segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Meio ambiente – Ações mirabolantes, resultados desconsertantes IV - O desfecho e o Pantanal
Finalmente, depois de várias tentativas, o ministro Carlos Minc conseguiu comemorar nesta sexta-feira a venda de 3.046 cabeças de gado apreendidas em junho na Operação Boi Pirata. Apesar dos bois terem sido arrematados pelo lance mínimo (R$ 1,3 milhão), com deságio de 60% em relação ao preço do primeiro leilão, Minc disse que o governo tem como objetivo combater as criações ilegais na região da Amazônia Legal e não lucrar com os boizinhos. Segundo ele, além da venda dos 3.046 bois, outros 35 mil deixaram a região da Terra do Meio (PA), onde as cabeças leiloadas foram apreendidas e outros 20 mil bois foram retirados de unidades de conservação na região Norte.
Foram necessários cinco leilões para conseguir vender os bois piratas. O governo ainda estima gastar R$ 400 mil para transportar o gado da reserva da Terra do Meio (PA) para um município vizinho, o que na prática reduz o lucro do leilão para R$ 900 mil, sem contar claro, o custo para manter o gado no pasto nesse período, pois até seguranças da Polícia Federal foram utilizados.
Com relação à liberação do plantio de cana-de-açúcar na região do Pantanal, o ministro agora nega que o governo esteja disposto a autorizar, e disse: "Por que escolher no Pantanal, que a gente tem que preservar com unhas e dentes? E mais: se a gente agredir a Amazônia ou o Pantanal com cana, lá fora os protecionistas vão usar este argumento para criar barreira ao álcool brasileiro. A gente quer o etanol verde que não destrua nenhum bioma brasileiro".
Como muda rapidamente de idéia o ministro! O que não é novidade. Uma hora ele diz que não, jura de pés juntos, e outra diz que sim. Lembram por ocasião do convite para assumir o ministério? Mesmo assim demorou para entender que a região do Pantanal (como a Amazônia) não é propícia para o plantio de cana! Vamos ver se não muda de idéia de novo.