A Watt, danceteria de Roterdam, na Holanda, reabriu suas portas nesta quinta-feira (4) se apresentando como a casa noturna "mais verde do mundo".
Os proprietários da Watt dizem que a casa é a primeira a seguir todos os critérios estabelecidos pelo Sustainable Dance Club (SDC), um conceito criado na Holanda há dois anos para estimular discotecas a utilizarem fontes alternativas de energia.
Segundo os criadores do novo espaço, os próprios freqüentadores serão a principal matriz energética da danceteria. A energia é captada por sensores instalados por baixo da pista e convertida para alimentar a iluminação do ambiente.
Ao dançar na pista, uma pessoa pode produzir de 5 a 10 watts, dependendo de seu peso. Os movimentos são registrados por mecatrônicos que exibem um gráfico de energia que ficará à mostra, servindo de estímulo para os baladeiros.
"Dançando-se mais energeticamente pode-se gerar até 20 watts. Você recebe de volta o que você dá", diz o proprietário da Watt, Aryen Tieleman.
Os cuidados não param por aí. Nos banheiros, a água da chuva coletada por caixas instaladas no teto escorre por tubos transparentes até o vaso sanitário. Dali, segue para ser purificada em tanques no subsolo. Com isso, o estabelecimento espera economizar cerca de 1.000 m³ de água por ano.
Os conceitos de sustentabilidade também se estendem ao bar, onde serão servidas comidas e bebidas orgânicas.
Os funcionários vestem uniformes fornecidos por empresas escolhidas pelo seu currículo de respeito ao meio-ambiente. A iluminação é feita por lâmpadas que gastam 85% menos energia que as luzes comuns e os copos também são de material 100% reciclável.
O clube ainda oferecerá aos freqüentadores um "oásis verde", um complexo criado no telhado para relaxamento e um quintal com plantas onde é possível tomar ar fresco.
Com a adoção dos novos padrões, a Watt espera gastar 50% menos energia do que os clubes não-sustentáveis do mesmo porte e reduzir suas emissões de CO2 em 30%.
O objetivo final dos critérios estabelecidos pelo SDC é a redução do consumo de energia elétrica, água, produção de lixo e a utilização de materiais recicláveis e sustentáveis.
Toda a estrutura tecnológica instalada na Watt foi criada pelas universidades de Tilburg e Eindhoven, além de empresas associadas.
A boate ainda espera contribuir para meta estabelecida por Roterdam, que pretende reduzir suas emissões de carbono em 50% até 2025.
Segundo a assessoria da SDC, donos de casas noturnas no Brasil, Grã-Bretanha, Portugal e Estados Unidos estão em contato com o projeto para estudar a viabilidade de se construir danceterias auto-sustentáveis em seus países.
Tem de se cuidar agora é da poluição sonora que impera na maioria dessas danceterias.