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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nuclear - A mais nova piada


Foi manchete no jornal O GLOBO de ontém (22-10-2009)

"Em caso de acidente, evacuação de Angra seria pelo mar"

Esses sujeitos fazem o povo de palhaço mesmo. E o pior de tudo é que a massa aceita e se cala!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Energia – Aquecedor solar artesanal


Há algum tempo, recebemos do nosso amigo Antônio Corrêa Carlos Filho, um material muito interessante sobre a construção de um aquecedor solar de água de baixo custo, elaborado basicamente com garrafas pet. Já existem vários projetos à disposição dos interessados em construir um desses. Após analisar vários destes projetos, Antônio resolveu construir alguns modelos para testes e com os resultados obtidos, fez algumas inovações que melhora o desempenho do equipamento. Elaborou um manual e resolveu divulgar gratuitamente a tecnologia. Segundo ele, a vantagem em construir um aquecedor solar artesanal é o fato de ser ecológico tanto por economizar energia, quanto por aproveitar materiais reciclados. Além de custo baixo, tem a possibilidade de construção modular e utilizar mão de obra familiar em mutirão.

A construção pode ser feita com uma configuração inicial bem básica, adequando aos poucos conforme necessidades, disponibilidade de recursos, experiência e a criatividade de cada um. Embora não se saiba exatamente a durabilidade, (estima-se em 10 anos) de imediato os resultados são idênticos a um equipamento industrializado: água quente, conforto e muita economia na conta de energia.

Segundo Antônio, seu projeto tem dicas muito importantes para quem deseja poupar ainda mais energia, até mesmo para quem usa aquecedores convencionais, sendo mais eficiente por coletar muito mais calor num espaço menor. Isto se dá pelo fato do uso de latas e outras chapas de embalagens dispostas tanto dentro quanto sob as garrafas pet, o que ajuda a captar calor e transmitir via condução, ou seja, além do calor formado dentro das garrafas tem também o calor formado ao lado das garrafas por esta chapa em forma de esteira que fica abaixo das mesmas. Segundo ele, as placas confeccionadas de embalagens tetrapak propostas na maior parte dos projetos artesanais, são menos eficientes que as chapas metálicas, pelo simples fato destas reterem e absorverem muito mais calor, melhorando a dissipação, atingindo a água dentro dos canos.

Para solicitar a apostila em pdf com todas as dicas, basta entrar em contato com o Antônio pelo e.mail: carlosfac@ibest.com.br.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Energia alternativa - A maior usina solar do mundo é portuguesa e vai produzir 93 GWh


Da alvorada ao poente, 2.520 placas solares, com 104 painéis fotovoltaicos cada um, se alimentam do sol que irradia a vila alentejana de Amareleja, sul de Portugal, para produzir energia limpa através da maior usina solar do mundo.

Com capacidade total instalada de 46,41 MW, a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, propriedade da empresa espanhola Acciona, líder mundial de energias renováveis, "salpica" de azul 250 hectares perto da "terra mais quente de Portugal", devido aos recordes de temperatura máxima durante o verão.

A qualidade e a quantidade da radiação solar na região, aliadas à disponibilidade de terras adequadas, levaram a Acciona a investir 261 milhões de euros num projeto idealizado a seis anos pelo "sonho renovável" do prefeito de Moura, José Maria Pós-de-mina.

Em funcionamento pleno há quase quatro meses, a central vai produzir, durante os próximos 25 anos, 93 GWh de energia por ano, afirmou Francisco Aleixo, diretor-geral da Amper Central Solar, empresa que instalou e gere a usina.

A produção é suficiente para abastecer 35 mil habitações e poupar cerca de 90 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa. A central, que durante a fase de instalação empregou temporariamente 220 trabalhadores, vai criar cerca de 15 postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção.

O projeto engloba ainda uma fábrica de produção de painéis fotovoltaicos, também propriedade da Acciona a funcionar em Moura, e que deverá criar entre 100 e 110 empregos diretos. Por outro lado, a Acciona, quando adquiriu a Amper, criada pela prefeitura de Moura para construir e gerir a central, disponibilizou dois fundos para o município. Um deles, no valor de três milhões de euros, será para iniciar do Tecnopólo de Moura, que será focado na pesquisa e criação de empresas do setor das energias renováveis, e o outro, de 500 mil euros, destina-se à construção de infraestruturas sociais na cidade.

A usina tem também um caráter didático e é uma mostra do potencial da tecnologia fotovoltaica, que, apesar de ainda não estar completamente madura, já está muito evoluída. A tecnologia pode ser usada para produzir energia através de grandes e de mini usinas e de microgeração, um novo regime que permite aos consumidores produzirem eletricidade a partir das suas casas ou edifícios por meio de sistemas tecnológicos de energias renováveis. Além da central de Amareleja, no distrito de Beja, que tem a maior potência fotovoltaica licenciada em Portugal, existem outras sete usinas, três no concelho de Ferreira do Alentejo, duas no de Mértola, uma no de Serpa e outra no de Almodôvar.

E aqui eles ainda insistem em investir em energia nuclear.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nuclear - Energia nuclear representa riscos, afirma ElBaradei


Durante uma conferência internacional sobre energia nuclear em Pequim, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, afirmou nesta segunda-feira que a energia nuclear, em pleno desenvolvimento, representa riscos em termos de segurança tecnológica e da luta contra a proliferação de armas.

Segundo ele, a crise de recursos energéticos e a luta contra o aquecimento climático, além das emissões poluentes provocadas pelo uso de energias fósseis, estimularam a atividade nuclear, porém, em alguns países observa-se uma combinação perturbadora de reatores antigos, operações mal administradas e financiamento insuficiente, advertindo ainda, que o tema deve receber uma atenção imediata.

ElBaradei ressaltou o risco da proliferação atômica, quando um país está dotado de recursos nucleares civis e de algumas tecnologias. Para ele, alguns países podem ter a intenção de fabricar armas nucleares, mas mudar rapidamente se também mudar a percepção que têm dos riscos sobre a segurança nacional, e essa percepção sobre a segurança pode evoluir muito rapidamente.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Carbono - Empresas abandonam compensações de carbono


Segundo o jornal britânico Times Online, os projetos de compensação de carbono nos países emergentes estão se tornando uma das maiores vítimas da recessão. Neste momento de crise, as empresas que assumem compromissos voluntários para compensar as emissões de gases do efeito estufa estão preferindo investir em projetos mais baratos, como em energias renováveis.

As vendas dos créditos voluntários caíram 70% durante os primeiros dois meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2008, e os preços destes créditos tiveram uma queda de 30%, segundo uma pesquisa da empresa New Energy Finance.

Os projetos mais ameaçados segundo o Times são os pequenos, focados geralmente na melhoria do padrão de vida de comunidades em países em desenvolvimento, que estão de acordo com os compromissos mais amplos de responsabilidade social corporativa das empresas.

Mas no contexto atual, as companhias estão preferindo projetos que tenham impactos ambientais mais amplos e envolvam redução de custos, como energias renováveis e eficiência energética. Em geral, as compensações são vistas como um último recurso, quando não existe outra maneira de evitar a emissão. Atualmente, é forte o argumento que o dinheiro é melhor aplicado cortando o consumo de energia.

As implicações financeiras do Compromisso de Redução de Carbono do Reino Unido, que entra em vigor em abril de 2010, também podem afetar a demanda por créditos de projetos de compensação, sendo que 20 mil empresas britânicas terão que comprar permissões provenientes de projetos energéticos.

Tecnologia verde – Barraca solar


Na próxima vez que for acampar, pense em praticar um camping cada vez mais ecológico com o conforto da luz artificial que você está acostumado em sua casa. A barraca solar da Eureka vem com um com um LED-painel solar que com 8 horas de exposição ao sol, garante 8 horas de iluminação, sem necessidade de baterias.

O LED-painel solar utiliza o mesmo durável, leve e flexível painel solar usado em tendas militares, é à prova de umidade, tem configurações de brilho ajustáveis e também pode funcionar como carregador de bateria AA. À noite, com um interruptor você liga e desliga a lâmpada.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sustentabilidade - Minc assina acordo com bancos privados


O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assina hoje (07/04) com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que congrega os bancos privados do país, o Protocolo Verde.

O documento, que já teve a adesão dos bancos públicos, é um compromisso de conceder financiamento apenas a setores que se envolvam com a questão da sustentabilidade ambiental. A rede bancária passará a adotar ainda medidas de consumo sustentável em suas atividades rotineiras, como gasto de papel, energia e insumos.

Nuclear - Greenpeace protesta em Angra contra energia nuclear


Com o objetivo de questionar os investimentos do Governo Federal na retomada do programa nuclear brasileiro enquanto o "potencial eólico do país é desprezado", ativistas do Greenpeace colocaram, nesta terça-feira, quatro turbinas eólicas de três metros de altura flutuando, com o auxílio de uma balsa, na frente dos prédios das usinas nucleares de Angra dos Reis, litoral sul do estado. Três militantes exibiam um cartaz defendendo a adoção de energias renováveis e rejeitando o uso da nuclear.

Apesar de se tratar de uma área bastante vigiada, os ativistas mantiveram a embarcação atrás de uma linha de bóias, respeitando os limites. A empresa enviou dois botes com membros de suas equipes de segurança e a Polícia mandou outro barco. No entanto, como não estavam violando nenhuma norma, eles se limitaram a observar os manifestantes. A assessoria de imprensa da empresa informou que recebeu um comunicado do Greenpeace por fax, mas a manifestação já estava em andamento.

Segundo eles, a construção de Angra 3 consumirá mais de R$ 9 bilhões de recursos públicos, além de agravar o problema do lixo radioativo, que continua sem solução em todos os lugares do mundo. Para os ambientalistas, os investimentos em energia nuclear são de alto risco e acabam desviando recursos das fontes renováveis de energia. O protesto foi uma forma de mostrar o contraste entre dois tipos de energia: a nuclear, com sua complexidade e periculosidade, e a renovável, que é simples e respeita o meio ambiente.

Ainda segundo os ativistas, a terceira usina em Angra seria um investimento muito alto em uma fonte energética que já se mostrou cara, insegura e pouco eficaz e um parque de geração eólica com o dobro da capacidade de Angra 3 (1.350 megawatts), pode ser construído em apenas dois anos, com o mesmo valor que será investido na usina nuclear.

Em nota, a ONG informou que o protesto de hoje marcou o final da expedição “Salvar o Planeta. É agora ou agora”, que, desde o mês de janeiro passou por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. A bordo do navio do Greenpeace, o Arctic Sunrise, os ambientalistas promoveram uma série de eventos públicos para alertar a sociedade sobre a gravidade do aquecimento global. Nas manifestações, a ONG coletou cerca de 30 mil assinaturas para pressionar o Governo Federal a assumir a liderança nas negociações internacionais sobre clima, especialmente na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) marcada para dezembro, em Copenhague (Dinamarca).

domingo, 29 de março de 2009

Tecnologia verde – Planador Solar


Desenvolvido pelo comandante de aeronaves Eric Raymond, o planador solar Sunseeker II voará a Europa após a sua apresentação na E-VOO EXPO, entre 2 e 5 de abril próximo. A turnê será a maior viagem para o Sunseeker desde 1990, quando o seu antecessor, Sunseeker I, cruzou os Estados Unidos em 21 vôos, com 121 horas no ar.

O sonho de voar utilizando energia solar de Eric Raymond começou em 1979, quando Larry Mauro lhe mostrou seu ultraleve a energia solar, denominado Solar Riser. A estréia em 1981 de Paul Mac Cready com o seu Solar Challenger, acrescentou credibilidade ao conceito. Em 1986, Eric encontrou Gunther Rochelt na Alemanha, quando foi apresentado à família de aeronaves a pedal e energia solar. Um convite para voar nas corridas MPA de Gunther com o Musculair II, foi um momento crucial em sua carreira.

A revelação de que aeronaves racionalizadas poderiam ser construídas a preço e peso incrivelmente baixos, se os materiais e engenharia corretos fossem empregados, foi o impulso necessário que levou à construção do Sunseeker.

Eric fundou a Solar Flight e iniciou a construção de seu projeto em 1986. O progresso foi lento até 1988, até que encontrou apoio no Japão. Com a ajuda da Sanyo e diversas outras corporações, o Sunseeker foi ao vôo teste final em 1989, como um planador.

No início de 1990 vários vôos motorizados foram realizados em altitudes variáveis que permitissem a aeronave planar. O motor e o mecanismo de propulsão não foram satisfatórios, por isso a proposta de dobrar o sistema foi implementada.
Depois de longos vôos teste, uma série de vôos foi iniciada por todo o país. Durante agosto de 1990, o Sunseeker cruzou o país em 21 vôos, com 121 horas no ar.

Após a façanha, uma longa série de alterações e aperfeiçoamentos transformaram quase que completamente o avião.

O desenvolvimento do conceito de uma aeronave híbrida, que precisaria de baterias para decolar e subir, mas depois poderia manter o nível de vôo com o auxílio da energia solar, podendo atuar também como planador com propulsão ativada à distância, tomou vulto.

Em 2002 uma nova asa foi construída aumentando a superfície para as células solares, e uma nova tecnologia foi empregada para integrar à estrutura da asa a última geração de células solares, substituindo a simples colagem na superfície. O novo Sunseeker II foi construído para um melhor desempenho, incluindo além das alterações nas asas, um aumento na superfície de células solares, motores mais potentes e novas baterias de lítio-polímero. Com uma bateria pequena totalmente carregada, o tempo de vôo era de 90 minutos aproximadamente. Com o atual sistema de baterias, células solares e eletrônicos instalados em 2005, o Sunseeker II nunca foi forçado a aterrar antes do tempo.

A nova aeronave possui um único hélice, o que reduz consideravelmente as vibrações. Em 2006, foi construído um novo motor para o avião que é duas vezes mais poderoso que o do Sunseeker I. Também foi instalada uma nova e melhor cauda e um novo conjunto de controle eletrônico concebido para as baterias e painéis solares, que aumentou muito a eficiência do sistema. Como um toque final, a nova aeronave foi equipada com quatro avançadas baterias de lítio polímero abrigadas nas asas.

A hora mágica começa quando é alcançada a à base de uma nuvem. Com as baterias completamente carregadas, ou quase isso, o motor é ligado e a subida entre as nuvens inicia-se. Uma vez em cima, o piloto pode voar como uma borboleta, usando a energia solar com o sol claro e direto em brilhantes condições sobre as nuvens.

Sob a energia solar direta, o Sunseeker II é basicamente um avião viajando a uma velocidade constante de 18 m/s (40 mph). Quando as condições permitem e utilizando-se as baterias, velocidades mais rápidas são alcançadas, podendo-se chegar a 36 m/s (80 mph).


Quando finalmente os motores são desligados, a descida planando leva horas e aí os freios aéreos normalmente são necessários para descer antes do anoitecer. O Sunseeker II voa lentamente, o suficiente para manter o conforto e a estabilidade em céu aberto. Além disso, as aves não têm medo e chegam muito perto, equiparando-se à velocidade do planador, quase pousando na aeronave. Tudo isso com o poder do sol.

A nova expedição abrangerá 8 países, Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria, Eslovênia, Itália, França e Espanha, mas ainda não tem datas e destinos turísticos definidos. Porém, a Solar Flight adianta que a primeira etapa será de Freidrichshafen, na Alemanha, a Sicília, na Itália, em seguida voltando para a Suíça. A partir daí, o Sunseeker planará ao longo dos alpes suíços, sobre as Dolomitas austríacas, cruzando a Eslovênia. Da Eslovênia, voará para o ocidente, atravessando a Itália novamente e, em seguida, voando pelo sul da França até a Espanha.

Atualmente, o Sunseeker II tem registrado mais tempo no ar do que todos os outros aviões solares tripulados juntos, e continua provando a eficiência da energia solar em aeronaves, inspirando o mundo a pensar seriamente sobre o belo futuro que podemos ter se dermos passos ousados hoje.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Nuclear – Não adianta esconder. Os desastres são calamitosos e o risco, por menor que seja, sempre vai existir


A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) informa que existem hoje em operação 439 usinas nucleares, distribuídas em 30 países, gerando cerca de 14% do total da energia elétrica do mundo. Considerada por muitos cientistas como “energia limpa” e “segura”, a agência estima sua ampliação nos próximos anos, mas especialistas afirmam que o fantasma de Chernobyl não deve se afastar completamente.

Segundo o Professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), “o risco de um acidente sempre existirá e como em qualquer tecnologia, existe sempre o risco. Um avião sempre pode cair. Mas existe uma diferença: um acidente nuclear tem capacidade para atingir uma população numerosa, pode ter consequências sérias".

Foi o caso do acidente da usina nuclear de Chernobyl, acontecido na Ucrânia em 26 de abril de 1986. A contaminação radioativa espalhou-se por 150.000 km2, pela Bielorússia, Ucrânia e Rússia. As nuvens e o vento depositaram a radiação, a milhares de quilômetros de distância. Centenas de milhares de pessoas foram evacuadas e milhões continuaram a viver em áreas pe
rigosas para a sua saúde e vida. O mapa abaixo mostra o deslocamento da nuvem radioativa formada pelo acidente, composta por elementos como o Césio 137, com radioatividade equivalente a 200 vezes a das bombas de Hiroshima e Nagasaki combinadas.

Seis dias após a explosão, helicópteros militares lançaram no local toneladas de areia, chumbo, boro e outros materiais, para apagar o incêndio. Em seguida, foi construída uma cobertura de concreto sobre a usina para tentar limitar a contínua emissão radioativa. O reator número 4 de Chernobyl foi selado inúmeras vezes. Foi construído um sarcófago especial para evitar a fuga da radiação. Com isso tudo, o reator ardeu durante 10 anos. Os bombeiros, os militares, os técnicos e trabalhadores que ajudaram a controlar a maior fuga da radioatividade ocorrida no planeta até os dias de hoje, morreram por intensa exposição à radiação depois de trabalharem no local nos dias seguintes ao acidente. Além dessas baixas, a região registra até hoje um aumento na incidência de câncer.

A verdade é que 22 anos após o maior acidente nuclear civil da história, os estudos científicos mostram que as consequências totais do desastre podem chegar a 100.000 casos de câncer fatais, nos próximos 10 anos, entre 7 e 15 vezes mais que o estimado pela da Organização Mundial da Saúde (OMS), que limita esse número a 9.000. Vinte e dois anos após a catástrofe, 40% do solo da União Européia ainda sofre um alto nível de contaminação radiativa. As maiores concentrações de material radiativo recaíram sobre Bielorússia, Rússia e Ucrânia, mas mais da metade da quantidade total de emissões geradas pelo acidente foi parar em solos da Europa Ocidental.

Cerca de 3.900.000 Km2 da UE receberam mais de 4.000 becquereles por m2 de Césio 137 (Bq/m2, unidade de medida de radioatividade), elemento com vida média de 30 anos. Entre essas regiões, estão 80% do território da Áustria e da Suíça, 44% da Alemanha e 34% do Reino Unido. Além disso, 2,3% da Europa Ocidental foi contaminado com níveis superiores a 40.000 Bq/m2, uma porcentagem que inclui 5% das terras de Ucrânia, Finlândia e Suécia.

A carne de animais silvestres na Alemanha apresenta atualmente uma média de 6.800 Bq/kg, mais de dez vezes superior aos 600 Bq/kg máximos permitidos pela UE em alimentos. Níveis similares são encontrados em cogumelos, frutas e animais silvestres de certas regiões da Áustria, Italia e Suécia. Só na Grã-Bretanha as restrições sobre alimentos contaminados por Chernobyl ainda afetam 200.000 ovelhas e a produção agrícola de 750 Km2 de fazendas. Até 2005 cerca de 5.000 casos de câncer de tiróide foram registrados entre moradores da Bielorússia, Rússia e Ucrânia que tinham menos de 18 anos na época do desastre.

A magnitude do acidente impôs mudanças na supervisão das atividades nucleares. Seis meses depois do caso, foram implantadas a Convenção de Rápida Notificação de Acidente Nuclear e a Convenção de Assistência diante de Acidente Nuclear, vinculadas à IAEA. No entanto, a indústria nuclear insiste em reavivar o seu negócio perigoso. Mesmo 22 anos após Chernobyl, a mesma mistura de incompetência, arrogância, pressão econômica e política vem mostrando suas garras, levando a crer que os mesmos erros poderão ser cometidos novamente.

Apesar dos riscos ilimitados, a geração de energia elétrica por usinas nucleares no mundo aumentou 75% entre 1986 e 2007, empregando 250.000 trabalhadores no setor e alcançando cerca de 2600 bilhões de kW/h. Até 2030, a IAEA estima que esse valor pode triplicar, uma vez que outros 43 países manifestaram interesse recentemente em iniciar geração de energia por essa fonte, como o Brasil que já anunciou a construção de 50 a 60 usinas nucleares nos próximos 50 anos, começando com a ativação de Angra 3, cuja primeira concretagem deve acontecer em abril próximo. Com capacidade para gerar aproximadamente mil megawatts cada unidade, as usinas farão parte da retomada do programa nuclear brasileiro. Além de Angra 3, no estado do Rio de Janeiro, já estão definidas as construções de duas unidades no sudeste e outras duas no nordeste. A energia termonuclear no Brasil é hoje gerada nas usinas de Angra 1 e Angra 2, que juntas têm capacidade de 2.000 MW.

A agência aponta que esse aumento se deve principalmente a três fatores: o aumento da demanda global por energia, a volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis e o interesse em fontes de energias "limpas". A usina nuclear se enquadra nessa classificação porque não altera a qualidade do ar, não influencia na acidez da chuva e não emite dióxido de carbono.

Ao lado dessa expansão, crescem as dúvidas sobre o futuro dos chamados dejetos nucleares, ou seja, componentes de usinas nucleares que não possuem mais condição de uso, mas ainda assim apresentam radioatividade, o lixo atômico, outro grande problema causado por essa tecnologia. Sabe-se que até o momento não existe uma solução definitiva para a questão dos rejeitos nucleares. Cogita-se a utilização de reservatórios profundos, mas não existe uma proposta internacionalmente aceita.

No caso do Brasil, sem dúvida que vale a pena refletir sobre a questão. O país apesenta enorme potencial para geração de energia utilizando-se de outras tecnologias realmente limpas (sem aspas). Enquanto estiver funcionando às mil maravilhas, esse modelo tecnológico fascina e cega àqueles que não têm noção dos estragos causados por um acidente nuclear, tanto por problemas nos equipamentos, nos sistemas de segurança ou estruturais na construção, quanto pelo vazamento de radioatividade de rejeitos. Vale a pena lembrar mais uma vez: os danos, normalmente, são catastróficos, afetando imensas áreas, atingindo e dizimando milhares de seres humanos e ecossistemas, não só num curto espaço de tempo, mas por muitos e muitos anos.

A indústria nuclear continua na mira de acidentes, mentiras, encobrimentos e incompetências. Os novos reatores, defendidos por muitos cientistas e governos, ameaçam tornar-se os Chernobyls de amanhã. Pense nisso.

terça-feira, 24 de março de 2009

Energia - Usinas a óleo poderão ser convertidas para gás natural


Após participar de um seminário sobre as perspectivas para o setor de energia elétrica no Rio, organizado pelo Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ, o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, informou que as usinas termelétricas projetadas para funcionar a óleo combustível poderão ser convertidas para gás natural.

A proposta deverá ser elaborada pelo governo para unidades que já foram leiloadas mas ainda não foram construídas. Os contratos já foram analisados e a intenção é converter parte das térmicas a ó
leo, com o objetivo de reduzir a emissão de gás carbônico, constituindo-se também numa saída para a sobreoferta de gás no país, que vai aumentar ainda mais com o início da produção do pré-sal. Trata-se ainda de um combustível com preços mais acessíveis e com maior facilidade de transporte.

O presidente da EPE se disse "indignado" com a maior facilidade de concessão de licenças ambientais no país: "Eu acho estranho que isso aconteça e é a área ambiental que determina isso. Depois, os ambientalistas ficam surpresos e indignados. Indignado fico eu com o absurdo de dar licença para térmica", disse. Tolmasquim espera que, em 2009, haja reversão desta tendência, com uma maior oferta de energia hídrica do que térmica.

Ainda segundo Tolmasquim, o leilão de licitação da usina de Belo Monte, no Pará, com capacidade de geração de 11 mil megawatts, deverá acontecer em outubro deste ano e há possibilidade de nos próximos três anos serem construídas usinas com capacidade total de 52 mil megawatts.

domingo, 22 de março de 2009

Meio ambiente - Secretário alemão preconiza ecologia como economia do século 21


O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Matthias Machnig, emitiu um alerta sobre a necessidade de medidas urgentes para conter os efeitos das mudanças climáticas no mundo. Para Matthias Machnig, a redução das mudanças climáticas depende de uma revolução industrial. Durante o Congresso Ecogerma 2009, realizado em São Paulo, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o secretário alemão pregou a mudança do modelo industrial em vigor. Para ele, economia e ecologia são duas áreas que nunca estiveram tão próximas como nos dias atuais. Apesar da crise nos mercados financeiros, países de todo o mundo jamais observaram um crescimento econômico tão grande como nos últimos 20 anos, acompanhado por um aumento dramático da população mundial, que chegou a mais de 6 bilhões de pessoas.

Ainda segundo Machnig, os problemas do mundo contemporâneo convergem para o fato de que a maior parte da população vive em sociedades industrializadas, consumindo altas quantidades de energia de diferentes fontes e esgotando os recursos do solo usado para a produção de alimentos. Para e
le, tudo indica que, depois que a crise passar, o crescimento populacional e econômico mundial continuará e isso nos faz concluir que a ecologia será a economia do século 21, as tecnologias verdes serão um dos maiores impulsionadores da recuperação econômica dos próximos anos.

Nesse cenário, Machnig estima que os serviços ecológicos estarão cada vez mais próximos da economia. As emissões anuais de dióxido de carbono, segundo citou, chegaram ao patamar dos 28 bilhões de toneladas e estimativas indicam que, em 2050, serão pelo menos 60 bilhões de toneladas emitidas na atmosfera assim, uma das metas necessárias para a estabilização climática é a redução de 50% das emissões globais até 2050, mesmo sabendo que até lá a população mundial será maior e, provavelmente, teremos mais indústrias. Por isso, também está convencido de que a única saída para atingir as metas ambientais é o início de uma terceira revolução industrial, que garanta a redução drástica do consumo energético nos próximos anos. Essa terceira revolução industrial deveria ser subsidiada, em um primeiro momento, pelo investimento maciço em novas tecnologias para redução das emissões de gases poluentes, acompanhada pela aceleração dos esforços mundiais em pesquisa e desenvolvimento para a identificação de inovações na área.

O secretário ressalta que dispositivos inteligentes em veículos e edificações, por exemplo, devem não apenas consumir menos energia em curto prazo como também promover a redução das emissões dos gases, que as empresas precisam aumentar a competitividade sendo mais amigáveis com o meio ambiente, mas essa terceira revolução industrial também só será viável se as empresas conseguirem garantir os empregos, evitando transformar as soluções na área energética em novos problemas sociais. Sairão na frente as empresas que conseguirem ver oportunidades de negócio nessas mudanças de paradigmas ambientais, econômicos e de emprego.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tecnologia verde – Trator movido a hidrogênio


A corrida por combustíveis alternativos não está restrita à indústria automobilística. A indústria de máquinas agrícolas também vem desenvolvendo pesquisas na área. Recentemente, a New Holland apresentou o protótipo do NH2, um trator projetado sobre a base da Linha T 6000, o primeiro trator movido a célula de combustível do mundo, cujo motor elétrico é movimentado por hidrogênio. O conceito foi apresentado na Itália.

Apesar de não ser considerada uma grande façanha, a nova máquina, desenvolvida na Europa, indica que tecnologias para combustíveis alternativos, como é o hidrogênio, estão avançando em áreas em que menos se podia esperar.

Alimentado por uma célula de hidrogênio, o trator não produz poluentes durante o funcionamento, e ainda proporciona a potência de cerca de 106 cavalos. A máquina roda com motor elétrico, que é carregado por aproximadamente 1,5 a 2 horas em um tanque de hidrogênio. O NH2 não é o primeiro veículo de serviço pesado a usar fontes alternativas de energia, mas é o pioneiro a ser concebido para fins comerciais.

Os testes com o trator começarão em breve. Ainda é necessário resolver alguns problemas antes do lançamento no mercado, como a autonomia ainda pequena e o preço absurdamente elevado. Os engenheiros da empresa tentam sanar estas dificuldades para colocar o veículo em produção em 2013, justamente a época em que os veículos a hidrogênio estarão em fase de produção em massa.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Tecnologia verde - Moto-bicicleta elétrica


Se você está preocupado com sua comunidade e o meio ambiente global e procura maneiras simples e ecológicas para enfrentar o trânsito das cidades para trabalhar ou para as suas atividades do dia-a-dia, aí vai uma dica.

A Ultra Motors, empresa americana, lançou recentemente sua nova moto-bicicleta elétrica nas ruas dos Estados Unidos. É a si
mpática A2B. O conceito (Light Electric Vehicle – LEV) já é amplamente utilizado na Índia e na China (o que há de mais ecológico por lá, diga-se de passagem). O objetivo é reduzir custos de transporte e ter um impacto positivo sobre o meio ambiente. Projetada para áreas urbanas, esse LEV é construído em alumínio leve (não é trocadilho, pelo menos não tive a intenção) e possui suspensão integral. Apresenta design elegante e clean, uma base rígida com amplo bagageiro, quadro que lembra uma mountain bike, único amortecedor traseiro e uma potente bateria. Concebida para ser parte moto, parte bicicleta, a A2B pode atingir velocidades de até 20 mph (aproximadamente 32 Km/hora) com autonomia de carga para viagens de até 20 milhas (32 Km) de percurso. Você pode dobrar a autonomia adicionando mais uma bateria lithium-ion ou, se preferir, pedalando! Possui vários opcionais como cesta transportadora de bagagens.

A A2B vem equipada com motor de 500 watts e pesa 73 lbs (aproximadamente 33 Kg). Nos Estados Unidos ela custa US$ 2.599,00.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Meio ambiente - Angra 3 é bomba




A usina nuclear Angra 3 continua a receber críticas. Agora foi a vez do físico e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Goldemberg que reforçou na terça-feira (15) as críticas mais recentes da comunidade científica à construção da usina, durante sua participação na 60a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A retomada da construção da usina, prevista para setembro, foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no último dia 7 e Goldemberg afirmou que a retomada do programa nuclear “não faz sentido” diante das alternativas possíveis para suprir a demanda energética do país, como a utilização do potencial eólico e o fomento à produção de eletricidade a partir da cana-de-açúcar.

Segundo ele, na grande maioria dos países que adotaram a energia nuclear, esta foi uma solução de desespero, como última solução. É uma espécie de sinfonia inacabada, e, no fim, todo mundo já está cansado de Angra 3 que o melhor é acabar mesmo.

O professor da USP criticou ainda o custo da opção pela usina. Segundo ele, o megawatt-hora de Angra 3 deverá custar R$ 170, quase 2,5 vezes mais que o valor licitado recentemente para a Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO), de cerca de R$ 70 o megawatt-hora.

Goldemberg está certo. Num país tão rico em recursos naturais como o Brasil, possibilitando a utilização de inúmeras formas limpas de geração de energia, é inadmissível continuar pensando em termonucleares. Angra dos Reis, a Costa Verde Fluminense e o país ganhariam muito mais se tivessem optado pelo desenvolvimento do ecoturismo, vocação natural da região, ao invés de projetos megalômanos como uma usina atômica, dentre outros absurdos existentes na região. Quem paga é a população que vive hoje acuada e com medo de um acidente nuclear, além de financiar a barbárie. Problemas nunca faltaram: plano de escoamento totalmente falho e fora da realidade local, depósito de lixo atômico sem qualquer previsão de destino adequado, problemas estruturais e operacionais das usinas, rodovias em péssimo estado de conservação, estruturas urbanas regionais sem qualquer condição para assistir a população em situações normais imaginem num momento de urgência, poluição visual, dentre outros. Uma verdadeira agressão a um paraíso natural que congrega uma das maiores biodiversidades do planeta (ecossistemas marinhos integrados ao ecossistema Mata Atlântica). Uma região única há muito esquecida do Poder Público, a não ser para espoliá-la com a ajuda da iniciativa privada.

Tanto interesse em continuar o projeto, certamente se explica pelo movimento de recursos a serem empregados. No país da corrupção, muita gente vai continuar lucrando com esse impropério
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