoso
Ocorrência – litoral do Brasil.
Hábitos – cava seus buracos ou aproveita-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar.
Alimentação – carnívora, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo animais da mesma ordem.
Reprodução – a fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.
Ameaças – é muito utilizado como isca para pesca de robalo. Poluição e destruição do habitat são as principais ameaças. (Fonte: Vivaterra)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mercado - Bovespa exclui Petrobras do índice de empresas sustentáveis


A lista de empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador da BM&Bovespa formado por ações de companhias que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social, excluiu a Petrobras neste ano. Na mesma fila, ficaram de fora a empresa de celulose Aracruz, Companhia Paranaense de Energia (Copel), Iochpe-Maxion, indústria de componentes automotivos, Weg, fábrica de motores elétricos e CCR Rodovias, concessionária que administra a Ponte Rio-Niterói, a Via Dutra, a Via Lagos e as principais estradas de São Paulo.

ONGs e Secretarias Estaduais do Meio Ambiente encaminharam em outubro uma carta ao presidente do Conselho Deliberativo do ISE pedindo que a Petrobras fosse excluída da carteira. A decisão mostra que não basta que as empresas sejam viáveis economicamente, elas precisam de uma licença junto à sociedade para operar com responsabilidade socioambiental. Um dos principais argumentos apresentados contra a presença da Petrobras no ISE foi o descumprimento da resolução 315 do Conama, que determinou, em 2002, a diminuição dos níveis de enxofre no diesel brasileiro a partir de 2009.

Passou da hora de mostrar quem é quem nesse mercado que se diz verde. Chega de usar o meio ambiente e ações sociais como instrumentos de marketing para encobrir as mais tradicionais e conservadoras formas de agir e lucrar. Chega de maquiagem ambiental. Os lucros dessas e muitas outras empresas, principalmente bancos, são astronômicos perto dos irrisórios investimentos que se gabam fazer na área sócio-ambiental. A lista deveria ser muito maior.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Crime ambiental - PF age contra a caça e o tráfico de animais em Tinguá


A floresta da Reserva Biológica do Tinguá, uma das maiores áreas de Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, com sede no município de Nova Iguaçu (a reserva tem 24.903,00 ha, abrangendo áreas dos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Miguel Pereira e Vassouras), foi vasculhada pela Polícia Federal à procura de caçadores e traficantes de animais silvestres. A operação foi exibida no programa Fantástico desse final de semana.

Investigações mostraram a localização exata dos acampamentos dos caçadores e traficantes. Com acesso difícil, os policiais têm que andar na mata como se estivessem andando em um campo minado, pois os criminosos montam armadilhas nas trilhas frequentadas pelos animais, muitas delas com material explosivo como o conhecido “trabuco”. Quem pisar num desses pode perder uma perna ou até a vida.

Oito acampamentos foram localizados e destruídos e, com a utilização de detectores de metais, os agentes buscaram possíveis armas enterradas na área, já que a investigação revelou que os criminosos se utilizam desse artifício para evitar o transporte de armas para a reserva. Ninguém foi preso. Havia vestígios confirmando que as quadrilhas costumam passar dias escondidas na mata, confirmando mais uma vez o que já era de conhecimento de todos.


Há pouco mais de um ano, a Polícia Federal investiga a Região do Tinguá. Nos últimos quatro meses, mais de 2.000 animais foram “recuperados” (a maioria morre) e 30 pessoas foram presas. Segundo os agentes, há 15 dias foi preso um indivíduo com 600 papagaios. Reincidente, já foi preso pelos mesmos agentes três vezes mas logo é solto. Para que ele permaneça preso, é preciso vinculá-lo à formação de quadrilha. A legislação brasileira, nesse aspecto, é falha.

Os caçadores lucram com a venda da carne silvestre a comerciantes da região e os traficantes com a venda da maior parte de suas capturas às feiras da região, principalmente a Feira de Caxias, muito conhecida de toda a população e de todas as autoridades, pois existe há mais de 50 anos como pólo de comercialização ilegal de animais silvestres no estado do Rio.

Ambientalistas calculam que 12 milhões de animais são retirados por ano dos diversos ecossistemas do país. Apertados em gaiolas minúsculas, 90% morrem antes de chegar ao destino. O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, só perdendo para o tráfico de drogas e de armas.

Mais uma vez, a ação da PF vem confirmar o que todos ambientalistas e organizações não governamentais da região denunciam há décadas. O problema da caça e tráfico de animais na Rebio nunca foi encarado seriamente. Isso que essa é uma unidade de conservação dentro da Região Metropolitana de uma das maiores, importantes e mais desenvolvidas cidades do país. Imaginem o que está ocorrendo por esse Brasil a fora, em unidades de conservação que não contam com qualquer estrutura para fiscalização e gestão. A situação das unidades de conservação brasileiras é o retrato da falência dos órgãos ambientais (federais, estaduais e municipais) e do descaso das autoridades para com o meio ambiente.

domingo, 16 de novembro de 2008

Construção verde - Sky Village: A nova aldeia vertical de Copenhagen


O município de Rødovre de Copenhague, Dinamarca, anunciou recentemente a Sky Village como o vencedor do concurso Rødovre Arranha-céu. O projeto vencedor foi concebido por uma parceria de escritórios de arquitetura, a MVRDV e a ADEPT. A torre terá 116 m de altura e acomodará apartamentos unifamiliares, um hotel, escritórios, estacionamento, um parque público e uma praça.

Com área útil de 21.688 m2, o novo
arranha-céu será localizado em Roskildevej, uma grande artéria leste do centro de Copenhagen. O projeto é baseado em uma grade flexível, permitindo possíveis modificações de rearranjo das unidades. O prédio pode ser transformado de acordo com a demanda do mercado imobiliário. Essa flexibilidade de adaptação é uma das principais características de um edifício sustentável.

Cada “unidade pixel” mede 60 m2 e estão ligadas ao núcleo central da super-estrutura. Isto cria uma concepção estratégica de bairro empilhado, uma aldeia vertical, o que eles chamam de Sky Village. Consiste em três núcleos agrupados permitindo acessos distintos para os diferentes segmentos do projeto, integrando as mais avançadas tecnologias para satisfazer e adequar o dinamarquês às normas ambientais.

O topo do edifício será ocupado por um hotel, onde o hóspede poderá desfrutar a vista panorâmica do centro da cidade. O projeto inclui um sistema de reciclagem de água, a utilização de 40% de concreto reciclado nas fundações e uma variedade de dispositivos que produzirão energia a partir da fachada da torre.


Um parque público anexo conta com bastante vegetação, trilha, playground, área para picnic e área para exercícios físicos, sempre privilegiando os jovens e os idosos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Meio Ambiente – A nuvem que mata


Algumas das piores previsões sobre os efeitos da poluição se concretizaram na Ásia sob a forma de uma nuvem gigante. Ela é marrom e se estende da Península Arábica à costa do Pacífico e tem cerca de três quilômetros de espessura. Um relatório das Nações Unidas apresentado na quinta-feira alertou que a nuvem mudou o clima local, causa perdas à agricultura e escurece o céu de muitas cidades. Pequim, Bangcoc, Cairo, Nova Délhi, Seul e Teerã são considerados pontos críticos. Estima-se que 340 mil pessoas morrem prematuramente a cada ano somente na Índia e China devido a doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres associados à péssima qualidade do ar.

A nuvem é um coquetel de fuligem, substâncias químicas tóxicas, ozônio e outros gases expelidos por indústrias, usinas a carvão, um número crescente de veículos e na queima de florestas e campos agrícolas. O uso intensivo de fornos à lenha em muitos países asiáticos também contribui para a formação da nuvem.

Paradoxalmente, a nuvem tem enfraquecido os efeitos do aquecimento global na região. Ela contém partículas que refletem os raios solares, diminuindo a capacidade da superfície em reter calor. Se a nuvem se dispersar, a temperatura global poderia subir 2º C.

E eles querem continuar fazendo a economia crescer a cada ano, e preocupados com a possível recessão, agora estão estimulando o consumo. Será que ainda não conseguiram perceber que o crescimento nesses moldes é planetariamente impossível?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Construção ecológica - Passarela e praça ecológicas em São Paulo


Sustentabilidade é a tônica da passarela de pedestres sobre a Avenida Eusébio Matoso, executada em parceria com a prefeitura de São Paulo e o Unibanco, em Pinheiros, na zona oeste da cidade.

O projeto foi idealizado como um modelo de intervenção pública sustentável, de maneira a provocar o menor impacto ambiental possível.

A obra, com 95 metros de extensão, usou madeira plástica nos painéis laterais, piso de borracha reciclada – que retira pneus dos aterros sanitários - e telhado verde, que propicia conforto térmico, diminui ilhas de calor nos centros urbanos, além de reter e filtrar a água de chuva.


A estrutura de parte do telhado é de bambu e a área sob a passarela, que era apenas cimentada, virou uma praça, com projeto paisagístico que privilegiou as árvores nativas já adaptadas à cidade.

Outra preocupação foi aumentar as possibilidades de absorção da água de chuva, já que a impermeabilidade do solo é uma das principais causas de enchentes. Por isso, o piso escolhido para a praça é drenante. Os bancos foram feitos a partir das sobras de madeira plástica dos painéis.

Para permitir a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, praça e a passarela são ligadas por elevadores, cuja caixa foi feita de aparas de tubo de creme dental.

Bela idéia para multiplicar pelas cidades do país. (Fonte: Ambiente Brasil)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Meio ambiente – O triste retrato da falência dos órgãos ambientais no Brasil


Está circulando na internet o desabafo do Chefe do Parque Nacional da Chapada Diamantina, Analista Ambiental Cezar Neubert Gonçalves, unidade de conservação que no momento está sendo consumida pelo fogo. O texto mostra a situação catastrófica dos órgãos ambientais federais e mostra como é irresponsável a forma como é tratado pelas autoridades o meio ambiente no Brasil. Infelizmente o meio ambiente é bandeira de marketing para políticos de todos os níveis nesse país. Natureza não sai da retórica desses senhores que são sustentados pelo povo e que são votados pelo povo. Recebemos o texto e divulgamos na íntegra a seguir:

”Há momentos na vida em que precisamos fazer balanços e avaliar nossos rumos, para vermos que direção iremos tomar. Hoje, completo 39 anos e dentro de quatro dias completarei seis anos de serviço no IBAMA/ICMBIO. E sou obrigado a concluir que foram seis anos perdidos. Tudo o que fazemos é inútil. Este parque nacional perdeu o sentido de existir. Exagero? Mais de 50.000 ha queimados só dentro do PNCD, fora as áreas ao redor. Toda área do PNCD ao sul de Mucugê foi destruída. Isto significa que provavelmente algumas espécies endêmicas do parque foram extintas. Entre os animais, os pequenos mamíferos vão morrer de fome, pois não há o que eles possam comer. As aves, que estavam nidificando, devem ter perdido suas crias. Esta é uma tragédia sem precedentes. De minha parte, fica a sensação de impotência e de ter trabalhado todo este tempo em vão. Todos os esforços para elaborar o plano de manejo da unidade, todo o esforço para ver se saímos do atoleiro burocrático das questões fundiárias, todos os outros trabalhos, tudo sem sentido. Isto não é vida.

O que causa isto tudo? A verdade é que a gente faz de conta que administra um parque nacional. Ou alguém em seu juízo normal pensa que uma área com 152.000 ha, com mais de 100 famílias morando dentro, cercada por cinco cidades que, de alguma forma, dela se utilizam para atender a suas necessidades, pode ser administrada por cinco analistas ambientais e está tudo bem? Pelo que eu ouvi de um colega de Brasília, decerto sim, pois ele teve o despautério de me dizer que nos EUA as UC federais tem apenas um servidor federal, o resto é estadual ou municipal, ou mesmo particular (umas três mil pessoas). Bem, três mil pessoas é provavelmente muito mais que todo o efetivo da Secretária de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Mas este colega vive realmente em outro mundo, já que queria que participássemos de uma reunião fora daqui e se sentiu ofendido quando dissemos provavelmente não poderíamos mandar ninguém devido a tragédia que enfrentamos.


É esta maldita divisão do IBAMA/ICMBIO? O setor do IBAMA que cuida do combate aos incêndios já não vai mais atuar nas UCs no ano que vem. O setor do ICMBIO que cuida disso conta com três ou quatro pobres coitados que vão ter que rebolar para dar conta dos problemas. E quando chegar outubro do próximo ano? Não vou usar palavras de baixo calão, mas dá vontade. O IBAMA da Bahia não está nem aí para a questão do fogo. E a estrutura do PREVFOGO, vão fazer o que com ela? Formar brigadas municipais na Amazônia, como fizeram este ano. E aí tome chamar os colegas no meio da temporada de incêndio para ministrar cursos em outras partes do País, porque faltam instrutores, como também aconteceu este ano, quando nosso gerente de fogo teve que vir às pressas de Sergipe para onde tinha sido mandado, contra a nossa vontade, para dar apoio a outras UCs. Nada contra apoiar outras UCs, mas no meio da temporada de fogo?


E o Equipamentos para os brigadistas? Fora o problema dos coturnos de má qualidade, que pode acontecer, fica a questão dos voluntários, que até agora não receberam os EPIs. Já mandamos diversas vezes listagens e mais listagens com as relações dos voluntários, mas nada!! E temos 150 caras apagando fogo dentro da UC sem equipamento. No dia em que um deles se machucar feio, quero ver quem vai se responsabilizar. Isto sem falar no tal seguro, que era para vir e até agora nada.


O que ficamos vendo, o tempo inteiro, são nossos superiores imediatos batendo cabeça, atolados em mil coisas a fazer, sufocados no meio da loucura destas instituições falidas. Muitos têm até boa vontade, nem que seja para dizer que, no meio desta desgraça, alguma coisa boa vai acontecer. Duvido. Na verdade, acho que era hora de pensar em acabar com esta falácia e extinguir o PNCD. Podemos criar uma outra coisa no lugar, como uma FLONA. Estou tentando ser pro-ativo e salvar alguma coisa. Com a FLONA, nós poderíamos corrigir uma série de problemas que hoje, com o parque, são impossíveis, como regularizar a extração mineral na área, manter as comunidades, organizar a coleta de sempre-vivas, produzir mudas de espécies nativas, manter e ordenar a visitação, e até fazer o fundo de pasto em áreas de gerais. Não mudaria muito em relação ao que já existe hoje, além de aproveitar muito do trabalho já feito no PNCD, apenas adaptando o plano de manejo e fazendo a regularização fundiária. E para nós, que vivemos aqui, seria uma vida muito mais fácil e feliz.


Ou alguém acha que nós gostamos de ficar, como meus colegas, 10 dias seguidos sem ver filhos e esposas? Vendo seu filho acordar de manhã e dizer "adeus, papai" ao invés de "bom dia"? Isto sem contar com a revolta de brigadistas e outras pessoas da comunidade, que recaem sobre nós. É o caso de um dos lideres de brigada que já lançou manifesto na internet, como sempre atacando pessoalmente os servidores. Coitado! Sempre errando o foco! Não consegue perceber que o problema é mais em cima. Poderia ser quem fosse aqui, qualquer liderança ou chefe, o problema seria igual, porque o problema é estrutural: os órgãos é que são falidos! Além disto, o belo movimento de brigadas voluntárias que temos aqui só existe aqui - e este é seu problema: como vamos conseguir convencer os chefes dos irmãos siameses ICMBIO/IBAMA que isto é importante, se os outros 65 parques nacionais funcionam sem elas? E eles nem conseguem implantar políticas gerais para todas as UCs, quiçá fortalecer e melhorar uma única experiência local. É um desafio conjunto. Mas quando não dá certo, o jeito é bater em quem está mais perto, mesmo que seja peixe pequeno neste mar de tubarões em que vivemos.


No estado de espírito em que estou agora, é provável que eu fosse para qualquer lugar onde quisessem me mandar (menos a Amazônia - se aqui é o inferno, lá é onde mora o diabo - quem trabalha lá sabe). É provável que amanhã eu mude de idéia. Mesmo a vontade de chutar o balde e me demitir também não deve se concretizar - tenho duas filhas em quem pensar e uma esposa que está estudando para concretizarmos um projeto, agora não é hora. Vou levar a vida e fazer o meu trabalho, mesmo sabendo que não serve para nada. Não tem jeito, por enquanto.


Finalmente, preciso deixar claro que tudo o que disse aqui é minha opinião pessoal. Eu vou utilizar os recursos disponíveis no parque, à revelia de meu chefe, para enviar esta correspondência, mas ele não sabe do teor - vai saber, é claro. E minha revolta é grande, mas acho que vou superar. Feliz aniversário, Cezar! Os que estão em casa agora, curtindo seu fim de semana, se puderem, lembrem de mim e de meus colegas. Mas duvido que isto vá acontecer. Amanhã, devo receber umas ligações de superiores dizendo: o que isto, Cezar? Você tem que ser mais político! Bom, venham para cá, no nosso lugar, que nós seremos mais políticos.


Cezar Neubert Gonçalves

Analista Ambiental”


Não vamos nem comentar. Se alguém achar que precisa de comentários, o espaço está aberto como sempre.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Crime ambiental - Mais dois presos por tráfico de animais


Mais duas pessoas foram presas com 400 pássaros entre curiós e coleiros durante uma operação da Polícia Federal na Rodovia BR-485 (antiga Estrada Rio/São Paulo), na altura de Seropédica, RJ. Na ação, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, Antoniel Oliveira da Silva, de 33 anos e Isaac da Silva Rodrigues, de 22 anos, foram presos em flagrante por estarem com os animais.

Os pássaros apreendidos eram provenientes do Pará, e seriam vendidos nas feiras de Duque de Caxias e Honório Gurgel. Os policiais fizeram o cerco após denúncia anônima e conseguiram encontrar os homens com os pássaros.

Os homens foram levados para a superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, responderão a processo por receptação qualificada de animais e poderão pegar até oito anos de prisão.

Mais uma vez, o destino final é a Feira de Caxias! Precisa dizer mais alguma coisa?

Animal do mês - Curió (Oryzoborus angolensis)


Características – também conhecido como avinhado, mede em torno de 13 cm de comprimento, com macho apresentando plumagem preta no dorso e castanha na parte inferior. A fêmea possui pelagem pardacenta mais escura no dorso. Bico cheio e corpo robusto.
Habitat – beira da mata e pântanos
Ocorrência – em todos as regiões do Brasil
Hábitos – seu canto lembra o som de um violino. Existe uma grande variedade de cantos de curió.
Alimentação – sementes de tiririca (Cyperus rotundus)
Reprodução – reproduzem-se normalmente na primavera-verão.
Ameaças – é atualmente o pássaro canoro mais cobiçado do país, sendo que o valor de um curió-campeão pode ser superior ao de um carro 0km! Por isso é muito caçado para atender a apreciadores de pássaros canoros e tráfico de animais. (Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Crime ambiental - PF aperta cerco contra tráfico de animais silvestres


O tráfico de animais silvestres sofre forte golpe da Polícia Federal. Agentes do IBAMA e da PF apreenderam no Mato Grosso do Sul, mais de 600 aves mantidas em viveiros e em Goiás, quase 2000 aves. O esquema nacional de tráfico de pássaros silvestres tinha inclusive a participação de criadores autorizados pelo IBAMA. A operação aconteceu em seis estados.

Entre os pássaros
apreendidos haviam espécies ameaçadas de extinção, como o bicudo, o pintassilgo do nordeste e a arara azul. Foram seis meses de investigação para desmontar o esquema. Uma parte da quadrilha capturava as aves nas regiões norte e centro-oeste do país. Depois as aves recebiam anilhas falsificadas. Essas anilhas são emitidos pelo IBAMA e servem para identificas aves nascidas em cativeiro.

Treze pessoas foram presas, mas devem responder em liberdade pelos crimes de formação de quadrilha, captura de aves e falsidade ideológica. As investigações revelaram que as anilhas eram produzidas aqui em Goiânia e distribuídas para criadores de todo o país.

Esses “criadores” têm a necessidade, uma vez que eles não conseguem essa reprodução em cativeiro, de legalizar essas aves capturadas na natureza utilizando-se de anilhas falsificadas. O interesse por essas anilhas falsificadas era manifestado por “criadores” de todo o país, o que fez com que a PF conseguisse detectar esses braços que se estenderam até outros estados.Está sendo investigada a participação direta de funcionários do IBAMA no crime.


Foram necessárias mais de 60 gaiolas para abrigar todas as aves. As aves apreendidas foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do IBAMA e vão ficar sob a guarda do instituto.

Em outra ação, no início da madrugada desta sexta-feira, a PF apreendeu em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, 400 pássaros. As aves, da espécie conhecida como pichanchão (Sporophila frontalis), ameaçada de extinção, estavam acondicionados em minúsculas gaiolas, todas escondidas em mochilas, no compartimento de bagagens de um ônibus da Viação Costa Verde. O traficante Vilson dos Santos foi preso em flagrante. Segundo a polícia, ele saíra com a carga de Paraty, confessando que o destino das aves seria a feira livre do município de Caxias, na Baixada Fluminense.

Os pássaros apreendidos são nativos de Mata Atlântica e fazem parte da lista do Ministério do Meio Ambiente com mais 625 espécies da fauna e da flora brasileira ameaçadas de extinção. Entre os pássaros apreendidos havia ainda, alguns exemplares de saíra-sete-cores.

Pichanchão - Sporophila frontalis

Saíra-sete-cores - Tangara seledon

A operação foi montada depois de uma denúncia. Nos últimos quatro meses esta é a 26ª prisão de contrabandistas de animais silvestres feito pela Polícia Federal no estado do Rio.

A Feira de Caxias é o maior antro do tráfico de animais silvestres no Rio de Janeiro. Todos sabem disso. A polícia e os órgãos ambientais sabem disso há décadas. Chegou a hora de se dar fim a esse tipo de atividade combatendo no âmago do problema: a Feira de Caxias, o maior fomentador desse tipo de crime no país. É inacreditável que até os dias de hoje, os órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental, em todos os níveis de governo, políticos e até mesmo alguns que se dizem ambientalistas aceitem esse estado de coisas em suas barbas. Erradicando esse pólo de disseminação do tráfico de animais silvestres, teríamos queda drástica nos índices desse tipo de crime no Brasil.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Crime ambiental - Biopirataria segue a passos largos


A maioria dos animais e plantas tirados ilegalmente do Brasil termina nas mãos da indústria farmacêutica, que elabora produtos com as toxinas geradas por eles. Por trás desse negócio se escondem empresas de remédios, pesquisadores sem escrúpulos e até "congregações religiosas".

Aranhas, rãs, sapos e serpentes são escondidos em bagagens falsas ou levados nos corpos dos traficantes. O veneno de algumas serpentes é usado para tratar a hipertensão e rãs da Amazônia têm propriedades anestésicas patenteadas por uma multinacional.

Empresas dos Estados Unidos e do Japão possuem direitos sobre certas substâncias secretadas por sapos e que são utilizadas durante séculos por comunidades indígenas. Os EUA também detêm a patente de plantas como o rupununine, um derivado da noz de uma árvore que cresce no Brasil e que é usada tradicionalmente por indígenas como remédio natural para doenças cardíacas e neurológicas.

De 5% a 15% dos cerca de US$ 20 bilhões gerados anualmente pelo tráfico de animais e plantas passam pelo Brasil, segundo dados do Governo federal correspondentes a 2006. Esse contrabando começou na época da colonização, se agravou na década de 60 e atualmente é um autêntico abuso. O tráfico de animais é crime, e a pena varia até 1 ano de prisão, mas a fiscalização é falha.

A biopirataria é muito difícil de ser detectada, pois só se pode investigar quando empresas estrangeiras lançam um novo remédio elaborado com substâncias que provêm de animais brasileiros. (Fonte: Estadao.com.br)