segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Qualidade de vida - Pobreza e poluição ameaçam a saúde do brasileiro


Relatório com 230 páginas, traça um quadro sombrio dos impactos sobre saúde das iniquidades sociais, da degradação ambiental e do consumo inconsciente. Segundo os especialistas da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde, criada pelo presidente da República em 2006, os custos para o contribuinte são incalculáveis, tanto do ponto de vista da necessidade de atendimento quanto do prejuízo econômico gerado por morbidade e mortalidade do trabalhador. Falta de saneamento básico, má distribuição da rede de serviços sanitários, poluição atmosférica nos grandes centros urbanos, alimentação e nutrição, mudanças no comportamento e estilos de vida, crescimento econômico sem distribuição de renda, condições de trabalho, migração, colonização e urbanização são os mais importantes fatores que geram impactos na saúde da população.

A Comissão foi formada por 16 lideranças de diversos setores e liderada pelo Presidente da FIOCRUZ, o sanitarista Paulo Buss. Personalidades externas à área médica, como Moacyr Scliar, Lucélia Santos, Zilda Arns, Dalmo Dallari e Roberto Smeraldi, se juntaram a especialistas como Adib Jaten
e e César Victora.

Um dos exemplos das rápidas mudanças pelas quais o Brasil vem passando - com impactos muitas vezes não considerados nas políticas públicas relevantes - é o da alimentação. Nas últimas décadas, aponta o relatório,houve uma transição nutricional, com a substituição de um padrão baseado no consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos por uma alimentação mais rica em gorduras e açúcares. Essa mudança resultou no aumento de risco de sobrepeso e obesidade, condições que contribuem de forma expressiva para doen
ças crônicas e incapacidades.

O transporte automotivo também está entre os grandes vilões, mesmo sem considerar os acidentes, que recentemente chegaram a matar mais que a violência. Só na cidade de São Paulo, os custos financeiros das doenças respiratórias e cardiovasculares geradas pela poluição atmosférica passam de US$ 1,5 bilhão por ano.

Se muitos fatores analisados estão vinculados à urb
anização, a Amazônia também não está imune nos impactos, principalmente pelas mudanças demográficas e grandes projetos que agravam problemas como o da malária, assim como pelos efeitos das queimadas de pastagem ou de derrubada florestal.

O que mais me espanta, é que para chegar a essas conclusões, obedecendo ao costume desses que estão acostumados a empurrar os problemas com a barriga (principalmente os políticos brasileiros), foi necessário formar uma comissão de especialistas, de ilustres. O Presidente da República, homem vivido e de origem popular (coisa que ele adora ficar lembrando aos que ainda o escutam), parece que esqueceu o básico. Teve que criar tal comissão para lembrá-lo quais as causas das mazelas da população brasileira. Quanta perda de
tempo e dinheiro mais uma vez gastos, à custa da população evidentemente, para chegar às conclusões que todos sempre souberam, até mesmo a pobre população desfavorecida. Para variar, muita discussão, muito estudo, muita reunião, muito blá, blá, blá, e agir que é bom, nada. E o pior de tudo é que ainda existem “especialistas” e “ilustres” que se sujeitam a esse tipo de coisa. Enquanto isso, o povo, sem saúde, educação, renda digna, habitação, transporte, saneamento, fica batendo palma. Até quando vai continuar esse estado de coisas? Pobre Brasil!

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