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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Conservação - INEA propõe criação de Parque Estadual na Região dos Lagos


O Instituto Estadual do Ambiente (INEA), da Secretaria Estadual do Ambiente, vai apresentar a secretários do Meio Ambiente da Região dos Lagos os resultados dos estudos técnicos para a criação do Parque Estadual da Costa do Sol. Administrado em parceria com as prefeituras e formado por vários segmentos, o novo parque terá um papel estratégico na proteção de ecossistemas ameaçados e no incentivo à atividade turística.

A vistoria técnica nas áreas previstas para fazer parte do parque já foi realizada pela equipe do instituto. Agora, a proposta será encaminhada aos municípios que terão áreas incluídas e, a seguir, acontecerão audiências públicas para apresentação do projeto à comunidade. A proposta já recebeu apoio do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria do Ambiente do Estado do Rio.

A idéia é implantar o conceito de gestão de parques setoriais, a exemplo do que existe em outros países, como o Canadá, por exemplo, mas que não são comuns ainda no Brasil. O estado cria e viabiliza a desapropriação, planos e investimentos, e os municípios administram em regime de co-gestão os futuros centros de visitação.

Dividido em três grandes setores e com 29 áreas segmentadas, o futuro Parque Estadual da Costa do Sol vai absorver unidades criadas pelos municípios, mas que não eram reconhecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Todas estas áreas reunidas somam cerca de 5,7 mil hectares nos municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, Saquarema, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande.

A riqueza ambiental da região e a integração dos municípios através de um consórcio muito ativo na questão ambiental, são duas situações muito favoráveis à criação do parque, segundo os técnicos do INEA. O Parque Estadual da Costa do Sol é uma das unidades de conservação propostas pelo grupo de trabalho formado pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João, com recursos do Ministério do Meio Ambiente. Além do impacto positivo para o turismo da região, a criação da unidade também integra o conjunto de medidas para a revitalização da Lagoa de Araruama, e a utilização adequada dos seus recursos, com atividades de alta ou baixa intensidade conforme o grau de proteção da área.

Outros locais, como as dunas de Cabo Frio ou a Mata de Jacarepiá, conhecida pela presença de micos-leões dourados, também passarão a fazer parte do novo parque, que terá um papel importante na preservação da biodiversidade e dos recursos hídricos da Região dos Lagos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Crime ambiental – IBAMA apreende 250 Kg de carne silvestre na Serra do Divisor


Em operação no entorno do Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, no fim de semana passado, o Ibama com o apoio d o Instituto Chico Mendes e do 61º Batalhão de Infantaria e Selva do Exército, apreendeu 250 Kg de carne salgada de animais silvestres (anta, veado, porco-do-mato, macacos e jacú), 12 jabutis vivos, três espingardas e uma canoa de madeira com motor de rabeta. A operação foi deflagrada a partir de uma denúncia anônima de que havia caçadores no entorno e interior do parque.

A caça, as armas e a canoa foram apreendidas no igarapé São Pedro no flagrante dado em três caçadores, um deles conseguiu fugir e os outros dois foram encaminhados ao Ibama em Cruzeiro do Sul para autuação. Os infratores receberão multa de R$ 131 mil.

Um dos caçadores era foragido da Justiça e tinha mandado de prisão expedido contra ele por tentativa de homicídio e furto, o qual foi encaminhado para a penitenciária. Em janeiro, em ação de fiscalização contra caçadores, o Ibama e a Polícia Militar também localizaram um outro foragido por homicídio.

Os caçadores vinham agindo nas cabeceiras de igarapés da região, uma área de fronteira do extremo ocidente do Brasil com ocorrência de tráfico internacional de drogas. A carne foi doada a instituições filantrópicas do município de Cruzeiro do Sul e os jabutis serão soltos na natureza.

Biodiversidade – Descoberta espécie de mini rã no Peru


Uma nova espécie de rã foi encontrada no Parque Nacional Manu, perto de Cuzco, no sudeste do Peru. A descoberta foi anunciada pelo Instituto de Pesquisa e Museu de História Natural de Dresden.

A espécie foi batizada de Noblella pygmaea e é a menor encontrada nos Andes, com cerca de 1 cm de comprimento. A espécie é um dos menores vertebrados já encontrados acima de 3 mil metros de altitude e vive em ambientes úmidos, mas terrestres.

Edgar Lehr do Museu de História Natural de Dresden, na Alemanha, e Alessandro Catenazzi da Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirmam que a Noblella pygmaea é apenas um dos muitos anfíbios ainda desconhecidos que vivem em zona montanhosa dos Andes.

Sustentabilidade – Ministério anuncia o programa de Revitalização do Complexo Turístico e Ambiental do Corcovado


Em reunião nesta segunda-feira (6), que contou com a participação do ministro do Turismo, Luiz Barreto, das secretárias estaduais de Turismo, Esporte e Lazer e do Ambiente, Márcia Lins e Marilene Ramos, respectivamente, e do diretor do Parque Nacional da Tijuca, Ricardo Calmon, entre outros, o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lançou o programa de Revitalização do Complexo Turístico e Ambiental do Corcovado e seu Entorno.

O carro-chefe do programa é a recuperação do prédio abandonado do antigo Hotel das Paineiras, que será transformado num centro turístico e de educação ambiental, entre outros usos. A revitalização do complexo turístico, prevista no plano de manejo do Parque da Tijuca, prevê ações sociais e de segurança nas favelas dos Guararapes e do Cerro Corá, localizadas no bairro de Cosme Velho, área considerada estratégica pelos responsáveis pelo parque.

Um grupo de trabalho foi formado para, em 30 dias, apresentar um projeto detalhando as principais ações a serem implementadas. O grupo de trabalho foi constituído de representantes da direção do Parque, das secretarias Estadual e Municipal de Turismo, das secretarias Municipal e Estadual de Meio Ambiente, das secretarias Estadual e Municipal de Transportes, da Secretaria Estadual de Segurança e da Secretaria Municipal de Habitação.

As ações nas duas comunidades, que serão levadas adiante pelo governo estadual, serão importantes para dar mais segurança aos turistas que frequentam a região. A revitalização do Hotel das Paineiras e de outros equipamentos urbanos da região valorizarão ainda mais a imagem turística do Rio de Janeiro. Uma das primeiras ações previstas no programa será o lançamento de um concurso, ainda este mês, pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), para a reconstrução do Hotel das Paineiras.

Fechado há 25 anos, o tradicional hotel, que já hospedou até a Rainha Elizabeth, da Inglaterra, que serviu de concentração para a Seleção Brasileira de Futebol no ano anterior ao Mundial de 1970 e, por muitas vezes para os tradicionais times cariocas, passará a ter restaurante panorâmico, centro de visitação turística, centro de educação ambiental, lojas temáticas, entre outros atrativos. Serão mantidos cerca de 30 quartos para que ali ainda funcione um hotel interligado às outras atividades que serão promovidas no prédio.

Dentre outras ações previstas para o programa de revitalização do Parque, está a reforma do antigo restaurante Silvestre, que fica próximo a uma estação desativada do trenzinho do Corcovado. Havendo mais segurança na área, a idéia é recuperar os trilhos do bondinho do bairro de Santa Teresa, na região central do Rio, para que turistas possam chegar à Estação Silvestre por ele, pegando então o trenzinho do Corcovado numa área de transferência.

Recursos de compensação ambiental também deverão ser utilizados na implantação de sinalizações turísticas na região. O governo estuda a possibilidade de destinar parte dos recursos previstos no âmbito do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) para promover a qualificação profissional de moradores das comunidades do entorno. O Prodetur/RJ é orçado em R$ 187 milhões, entre recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Governo Federal.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Crime ambiental - Policial militar citado em relatório de CPI é indiciado por crime ambiental


Apontado no relatório da CPI das Milícias como chefe de um grupo paramilitar, o sargento PM Luiz Monteiro da Silva, o Doem, de 50 anos, foi indiciado em inquérito da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) por crime ambiental, desmatamento e parcelamento irregular do solo urbano. O policial é acusado de desmatar a encosta da Serra do Valqueire, que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) do Maciço da Pedra Branca, em Vila Valqueire, Rio de Janeiro, RJ, para construir um empreendimento imobiliário na parte baixa, e lotear o topo do morro, ampliando a Favela da Chacrinha.

A investigação da DPMA foi iniciada com base no ofício 1.623/08 da extinta Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), hoje Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que constatou a devastação provocada pelo empreendimento ilegal do PM no trecho de mata que cobria a encosta, com prejuízo também à fauna local, como atesta o documento. Há ainda o risco de avanço para a área do Parque Estadual da Pedra Branca. Além do loteamento, o grupo chefiado pelo policial criou acessos à Favela da Chacrinha pelas ruas Tejo e Urucuia.

A participação do sargento PM na milícia que atua em Vila Valqueire é destacada no inquérito da DPMA, que ainda cita o envolvimento do grupo na exploração de serviço clandestino de TV a cabo, cobrança de taxas de segurança e até assassinatos na região. Num dos casos, Doem foi indiciado em inquérito da 32ª DP (Taquara) por suposta participação em um duplo homicídio.

O comando da Polícia Militar informou por intermédio do setor de relações públicas que o sargento Luiz Monteiro, o Doem, está sendo submetido a conselho de disciplina que vai decidir sobre sua permanência ou não nos quadros da corporação.

Essa baderna está espalhada por toda a cidade, por todo o país, no Rio de Janeiro principalmente. Quem deveria dar exemplo, comete os maiores crimes usando como escudo uma farda, uma bandeira, um cargo, uma instituição. São os criminosos oficiais. Esses são piores que os bandidos comuns. É PM, policial civil, policial federal, vereador, deputado, governador, prefeito, senador, juiz, tudo usando a proteção de seus cargos para garantir a impunidade. Estão fazendo o que querem há anos. Acabou-se a autoridade, desmantelou-se os governos. A população está entregue a bandidos, omissos, covardes e cínicos.

domingo, 29 de março de 2009

Crime ambiental – Onça pintada é morta por atropelamento em estrada dentro do Parque Nacional do Iguaçu


Símbolo do Parque Nacional do Iguaçu, uma onça pintada foi atropelada neste sábado na BR 469, via de acesso às Cataratas do Iguaçu, no interior do parque, a 637 Km de Curitiba. A onça foi encontrada morta na beira da estrada na manhã deste sábado, 28, por funcionários da Concessionária Cataratas do Iguaçu, no quilômetro 27 da rodovia, Que avisaram os técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor da unidade.

O animal era um macho, jovem, de aproximadamente 70 Kg e quase 2 m de comprimento, incluindo a cauda. De acordo com a Polícia Florestal, o atropelamento foi durante a madrugada, provavelmente por um veículo em alta velocidade. O motorista, depois de arrastar o animal para fora da estrada, fugiu sem avisar aos guardas parque do acidente. O acidente foi depois que o parque já havia fechado. Neste período da madrugada, apenas funcionários e vans e táxis de turismo, que vão para o Hotel das Cataratas têm permissão do ICMbio para trafegar dentro da unidade. A polícia está vistoriando todos os veículos que entraram no parque nessa madrugada.

A morte do animal reacendeu a polêmica sobre o plano de manejo aprovado em 2002, que já determinava, justamente para evitar acidentes como este que os únicos veículos a cruzarem os portões e circularem pelas vias internas da unidade deveriam ser os ônibus do próprio Parque Nacional. Mas esta regra nunca foi posta em prática, pois o setor de turismo do município sempre foi contra esta restrição. Porém, logo após o ocorrido, foi proibida por tempo indeterminado a entrada de veículos de turismo, táxis e vans no interior da unidade pelo portão de serviços, até que se encontre o responsável pelo atropelamento do animal. A entrada de turistas está concentrada pelo Centro de Visitantes, que só podem acessar o parque utilizando-se dos ônibus da unidade.

A onça pintada é uma espécie rara e ameaçada de extinção. O parque nacional é uma das únicas reservas naturais do sul do Brasil e, provavelmente, o único refúgio no Paraná, onde as onças podem ser encontradas em liberdade, mesmo assim, os biólogos estimam que apenas entre oito e dez onças vivam na unidade atualmente. Por isso, a perda é considerada grave. E o pior de tudo: a onça atropelada pode ser um dos últimos machos, e a perda de um macho, significa a perda de um percentual considerável de material genético reprodutivo dentro do parque. Segundo os técnicos, a perda é incalculável e para todo trabalho de pesquisa e conservação feito até hoje para se manter um banco genético viável, encontrar um animal morto é bastante chocante. O Parque Nacional do Iguaçu desempenha um importante papel nesse trabalho de pesquisa, pois serve como matriz, isto é, a onça (Panthera onça) nasce nessa região e migra para outros locais, aproveitando o corredor verde que existe tanto no parque brasileiro como no argentino. Um estudo feito pelo parque argentino detectou a presença de apenas 50 onças espalhadas pelos dois parques. A causa desse número baixo deve-se principalmente à ação de caçadores, que durante as décadas de 80 e 90 dizimaram a população de onças-pintadas.

O animal foi levado pelos os técnicos do instituto até a base de pesquisa do Poço-Preto, onde foram retiradas amostras de pêlos e peles para análise laboratorial, fotografada e feita a telemetria para observar o tamanho e peso.

De acordo com a Polícia Florestal e com a administração do parque, a pessoa que atropelou o animal terá de responder por crime ambiental e pode pegar, no fim do processo, até dois anos de prisão. Também pode receber uma multa de no mínimo R$ 5 mil.

Urbanismo – Onze mil metros de muro para conter favelas no Rio


O Morro Dona Marta, em Botafogo, é o primeiro a receber um muro para conter a expansão da favela rumo à mata. O governo estadual contratou uma empresa para o serviço que já levantou 55 dos 634 m previstos para a primeira fase do projeto.

O próximo passo será a licitação pela Empresa de Obras Públicas (EMOP) do projeto que prevê a construção de um paredão de 2.800 m de extensão que irá contornar a Rocinha. As obras para outras nove comunidades, todas na Zona Sul, serão licitadas até maio. No total, serão mais de 11 mil metros de murada em concreto para conter o surgimento de novas construções nas favelas cariocas.

O muro erguido nas comunidades terá um mesmo padrão, feito de concreto, com base em vergalhões de ferro e três metros de altura. A opção de um paredão vazado foi descartada porque o estado tinha o receio de que ele pudesse ser mais facilmente destruído. A expectativa é que, até o fim deste ano, as obras já estejam concluídas em todas as favelas contempladas.

Também está prevista a derrubada de cerca de 550 casas durante os trabalhos, cujos moradores serão indenizados ou realocados.

A expansão das favelas no Rio de Janeiro tem abocanhado pedaços cada vez maiores das áreas verdes, e os parques, que serviriam naturalmente como barreiras para impedir que duas favelas próximas se tornem um complexo, não vêm sendo poupados pelas ocupações irregulares.

O Parque Dois Irmãos, no Leblon, e o Parque da Cidade, na Gávea, são duas das áreas verdes que têm sido consumidas pelo crescimento acelerado do número de casas das favelas vizinhas. O Dois Irmãos, pela Chácara do Céu e o Parque da Cidade, pela Rocinha. Servem como exemplo da relação entre o crescimento desordenado e o abandono das áreas verdes. Moradores dessas comunidades estacionam carros nas áreas de preservação, bandidos armados circulam sem se importar com os visitantes, dentre outros problemas. O Parque da Cidade, por exemplo, está abandonado. O Parque Dois Irmãos, no Leblon, criado em 1998, não fica fora desse quadro. Na época a unidade foi entregue com um novo acesso à favela, com a justificativa que antes esse acesso era muito difícil. Aos poucos foram construindo casas para alugar e de três anos para cá a situação ficou descontrolada de vez.

Ambientalistas sugerem a junção das unidades de conservação em algumas localidades da cidade onde ainda isso seria possível, juntamente com a criação de batalhões florestais para vigiá-los, como um recurso para barrar a formação de um complexo de favelas na Zona Sul, além de proteger as poucas áreas verdes de invasões e o crescimento da favelização. Mas a situação é drástica. A maioria desses parques se encontram sem comitê gestor, comando e/ou delimitação clara de seus limites. Segundo eles, uma opção para viabilizar tal proposta é a utilização de recursos do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano).

Além da Rocinha e do Dona Marta, serão contornadas pelos muros do governo estadual as comunidades Benjamin Constant (Urca), Parque da Cidade (Gávea), Morro dos Cabritos e Ladeira dos Tabajaras (Copacabana), Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme), Cantagalo (Ipanema), Pavão-Pavãozinho (Ipanema) e Vidigal (Leblon).

Quarenta por cento das favelas do Rio estão em regiões protegidas por leis ambientais por isso, um maior rigor na vigilância poderia ser usado como mecanismo de contenção dessa expansão. Se nada for feito, os grandes complexos desordenados continuarão a ser formados e a Chácara do Céu vai se juntar à Rocinha como tantas outras favelas da cidade. Uma trilha ligando uma favela à outra já existe. Será que um muro vai conseguir deter essa expansão?

Não sei se é muita “ingenuidade” do governo estadual achar que um muro de concreto não será destruído! Se não houver fiscalização do Poder Público (como nunca existiu, daí a situação catastrófica atual), tudo continuará sendo destruído, de concreto ou de qualquer outra coisa. Não só a questão da fiscalização ambiental e aparelhamento das unidades de conservação devem ser levadas a sério, mas também a de segurança pública. Sabe-se que é de grande interesse da criminalidade que essas comunidades se juntem, formando complexos cada vez maiores e mais difíceis de ser acessados ou patrulhados. Para os marginais, quanto mais complicado ficar para dar segurança nesses locais, melhor. Com isso, esses grupos armados continuariam a subjugar os moradores, agindo cada vez mais livremente.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Educação ambiental – 30 anos de luta ambiental em livro


Lançado em junho de 2008 em Cabo Frio, RJ, na sede do no Espaço Cultural e Ambiental Érico Verissimo (ECAEV), o livro “Natureza Intacta & Agredida – 30 anos de luta ambiental” de Ernesto Galiotto e prefaciado por Luis Fernando Veríssimo, será lançado na capital do estado nesta noite de quarta-feira no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF). A obra consagra três décadas de ações em defesa da fauna e flora brasileiras nos municípios da Costa do Sol (Região dos Lagos), principal pólo turístico do interior fluminense.

O livro, que levou dois anos e meio para ser concluído, por si só constitui um dossiê a respeito das belezas naturais e da degradação ambiental praticada ao longo de 30 anos na Região dos Lagos e outras localidades do Estado do Rio de Janeiro, como a própria Cidade Maravilhosa e sua vizinha, Niterói. São retratados flagrantes dos mais diversos crimes e desmandos ambientais e suas ações contra invasores, mineradoras e areeiros, expansão imobiliária desordenada, desmatamentos, invasão das praias por quiosques ilegais, construções irregulares, assoreamentos, emissões de esgoto em rios e lagoas com destaque para as principais preocupações do ambientalista como a restinga de Massambaba, os manguezais do Rio São João e as Dunas do Peró, que, segundo ele, começam a apresentar sinais de extinção. Outro alerta diz respeito ao município de Búzios, que está repleto de invasões e construções irregulares.

As 400 imagens aéreas apresentadas são uma mínima parte do arquivo de 65 mil imagens, que cobrem uma área que se estende de Carapebus até o Recreio dos Bandeirantes. O autor teve o cuidado de colocar, lado a lado, as fotos que mostram áreas antes (natureza intacta) e depois (natureza agredida) de serem devastadas, provas irrefutáveis do descaso e desrespeito com o meio ambiente. Grande parte dessas fotos já foi publicada na imprensa local e nacional. O arquivo, contudo, não se restringe somente ao flagrante de crimes ambientais. Há fotos de monumentos históricos e espécies raras da flora brasileira, que Galiotto fez questão de incluir no livro. Em meio às críticas, o leitor se depara com imagens antigas e recentes das salinas da Região dos Lagos e da Fazenda Campos Novos em Cabo Frio. Em uma dessas imagens, por exemplo, dispostas paralelamente, fica comprovada, sem margens para contestação, a morte agonizante do mangue onde hoje está instalado o Parque Municipal Ambiental Dormitório das Garças, em Cabo Frio.

Não falta emoção ao livro, que respira idealismo, altruísmo, poesia e ação, com algumas histórias que lembram os filmes hollywoodianos, reunindo ainda uma coleção de polêmicas, embates judiciais, centenas de representações ao Ministério Público Estadual e ao Federal, fábulas escritas pelo autor e inúmeras histórias de denúncias e ameaças. Não escapam às críticas órgãos ambientais como Ibama, Feema e Serla, aos quais Galiotto chama de “transgressor
es da lei, órgãos que deveriam fiscalizar o meio ambiente, mas deixam, na maioria das vezes, a desejar. Saem liberando licenças provisórias e, indiretamente, contribuem para a degradação da área verde de nossa região”.


Há anos Ernesto Galiotto é conhecid
o por combater os crimes ambientais usando recursos simples: sua máquina fotográfica, o pequeno monomotor, batizado de Mico-leão-voador, do qual fez milhares de imagens aéreas, e ligações para as redações dos maiores jornais do país. Agora, dispondo da linguagem literária, Galiotto acredita que educação ambiental é o principal objetivo do livro, impresso em formato grande, capa dura, com 32 capítulos, para ser adotado pelas escolas de rede pública e privada.

Gaúcho de origem e de coração, torcedor e cônsul do Grêmio, Galiotto preserva o simpático sotaque de sua terra e a alegria tão peculiar de seus conterrâneos. Nascido em Flores da Cunha, RS, desde criança gostava de cuidar de plantas e animais. Foi parar em Cabo Frio por causa da bronquite grave de um filho que, por orientação médica, precisava ser curada em um ambiente como o do balneário fluminense. Sua chegada à região se deu, coincidentemente, no dia 5 de junho de 1971, o que o emociona quando lembra. A coincidência tem cheiro de destino traçado, pois seu filho se curou e a família nunca mais quis deixar Cabo Frio. Galiotto é empresário do ramo da vinicultura e em sua trajetória de luta como ambientalista, foi responsável por diversas denúncias que resultaram no fechamento de 23 mineradoras e, por conta de sua insistência, conseguiu impedir uma série de outros crimes ambientais. Contribuiu diretamente para a criação da Área de Preservação Ambiental (APA) do Pau Brasil, nos municípios de Búzios e Cabo Frio e da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado.

O gaúcho trabalha sozinho, pois segundo ele as ONGs hoje estão saturadas, sendo impossível reunir várias pessoas sem que haja interesses políticos por trás. Galiotto sobrevoa a região de 15 em 15 dias registrando, através de fotos e filmagens, tudo aquilo que me parecer errado, na tentativa de identificar as irregularidades e, uma vez confirmadas, denuncia ao Ministério Público.

Faz questão de falar pessoalmente às crianças e, desde 1995, organiza “excursões” para que elas vejam máquinas derrubando árvores e extraindo areia. Muitas delas estão hoje graduadas e possuem uma mentalidade voltada para a preservação do meio ambiente.

Entre 1997 e 1999 sofreu várias ameaças de morte e teve amigos que
se afastaram com medo de se envolverem. Tinham medo que uma hora ele fosse metralhado. Foi chamado de maluco umas mil vezes. No entanto, nunca tomou grandes atitudes sozinho. Suas ações sempre tiveram o acompanhamento da Polícia Federal, Marinha e do Ministério Público.

Em 1998, Galiotto e mais dois sócios compraram uma área de 137,4 ha, em Tamoios, 2º distrito de Cabo Frio, com importantes remanescentes do ecossistema regional, objetivando conter a devastação da Mata Atlântica iniciada nos anos 80. A área foi transformada em RPPN e conhecida como Parque da Preguiça. Construiu aí o Espaço Cultural e Ambiental Érico Veríssimo (ECAEV), porta de entrada para o parque, onde promove atividades culturais (exposições, concertos clássicos, peças teatrais e palestras) e de educação ambiental. No parque o visitante pode constatar a diversidade da flora e fauna. O corredor verde, como também é chamado, é de extrema importância para a preservação do mico leão dourado e da preguiça de coleira, ambos ameaçados de extinção. Mais de 20.000 alunos de quase todas as escolas de Cabo Frio, Búzios, São Pedro da Aldeia e Barra de São João já fizeram o passeio pelo parque. O espaço também serve para promover encontros ongs e associações. O ECAEV é aberto ao público e fica na Rodovia Amaral Peixoto, km 135, nº 500, distrito de Tamoios (telefones: 22-2646-1415 ou 22-2646-5290).

O Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) fica na Av. Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Meio ambiente - Abrolhos: mais importante do que se imaginava


Pesquisadores que estudam os recifes de corais do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a mais antiga reserva natural dos mares brasileiros, acreditavam conhecer bem a área, até que em 2000 pescadores locais avisaram que havia recifes profundos fora dos mapas oficiais. Foram constatar as informações e encontraram novas terras submarinas: a área de recifes conhecida em Abrolhos aumentou consideravelmente e vem permitindo conhecer como aquele trecho do litoral se formou ao longo dos últimos milênios.

Formado por cinco ilhotas de origem vulcânica a 70 Km da costa no sul da Bahia, o parque abriga mais do que as baleias-jubarte, que atraem
turistas entre julho e novembro. Ali estão os chapeirões, estruturas em forma de cogumelo cujos topos às vezes se unem e formam colunatas por onde circulam barracudas, garoupas, moréias e pequenos peixes coloridos.

Das 16 espécies de coral de Abrolhos, metade é exclusiva do Brasil, como o coral-cérebro (Mussismilia braziliensis), principal construtor de recifes na região. O banco dos Abrolhos, maior conjunto de recifes do Atlântico Sul, é maior que os 900 Km2 preservados. No total são 40 mil Km2, área semelhante à do Espírito Santo, que só agora começa a ser investigada a fundo.

Quanta riqueza a ser estudada e protegida tem esse país!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Conservação - Mais da metade das unidades de conservação do país não têm fiscais

A notícia veiculada ontem nos principais jornais, afirma que das 299 unidades de conservação do país 82 não têm gestor responsável, 173 não contam com fiscais e 53 não seguem planos de manejo. Os dados fazem parte de um diagnóstico das unidades de conservação elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Ao divulgar os dados, o ministro Carlos Minc afirmou que a situação dessas unidades é reflexo da falta de investimentos, tanto financeiros quanto de humanos nessa área. Segundo ele, para tentar reverter a situação, até o final deste mês vai tentar nomear gestores para as unidades de conservação. Ele informou que pretende contratar mil brigadistas para a fiscalização dessas unidades.

Essa realidade é antiga. Também não é novidade nenhuma, mas agora é registrada e veiculada na mídia. Não existe gestão ambiental sem fiscalização. A coisa é básica! Tem que explicar para esses políticos despreparados (acredito que mal intencionados, isso sim) que não adianta ficar criando unidades de conservação no papel. Elas precisam ser opercionalizadas e para isso, precisam de pessoal capacitado, equipamentos e recursos financeiros para planos de manejo, conservação e preservação. Os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos naturais no Brasil estão totalmente falidos. Todos sabem o que deve ser feito. Basta agir. Mas eles gostam de ficar discutindo “soluções”. Se essas soluções realmente se concretizarem, eles vão perder as mamatas de cargos públicos e eletivos, vão perder o lugarzinho num órgão público, o salário garantido no final do mês. Ação que é bom, nada. Para que agir? Vamos ficar discutindo infinitamente. É isso que está contecendo há décadas.


Enquanto eles discutem e garantem seus salários, as matas vão sendo destruídas, os rios vão sendo poluídos, o tráfico de animais silvestres amplia-se cada vez mais, os projetos de saneamento básico vão se arrastando, a saúde da população cada vez pior, a educação em total falência, etc. etc. Isso também é corrupção! Usar o dinheiro público para ficar procrastinando. Vamos ver até quando vai a discussão sobre a situação das unidades de conservação do país. Quantas reuniões (repones) de gabinete, ministeriais, vão ter que acontecer ainda. Vamos ver quanto o senhor presidente, os senhores ministros, diretores, chefes de departamento, que garantem os seus vencimentos há muito tempo, vão continuar empurrando com a barriga e enganando o povo brasileiro, que na situação em que se encontra, parece que gosta de ser enganado. Chega de blá, blá, blá. Precisa-se de ação.