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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nuclear - A mais nova piada


Foi manchete no jornal O GLOBO de ontém (22-10-2009)

"Em caso de acidente, evacuação de Angra seria pelo mar"

Esses sujeitos fazem o povo de palhaço mesmo. E o pior de tudo é que a massa aceita e se cala!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nuclear - Vazamento em Angra 2. Você sabia?


Somente ontem, 26 de maio, 11 dias após o fato, um vazamento de material radioativo da Usina de Angra 2 foi comunicado à população! Segundo a Eletronuclear, o acidente ocorreu por volta das 16:15 do último dia 15, quando uma peça contaminada era raspada para a retirada de material radioativo, um processo rotineiro, um funcionário não teria desconectado o sistema de ventilação, o que fez com as partículas raspadas se espalhassem, levando ao acionamento do alarme de termonuclear.

Seis trabalhadores foram contaminados por urânio, quando faziam a descontaminação de um equipamento. Ainda segundo a empresa, o acidente não causará problemas de saúde a eles, que foram contaminados em níveis abaixo de 0,1% dos limites estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Os funcionários passaram por processo de descontaminação e a empresa também garantiu que a contaminação não terá impacto no meio ambiente ou para os moradores de Angra dos Reis e que a Comissão Nacional de Energia Nuclear e o Ministério de Minas e Energia foram avisados, o que é contestado pela Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sape), que considera o acidente grave. A organização afirma que a Defesa Civil do município foi avisada somente no dia 18, três dias após a ocorrência. A Eletronuclear rebate e reitera que a comunicação foi feita no mesmo dia do vazamento. O Brasil só soube ontem através dos meios de comunicação.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Nuclear - Paraty-Cunha interditada preocupa em caso de acidente nuclear


Motoristas enfrentam dificuldades para chegar a Paraty, no sul fluminense. A região é muito procurada por turistas, mas um dos acessos está interditado: a Estrada Paraty-Cunha. A estrada fechada atrapalha os turistas e a população, não apenas os de São Paulo, que poderiam usar a estrada para chegar a Paraty, mas, principalmente, os pequenos produtores rurais da região.

A estimativa é de que o prejuízo seja de R$ 10 milhões. O mais alarmante é que a Estrada Paraty-Cunha, assim como a Rio-Santos, é rota de fuga em caso de acidente nas usinas nucleares de Angra dos Reis. A situação das duas rodovias foi tema de uma Audiência Pública no município na semana passada. O encontro discutiu a importância das estradas e a Prefeitura de Paraty pretende levar esta discussão ao Ministério Público, estadual e federal, com o objetivo de condicionar o início da construção de Angra 3, à recuperação das duas estradas.

Vários políticos da região participaram da Audiência Pública para reforçar a importância das obras. Para eles, as más condições do trecho da Rio-Santos que passa pela cidade histórica e a Paraty-Cunha, que está interditada desde o dia 10 de janeiro, quando o município foi atingido por uma tromba d’água, atrapalham as cidades vizinhas. O funcionamento da estrada é um sonho antigo dos moradores de ambos os municípios, na esperança de viabilização do desenvolvimento econômico da região.


A Paraty-Cunha é o acesso mais curto entre São Paulo e Paraty. A beleza natural é um dos atrativos da estrada, que faz parte da lista de roteiros mais procurados por turistas, por reunir também sobrados coloniais, pousadas, bons restaurantes, cachoeiras para banho e ateliês de arte. Pelos 47 km que ligam Cunha a Paraty há um trecho de 10 km de terra que passa por dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Pela Rodovia Presidente Dutra, quem usa a saída de São José dos Campos sentido Caraguatatuba/Ubatuba roda 310 Km. Quem usa a saída Taubaté/Ubatuba faz 290 Km e quem escolhe ir por Guaratinguetá/Cunha percorre 265 Km até chegar em Paraty.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nuclear - Energia nuclear representa riscos, afirma ElBaradei


Durante uma conferência internacional sobre energia nuclear em Pequim, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, afirmou nesta segunda-feira que a energia nuclear, em pleno desenvolvimento, representa riscos em termos de segurança tecnológica e da luta contra a proliferação de armas.

Segundo ele, a crise de recursos energéticos e a luta contra o aquecimento climático, além das emissões poluentes provocadas pelo uso de energias fósseis, estimularam a atividade nuclear, porém, em alguns países observa-se uma combinação perturbadora de reatores antigos, operações mal administradas e financiamento insuficiente, advertindo ainda, que o tema deve receber uma atenção imediata.

ElBaradei ressaltou o risco da proliferação atômica, quando um país está dotado de recursos nucleares civis e de algumas tecnologias. Para ele, alguns países podem ter a intenção de fabricar armas nucleares, mas mudar rapidamente se também mudar a percepção que têm dos riscos sobre a segurança nacional, e essa percepção sobre a segurança pode evoluir muito rapidamente.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Nuclear - 54% das instalações radioativas brasileiras não têm controle


A auditoria dos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), após 4 meses, resultou num relatório sobre a segurança do programa nuclear brasileiro que aponta falhas preocupantes. Segundo os técnicos, 54% das instalações que contêm equipamentos radioativos, como hospitais e fábricas, funcionam de forma irregular, sem autorização para operar. Resumindo: sem qualquer controle.

Dos equipamentos usados em radioterapia de pacientes com câncer, 14% estão sem licença e 45% das unidades não são fiscalizadas. O documento faz críticas ao plano de emergência das usinas de Angra dos Reis e acusa a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que comanda o programa nuclear, de permitir que mais da metade das instalações radioativas do país funcione de forma irregular.

Após a divulgação do relatório, a Câmara dos Deputados se manifestou, informando que a Comissão de Meio Ambiente irá investigar as falhas de segurança no programa nuclear brasileiro apontadas pela auditoria do TCU.

O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, e os dirigentes da Eletronuclear, empresa que opera as usinas de Angra dos Reis, serão convocados para explicar problemas como a falta de licenças para o funcionamento de 54% das instalações radioativas em atividade em fábricas e hospitais espalhados pelo país. Segundo o Deputado Federal Fernando Gabeira, o relatório mostra que o Brasil não está imune a um novo acidente como o do césio-137, que matou quatro pessoas em Goiânia, em 1987.

Além da baderna que se instalou no país pela inoperância e irresponsabilidade do Poder Público, deixando funcionar esses estabelecimentos clandestinos, não devemos nos esquecer que o próprio relatório critica o plano de emergência das usinas de Angra dos Reis, alerta constante de ambientalistas e matéria corriqueira aqui no blog. O Brasil não está imune somente a acidentes como o de Goiânia. Está sujeito a todo tipo de acidente nuclear, inclusive e principalmente, os que podem ocorrer nas termonucleares de Angra dos Reis. É irresponsabilidade por toda parte nesse país. E eles já decidiram construir Angra 3 e mais 50 usinas atômicas espalhadas pelo país. E todos continuam soltos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Nuclear - Greenpeace protesta em Angra contra energia nuclear


Com o objetivo de questionar os investimentos do Governo Federal na retomada do programa nuclear brasileiro enquanto o "potencial eólico do país é desprezado", ativistas do Greenpeace colocaram, nesta terça-feira, quatro turbinas eólicas de três metros de altura flutuando, com o auxílio de uma balsa, na frente dos prédios das usinas nucleares de Angra dos Reis, litoral sul do estado. Três militantes exibiam um cartaz defendendo a adoção de energias renováveis e rejeitando o uso da nuclear.

Apesar de se tratar de uma área bastante vigiada, os ativistas mantiveram a embarcação atrás de uma linha de bóias, respeitando os limites. A empresa enviou dois botes com membros de suas equipes de segurança e a Polícia mandou outro barco. No entanto, como não estavam violando nenhuma norma, eles se limitaram a observar os manifestantes. A assessoria de imprensa da empresa informou que recebeu um comunicado do Greenpeace por fax, mas a manifestação já estava em andamento.

Segundo eles, a construção de Angra 3 consumirá mais de R$ 9 bilhões de recursos públicos, além de agravar o problema do lixo radioativo, que continua sem solução em todos os lugares do mundo. Para os ambientalistas, os investimentos em energia nuclear são de alto risco e acabam desviando recursos das fontes renováveis de energia. O protesto foi uma forma de mostrar o contraste entre dois tipos de energia: a nuclear, com sua complexidade e periculosidade, e a renovável, que é simples e respeita o meio ambiente.

Ainda segundo os ativistas, a terceira usina em Angra seria um investimento muito alto em uma fonte energética que já se mostrou cara, insegura e pouco eficaz e um parque de geração eólica com o dobro da capacidade de Angra 3 (1.350 megawatts), pode ser construído em apenas dois anos, com o mesmo valor que será investido na usina nuclear.

Em nota, a ONG informou que o protesto de hoje marcou o final da expedição “Salvar o Planeta. É agora ou agora”, que, desde o mês de janeiro passou por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. A bordo do navio do Greenpeace, o Arctic Sunrise, os ambientalistas promoveram uma série de eventos públicos para alertar a sociedade sobre a gravidade do aquecimento global. Nas manifestações, a ONG coletou cerca de 30 mil assinaturas para pressionar o Governo Federal a assumir a liderança nas negociações internacionais sobre clima, especialmente na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca).

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Nuclear - Angra está sem uma das sirenes de alerta nuclear


A população de Angra dos Reis está há quase dois anos sem uma das oito sirenes que compõem o sistema de alerta de acidentes das usinas nucleares instaladas no município. As sirenes foram instaladas numa área habitada dentro de um raio de cinco quilômetros ao redor da central de usinas nucleares. O equipamento, avaliado em R$ 200 mil pela Defesa Civil Nacional, foi roubado em 15 de junho de 2007.

Há um inquérito aberto na Polícia Federal para investigar o crime. Segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil, a falta de uma das sirenes não compromete a segurança dos moradores do município, já que o sistema de alarmes foi dimensionado para cobrir a eventual ausência de um dos equipamentos.

O órgão informou ainda que está fazendo, neste momento, uma licitação para adquirir as peças de reposição e, na compra, aproveitará para obter um sistema reserva de sirenes. O prazo para a reposição das peças, no entanto, não foi informado. Também está sendo licitada a reforma de todas as torres de sirene e a atualização dos dispositivos de segurança, violados durante o furto.

O equipamento roubado fica numa região chamada Ponta do Coibá. Há ainda sirenes no Pingo d'Água, no Condomínio do Frade, no Iate Clube, no Morro da Constância, no Sertãozinho, na Praia Vermelha e no Barlavento.

Não tem sirene, não existem estradas em razoável estado de conservação, o Plano de Emergência Nuclear não é eficiente, quer dizer, se porventura houver algum acidente nuclear, não vai ser a sirene roubada que vai fazer falta. Num caso deste, falta simplesmente tudo. A população da Costa Verde está ao "Deus dará".

quinta-feira, 26 de março de 2009

Nuclear – Não adianta esconder. Os desastres são calamitosos e o risco, por menor que seja, sempre vai existir


A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) informa que existem hoje em operação 439 usinas nucleares, distribuídas em 30 países, gerando cerca de 14% do total da energia elétrica do mundo. Considerada por muitos cientistas como “energia limpa” e “segura”, a agência estima sua ampliação nos próximos anos, mas especialistas afirmam que o fantasma de Chernobyl não deve se afastar completamente.

Segundo o Professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), “o risco de um acidente sempre existirá e como em qualquer tecnologia, existe sempre o risco. Um avião sempre pode cair. Mas existe uma diferença: um acidente nuclear tem capacidade para atingir uma população numerosa, pode ter consequências sérias".

Foi o caso do acidente da usina nuclear de Chernobyl, acontecido na Ucrânia em 26 de abril de 1986. A contaminação radioativa espalhou-se por 150.000 km2, pela Bielorússia, Ucrânia e Rússia. As nuvens e o vento depositaram a radiação, a milhares de quilômetros de distância. Centenas de milhares de pessoas foram evacuadas e milhões continuaram a viver em áreas pe
rigosas para a sua saúde e vida. O mapa abaixo mostra o deslocamento da nuvem radioativa formada pelo acidente, composta por elementos como o Césio 137, com radioatividade equivalente a 200 vezes a das bombas de Hiroshima e Nagasaki combinadas.

Seis dias após a explosão, helicópteros militares lançaram no local toneladas de areia, chumbo, boro e outros materiais, para apagar o incêndio. Em seguida, foi construída uma cobertura de concreto sobre a usina para tentar limitar a contínua emissão radioativa. O reator número 4 de Chernobyl foi selado inúmeras vezes. Foi construído um sarcófago especial para evitar a fuga da radiação. Com isso tudo, o reator ardeu durante 10 anos. Os bombeiros, os militares, os técnicos e trabalhadores que ajudaram a controlar a maior fuga da radioatividade ocorrida no planeta até os dias de hoje, morreram por intensa exposição à radiação depois de trabalharem no local nos dias seguintes ao acidente. Além dessas baixas, a região registra até hoje um aumento na incidência de câncer.

A verdade é que 22 anos após o maior acidente nuclear civil da história, os estudos científicos mostram que as consequências totais do desastre podem chegar a 100.000 casos de câncer fatais, nos próximos 10 anos, entre 7 e 15 vezes mais que o estimado pela da Organização Mundial da Saúde (OMS), que limita esse número a 9.000. Vinte e dois anos após a catástrofe, 40% do solo da União Européia ainda sofre um alto nível de contaminação radiativa. As maiores concentrações de material radiativo recaíram sobre Bielorússia, Rússia e Ucrânia, mas mais da metade da quantidade total de emissões geradas pelo acidente foi parar em solos da Europa Ocidental.

Cerca de 3.900.000 Km2 da UE receberam mais de 4.000 becquereles por m2 de Césio 137 (Bq/m2, unidade de medida de radioatividade), elemento com vida média de 30 anos. Entre essas regiões, estão 80% do território da Áustria e da Suíça, 44% da Alemanha e 34% do Reino Unido. Além disso, 2,3% da Europa Ocidental foi contaminado com níveis superiores a 40.000 Bq/m2, uma porcentagem que inclui 5% das terras de Ucrânia, Finlândia e Suécia.

A carne de animais silvestres na Alemanha apresenta atualmente uma média de 6.800 Bq/kg, mais de dez vezes superior aos 600 Bq/kg máximos permitidos pela UE em alimentos. Níveis similares são encontrados em cogumelos, frutas e animais silvestres de certas regiões da Áustria, Italia e Suécia. Só na Grã-Bretanha as restrições sobre alimentos contaminados por Chernobyl ainda afetam 200.000 ovelhas e a produção agrícola de 750 Km2 de fazendas. Até 2005 cerca de 5.000 casos de câncer de tiróide foram registrados entre moradores da Bielorússia, Rússia e Ucrânia que tinham menos de 18 anos na época do desastre.

A magnitude do acidente impôs mudanças na supervisão das atividades nucleares. Seis meses depois do caso, foram implantadas a Convenção de Rápida Notificação de Acidente Nuclear e a Convenção de Assistência diante de Acidente Nuclear, vinculadas à IAEA. No entanto, a indústria nuclear insiste em reavivar o seu negócio perigoso. Mesmo 22 anos após Chernobyl, a mesma mistura de incompetência, arrogância, pressão econômica e política vem mostrando suas garras, levando a crer que os mesmos erros poderão ser cometidos novamente.

Apesar dos riscos ilimitados, a geração de energia elétrica por usinas nucleares no mundo aumentou 75% entre 1986 e 2007, empregando 250.000 trabalhadores no setor e alcançando cerca de 2600 bilhões de kW/h. Até 2030, a IAEA estima que esse valor pode triplicar, uma vez que outros 43 países manifestaram interesse recentemente em iniciar geração de energia por essa fonte, como o Brasil que já anunciou a construção de 50 a 60 usinas nucleares nos próximos 50 anos, começando com a ativação de Angra 3, cuja primeira concretagem deve acontecer em abril próximo. Com capacidade para gerar aproximadamente mil megawatts cada unidade, as usinas farão parte da retomada do programa nuclear brasileiro. Além de Angra 3, no estado do Rio de Janeiro, já estão definidas as construções de duas unidades no sudeste e outras duas no nordeste. A energia termonuclear no Brasil é hoje gerada nas usinas de Angra 1 e Angra 2, que juntas têm capacidade de 2.000 MW.

A agência aponta que esse aumento se deve principalmente a três fatores: o aumento da demanda global por energia, a volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis e o interesse em fontes de energias "limpas". A usina nuclear se enquadra nessa classificação porque não altera a qualidade do ar, não influencia na acidez da chuva e não emite dióxido de carbono.

Ao lado dessa expansão, crescem as dúvidas sobre o futuro dos chamados dejetos nucleares, ou seja, componentes de usinas nucleares que não possuem mais condição de uso, mas ainda assim apresentam radioatividade, o lixo atômico, outro grande problema causado por essa tecnologia. Sabe-se que até o momento não existe uma solução definitiva para a questão dos rejeitos nucleares. Cogita-se a utilização de reservatórios profundos, mas não existe uma proposta internacionalmente aceita.

No caso do Brasil, sem dúvida que vale a pena refletir sobre a questão. O país apesenta enorme potencial para geração de energia utilizando-se de outras tecnologias realmente limpas (sem aspas). Enquanto estiver funcionando às mil maravilhas, esse modelo tecnológico fascina e cega àqueles que não têm noção dos estragos causados por um acidente nuclear, tanto por problemas nos equipamentos, nos sistemas de segurança ou estruturais na construção, quanto pelo vazamento de radioatividade de rejeitos. Vale a pena lembrar mais uma vez: os danos, normalmente, são catastróficos, afetando imensas áreas, atingindo e dizimando milhares de seres humanos e ecossistemas, não só num curto espaço de tempo, mas por muitos e muitos anos.

A indústria nuclear continua na mira de acidentes, mentiras, encobrimentos e incompetências. Os novos reatores, defendidos por muitos cientistas e governos, ameaçam tornar-se os Chernobyls de amanhã. Pense nisso.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Meio ambiente - Angra ganha primeiro grande depósito de lixo nuclear


A Eletronuclear substitui amanhã o primeiro grande equipamento da usina nuclear de Angra I e o Brasil entra na era da armazenagem do rejeito nuclear de grande porte. Os geradores de vapor serão trocados e levados a um depósito inicial no terreno da central nuclear, com capacidade para armazenar o equipamento por um período de 50 a 100 anos.

O primeiro gerador será transferido amanhã e o segundo na próxima semana. O uso do depósito foi autorizado pelo Ibama no dia 3 de fevereiro.


A operação é complexa e pode ser vista como ensaio daquilo que ser
á necessário fazer ao fim das operações da primeira usina nuclear brasileira. Em 24 de janeiro, Angra I foi desligada do sistema elétrico nacional para efetuar a mudança. O retorno da usina ao sistema está previsto para 6 de junho.

A Eletrobrás gastará R$ 724 milhões na troca de equipamento. Segundo técnicos o gerador substituído foi fabricado pela Westinghouse, com base em um projeto da década de 1970, sendo um rejeito de grande porte, mas de baixa a média radioatividade e o prazo para que ele possa ser descartado no ambiente é de 60 a 100 anos. Os novos geradores foram fabricados pela Nuclep, no Brasil, com tecnologia da empresa francesa Areva.

Os geradores são responsáveis pela produção do vapor usado para movimentar as turbinas e o gerador de energia elétrica. O equipamento fica dentro da área de contenção. Dentro de seus tubos circula água que tem contato com o reator. Ele gera vapor usando o calor da energia da fissão nuclear.

Em breve, também a tampa do vaso do reator de Angra I terá de ser substituída e seguirá para o mesmo depósito dos geradores. A usina foi licenciada com vida útil até 2025, mas a Eletronuclear prepara estudos para prolongar sua operação até 2045.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Meio ambiente - Angra 3 é bomba




A usina nuclear Angra 3 continua a receber críticas. Agora foi a vez do físico e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Goldemberg que reforçou na terça-feira (15) as críticas mais recentes da comunidade científica à construção da usina, durante sua participação na 60a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A retomada da construção da usina, prevista para setembro, foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no último dia 7 e Goldemberg afirmou que a retomada do programa nuclear “não faz sentido” diante das alternativas possíveis para suprir a demanda energética do país, como a utilização do potencial eólico e o fomento à produção de eletricidade a partir da cana-de-açúcar.

Segundo ele, na grande maioria dos países que adotaram a energia nuclear, esta foi uma solução de desespero, como última solução. É uma espécie de sinfonia inacabada, e, no fim, todo mundo já está cansado de Angra 3 que o melhor é acabar mesmo.

O professor da USP criticou ainda o custo da opção pela usina. Segundo ele, o megawatt-hora de Angra 3 deverá custar R$ 170, quase 2,5 vezes mais que o valor licitado recentemente para a Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), de cerca de R$ 70 o megawatt-hora.

Goldemberg está certo. Num país tão rico em recursos naturais como o Brasil, possibilitando a utilização de inúmeras formas limpas de geração de energia, é inadmissível continuar pensando em termonucleares. Angra dos Reis, a Costa Verde Fluminense e o país ganhariam muito mais se tivessem optado pelo desenvolvimento do ecoturismo, vocação natural da região, ao invés de projetos megalômanos como uma usina atômica, dentre outros absurdos existentes na região. Quem paga é a população que vive hoje acuada e com medo de um acidente nuclear, além de financiar a barbárie. Problemas nunca faltaram: plano de escoamento totalmente falho e fora da realidade local, depósito de lixo atômico sem qualquer previsão de destino adequado, problemas estruturais e operacionais das usinas, rodovias em péssimo estado de conservação, estruturas urbanas regionais sem qualquer condição para assistir a população em situações normais imaginem num momento de urgência, poluição visual, dentre outros. Uma verdadeira agressão a um paraíso natural que congrega uma das maiores biodiversidades do planeta (ecossistemas marinhos integrados ao ecossistema Mata Atlântica). Uma região única há muito esquecida do Poder Público, a não ser para espoliá-la com a ajuda da iniciativa privada.

Tanto interesse em continuar o projeto, certamente se explica pelo movimento de recursos a serem empregados. No país da corrupção, muita gente vai continuar lucrando com esse impropério
.