Mostrando postagens com marcador dia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador dia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de julho de 2009

Meio ambiente – Mais um acidente na Baía de Sepetiba


Há tempos que não postamos nada no blog, principalmente por estarmos cansados de repetir notícias divulgadas na maioria dos meios de comunicação. Principalmente nos últimos meses, quando a roubalheira vem sendo a principal manchete, acompanhada da incompetência e omissão generalizada do Poder Público no país.

Na verdade, estamos reavaliando a eficiência dessa divulgação na mídia, principalmente, no nosso caso. Tudo é denunciado e nada é resolvido. Os bandidos continuam soltos atuando de forma descarada e cínica, roubando o povo e destruindo o meio ambiente. Aliás, o povo continua assistindo e se deixando explorar por essa corja!!! Esse é o povo que todo político safado gosta. Eles podem fazer o que bem entendem com a certeza de que nada acontecerá! O povo ainda bate palme e reelege o vagabundo.


Como praticamente nada foi divulgado sobre o caso do último acidente envolvendo navio de grande porte na Baía de Sepetiba, resolvemos ajudar na divulgação, finalmente blogando após tanto tempo e simplesmente transcrevento a matéria. Aí vai:

Deu no jornal O DIA:
“Uma esteira operada pela empresa Vale S.A, usada para carregar minério em navios que chegam a Mangaratiba, foi parcialmente destruída no último sábado por uma embarcação. O equipamento danificado foi fotografado pelo leitor Sebastião Muniz, que estava pescando com o irmão, quando avistou a estrutura arriada na Ilha Guaíba, como é conhecido o local. O navio envolvido no acidente estaria ancorado próximo ao local. O Conexão Leitor entrou em contato com a Delegacia de Itacuruçá, que informou que a esteira permanece em manutenção e que um inquérito foi instaurado para apurar as causas do acidente. Segundo o comandante Alex Queiroz, não houve danos ao meio ambiente nem feridos.”

O que sempre se previu começa a se confirmar. O número de navios é cada vez maior na baía, consequentemente, o risco de sérios acidentes aumenta a cada dia que passa. Atualmente é normal observarmos verdadeiras filas de navios de grande porte ancorados pela baía esperando a oportunidade para atracação nos portos. Nos últimos meses, os acidentes vêm sendo constantes. Será que não houve danos ambientais realmente? Se não fosse o leitor a fotografar e comunicar ao jornal, nada saberíamos sobre o assunto. Em Mangaratiba, muito pouca gente sabe do acidente. Algum órgão de defesa ambiental esteve no local para comprovar a existência ou não de dano ambiental? Parece que jogar minério de ferro no mar não é mais considerado dano ambiental. No município, o assunto do dia é a cassação do Prefeito. Quase que conseguem abafar o caso do navio!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Meio ambiente – Nada a comemorar


Infelizmente, não temos nada a comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente. Comemorar o quê? Os 197 Km2 desmatados no último trimestre na Amazônia? A devastação desenfreada de biomas como a Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga? A algazarra que se tornou o setor de meio ambiente do Governo Federal e que se espalha pelos estados e municípios? O tráfico de animais silvestres que cresce a cada dia que passa? O consumo irracional crescente e estimulado por governos e empresários inescrupulosos? Corrupção generalizada? Falta de saneamento básico? O PDBG (Programa de Despoluição da Baía de Guanabara) que há décadas não trás nenhuma melhoria para as condições ambientais da Região Metropolitana do Rio? Aliás, onde anda essa dinheirama? A destruição escancarada da Baía de Sepetiba? Os 70% de rios poluídos em todo o país? O desperdício descomunal e diário de água e energia? A falta de compromisso dos governos com o meio ambiente e a qualidade de vida da população? A pesca predatória que assola rios e mares brasileiros? Os órgãos ambientais falidos? Angra 3 e as 60 termonucleares anunciadas pelo Lobão? A falta de estrutura e pessoal capacitado para a gestão do setor no país? As unidades de conservação sendo invadidas e sem qualquer estrutura de defesa? A desertificação galopante por todo o planeta? O "desenvolvimento" a qualquer custo? As injustiças sociais? O descaso e o cinismo das "autoridades"?

Comemorar o quê?

domingo, 19 de abril de 2009

Social – Todo dia era dia de índio


Hoje, 19 de abril, é comemorado o Dia do Índio. A criação do Dia do Índio ocorreu durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano, em Patzcuaro, no México, em 1940. Os índios foram convidados a participarem, mas acostumados com perseguições e traições, recusaram. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. Na ocasião, foi aprovada a recomendação nº 59, proposta por delegados indígenas do Panamá, Chile, Estados Unidos e México, a qual sugeria que se adotasse pelos governos dos países americanos, o dia 19 de abril para comemorar o Dia do Índio, data em que os delegados indígenas se reuniram pela primeira vez em assembléia. Esse dia seria dedicado ao estudo do problema do índio atual pelas diversas instituições de ensino, tendo como objetivo geral outorgar aos governos americanos normas necessárias à orientação de suas políticas indigenistas. Todos os países da América foram convidados a participar dessa celebração.

Durante o evento foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, que tem como objetivo principal cuidar dos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto nem à recomendação do Congresso, mas após a intervenção do Marechal Rondon, o Presidente Getúlio Vargas, através do Decreto-lei nº 5.540, de 02 de junho de 1943, determinou a adesão do Brasil ao instituto e estabeleceu o Dia do Índio a ser comemorado no dia 19 de abril. Já, em 1944, o Brasil celebrou a data, com solenidades, atividades educacionais e divulgação das culturas indígenas. Desde, então, existe a comemoração do "Dia do Índio", às vezes, estendida por uma semana, a "Semana do Índio". A data também serve para lembrar toda a influência que eles até hoje têm na nossa cultura, no nosso dia-a-dia. Nesse dia, ocorrem em vários locais diversas atividades relacionadas a cultura indígena. Normalmente as escolas instruem os alunos a fazerem pesquisas ou recreações sobre o povo indígena.

Já em 1910, foi criado o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), chefiado pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondom, descendente de índios que trabalhou durante anos para melhorar as condições de vida da população indígena brasileira, dando início ao período de pacificação dos índios e ao reconhecimento de seu direito à posse da terra e de viver de acordo com os próprios costumes.

No ano de 1967, foi extinto o SPI, devido a inúmeras denúncias de irregularidades administrativas, após a saída do Marechal Rondom. No mesmo ano foi criada em seu lugar, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo brasileiro que estabelece e executa a Política Indigenista no Brasil, dando cumprimento ao que determina a Constituição de 1988. A instituição procura estabelecer uma política de respeito às populações indígenas através de normas de bom relacionamento entre o índio e a nossa sociedade. Compete à FUNAI promover a educação básica aos índios, demarcar, assegurar e proteger as terras por eles tradicionalmente ocupadas, estimular o desenvolvimento de estudos e levantamentos sobre os grupos indígenas. A Fundação tem, ainda, a responsabilidade de defender as Comunidades Indígenas, de despertar o interesse da sociedade nacional pelos índios e suas causas, gerir o seu patrimônio e fiscalizar as suas terras, impedindo as ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem um risco à vida e à preservação desses povos.

A FUNAI é integrada por um Edifício-Sede, 45 Administrações Regionais, 14 Núcleos de Apoio Indígena e o Museu do Índio no Rio de Janeiro, 10 Postos de Vigilância e 344 Postos Indígenas, distribuídos em diferentes pontos do País. Localizada em Brasília, a sede compreende Presidência, Procuradoria Geral, Auditoria, três Diretorias, quatro Coordenações Gerais e treze Departamentos. Desde 1987, há na fundação uma unidade destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato, atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás.

O Museu do Índio

O Museu do Índio é o órgão científico-cultural da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Foi criado por Darcy Ribeiro, no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, em 1953. É a única instituição oficial no país, exclusivamente dedicada às culturas indígenas. Tem como objetivo, preservar as tradições indígenas e apresentar um pouco da cultura desses povos para o restante da sociedade. O Museu tem o maior acervo indígena da América Latina: objetos, publicações nacionais e estrangeiras especializadas em Etnologia e áreas afins, filmes, gravações sonoras, etc.

Em 1978, o Museu do Índio mudou-se do casarão, na Rua Mata Machado, para o espaço atual, na Rua das Palmeiras, em Botafogo, um prédio do século XIX, construído por João Rodrigues Teixeira, empresário da indústria alimentícia do Rio de Janeiro, para sua residência. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a construção é exemplar arquitetônico representativo do período de urbanização do bairro.

Visitar o Museu do Índio é associar entretenimento, educação e cultura. A instituição organiza mostras temporárias de peças e fotos, utilizando o acervo guardado em suas reservas técnicas. No passeio pelo jardim do Museu são encontradas pelo menos 5 ambientações indígenas, com destaque para a Casa de Reza Guarani e a Jurá, habitação tradicional Wajãpi.

A Instituição tem adotado várias estratégias de contato com o público, entre elas: disponibilização de informações pela internet, realização de mostras e, principalmente, atendimento ao público infantil.

Os índios no Brasil

Em 1500, época em que os portugueses chegaram ao Brasil, estimava-se que existiam cerca de 6 milhões de índios, divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia). Os primeiros portugueses que chegaram ao Brasil, mantiveram um contato amistoso com os índios, pois precisavam deles para trabalhar na extração do pau-brasil e para defender o litoral dos contrabandistas, principalmente franceses.

Mas, com o aumento do número de portugueses, as relações do branco com o índio foram se tornando críticas. Esse processo de colonização levou à extinção muitas sociedades indígenas que viviam no território dominado, seja pela ação das armas, seja em decorrência do contágio por doenças trazidas dos países distantes, ou, ainda, pela aplicação de políticas visando à "assimilação" dos índios à nova sociedade implantada, com forte influência européia. Os colonizadores os viam como seres inferiores e incapazes, que precisavam adquirir novos hábitos para estarem aptos a conviver com eles. Os índios reagiram porque os portugueses roubavam-lhes as terras, atacavam suas mulheres, tiravam-lhes a liberdade e transmitiam-lhes doenças, algumas vezes causando a morte de todos os habitantes de uma aldeia.

Apesar da resistência, milhares de índios foram escravizados no período colonial pelos portugueses, que usavam armas de fogo para dominar as populações indígenas. Nessa época, os portugueses escravizaram os índios para forçá-los a trabalhar na lavoura canavieira e na coleta de cacau nativo, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, castanha-do-pará e madeiras, entre outras atividades. Os nativos perderam sua autonomia e passaram a viver em função das leis que os brancos criavam para eles ou a respeito deles.

De lá pra cá, com a matança, escravidão e catequização forçada, tivemos uma diminuição absurda da população indígena no Brasil. Restam hoje, distribuídos em 562 terras indígenas demarcadas e protegidas pelo governo, mais ou menos 460 mil índios, sobrevivendo em condições precárias e sob constante ameaça, principalmente de garimpeiros, madeireiros e grileiros. "Terras indígenas" são os espaços físicos reconhecidos oficialmente pela União como sendo de posse permanente dos índios que as ocupam. O índio não é dono da terra, mas tem direito a fazer uso de tudo o que essa área contém: fauna, flora, água, jazidas etc. Esse tipo de ocupação tem como objetivo a preservação do habitat e a garantia da sobrevivência físico-cultural dos grupos indígenas, reproduzindo, dessa forma, condições para a continuidade econômica e sociocultural da comunidade.

Este dado populacional considera tão somente aqueles indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas, inclusive em áreas urbanas. Há também 63 referências de índios ainda não-contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.

Aos 500 anos após o descobrimento, o Brasil ainda desconhece a imensa diversidade de povos indígenas que ainda vivem no país. Estima-se que hoje existam 225 povos (ou etnias), com vários graus de contato, distribuídos em todo território brasileiro, porém concentrados, em sua maioria (70% do total), numa parcela da Amazônia Legal que engloba seis Estados: Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Pará. Além desses, devemos considerar ainda a existência de 40 povos isolados na Amazônia Ocidental. Alguns povos foram descobertos pela FUNAI e conseguiram reconstituir sua própria sociedade. Porém, muitas dessas etnias não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.

Os índios que hoje vivem no país não falam apenas o tupi-guarani, tronco lingüístico que abrange 30 nações indígenas, mas cerca de 170 línguas e dialetos diferentes, como o Português. Dessa população total, 150 mil índios estão em idade escolar e são atendidos em escolas de ensino médio e fundamental em suas aldeias ou em municípios próximos. Há também mais de mil jovens indígenas que frequentam diversas universidades e faculdades brasileiras.

Reduzidos demograficamente e sistematicamente sujeitos a pressões crescentes das frentes de expansão econômica que avançam sobre as terras e os recursos naturais, o futuro dos povos indígenas no Brasil é ainda incerto.

Os índios brasileiros sempre sobreviveram utilizando os recursos naturais oferecidos pela natureza. Para eles, a terra é um bem coletivo. Os primeiros índios do Brasil viviam em regime de comunidade. A divisão das tarefas do dia-a-dia era por sexo e por idade e todos ajudavam. Os ensinamentos, as práticas, histórias, invocação dos espíritos, cantos e danças eram transmitidos de geração para geração.

Os chefes das tribos eram os mais velhos, os quais resolviam problemas como doenças, mortes, desavenças na família e na tribo, atrito entre as tribos vizinhas, guerras e paz. Cada tribo tinha seus próprios costumes seu jeito de viver, de morrer, de construir a aldeia, de governar. A terra não era de um só e sim de todos que nela viviam, não havendo demarcações nem comércio.

De acordo com suas necessidades de sobrevivência, os índios produziam material de preparo alimentício, caça, pesca, vestimenta, realizavam festas culturais e comemorativas, construíam abrigo e transporte com materiais tirados na natureza sem prejudicá-la, produzindo vários artesanatos, como:

• Flecha e arco para caça e pesca
• Ralo para ralar mandioca

• Tipiti para espremer a massa da mandioca
• Balaios e Urutus para guardar a massa, farinha, tapioca, beiju, frutas entre outros
• Peneira para peneirar a massa seca para fazer farinha e beiju, tapioca ou curadá
• Cumatá especial para tirar goma de massa
• Abano para virar e tirar o beiju do forno feito de argila

• Bancos
• Pilão para moer a carne cozida, peixe moqueado, pimenta e outros sempre torrados
• Pulseiras
• Anéis de caroço de tucumã
• Cesto e Peneira de cipó para carregar e guardar mantimento
• Zarabatana para caça especial de aves
• Japurutu, Cariçu e Flauta são instrumentos musicais entre outros cada um com seu específico som harmonioso
• Cerâmicas para fazer pratos, panelas, botija de cerâmica para fabricação de bebidas alcoólicas especiais e outros ornamentos para momentos de festas.

Povos Indígenas mais conhecidos no Brasil

- Aimoré - grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grandes corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20.

- Avá-Canoeiro - povo da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Iha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé.


- Bororos - também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhóis fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo, tanto pelas moléstias contraídas, quanto pelos casamentos com não-índios.

- Caeté - os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados “inimigos da civilização”. Em 1562, Mem de Sá determinou que fossem “escravizados todos, sem exceção”.

- Caiapós - explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará (especialmente o mogno e o ouro), os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentaram cerca de US$ 15 milhões por ano, derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destituiu o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan.

- Carijó - seu território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente.

- Goitacá - ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil.

- Ianomâmi - povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká.

As populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais, daqueles que convivem diretamente com os índios: as populações rurais. Dominadas política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.

Já a população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas, tende a ter deles uma imagem favorável, embora os veja como algo muito remoto. Os índios são considerados a partir de um conjunto de imagens e crenças amplamente disseminadas pelo senso comum: eles são os donos da terra e seus primeiros habitantes, aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São também vistos como parte do passado e, portanto, como estando em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento da população indígena.

Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira estão se conscientizando de que os índios são seus contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia, saúde, educação e administração pública em geral. Hoje, há um movimento de busca de informações atualizadas e confiáveis sobre os índios, um interesse em saber, afinal, quem são eles.

Qualquer grupo social humano elabora e constitui um universo completo de conhecimentos integrados, com fortes ligações com o meio em que vive e se desenvolve. Entendendo cultura como o conjunto de respostas que uma determinada sociedade humana dá às experiências por ela vividas e aos desafios que encontra ao longo do tempo, percebe-se o quanto as diferentes culturas são dinâmicas e estão em contínuo processo de transformação. As variadas culturas das sociedades indígenas modificam-se constantemente e reelaboram-se com o passar do tempo, como a cultura de qualquer outra sociedade humana. E é preciso considerar que isto aconteceria, mesmo que não houvesse ocorrido o contato com as sociedades de origem européia e africana.

No que diz respeito à identidade étnica, as mudanças ocorridas em várias sociedades indígenas, como o fato de falarem português, vestirem roupas iguais às dos outros membros da sociedade nacional com que estão em contato, utilizarem modernas tecnologias (como câmeras de vídeo, máquinas fotográficas, aparelhos de fax e internet), não fazem com que percam sua identidade étnica e deixem de ser indígenas.

A diversidade cultural pode ser enfocada tanto sob o ponto de vista das diferenças existentes entre as sociedades indígenas e as não-indígenas, quanto sob o ponto de vista das diferenças entre as muitas sociedades indígenas que vivem no Brasil, mas está sempre relacionada ao contato entre realidades socioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas, especialmente num país pluriétnico, como é o caso do Brasil.

É necessário reconhecer e valorizar a identidade étnica específica de cada uma das sociedades indígenas em particular, compreender suas línguas e suas formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isto significa o respeito pelos direitos coletivos especiais de cada uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um intercâmbio cultural, com as diferentes etnias.

FUNAI: SEPS Quadra 702/902 Projeção A, Ed. Lex 70.390-025 Brasília - DF Tel.: (61) 3313-3500

Museu do Índio: Rua das Palmeiras, 55, Botafogo Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2286-8899; 2286-2097

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Solo – Hoje é o Dia da Conservação do Solo


Em homenagem ao nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881- 07/07/1960), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos, o primeiro responsável pelo Serviço de Conservação de Solos daquele país, 15 de abril foi a data escolhida para o Dia da Conservação do Solo a ser comemorada em todo o planeta.

As experiências de Hugh, estudando solos e agricultura, nacional e internacionalmente, fizeram dele um conservacionista dedicado. Também pela capacidade de comunicação de seus textos, muito conquistou para a causa mundial da conservação.

No Brasil, o Dia Nacional da Conservação do Solo também é comemorado na mesma data. Ele foi instituído pela Lei n° 7.876, de 13 de novembro de 1989, com o objetivo de dedicar esse dia à reflexão sobre a conservação dos solos e sobre a necessidade de utilizarmos corretamente este recurso natural e, assim, viabilizarmos a manutenção e mesmo melhoria de sua capacidade produtiva, única forma de aumentarmos de forma sustentável a produção de alimentos, sem degradação ambiental.

Para se ter produção sustentável, algumas práticas e tecnologias devem ser utilizadas, tais como a manutenção da cobertura do solo, reflorestamento, terraceamento, plantio em curvas de nível, adubação verde, rotação de culturas, plantio direto, dentre outras.

Um solo se degrada quando são modificadas as suas características físicas, químicas e biológicas. O desgaste pode ser provocado por esgotamento, erosão, salinização, compactação e desertificação. A utilização dos solos para o fornecimento de produtos agrícolas, por exemplo, não pode ser do mesmo tipo para todas as regiões brasileiras. Para cada uma, há um conjunto de fatores que devem ser devidamente analisados, para que os terrenos proporcionem uma maior produtividade.

A expansão das culturas de subsistência e a criação de animais para utilização pelos homens, os cultivos da cana-de-açúcar e do café e, mais recentemente, a da soja, têm sido realizados com rotinas inadequadas (isso desde a descoberta do Brasil pelos europeus), resultando em agressões aos elementos naturais, especialmente, ao solo e à água. Sempre tivemos uma rotina de "rotação de terras", sem a preocupação de qualquer programação para restaurar os solos e as florestas que foram esgotados.

Por falta de conhecimento, não só muitos agricultores e pecuaristas estão degradando intensamente os nossos recursos naturais, mas também madeireiros, garimpeiros e carvoeiros. Quem mais utiliza tem ainda pouca consciência de que o solo, a água e as florestas são recursos naturais finitos e que, após a sua degradação, a recuperação pode ser irreversível. É fundamental a disseminação da idéia de que "é mais econômico manter do que recuperar recursos naturais".

A ação da água da chuva sobre os terrenos continua sendo um dos principais agentes da degradação dos solos brasileiros. Grandes volumes de terra são transportados dos terrenos mais altos pelas enxurradas e depositadas nas calhas dos cursos d'água. Esse processo reduz a capacidade do solo de armazenar a água da chuva, ocasionando inundações, com graves conseqüências socioeconômicas. O total de terras arrastadas pelas enxurradas é calculado em torno de 2 a 2,5 bilhões de toneladas, anualmente. Há prejuízos diretos e indiretos. Há efeitos agora e haverá no futuro.

Nesse ano, elegeu-se o plantio direto na palha como uma técnica de conservação a ser discutida e cada vez mais difundida. Implantado há mais de 30 anos no Brasil, por meio dele é possível aumentar a produtividade da lavoura e a vida útil das máquinas, reduzir os gastos com combustível, melhorar a eficiência dos fertilizantes e proteger o meio ambiente. O plantio direto bem feito emprega cerca de quatro toneladas de palha por hectare, volume suficiente para melhorar os teores de matéria orgânica, facilitar a infiltração da água e proteger o solo contra a erosão.

Esse sistema representou uma revolução na agricultura brasileira, pois dispensa revolvimento do solo com o uso de grades e arados, trabalha com rotações de culturas e viabiliza o aumento da matéria orgânica. Vale ressaltar que cerca de 80% da fertilidade do solo depende da matéria orgânica e o plantio direto permite manter e aumentar esses teores no solo.

Mais de 50% da área brasileira cultivada com grãos já utiliza o plantio direto como um sistema produtivo conservacionista. Por isso, é muito importante promover o plantio direto na palha, focando a melhoria da renda do produtor, proteção do solo e da água e redução do uso de insumos químicos, como fertilizantes e inseticidas. Assim, é possível obter solo fértil e prevenir a perda de sementes e adubos, além de minimizar os impactos ambientais negativos da erosão.

Uma nação sem solo fértil é uma nação fadada à miséria.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Saúde - Dia Mundial da Saúde


Neste Dia Mundial da Saúde, 07 de abril, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) junto com a Organização Mundial da Saúde, chama a atenção para a segurança das instalações e a agilidade dos trabalhadores do setor saúde no tratamento de pessoas em situações de emergência, com especial atenção para as necessidades das gestantes. Quando desastres são desencadeados, as gestantes temem por sua própria saúde e pela saúde de seus bebês, e elas precisam do apoio de profissionais de saúde qualificados.

Em qualquer contexto, uma a cada cinco mulheres em idade fértil tem chance de estar grávida e 15% das gestantes passarão por complicações do parto com ameaça a suas vidas. Quando as instalações médicas são danificadas ou destruídas por desastres ou situações de conflito, as mulheres são forçadas a dar à luz sem as condições essenciais para um parto seguro.

A falta de apoio médico é frequentemente complicada por fatores adicionais de risco que ameaçam a saúde das mulheres e dos bebês. Tais riscos incluem trauma, má-nutrição ou doenças, além da exposição à violência. As mulheres grávidas em situações de emergência podem sofrer com partos prematuros, abortos, bebês natimortos e os efeitos negativos da violência.

Hoje, no Dia Mundial da Saúde, prestamos homenagem aos profissionais de saúde que respondem quando as emergências eclodem, e clamamos por maior atenção às necessidades das mulheres e a seu direito à saúde sexual e reprodutiva. Alertamos as autoridades para suprirem as emergências de insumos e equipamentos, garantindo partos higiênicos e seguros, e intervenções médicas quando necessário. Alertamos as autoridades para que disponibilizem treinamento aos profissionais da área de saúde e parteiras, a fim de garantir que as mulheres recebam os cuidados de que precisam em todas as fases, gestação, parto e pós-parto. Alertamos as autoridades para que reparem e reabasteçam clínicas e alas hospitalares voltadas para a saúde materna. Alertamos as autoridades que a população está cansada de ser roubada e necessita urgentemente de serviços de saúde dignos e eficientes.

domingo, 22 de março de 2009

Água – 22 de março, Dia Internacional da Água


Hoje é o Dia Internacional da Água, um recurso essencial para a sobrevivência do planeta, mas que nem sempre é respeitado. Para evitar o desperdício, é preciso ficar de olho no consumo responsável. Uma gota que cai constantemente de uma torneira pode parecer pouco, mas que somam 1.380 litros de água jogados fora por mês. Se ela pinga cerca de 1 vez por segundo significa que no final do dia vamos ter um balde de 45 litros cheio, se multiplicarmos pelo número de dias do ano, teremos 16 tanques de água com capacidade para atender uma família por dia.

De acordo com a declaração Universal dos Direitos editada pela ONU, "a água não deve ser desperdiç
ada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis"...

O alerta é feito com clareza, no entanto, não vem sendo observado ou cumprido pelo ser humano. A realidade é outra. Há anos os recursos hídricos vêm sofrendo, no mundo todo, os efeitos da super exploração, degradação das bacias, poluição, desmatamento e desperdício. Se uma pessoa deixar de comer, ela pode resistir até 40 dias, se deixar de beber água, ela consegue sobreviver apenas 3 dias. Mesmo assim, a população ainda não está consciente de que a água doce no mundo é um recurso finito. Normalmente, as florestas não são relacionadas com a água que chega às casas, e sendo assim, fica mais difícil a preservação. É preciso saber que a floresta desmatada, o rio poluído, a ocupação desordenada do solo prejudicam, e muito, a captação, a qualidade e a quantidade de água nos mananciais, reservatórios e bacias.

A maior consumidora de água potável é a agricultura e as pessoas não têm consciência desse fato. Os consumidores acreditam que o grande vilão do consumo de água e da poluição é a indústria, seguido pelo consumo doméstico. A verdade é que a irrigação consome 70% dos recursos hídricos do país. Para diminuir o problema, as plantações deveriam ser irrigadas com formas mais econômicas, aplicando-se técnicas como o gotejamento, microgotejamento e
microaspersão, ao invés de pivôs centrais, que espalha desperdiçando praticamente 2/3 da água para a atmosfera. Além do desperdício na irrigação, o desmatamento e as queimadas utilizadas para o plantio de novas safras também provocam a escassez da água, comprometendo as nascentes e os rios.

O Brasil é o 10° produtor de água virtual do mundo. Considera-se água virtual toda a água usada para se fabricar um bem. Pode ser uma manga, uma camiseta, um quilo de carne. Estabelecendo-se uma relação, um quilo de pão utiliza 150 litros de água, enquan
to um quilo de batata usa 2.000 litros. Um quilo de carne, considerando desde o nascimento do boi até a entrega ao consumidor final, gasta 10.000 litros de água. Por isso a Europa importa grandes volumes de carne produzida no Brasil, pois se o europeu tiver que produzir a mesma carne em regime de confinamento, ele gastaria 40.000 litros de água.

Outro grave problema é o saneamento básico. Os rios sofrem com o lançamento de esgotos sem tratamento e com os resíduos sólidos despejados em suas águas. Além do lixo doméstico, lâmpadas, medicamentos, inseticidas e pilhas são descartados sem o mínimo controle.

A água que chega nas residências, é captada nos mananciais e transportada para as estações de tratamento. Quanto mais longe estiver o manancial, mais caro chega a água ao consumidor final. E quanto mais poluída estiver a água, mais produtos químicos e tempo são empregados em seu tratamento.

Cada pessoa gasta em média 200 litros água por dia, mas esse consumo pode diminuir se for bem planejado, aplicando-se algumas medidas no nosso dia a dia para se evitar o desperdício, ajudando a diminuir o impacto da ação do homem sobre os recursos hídricos, tais como:

- no banho, feche a torneira para se ensaboar;
- verifique se as válvulas da descarga estão em boas condições de funcionamento;
- usando a máquina de lavar roupas, inicialmente, lave as roupas brancas, depois as escuras, com a mesma água lave o jeans. No enxágue, continue a sequência das roupas brancas para as mais escuras;
- vistorie sempre a possível existência de vazamentos, providneciando imediatamente o conserto;
- ao escovar os dentes, lavar louças ou fazendo a barba, feche a torneira;
- use um balde ao invés de mangueira para lavar o carro;
- cobre dos governos uma política mais ágil para evitar o desperdício e a destruição das nascentes dos rios.