domingo, 21 de dezembro de 2008

Realidade - A falência do extrativismo florestal


Do Blog da Amazônia

A recondução de Derci Teles de Carvalho à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri foi o fato mais marcante da organização desde que Chico Mendes foi assassinado com um tiro de espingarda há 20 anos.

Contrariando a hegemonia política do PT e do governo estadual, a ex-militante petista, agora filiada ao PV, conduz há dois anos e seis meses o sindicato que é tão famoso quanto o nome do seringueiro que o presidia quando tombou vítima de uma emboscada em sua própria casa.

Quando presidiu o sindicato pela primeira vez (1981-1982), antes mesmo de Chico Mendes, Derci Teles de Carvalho se tornou a prim
eira mulher no país a dirigir uma organização de trabalhadores rurais.

Na quarta-feira, dois dias após a abertura da Semana Chico
Mendes, organizada no Acre para marcar os 20 anos da morte do seringueiro de Xapuri, a presidente do sindicato surpreendeu ao distribuir uma nota criticando a programação quando está em curso operação do Ibama para expulsar ocupantes ilegais da Reserva Extrativista Chico Mendes.

Contrariando apelos de Anselmo Forneck, gerente do Ibama no
Acre, Derci Carvalho distribuiu a nota para lembrar que, após dezoito anos de criação da reserva, não existe política para que os seringueiros possam viver com dignidade exclusivamente da produção extrativista.

- A pecuária só se expandiu dentro da reserva extrativista por falta dessa alternativa de geração de renda. O extrativismo florestal no Acre está falido - afirma Derci Carvalho com exclusividade ao Blog da Amazônia.

Por causa de manifestações críticas como essa, a entidade da ex-companheira de lutas de Chico Mendes foi alijada de todos os eventos organizados no
Estado para marcar os 20 anos do assassinato do seringueiro.

SEMANA CHICO MENDES

Xapuri está se preparando para receber os convidados do governo do Acre e do Comitê Chico Mendes. Nos últimos dois dias, a igreja e o meio-fio estão sendo pintados, debastado o matagal que invade as ruas e os buracos e esgotos a céu aberto sinalizados com vistosos tapumes.

Na BR-317, a placa indica a Estrada da Borracha que dá
acesso a Xapuri; ao fundo, outdoor do "governo da floresta"
com a mensagem "Chico
Mendes Vive!"

Tapumes foram instalados na rua que leva à casa ao
fundo, onde Chico Mendes viveu e foi assassinado
no dia 22 de dezembro de 1988


Detalhe do buraco e do tapume

Tapume oculta parcialmente um esgoto a céu aberto
a 20 metros de distância da Casa de Chico Mendes,
que foi tombada como patrimônio nacional


A casa de Chico Mendes

Leia a entrevista de Derci ao Blog da Amazônia clicando aqui

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Comportamento - Eh, ambientalista!


Após chegar para um seminário sobre desmatamento em um hotel de Brasília, o carro do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ficou por 30 minutos estacionado em duas vagas reservadas para deficientes físicos, enquanto o excelentíssimo falava ao celular aguardando a chegada de seu colega Sérgio Rezende, Ministro da Ciência e Tecnologia. É nas pequenas coisas que vemos o quanto somos conscientes.

Política – Veja quem é quem na farra dos vereadores


A vergonha nacional
Saiu em todos os jornais do país, mas não custa nada divulgarmos aqui também a listagem de votos dos senadores que votaram pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que recria 7.343 cargos de vereadores, mostrando a total falta de sensibilidade, de compromisso com a nação e de respeito ao dinheiro público e ao povo brasileiro. Lembre-se que essas pessoas são pagas pela população. Mostraram mais uma vez o quanto são abusados, cínicos e canalhas. Até quando continuarão com isso, eu não sei.

No primeiro turno o placar registrou 54 votos a favor, cinco contrários e uma abstenção. No segundo turno, o número de votos a favor subiu para 58. Votaram contra no primeiro turno: Álvaro Dias (PSDB-PR), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (DEM-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC). No segundo turno Álvaro Dias não votou e Cristovam Buarque (PDT-DF) completou os cinco votos contrários.

Votaram a favor:

Ada Mello (PTB-AL)
Adelmir Santana (DEM-DF)
Aloizio Mercadante (PT-SP)
Antônio Carlos Junior (DEM-BA)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
Arthur Virgílio (PSDB-AM)
Augusto Botelho (PR-RR)
César Borges (PR-BA)
Cícero Lucena (PSDB-PB)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
Eduardo Suplicy(PT-SP)
Expedito Júnior (PR-RO)
Fátima Cleide (PT-RO)
Flávia Arns (PT-PR)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Francisco Dornelles (PP-RJ)
Gerson Camata (PMDB-ES)
Gilberto Goellner (DEM-MT)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Gim Argello (PTB-DF)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Ideli Salvatti (PT-SC)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Jayme Campos (DEM-MT)
Jefferson Praia (PDT-AM)
João Vicente Claudino (PTB-PI)
João Ribeiro (PR-TO)
José Agripino (DEM-RN)
José Nery (PSOL-PA)
Lúcia Vânia (PSDB-GO)
Leomar Quintanilha (PMDB-TO)
Magno Malta (PR-ES)
Mão Santa (PMDB-PI)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Marco Maciel (DEM-PE)
Marconi Perillo (PSDB-GO)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Neuto do Conto (PMDB-SC)
Osmar Dias (PDT-PR)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Patrícia Saboya (PDT-CE)
Paulo Duque (PMDB-RJ)
Paulo Paim (PT-RS)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renato Casagrande (PSB-ES)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Valter Pereira (PMDB-MS)
Virgílio de Carvalho (PSC-SE)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Nas próximas eleições, pense bem se vale a pena você votar. Certamente, uma boa lição que poderíamos dar a esses pilantras, era não sair de casa. Seria um manifesto silencioso, mantendo as ruas e as seções de votação vazias. Não seria preciso qualquer ato de violência. Não seria preciso jogar pedras, pegar em armas, incendiar veículos, quebrar vidraças e vitrines, ferir pessoas, nada. O silêncio das ruas e das urnas vazias, seria um bom castigo para esses crápulas. No dia da votação ficaríamos todos em casa com nossos familiares, vendo televisão, fazendo um churrasquinho, descansando, enfim, não poríamos os pés nas ruas. O meu voto vale muito para ser desperdiçado com bandidos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sociedade - Banditismo oficial x qualidade de vida


Com o plenário lotado de suplentes, numa sessão relâmpago e em rito sumário, o Senado aprovou na madrugada desta quinta-feira a proposta de emenda constitucional (PEC) que recria 7.343 dos 8 mil cargos de vereadores cortados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2004, para reduzir gastos e adequar ao número de eleitores. Com a aprovação, pelo relator senador César Borges (PR-BA), suplentes que não foram eleitos em outubro passado poderão assumir como titulares em fevereiro, junto com os eleitos.

Um acordo de líderes permitiu pular os prazos regimentais de oito sessões entre o primeiro e o segundo turnos. A líder do PT Ideli Salvati (SC) foi a única que não encaminhou explicitamente pela aprovação da emenda. Ela liberou a bancada, mas os petistas votaram majoritariamente pela aprovação. No primeiro turno, foi aprovada por 54 votos "sim", 5 votos "não" e uma abstenção. Apenas cinco senadores foram contrários: Álvaro Dias (PSDB-PR), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (PT-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC).

Para liquidar a votação do primeiro e do segundo turno, e cumprir a exigência de oito sessões, o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) (aquele que está pensando em reeleição para a presidência do Senado), com o apoio unânime de lideres da base e oposição, abria e encerrava as sessões umas atrás das outras. Ele se limitava a ler as PECs que estavam em votação. Outra PEC, aprovada no bolo da PEC dos vereadores, regulamentou a criação de 52 novos municípios criados depois da Constituição de 88 que estavam ameaçados de extinção.

Por essas e outras que não sobra dinheiro para a preservação do meio ambiente, para melhorar os salários dos professores e a qualidade do ensino público, para obras de saneamento básico, para a melhoria dos salários dos profissionais e do setor de saúde, para a construção de moradias populares, transportes de massa, etc. Por essas e outras que os hospitais são verdadeiros açougues, a violência toma conta das cidades e o salário não consegue garantir as condições básicas de vida da maioria dos brasileiros. Infelizmente estamos sendo governados por bandidos há muito tempo. Eles fazem as leis que nós cidadãos temos de cumprir. Eles executam e decidem os gastos com o dinheiro público da forma que bem entendem, de preferência que atenda seus interesses particulares. É o banditismo oficial. Mais um exemplo de corrupção e malversação do dinheiro público que o povo vai deixar passar. Se fosse um país sério, estariam todos fuzilados. E ainda tem gente que vota nesses crápulas. O que mais falta para um dia se dar jeito nessa gente?

Crime ambiental – Mata Atlântica: o crime continua


Um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre 2005 e 2008 revela que o desmatamento da Mata Atlântica dobrou na região metropolitana do Rio. No período, o estado teve 205 hectares de floresta nativa suprimida, contra os 94 relatados entre 2000 e 2005. Os municípios de Itaboraí e Nova Iguaçu apresentaram os maiores danos. Nem as áreas protegidas e, teoricamente, monitoradas por órgão ambientais foram poupadas, como o caso do entorno da Reserva Biológica do Tinguá. A taxa anual de desflorestamento entre o período 2005-2008 aumentou 3,6 vezes comparado com o período entre 2000 e 2005.

O estudo revelou ainda o desmatamento nos estados de São Paulo e Espírito Santo, concluindo que os três estados juntos desmataram 793 hectares do Bioma Mata Atlântica. A região metropolitana de São Paulo foi a campeã de desmatamento em relação às outras duas regiões, já que nos últimos três anos, 437 hectares foram suprimidos, o que corresponde a nove vezes mais que no período de 2000 a 2005, quando o número foi de 48 hectares. No Espírito Santo, na região metropolitana de Vitória, 150 hectares foram suprimidos, sendo que 68 foram no município de Guarapari, enquanto no período anterior o número foi de 86 hectares.

Os crimes contra a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta, continuam ocorrendo nas barbas das autoridades da região mais desenvolvida do país. Imaginem o que é feito nos confins da Amazônia há décadas! E eles ficam comemorando em seus gabinetes e na mídia quando o INPE, vez ou outra, apresenta diminuição nos índices de desmatamento da Floresta Amazônica. É uma piada, para não dizer uma tragédia. Enquanto vão “flexibilizando” (pois a ordem agora é flexibilizar), os recursos naturais do país vão sendo dilapidados junto com a qualidade de vida da população que já não é muito boa há tempos também. É o retrato do descaso, da incompetência, da falência do estado. Até quando vão continuar discursando, discutindo, falando abobrinhas, quando precisa-se de ação. Investimentos! Se gabam diariamente das ótimas condições que o país apresenta, mas nada fazem para conter o avanço da destruição. Têm dinheiro para tudo. Dinheiro do povo! Para bancos, empresas, campanhas, recepções, eventos, viagens, tapioca, fumaça. Para proteger a vida é sempre muito difícil. Quando não tiverem mais o que respirar e beber, será tarde. Chega de cinismo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Meio ambiente - Pesca é a atividade que mais sofre com danos ambientais no país


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avaliou o impacto de problemas ambientais nas atividades agrícola, pecuária e de pesca. O mais alto foi na pesca, citada por 22,1% dos municípios consultados.

O efeito foi mais forte no Norte: 39,2% dos municípios daquela região apontaram redução da quantidade e diversidade de peixes como conseqüência de problemas ambientais. A maior parte dos 522 municípios que não registraram problemas ambientais fica em estados do centro-sul, como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, mas predominam nos de pequena população. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, apenas Porto Alegre (RS) informou não ter enfrentado conseqüências ambientais de grande impacto.

Estranho Porto Alegre não ter enfrentado consequências ambientais de grande impacto. Deve estar o paraíso!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Árvore do mês - GUAPURUVU (Schizolobium parahyba)


Ocorrência – do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul.
Outros nomes – ficheira, tento, guapurubu, bacurubu, guapiruvu, garapivu, guarapuvu, pataqueira, pau de vintém, bacuruva, birosca, bandarra, faveira.
Características – árvore decídua de 10 a 30 m de altura. Tronco sem ramificação, coroa de folhas no ápice, casca lisa, acinzentada, com cicatrizes da queda das folhas, sendo que quando jovem a casca é verde e lisa; o ápice dos ramos têm pêlos glândulosos (pegajosos). Emite ramificações e grande altura para formar a copa, o que lhe confere um porte majestoso. A copa densa, com galhos regulares, forma uma abóboda perfeita. Folhas alternas, compostas bipinadas, com até 1 m de comprimento; folíolos opostos, elípticos, com estípulas que caem com o tempo. Flores amarelas, pilosas, em inflorescências densas. Fruto tipo legume, obovado, coriáceo, pardo-escuro, de 10 a 15 cm de comprimento, com uma semente, forma elíptica, brilhante e muito dura, protegida por endocarpo papiráceo. Perde totalmente suas folhas no inverno e cobre-se de flores amarelas na primavera. Só após a florada é que inicia a brotação de novas folhas. Sementes ovaladas com 10 cm de comprimento, com invólucro alado, facil de se retirar, porém extremamente dura. Outra característica é ser uma árvore de duração conhecida. Sua morte ocorre após cerca de 40 a 50 anos. Antes disto, é muito comum a queda de galhos, porque sua madeira é muito fraca. A dispersão de seus frutos e sementes ocorre pelo vento e, principalmente, pela gravidade. Um Kg de sementes contém aproximadamente 500 unidades.
Habitat - formações florestais do complexo atlântico e nas florestas estacionais semideciduais, capoeiras e roçados, raramente ocorre em áreas sujeiras a inundações.
Propagação – sementes
Madeira – branco-amarelada, com tonalidade róseo-pálida, lisa, leve, macia e de baixa densidade e durabilidade.
Utilidade – madeira usada para confecção de papeis, portas, compensados, embalagens leves, forros, palitos, canoas, brinquedos, etc. Indicada para plantios em áres degradadas devido ao seu rápido crescimento. A espécie é muito ornamental mas, pela quebra fácil da madeira, não é própria para arborização de parques e jardins com grande circulação de pessoas e veículos, nem próxima de benfeitorias. A copa produz uma sombra muito leve, o que permite o plantio da espécie em gramados ou próxima a canteiros sem prejudicar a insolação sobre as outras plantas. Indicada para plantios em áreas degradadas em razão do seu rápido crescimento e restauração de mata ciliar em locais livres de inundação. A casca do tronco tem propriedade terapêutica adstringente, sendo usada na medicina popular. Também pelo fato de possuir muito tanino, é bastante utilizado em curtumes. Suas flores fornecem pólen e néctar, com 29% de açúcar e mel fluído e perfumado. Seus galhos são preferidos para a nidificação do pássaro joão-de-barro.
Florescimento – agosto a dezembro
Frutificação - março a junho
(Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Meio ambiente – Pesquisa do IBGE mostra mais de 90% dos municípios com problemas ambientais


De acordo com o levantamento, queimadas, desmatamento e assoreamento de corpos d'água são os problemas mais comuns. O estudo mostra que as queimadas foram citadas por 54,2% dos gestores municipais. O desmatamento, por 53,5%. E os assoreamentos, por 53%. O assoreamento tem como causas o desnudamento dos solos, ocasionados, em geral, por queimadas e desmatamento.

A poluição da água é pred
ominante nos municípios das regiões mais urbanizadas e economicamente mais desenvolvidas: Sudeste (43,6% dos municípios) e Sul (43,2%). Já a escassez de água foi mais apontada pelos municípios do Sul (53,5%) e do Nordeste (52,3%).

A pesquisa revela também que apenas pouco mais de um terço (37,4%) dos municípios dispõe de recursos financeiros específicos para viabilizar ações na área ambiental e menos de uma em cada 5 prefeituras tem estrutura adequada para lidar com esse tipo de problema.

Cerca de 33% dos 5.564 municíp
ios brasileiros declarou presença de favelas, mocambos, palafitas ou assemelhados dentro de seu território e a incidência de favelas é maior nos municípios mais populosos. Dos 37 municípios com população acima de 500 mil habitantes, só Cuiabá informou a inexistência de favelas.

Na área de transportes, a pesquisa mostra que, no período de 2005 a 2008, foi registrado um crescimento no percentual de municípios que possuem transporte por barco (de 9% para 10,5%), metrô (de 0,2% para 0,3%), mototáxi (de 47,1% para 52,7%), táxi (de 76,7% pra 81,5%) e van (52,3% para 59,9%), enquanto o transporte coletivo por trem caiu de 1,9% para 1,5%. O metrô está presente em 15 municípios (todos com mais de 50 mil habitantes), sendo o maior percentual naqueles com mais de 500 mil habitantes (29,7%).

Esse é o retrato caótico do país. Não dá para se esperar muito de uma nação que cuida do meio ambiente dessa forma. Na pesquisa muito se fala sobre a contaminação do solo e dos recursos hídricos por agrotóxicos e adubos químicos, mas pouco ou nada se fala sobre a questão do tratamento de resíduos
sólidos, certamente o maior problema a ser enfrentado pela grande maioria dos municípios brasileiros. É muito difícil atualmente, encontrarmos um município que não sofra deste problema.

A origem de tudo está simplesmente na ausência de políticas eficazes de distribuição de renda e educação. Essa tal “crise” que os jornalistas continuam insistindo (aliás, eles ainda não enxergaram que já estão passando dos limites e fazendo um papel deplorável. Como são medíocres!) para desestabilizar governo, de quebra continuar tentando manipular a população e vender mais notícias, deveria servir para que a população (consumidor, contribuinte, empresário, etc.) e governantes começassem a refletir sobre um novo modelo econômico e formas mais racionais de consumo. Mas o que se vê é o contrário. Governantes fazendo de tudo para se aumentar o consumo a qualquer preço, liberando mundo a fora trilhões de dólares e de euros para salvar bancos e mega- indústrias, dentre outras medidas que não parecem vir de uma espécie que se diz racional. É a crise dos “barriga cheia”. Que crise é essa? Nunca se viu tanta mobilização para tentar se acabar com a miséria e a fome no mundo como estamos vendo para se resolver problemas econômicos da minoria de “barrigas cheias”. Com muito menos (pelo que se estima, U$ 120 bilhões), o problema da fome e da miséria no planeta estaria resolvido.

Os abastados não querem deixar de continuar ganhando, pois perder eles nunca o fazem, não pode acontecer isso. Ganhar, ganhar e ganhar. Espoliar, espoliar e espoliar. Esse é o lema desses que estão fazendo de tudo para “resolver” a “crise internacional”. Isso nada mais é do que falta de vergonha na cara, é descaramento, é cinismo, é brincar com a vida humana. Falta de humanidade, de consciência. É inadmissível o que ocorre no mundo e, particularmente no Brasil, no que diz respeito à distribuição de renda. É inconcebível poucos, muito poucos, continuarem acumulando bilhões em suas contas bancárias e a grande massa viver sem as mínimas condições. É inadmissível continuarmos vendo o crescimento da pobreza e não o de uma classe média como querem nos empurrar goela abaixo. Está surgindo sim, uma “classe média” de miseráveis, sem educação, sem consciência, que contribuirá em muito para aumentar o contingente de pobres no planeta e aumentar cada vez mais o fosso entre a miséria e a riqueza. É impressionante a quantidade de empresários e banqueiros que sempre viveram às custas da exploração do próximo, com rendimentos, salários e lucros estrondosos, virem à frente da televisão para se aproveitarem da oportunidade de tirar cada vez mais dinheiro dos governos (dos governos não, dos contribuintes – a grande massa), cujos dirigentes, em sua maioria estão comprometidos uns com os outros. Essa é a “crise dos amigos abastados”. O pensamento central é: “temos de ajudar nossos amigos agiotas, exploradores, inescrupulosos, pois senão deixaremos de continuar ganhando, de termos nossas comissões, de termos financiamento para nossas campanhas políticas. Temos que continuar ganhando, explorando, espoliando, senão entraremos em recessão, em depressão!”. Querem comparar ainda, o momento que vivemos, com a crise de 1929, quando milhares de pessoas deram fim a suas vidas com um tiro na cabeça. Crise é aquele momento em que está faltando comida, combustível, dinheiro, emprego, a ponto de desestruturar toda uma nação, região ou seja la o que for. É aquele momento que o povo tem de entrar na fila para conseguir um litro de leite, de água, um pedaço de pão ou um quilo de arroz. É um pós-guerra, por exemplo. Isso é crise! Alguns podem dizer que crise é o que está passando os famintos da África, da Ásia e da América Latina. Não senhores, isso também não é crise. Isso não é um momento. Isso é uma eternidade. Essa gente vem sofrendo há séculos em decorrência da ganância dos povos mais ricos. O que vêm passando os povos miseráveis desse planeta não é mais crise. Não um momento, uma fase de dificuldades. É uma vida. É desumanidade, falta de escrúpulos, por parte daqueles que só pensam e sabem acumular e consumir desenfreadamente. Puro egoísmo.

Esses jornalistas e especialistas (tão especialistas que não conseguiram prever a quebra desses bancos, o problema que as tais hipotecas poderiam causar, além do tamanho da tal "crise") descarados, continuam tentando incutir na mente da população que o nível de consumo neste Natal será um dos piores dos últimos tempos, mas o que vemos na realidade é outra coisa totalmente diferente do que eles dizem! Semanas atrás, americanos se mataram para consumir em frente ás portas de lojas de departamentos. Aqui no Brasil, os empresários do comércio estão prevendo crescimento de 40% do consumo em relação ao ano passado. É o verdadeiro caos! Ninguém sabe de mais nada. Essa semana tivemos contado com um corretor imobiliário que atua no bairro da cidade do Rio de Janeiro com maior número de lançamentos. Ele nos disse que nunca vendeu tanto na vida. Lançamentos são feitos e comercializados quase que totalmente no primeiro dia. Os feirões de automóveis estão lotados. Onde está a falta de crédito? Continuam financiando tudo a perder de vista. Continuamos a fazer a pergunta que não quer calar. Onde está essa tal "crise"?

Sem distribuição de renda justa, não teremos nunca educação suficiente para respeitarmos a natureza da qual fazemos parte. Sem distribuição de renda e educação, nunca teremos saúde, habitação, transportes dignos, alimentação saudável, segurança, meio ambiente equilibrado e, principalmente, empresários, banqueiros, políticos e governantes honestos, realmente comprometidos com os interesses comuns e equilíbrio das nações.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crime ambiental - PROCURA-SE

O governo americano apresentou um novo tipo de lista de mais procurados. São os fugitivos ambientais, acusados de atacar a natureza, por contrabandear produtos químicos que corroem a camada de ozônio, jogar lixo tóxico nos rios e nos mares, comercializar em carros poluentes, dentre outras peripécias.

Na lista de inimigos públicos do FBI, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foca crimes ambientais e apresenta uma lista de 23 fugitivos, contendo fotos e uma descrição das acusações feitas. Segundo o FBI, as pessoas listadas representam "o universo descarado das pessoas que estão fugindo da lei". Muitos estão sob risco de anos de prisão, e algumas das acusações podem resultar em centenas de milhares de dólares em multas.


Um deles é John Karayannides, acusado de orquestrar o despejo de 487 toneladas de trigo contaminado com óleo diesel no mar do Sul da China, em 1998. Acredita-se que ele tenha fugido para a Grécia. Também em fuga está a dupla de pai e filho Carlos Giordano e Allesandro Giordano, presa em 2003 por dirigir uma importadora de veículos que trazia para os EUA carros fora do limite de poluição do país. Acredita-se que estejam na Itália.

Já imaginaram o tamanho da lista da Polícia Federal se fosse aqui no Brasil? Quantos presídios a mais teriam que ser construídos?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Meio ambiente – A verdade sobre as bromélias e a dengue


É tanta besteira que se ouve falar por muitos que deveriam estar informando mas insistem em continuar desinformando diariamente a população, que resolvemos escrever alguma coisa relacionada a um dos temas que mais chamam a atenção ultimamente, com toda a razão: a dengue. E dentre as besteiras que ouvimos todos os dias, uma das mais absurdas é de que as bromélias são verdadeiras propagadoras do mosquito Aedes aegypti. Coitadas das bromélias! Face o avanço da dengue, se tornaram alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. Baseando-se nas orientações colocadas à disposição da população no site da Sociedade Brasileira de Bromélias – SBBr, visando colaborar no esclarecimento da população sobre a veracidade das informações veiculadas na mídia sobre o tema, procuramos contribuir na divulgação da verdade para que não mais uma injustiça seja cometida com a natureza e danos maiores venham a acontecer. A Sociedade Brasileira de Bromélias - SBBr - é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que reúne estudiosos, cientistas, admiradores, colecionadores e produtores de bromélias do Brasil (nativas) e de outros países (exóticas).

O tanque que algumas bromélias desenvolvem no imbricamento de suas folhas NÃO É UMA POÇA D'ÁGUA. Ela é SIM, UM POÇO DE VIDA. A diferença é que uma poça d'água (pratinhos, pneus, garrafas e plásticos), ainda que possa abrigar OCASIONALMENTE algumas formas de vida, é uma água parada, um ambiente inerte. Difere completamente do tanque da bromélia, que é uma estrutura vital da planta e assim como os intestinos dos animais, abriga MUITAS formas de vida, das quais ela depende para se nutrir e sobreviver.

A poça d’água é formada pelo armazenamento ao acaso. A água da chuva passa a ser rapidamente colonizada pelos organismos menos especializados. Em ecologia, chama-se isso EUTROFICAÇÃO. A partir de alguns poucos nutrientes, surgem determinadas algas e bactérias (POUCAS ESPÉCIES, ALGUMA QUANTIDADE). Em poucos dias, aparecem as larvas dos mosquitos, entre eles, o Aedes aegypti. Essa fase dura pouco. A água se turvará, se não chover, ou secará.

As bromélias tanque-dependentes começam a guardar água antes de seu primeiro ano de vida. Essa água, protegida pelo ambiente das folhas, se transforma num pequeno mas rico ecossistema em muito pouco tempo. POUCA ÁGUA SE EVAPORA DAÍ, MUITA É CONTINUAMENTE ABSORVIDA PELA PLANTA, suprindo-a com nutrientes e evaporando pela superfície da folha. A sucessão de formas de vida é muito intensa e o resultado é uma CALDA repleta de organismos (MUITAS ESPÉCIES, GRANDE QUANTIDADE) que competem entre si, numa cruenta interdependência ecológica.

Muitos colecionadores ficaram
alvoroçados com a ameaça do dengue e passaram a monitorar de forma obsessiva suas plantas. O resultado foi surpreendente: PRATICAMENTE NÃO FORAM ENCONTRADAS LARVAS DE AEDES AEGYPTI. Mesmo aqueles que não aplicavam inseticidas, não encontravam larvas do Aedes aegypti em suas plantas. Coleções grandes e, especialmente aquelas situadas próximo às florestas, não acusavam a presença do mosquito e, quando eram encontradas larvas, pertenciam a mosquitos dos gêneros Culex e Anopheles, nativos de nossa fauna.

Habitado por um vigoroso pool de formas nativas de vida e sujeito à constante substituição biológica de suas águas, O POÇO DE VIDA DAS BROMÉLIAS NÃO É CRIADOURO ADEQUADO PARA O AEDES AEGYPTI, UM MOSQUITO EXÓTICO. A água parada das poças (pratinhos, pneus, vidros e garrafas), com ecologia mais pobre, é o local ideal para a proliferação do mosquito do dengue.

AS BROMÉLIAS NÃO SÃO CRIADOUROS PREFERENCIAIS DO
AEDES AEGYPTI. À mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios. Nesses últimos tempos em que a dengue fugiu ao controle, haja visto a última epidemia ocorrida no ano passado na cidade do Rio de Janeiro, ninguém deve correr riscos. Preconiza-se hoje o sexo seguro, sempre com a camisinha, para se evitar a escalada da AIDS, mas não se condena o amor. Pois com as plantas é da mesma forma: vamos continuar tendo nossas bromélias, como é de direito de todos, mas sempre com a máxima responsabilidade.

Mesmo sabendo que a bromélia não é uma das responsáveis pela proliferação do mosquito, a SBBr em cooperação com a Comlurb, orienta a população para soluções simples e eficientes que devem ser tomadas por aqueles qu
e admiram uma das maiores maravilhas da natureza: a bromélia. Veja a seguir, o que você pode fazer para cuidar de suas bromélias:

Para pessoas que possuem poucas plantas em casa ou no apartamento:

- Deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos;

- Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d'água de um dia par
a outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d'água) duas vezes por semana;

- Também recomenda-se a aspersão de todo o ambiente onde estão as plantas com inseticida aerosol piretróide, com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana;

- Se possível, utilize todas essas medidas em conjunto para segurança total.

Para bromélias plantadas no chão, em residências ou condomínios, recomenda-se o inseticida ecológico rural, da Natural Camp (Tel: 0800-161131 - testado e aprovado pela Comlurb) que deve ser pulverizado uma vez por semana. Não há perigo para animais domésticos ou para o homem.

Para acabarmos com o mosquito, o controle deverá ser permanente, quebrando o ciclo do mosquito. Os ovos do Aedes aegypti ficam viáveis por até 400 dias e, com isso, se não houver atenção até o ano seguinte, ele retornará ainda pior em todos os focos conhecidos. O combate a esses focos é possível e não obriga a destruição de plantas de qualquer natureza. A legislação ambiental protege as bromélias da natureza pois reconhece a sua importância nos ecossistemas. É crime ambiental, inafiançável, extrair ou destruir bromélias dos ambientes naturais!

É bom lembrar ainda que a proliferação descontrolada de determinadas espécies (quando são consideradas “pragas”), nada mais é do que um desequilíbrio ecológico, na maioria das vezes, causado pelo homem. O que vemos normalmente, principalmente nas áreas urbanas, é cada vez mais a diminuição das áreas verdes, com o corte de árvores indiscriminado (muitas vezes com a conivência do Poder Público), a captura de animais silvestres (principalmente pássaros e micos que se alimentam de mosquitos ajudando a equilibrar suas populações), e o uso indiscriminado de agrotóxicos, como o famoso e sempre requisitado pelos mais desinformados, “fumacê”, que comprovadamente não contribui em nada para a diminuição da população de Aedes aegypti, mas sim para diminuir a população de outras espécies concorrentes desse mosquito. O homem precisa aprender a respeitar a natureza. Precisa parar de destruir. Para não destruir, precisa aprender a consumir, precisa aprender a não ser ganancioso. Chega de destruição. Chega de crescimento descontrolado.

Ninguém precisa desfazer-se de suas bromélias. Elas são fonte de beleza, de equilíbrio, de racionalidade, e a natureza certamente agradecerá.

Diferenças entre CULEX e AEDES:

CULEX


- Faz barulho;
- Inseto de hábito noturno. Pica à noite. As fêmeas precisam de sangue para se alimentar e também formar seus ovos. Permanecem em repouso durante o dia e começam sua atividade ao entardecer. Os machos se alimentam de plantas;
- Fêmea coloca os ovos em água parada e suja;
- Criadouros: remansos de córregos, rios, recipientes, água suja, piscinas não tratadas;
- É um mosquito pequeno que tem cor de palha podendo apresentar algumas manchas brancas nas pernas. Suas asas não possuem manchas e o seu dorso é pardo-escuro com escamas amarelas;
- Não é considerado vetor de microorganism
o patogênico, porém algumas pessoas podem apresentar sintomas alérgicos no local das picadas.

AEDES

- É silencioso;
- Inseto de hábito diurno. Pica durante o dia. Os machos nutrem-se de seiva de plantas e as fêmeas, assim como o Culex, também se alimentam de sangue. A postura dos ovos ocorre geralmente na parede dos recipientes com água limpa e sombreada, próximo à linha d'água. Estes ovos podem permanecer viáveis por vários meses até um ano;
- Somente a fêmea é hematófaga;
- Pode transmitir doenças como Dengu e Febre Amarela;
- Criadouros: latas, pneus, pratos de vasos, caixas d'água, garrafas, plantas aquáticas etc;
- O mosquito adulto tem coloração escura, com anéis brancos nas pernas e manchas prateadas nas laterais do abdômen. Na parte superior do tórax e na cabeça existem algumas manchas brancas que os diferenciam das demais espécies.