quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Economia - Onde está a classe média?
Duas pesquisas divulgadas nesta quarta-feira - uma da Fundação Getúlio Vargas e outra do IPEA – tentam incutir (pra não dizer “atochar”) na mente do povo, com a ajuda da mídia sensacionalista e tendenciosa, que a classe média cresceu e o número de pobres encolheu no país. Senhores especialistas/comentaristas, não precisa ser muito inteligente para ver que a classe média está cada vez mais miserável! A classe média está morrendo! A distribuição de renda no país é tão desumana que estão se formando somente duas classes no Brasil: a muito rica e a muito pobre. Que conversa fiada é essa de que a classe média está crescendo! Claro que é para tentar iludir a massa, tentar amansar a boiada, que continua a ruminar e deixar que os poucos, mas muito ricos e poderosos, continuem a fazer o que quiserem para continuar enriquecendo e explorando o povão. Para continuar a enganar o povo, que iludido, se acha com poder aquisitivo maior, capaz de comprar bens e serviços que antes não tinham condições, e continuar enriquecendo e aumentando a exploração por parte desses gananciosos (principalmente pelos políticos e empresários inescrupulosos).
Que salários são esses que os pesquisadores consideram para a formação da classe média? Salários de fome. Isso nunca foi e nunca será classe média. Continua a ser classe pobre ou miserável. Salários que mal dão para satisfazer as necessidades básicas e dignas de uma família. Agora vêem com essa de “nova classe média”. É a velha classe baixa, isso sim.
Os pobres desse país estão comprando computadores, celulares, carros, etc., etc., etc., porque os eternos exploradores deram acesso ao crédito indiscriminado, o que ajuda nada mais a prender e encalacrar cada vez mais essa classe em dívidas eternas. Se comprar automóvel, não pode comprar computador e vice-versa. Os bancos não têm nem piedade dos aposentados (que vivem há anos como verdadeiros miseráveis) dando-os a isca do crédito fácil para depois cobrarem a dívida originada de juros absurdos. É a verdadeira agiotagem legalizada, com o apoio do governo que se gaba de proporcionar melhores condições de vida à população a esse preço. O povo continua sendo enganado e agora de forma mais maquiavélica.
Segundo o estudo, da FGV, a classe C, considerada por eles a "nova classe média" no país, passou de 42,49% da população brasileira em abril de 2003 para 51,89% em abril de 2008, ou seja, já é mais da metade da população! Isso é espetacular para quem é idiota ou para quem não vive no Brasil.
O estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que três milhões de pessoas deixaram de ser pobres entre 2002 e 2006 nas seis principais regiões metropolitanas do país, o que corresponde a uma queda de 8,8 pontos percentuais na pobreza. O número de pobres era de 14,3 milhões em 2002, subiu para 15,4 milhões em 2003 e desde então vem caindo, tendo chegado a 11,3 milhões neste ano. Deixaram de ser miseráveis e passaram a ser paupérrimos!!!
De acordo com a FGV, famílias estão deixando a linha da pobreza, não apenas pela ajuda de programas sociais, mas sobretudo por conseguirem trabalho com carteira assinada, como se o trabalho com carteira assinada proporcionasse salário adequado para a pessoa se manter dignamente. É a escravidão legal, com documento oficial, com o aval do governo!
Já o IPEA afirma que só nos primeiros seis meses de 2008, surgiram no Brasil 1,3 milhão de novas vagas e atribui a melhora aos aumentos reais do mínimo e programas sociais. Pelo amor de Deus! 1,3 milhão de vagas destinadas a subempregos, sem exigência de capacitação ou qualificação profissional, com salários de fome! Quando os “aumentos reais” desse salário mínimo influenciaram em alguma coisa para melhorar a vida desse povo que o recebe? Quando que esse salário mínimo representa alguma coisa nesse país, que traga benefícios reais para a população? Esse salário mínimo de R$ 450,00 nada mais é do que o maior representante dessa escravidão legalizada!
A renda familiar média do brasileiro aumentou de R$ 1.568 em abril de 2004 para R$ 1.956, em 2008 - um crescimento de quase 25%. Segundo o DIEESE o salário mínimo para a manutenção digna de uma família seria de R$ 2.072,70. Ora, se o salário familiar médio passou para R$ 1.956,00, continuamos a não atingir o mínimo necessário para uma vida digna! Além do que, se o salário mínimo fosse o sugerido pelo DIEESE, a renda média familiar do brasileiro cresceria consideravelmente, quando aí poderíamos ficar mais otimistas com o crescimento ou o surgimento da “nova classe média”! Quanta falta de senso, quanta cara-de-pau!
Há algum tempo atrás, a classe média era representada pelos profissionais liberais (médicos, professores, advogados, engenheiros, etc.), pequenos e médios empresários, funcionários públicos, dentre outros, que conseguiam manter condições dignas de vida para si e seus familiares. Hoje o que vemos é o empobrecimento dessa classe média. Com o apresentado pelas tais pesquisas, estão querendo “atochar” essa tal de “nova classe média” na população. Isso, a meu ver, é falta de vergonha. Basta lembrar quanto ganha um médico, um professor, um engenheiro hoje em dia. Um recém formado, que investiu muitos recursos para se educar (mesmo se conseguiu cursar ensino público), ganha salário de fome em seu primeiro emprego e continuará a ganhar por muito tempo se quiser continuar trabalhando. Todos estão ganhando salários de fome! O pior é que os profissionais aceitam esse tipo de coisa! Se fosse em qualquer outro país, já teriam parado tudo, à exemplo do que fazia o atual presidente quando líder sindicalista.
Os institutos ainda, estão muito satisfeitos com a “redução da desigualdade”! Os miseráveis estão diminuindo, passando para o nível dos paupérrimos. Enquanto isso a classe dos ricos aumenta, tanto física (maior quantidade de exploradores da população de 362,26 mil passaram para 476,59 mil) quanto economicamente (estão cada vez mais ricos). Essa é a desigualdade que os institutos estão festejando.
Ainda, segundo os institutos, o ponto fraco detectado pelas pesquisas, foi a educação. O país saiu da condição de crise de desemprego para o apagão de mão-de-obra. Hoje os empresários estão demandando pessoas qualificadas e o Brasil, apesar de ter feito o dever de casa e aumentado a educação, falta aumentar a qualidade na quantidade necessária. Os empresários agora vivem se lamentando com a falta de mão-de-obra especializada! Estou morrendo de penas deles! Sabe porque isso? Mais uma vez pelo acúmulo de riqueza na mão de meia dúzia. Anos e anos de exploração do povo a todo custo, não dando-lhe condições de educação, saúde, capacitação e vida digna. Agora, se quiserem continuar a enriquecer, terão de pagar a conta, os empresários e os políticos ladrões, que só souberam roubar e espoliar o povo nesses anos todos.
O recado dos institutos, diante dessa realidade que expusemos aqui, é no mínimo suspeito: o Brasil está fazendo o dever de casa e as melhoras sociais são sustentáveis. Se continuarmos investindo em educação e bons programas sociais, boas colheitas virão para enfrentar as intempéries. Para o bom entendedor, meias palavras bastam.
Ainda segundo a Fundação Getúlio Vargas, existem no Brasil 36 milhões de pobres. FGV, não são pobres! São miseráveis! Não existe povo digno sem distribuição de renda, sem salários dignos! Com renda, com salários dignos, teremos educação, saúde, habitação, bens e serviços. Com exploração não existe desenvolvimento sustentável. Chega de pesquisas fajutas patrocinadas por políticos e empresários inescrupulosos. Até quando teremos que ser dirigidos por bandidos? Até quando bandidos continuarão a fazer as leis que teremos de cumprir? Até quando o povo continuará a votar em bandido? Até quando a roubalheira vai continuar nesse país? Até quando a escravidão continuará a existir? Como disse anteriormente, a exemplo do presidente Lula quando sindicalista, já passou a hora de pararmos o país.