quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Crime - 925 milhões de famintos no planeta
O número de pessoas com fome no mundo passou de 850 milhões para 925 milhões em 2007, devido à disparada dos preços dos alimentos, anunciou nesta quarta-feira (17) em Roma o diretor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diuf.
O índice FAO dos preços dos alimentos teve aumento de 12% em 2006 com relação ao ano anterior, de 24% em 2007 e de 50% durante os sete primeiros meses deste ano. Será preciso investir US$ 30 bilhões por ano para duplicar a produção de alimentos e acabar com a fome. Esse valor é necessário para dobrar a produção de alimentos para dar de comer a 9 bilhões de pessoas. Este valor é bastante modesto, se comparado às somas desembolsadas pelos países membros da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) em apoio à sua agricultura (US$ 376 bilhões) ou a seus gastos com armamento (US$ 1,2 trilhão em 2006).
Os países membros da FAO se comprometeram durante a cúpula no início de junho em Roma a reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem de fome até 2015. Com as tendências observadas hoje, esta meta seria alcançada em 2150 em vez de 2015.
Não é só devido à inflação e falta de alimentos que o número de famintos vem crescendo no mundo. Aliás, alimento existe em abundância, sem contar o potencial para produzi-los. É principalmente pela ganância, o egoísmo e o consumo desenfreado de poucos abastados que se acham no direito de esgotar os recursos naturais para encher seus bolsos, suas barrigas e proporcionar-lhes os mais escandalosos prazeres. É pela desumanidade de políticos corruptos e empresários inescrupulosos, acostumados a explorar os menos favorecidos. É pela falta de coragem de alguns políticos de promover real distribuição de renda e não assistencialismo barato. Pela falta de vergonha de políticos que não dão atenção às necessidades básicas de seu povo, como educação, saúde, saneamento e habitação. A inflação é conseqüência dessas desgraças que estão presentes em todos os países. É inadmissível, desumana e vergonhosa a concentração de riqueza que vem se consolidando nas últimas décadas no planeta Terra. Consumismo foi o maior crime sócio-ambiental do século passado e continua a ser no início deste século. Até quando essa gente continuará cega?