
A notícia da liberação irritou dirigentes de ONGs ambientalistas, que elevaram o tom das críticas a Minc e chegaram a pedir sua saída do governo. O ministro rebateu os ataques e classificou os protestos de "gritaria, infantilismo e ecodemagogia".
Na última quarta-feira, numa cena incomum, Minc foi aplaudido por parlamentares da bancada ruralista ao encerrar sua participação numa audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara. Minutos antes, ele havia anunciado a decisão de rever o decreto presidencial que havia endurecido, há um mês, as penas por crimes ambientais.

Mais uma demonstração das intenções vergonhosas desse governo para com o meio ambiente. Num país com tanta terra para se plantar, promover o desenvolvimento da monocultura da cana-de-açúcar na região do Pantanal, um dos ecossistemas mais sensíveis e mais ameaçados do planeta, é simplesmente um ato criminoso. Gritaria, infantilismo e ecodemagogia é o que o atual ministro está acostumado a fazer aqui no Rio de Janeiro, quando consegue meia dúzia de gatos pingados para acompanhá-lo em patéticas e cômicas manifestações públicas em “prol do meio ambiente”. Nesse tipo de experiência ele é craque. Agora está tendo que mostrar nacionalmente que também é capaz de se sujeitar às pressões dos poderosos em prol do “desenvolvimento”. Substituiu uma ministra, que através da inércia (em especial na liberação de licencenças ambientais), pelo menos criava dificuldades para que criminosos não terminassem de vez com os principais ecossistemas brasileiros apoiados na legalidade. Na sua época (não mudou muita coisa de lá para cá), as maiores agressões ocorriam de forma ilegal com a facilitação da inerte fiscalização oficial. Agora, sobre o pretexto da ação e do "desenvolvimento sustentável", o ministro e seus companheiros de governo começam descarada e cínicamente escancarar as porteiras da devastação sob os aplausos dos grandes destruidores e exploradores do povo e da nação. É por essas e outras que divulgo no meu humilde espaço o slogan abaixo.
