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terça-feira, 28 de julho de 2009

Meio ambiente – Mais um acidente na Baía de Sepetiba


Há tempos que não postamos nada no blog, principalmente por estarmos cansados de repetir notícias divulgadas na maioria dos meios de comunicação. Principalmente nos últimos meses, quando a roubalheira vem sendo a principal manchete, acompanhada da incompetência e omissão generalizada do Poder Público no país.

Na verdade, estamos reavaliando a eficiência dessa divulgação na mídia, principalmente, no nosso caso. Tudo é denunciado e nada é resolvido. Os bandidos continuam soltos atuando de forma descarada e cínica, roubando o povo e destruindo o meio ambiente. Aliás, o povo continua assistindo e se deixando explorar por essa corja!!! Esse é o povo que todo político safado gosta. Eles podem fazer o que bem entendem com a certeza de que nada acontecerá! O povo ainda bate palme e reelege o vagabundo.


Como praticamente nada foi divulgado sobre o caso do último acidente envolvendo navio de grande porte na Baía de Sepetiba, resolvemos ajudar na divulgação, finalmente blogando após tanto tempo e simplesmente transcrevento a matéria. Aí vai:

Deu no jornal O DIA:
“Uma esteira operada pela empresa Vale S.A, usada para carregar minério em navios que chegam a Mangaratiba, foi parcialmente destruída no último sábado por uma embarcação. O equipamento danificado foi fotografado pelo leitor Sebastião Muniz, que estava pescando com o irmão, quando avistou a estrutura arriada na Ilha Guaíba, como é conhecido o local. O navio envolvido no acidente estaria ancorado próximo ao local. O Conexão Leitor entrou em contato com a Delegacia de Itacuruçá, que informou que a esteira permanece em manutenção e que um inquérito foi instaurado para apurar as causas do acidente. Segundo o comandante Alex Queiroz, não houve danos ao meio ambiente nem feridos.”

O que sempre se previu começa a se confirmar. O número de navios é cada vez maior na baía, consequentemente, o risco de sérios acidentes aumenta a cada dia que passa. Atualmente é normal observarmos verdadeiras filas de navios de grande porte ancorados pela baía esperando a oportunidade para atracação nos portos. Nos últimos meses, os acidentes vêm sendo constantes. Será que não houve danos ambientais realmente? Se não fosse o leitor a fotografar e comunicar ao jornal, nada saberíamos sobre o assunto. Em Mangaratiba, muito pouca gente sabe do acidente. Algum órgão de defesa ambiental esteve no local para comprovar a existência ou não de dano ambiental? Parece que jogar minério de ferro no mar não é mais considerado dano ambiental. No município, o assunto do dia é a cassação do Prefeito. Quase que conseguem abafar o caso do navio!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Política – Será verdade ou mais uma mentira descarada?


O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, junto com outras figurinhas carimbadas, anunciaram nesta terça-feira (16), na Suíça, um investimento de R$ 1 bilhão para obras de despoluição das Bacias de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e da Baía de Guanabara. Essa história é antiga. Para onde foram os outros tantos bilhões que despoluiriam a Baía de Guanabara, promessa feita há décadas pelos políticos companheiros desses que agora continuam prometendo? A baía e as lagoas da Zona Oeste estão cada vez mais poluídas. Foi o que se constatou nesses últimos tempos.

Esses investimentos na área de meio ambiente são considerados essenciais para a avaliação da candidatura do Rio às Olimpíadas de 2016. Até julho, segundo o prefeito e o governador, a verba será liberada pela Caixa Econômica para as obras de despoluição. O projeto de despoluição da Baía de Guanabara inclui a Baixada Fluminense e São Gonçalo, na Região Metropolitana, que passará a ter uma Estação de Tratamento de Esgoto. Desse valor total, R$ 340 milhões serão disponibilizados pelo governo federal através do PAC para a drenagem da Bacia de Jacarepaguá. Para as duas regiões estão previstas mais da metade das competições.

A promessa é a mesma: “Esta vai ser uma grande oportunidade para os cariocas verem realizadas obras que sempre pediram. Com a liberação dos recursos, aqueles que sofrem com as enchentes em Jacarepaguá ou com a sujeira à beira da Baía de Guanabara (foto à direita), logo vão perceber as mudanças. Para a cidade, o projeto olímpico já começou a deixar o seu legado”, declarou o prefeito. Segundo o governador, a vinda das Olimpíadas vai trazer ainda mais benefícios, e não só para a cidade do Rio, mas para toda a Região Metropolitana.

Canal do Cunha, porta de entrada da cidade

Lagoas de Jacarepaguá

Uma coisa é certa. Se a cidade for realmente aprovada como sede das Olimpíadas de 2016, muito dinheiro vai rolar e fazer a felicidade de muita gente, como sempre. Será que vai sobrar alguma coisa para o povo? A outra pergunta continua: Onde está aquela dinheirama que deveria ser destinada à despoluição da Baía de Guanabara com o famoso PDBG? Também deve ter feito a alegria de muita gente. Gente que continua solta por aí.

Crime ambiental - O pescador continua não tendo espaço


Há tempos os pescadores da Baía de Guanabara vêm denunciando os prejuízos causados pelas obras executadas pelas empresas GDK S.A e OCEÂNICA ENGENHARIA que formam o consórcio responsável pela implantação do Projeto GLP da PETROBRAS na Baía de Guanabara. Pouco espaço se vê na mídia sobre o assunto. Denúncias chegam ao VERDEfato toda semana e o problema a cada dia se agrava.

Os pescadores organizaram uma manifestação de 38 dias no mar, dificultando a continuidade das obras do consórcio, uma das intervenções do PAC na Baía da Guanabara. A manifestação só parou após violenta ação repressiva do Grupo Aéreo Marítimo (GAM) e o Batalhão local (intervenção considerada arbitrária e ilegal pela juíza da Vara Cível de Magé, Suzana Cypriano).


Em 09 de Abril passado "ventou forte" na Baía de Guanabara, entre pescadores artesanais e a PETROBRAS S.A, que, segundo os pescadores, está promovendo um verdadeiro extermínio da pesca artesanal na região de Magé. Não bastasse os transtornos para o Meio Ambiente, os empreendedores estão se utilizando de ameaças, intimidações, força física, coações de capangas e policiais com suas lanchas e helicópteros, contra trabalhadores que tentam tirar seu sustento do mar. Além disso, alegam que, da parte dos representantes do Projeto GLP da Baía de Guanabara, são ordenadas constantes apreensões indevidas de redes de pescas que estão postas no mar, muitas vezes danificando-as com ações covardes de muita violência contra o pescador artesanal.

No dia 22 de maio, na Praia de Mauá, Magé, uma operação conjunta entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria de Fazenda, contando com a presença de membros do Conselho de Meio Ambiente de Magé, teve como alvo o canteiro marítimo do Projeto GLP e canteiro terrestre da GDK S.A, culminando na INTERDIÇÃO das obras do trecho marítimo e terrestre.
Foram encontradas, pelo menos, 42 irregularidades no projeto, inclusive no processo de licenciamento
, sérias irregularidades de monta ambiental, de saúde pública, desobediência à Legislação Trabalhista, obras de alvenaria irregulares, desrespeito ao patrimônio histórico local, dentre outras impropriedades. Os pescadores ainda acusam a empresa de boicotar participantes e familiares de manifestantes dos empregos gerados pela obra, além do que a pesca ter sido reduzida em até 70% na região.Tudo isso vêm sendo denunciado há meses pelo "GRUPO HOMENS DO MAR DA BAÍA DE GUANABARA" (AHOMAR), principalmente em relação aos crimes ambientais que provocam sérios danos e prejuízos aos pescadores que atuam nas proximidades do canteiro e mesmo assim, tanto as empresas do consórcio quanto a PETROBRAS não prestaram qualquer esclarecimento ou resposta à comunidade constituída de cerca de 3 mil pescadores.

Mesmo com a interdição e os portões lacrados, verificou-se o andamento de várias atividades dentro e fora do canteiro em desobediência à fiscalização, continuando a causar sérios danos ambientais principalmente às áreas de manguezais, tornando a pesca impossível pela quantidade de lama gerada, como também pela água do mar suja. Os pescadores informam de grandes mortandades de peixes decorrentes dessas atividades, como também mau cheiro (gás) afugentando as poucas corajosas ou incautas pessoas que ainda frequentam a praia.

Em 27 de maio, os pescadores de Magé fizeram uma manifestação em frente ao prédio sede da Petrobras, na Avenida Chile, no Centro do Rio. Eles queriam uma explicação para o assassinato do pescador Paulo Cesar Santos Sousa, de 44 anos, tesoureiro da Associação dos Homens do Mar (AHOMAR), morto a apenas seis horas depois da interdição das obras da empresa. Paulo Cesar Santos Sousa, que havia denunciado ameaças de morte, foi espancado e executado com cinco tiros, no rosto e na nuca, depois de ter a casa invadida por três homens. Às 11:30 da sexta-feira (22-05), três homens brancos entraram na casa do pescador, e o retiraram. Sua esposa e filhos permaneceram no interior, ouvindo as agressões e gritos. O pescador levou pancadas durante meia hora. A esposa alegou que só ouviu dos invasores perguntas sobre documentos, e sobre o presidente da Ahomar, Alexandre Anderson. Os matadores fugiram, da casa, levando alguns papéis. Estavam em um golf branco, com a placa vedada. Segundo a polícia, o motivo do crime pode ter sido vingança em consequência do conflito envolvendo pescadores e a empreiteira GDK.

O delegado Aroldo Luís de Carvalho, titular da 66ª DP (Piabetá), informou que abriu inquérito para apurar o caso. Segundo ele, um outro inquérito foi instaurado em maio para investigar um atentado contra o presidente da AHOMAR, supostamente praticado por seguranças de uma das empreiteiras. Alexandre Anderson declarou que Paulo Cesar estava muito tenso nos últimos tempos, e teria lhe pedido de forma muito enfática, na segunda-feira que antecedeu o crime, para que fosse embora de Magé. Alexandre já foi ameaçado de morte inúmeras vezes, e sofreu um sério atentado no último 1° de maio.

Até o momento, nada de solução. Quantos pescadores mais precisarão morrer? Os pescadores continuam ameaçados de extinção.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Baía de Sepetiba – Crimes da CSA na mesa


No próximo dia 26 de Junho, haverá uma Audiência Pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde serão debatidos os crimes e os impactos sócio-ambientais causados pela Thyssen Krupp CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico. A Fapesca-RJ & Confapesca-BR terão assento na mesa de debates. Os pescadores e ambientalistas acusam a CSA por diversos crimes além das ameaças a pescadores que lutam contra a sua presença na Baía de Sepetiba.

Os representantes da empresa, por ocasião da Audiência Pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da ALERJ em março deste ano, foram lacônicos ao afirmar que tomavam conhecimento naquele momento das denúncias de intimidações e ameaças aos pescadores da Baía de Sepetiba. A CSA é acusada de relação conjunta com milícias da região, impedimento do direito de ir e vir dos pescadores, ilegalidades e falta de transparência no processo de licenciamento ambiental, cooptação de autoridades públicas, destruição ambiental na Baía de Sepetiba com o desmatamento de extensa área de manguezais e violação dos direitos dos trabalhadores. Segundo os pescadores e ambientalistas, para redução dos custos, a empresa contrata chineses e nordestinos sem lhes garantir condições dignas de vida e trabalho. Alguns imigrantes não possuem documentos, nem contratos de trabalho.

Nessa mesma ocasião, o depoimento mais emocionante foi o do pescador Luis Carlos da Silva, que relatou ter sido obrigado a se mudar e parar de trabalhar na região para escapar das perseguições dos seguranças da Companhia Siderúrgica do Atlântico. Anésio Vieira de Souza, pescador há mais de 30 na Baía de Sepetiba e presidente do Conselho Fiscal da Associação de Pescadores APESCARI declarou: “Em 2006, nos reunimos com a empresa para buscar uma solução para todo esse problema. No final das contas, eles não fizeram nada e mandaram a gente procurar a justiça. Aí chegam aqui e ficam querendo enrolar dizendo que não sabem de nada. A fala deles não foi verdadeira”.

A lengalenga continua. Enquanto isso, a empresa as "autoridades" vão empurrando com a barriga e dando risada para as câmeras de TV. O povo fica olhando inerte e pacificamente a destruição descarada e criminosa da Baía de Sepetiba e a extinção do pescador artesanal na região.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

BAÍA DE MANGARATIBA – O FIM ANUNCIADO


Ocorre hoje em Mangaratiba, às 19:00, a Audiência Pública para apresentação do Rima do projeto de Loteamento Fazenda Ingaíba, mais uma absurda e descarada ação de destruição do pouco que resta de recursos naturais na mal tratada e abandonada Baía de Mangaratiba. Na região, as décadas de 80 e 90 foram marcadas pela destruição total dos manguezais do Rio do Saco pelas construções irregulares e invasões, na sua maioria patrocinada por políticos sem qualquer visão ecológica, somente eleitoreira, como de costume. Agora, se os órgãos ambientais tiverem a coragem de aprovar mais essa barbaridade, os próximos anos serão marcados pelo desaparecimento do último resquício de manguezal ainda existente nessa baía, o manguezal da Baixada da Ingaíba. O pouco que resta desse bioma, pois essa área também foi desrespeitada em passado recente para implantação do grande empreendimento imobiliário e hoteleiro Portobello, será banida do mapa.

O Loteamento Ingaíba está na área de influência direta do bioma Mata Atlântica. A empreitada consiste na implantação de um projeto de parcelamento urbano do solo que, de acordo com o Plano Diretor do Município de Mangaratiba (Lei Municipal No 544/06), está compreendida na Zona Indicada ao Desenvolvimento Rural (Dr) e na Zona de Interesse Turístico (It), visando o fatiamento em 2.205 lotes divididos em 12 glebas, com terrenos medindo em torno de 360 m2! 12 x 30 m cada terreno! O projeto, além dos terreninhos, conta com unidades multifamiliares (10 edifícios de 4 pavimentos - térreo e mais três pavimentos, com 4 apartamentos por andar, totalizando 120 apartamentos), bangalôs, vilas náuticas e áreas de lazer. Para isso, está prevista a supressão de 856.295 m2 de Áreas de Preservação Permanente, incluindo-se aí, o velho manguezal. O projeto ocupará uma área total de 6.257.804,20 m2 (625 hectares), provocará o aumento da população regional que hoje é menor que 1.000 habitantes, passando para 12.030 habitantes (um aumento de quase 40% da população atual de todo o município, que hoje, pelo IBGE, gira em torno de 31.848 habitantes), que serão responsáveis pela geração diária de mais 10.159 kg (34 m3/dia) de lixo (um dos problemas mais sérios existentes no município e, até hoje, sem solução por parte das autoridades), além do aumento de 16.348 viagens de veículos por dia (16.073 de automóveis; 275 de vans). Para o caso de acesso único via BR 101, o sistema de acesso ao empreendimento deverá ter capacidade para atendimento de um fluxo de 1.234 veículos (autos) por hora.

A obra prevê a movimentação de terra para nivelamento dos terrenos e estabelecimento de greides do sistema viário e o balanceamento interno de corte e aterro, sendo necessárias áreas externas de empréstimo e bota-fora. Devido às características do terreno com lençol freático em pequena profundidade, serão necessários mais aterros do que cortes, cujo volume estimado de movimentação de solos será de 2.600.000 m³ de aterro e 2.704.000 m³ de corte. Quatro jazidas estão previstas para o fornecimento desse material, localizadas, na sua maioria, nas margens de rios, como o Ingaíba, o maior da região, e próximas à linha de praia.

Sabe-se que a região é formada predominantemente por Planície Fluviolagunar e Alagadiços, ocorrendo também áreas de Planícies de Maré e Mangue. Próximo ao mar e ao longo de alguns canais interiores ocorrem as Planícies Fluviomarinhas (aluviões). Predominam então, solos com lençol freático elevado, com sedimentos inconsolidados e moles, apresentando baixa capacidade de suporte, com estabilidade precária condicionados a risco de solapamento das margens e aumento das áreas de Planície de Maré devido ao intenso assoreamento litorâneo, que forma deltas e baixios, causado pelo aumento da capacidade de erosão dos canais retificados e pela ocupação da região. Não somos nós que dizemos e sim o próprio RIMA. Isso já ocorre na área e é observado nitidamente por todos que vivem há décadas na região, com as condições de ocupação atuais. Os terrenos ali localizados são muito sensíveis à ocupação, devido à dificuldade de escoamento e ao risco de inundações, freqüentes nas épocas de chuva na área da Ingaíba. A profundidade da baía vem diminuindo consideravelmente nas últimas décadas devido à erosão provocada no continente. O assoreamento vem afetando diretamente as praias da baía, modificando drasticamente o litoral local. Todo mundo sabe disso. Autoridades, ambientalistas, moradores e freqüentadores da região.

Esse mega empreendimento, totalmente irracional, mascarado por medidas mitigadoras de baixíssimo efeito e por apelo ecorural, se aprovado, servirá para acabar de vez com o pouco que resta de praias em condições de uso e o único manguezal da Baía de Mangaratiba. Adeus turismo, aquele que deveria ser o carro chefe da economia mangaratibense e receber a atenção que merece por parte das autoridades e dos empresários que ali se instalam. É bom lembrar para esse pessoal que turismo sem meio ambiente saudável simplesmente não existe. O ecoturismo consciente, sem dúvida, tiraria Mangaratiba da estagnação que se encontra desde o fim do ciclo da banana. O que vemos a cada dia que passa, é um turismo irresponsável, de baixa qualidade, se alastrando pelo município e região. O portal da Costa Verde não merece o tratamento que estão lhe dando. Abra o olho população! Atenção INEA e demais órgãos ambientais! Atenção Ministério Público!

Meio ambiente – O que está acontecendo na Baía de Sepetiba?


Temos recebido vários e.mails de moradores de Itaguaí e Mangaratiba denunciando a mortandade peixes na Baía de Sepetiba. Pescadores relatam que desde sexta-feira passada vêm encontrando grande quantidade de peixes mortos nas praias da região. Todos querem saber a origem do problema, mas até o momento são informados pelas autoridades que trata-se de uma contaminação por microalgas diatomáceas e dinoflageladas. Segundo os técnicos do INEA, há vestígios do que seria uma mancha de algas espalhadas entre a Baía da Ilha Grande e a Baía de Sepetiba, com sinais de floração ao largo da costa, por fora da Restinga de Marambaia, alcançando até o início do Recreio. Ainda segundo eles, se o resultado da análise de toxicidade que sai nesta quarta-feira for positivo, há risco de contaminação de seres humanos, em casos de exposição demasiada como o consumo de moluscos.

Entre as espécies mortas, são encontradas moréias, linguados, cororocas, bagres e até tartarugas. Os pescadores suspeitam que a causa da mortandade está nas diversas agressões ambientais existentes na baía, tais como, as obras na região do Porto de Itaguaí, dragagens irregulares, obras da CSA, contaminação pela água de lastro dos navios que ali aportam e mesmo o depósito de rejeitos tóxicos da Ingá, cujo tratamento, prometido pelo Governador, o Ministro do Meio Ambiente e a Usiminas, empresa que arrematou em leilão no ano passado o terreno, não se sabe a quantas anda.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Baía de Sepetiba – Porto da LLX em Itaguaí poderá ter financiamento do BNDES


O Porto do Sudeste, terminal da LLX Logística em Itaguaí, com capacidade projetada para exportar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, obteve licença ambiental prévia e já teve seu pedido de empréstimo de longo prazo para a obra apresentado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor estimado do financiamento é de R$ 1,7 bilhão. A expectativa da empresa é de que o desembolso ocorra entre o fim de 2009 ou começo de 2010.

O novo terminal portuário fluminense, estrategicamente localizado na Baía de Sepetiba, será a principal via de exportação do minério de ferro produzido pela MMX, em Minas Gerais. Com uma profundidade de 20 m, o Porto Sudeste poderá receber navios capesize, isto é, navios com peso bruto acima de 150.000 toneladas. Incluem-se nessa classe os superpetroleiros e graneleiros que transportam carvão, minérios, matérias-primas e outras commodities. O termo “capesize” é mais comumente utilizado para descrever graneleiros em vez de petroleiros. As grandes dimensões desses navios exigem portos com profundidade superior a 18,91 m.

O porto da LLX contará com retroárea de 52,1 hectares e abrigará pátios para estocagem e manuseio de minério de ferro com capacidade para armazenar até 25 milhões de toneladas. A previsão é que o terminal comece a operar no segundo semestre de 2011.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Meio ambiente - Baleias e golfinhos morrem encalhados em praia australiana


Oitenta e oito baleias e golfinhos encalharam ao longo de 5 Km de praias, em frente à costa da Baía de Hamelin, sudoeste da Austrália, 300 Km ao sul da cidade de Perth, capital do estado da Austrália Ocidental. Após encalharem na areia, os animais passaram a ser atingidos por ondas fortes.

Até agora, 55 baleias da espécie conhecida como falsa orca (Pseudorca crassidens) e 22 golfinhos não resistiram e morreram antes da chegada das equipes de resgate.


Funcionários do Departamento de Ambiente e Conservação, especia
listas e voluntários trabalham para estabilizar as condições dos que foram encontrados com vida mantendo-os hidratados, enquanto esperam pela chegada de equipamentos pesados para o transporte dos animais. Autoridades pretendem levar os sobreviventes para recuperação em uma baía protegida, antes de devolvê-los ao mar.

A razão das baleias e golfinhos ter encalhado ainda não é clara, mas suspeita-se que as condições difíceis do mar e o canal estreito pelo qual estavam passando podem ser alguns dos motivos pelos quais o grupo foi parar no banco de areia.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Meio ambiente - Barco ecológico na limpeza da Baía de Guanabara


O barco ecológico Límpia, o primeiro do Brasil movido a gás natural, que tem como objetivo de remover lixo dos rios que desembocam na Baía de Guanabara, foi apresentado ontem na sede da APA Guapimirim do Ibama.

Inicialmente, o Límpia vai operar naquela APA, evitando que os resíduos sólidos dos rios da região cheguem às águas da baía. Atualmente, cerca de 10 mil toneladas de lixo sólido flutuam no espelho d'água da Baía de Guanabara. Com capacidade de recolher até cinco toneladas de lixo por dia, o Límpia começa a operar no próximo dia 15.

O barco tem autonomia para 180 milhas náuticas, o que corresponde a duas viagens ao redor da Baía de Guanabara. O baixo calado permite intervenção em áreas extremamente assoreadas. Os resíduos sólidos são recolhidos por uma esteira frontal e armazenados em dois contêineres. Por ter recolhimento automático, a tripulação não entra em contato com o lixo, evitando contaminação. O barco possui, ainda, um guindaste com capacidade para meia tonelada e canhão d'água de alta pressão.

O excesso de lixo nas águas da baía é o principal responsável pelas panes nos motores das embarcações, que acabam provocando atrasos e transtornos no transporte de passageiros na baía.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, esclareceu,durante a apresentação do barco ecológico, que está negociando, junto à Caixa Econômica Federal (CEF), aporte de R$ 300 milhões para serem investidos no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. A medida, segundo ela, faz parte do pacto de saneamento do estado.

Mais dinheiro para despoluir. Onde está aquela montanha de dinheiro do PDBG? Como estão as obras? É muito dinheiro, muito tempo empregado, para tão pouco resultado.
Onde estão os resultados?

sábado, 9 de agosto de 2008

Meio ambiente – Baía de Sepetiba em alerta


A Baía de Sepetiba foi matéria de O Globo mais uma vez essa semana. A matéria destacava o estado de alerta em que se encontram os ambientalistas da região, em relação ao excesso de empreendimentos na orla da baía, que já possui dois terminais de carga funcionando (Porto de Itaguaí e MBR). Ano que vem entrará em operação mais um terminal e a FEEMA já tomou conhecimento de mais três portos, que ainda não tiveram os pedidos de licença ambiental enviados. Segundo informações, a FEEMA já negou a licença para duas empresas interessadas na instalação de portos na Baía de Sepetiba, a Brazore e a BHP Billiton, ambas mega mineradoras internacionais.

Técnicos do Projeto Boto-cinza, patrocinado pela Vale, que também terá pelos menos dois terminais na baía (possui participação na CSA - entrará em operação brevemente; controla a MBR - operando há décadas na Ilha de Guaíba), afirma que Sepetiba já está no limite de receber novos empreendimentos. Segundo eles, daqui para frente deveria ser barrado qualquer porto ou atividade, pois este excesso pode desencadear uma degradação em cadeia e Sepetiba virar uma Baía de Guanabara.

O Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores
da Uerj (MAQUA) também encontrou nos botos de Sepetiba concentrações de resíduos industriais que prejudicam o sistema imunológico, hormonal, diminuem a capacidade de reprodução e causam anomalias ósseas. Os técnicos estimam que existam na Baía de Sepetiba entre 700 e 2000 botos-cinza, que já sentem a poluição ambiental e sonora. Os animais sofrem com doenças de pele, que têm ligação direta com baixa imunidade, ferem-se na colisão com hélices e cascos de embarcações e com redes de pesca ou morrem por sufocamento quando presos às redes, pois periodicamente precisam emergir para respirar. Por ano, são 20 golfinhos mortos pelas redes e 10% dos botos fotografados pelo Projeto Boto-Cinza apresentam ferimentos.


Botos mortos na Baía de Sepetiba

Os técnicos ainda temem pela ação dos grandes barcos, qu
e vêm do sul do país e praticam a pesca predatória de manjuba e sardinha, problema antigo que se perpetua por falta de fiscalização dos órgãos ambientais. A oferta destes peixes pode ficar escassa e o boto sentirá com isso, já que esses peixes fazem parte de sua dieta. O boto é a sentinela da vida na baía. Se ele sente, todos sentem.

Outro antigo problema que enfrenta a baía diz respeito à água de lastro dos navios. Se não houver fiscalização adequada dos navios que aportarem em Sepetiba (e não há), espécies exóticas podem ser trazidas na água do lastro de navios estrangeiros e acabar com a fauna e flora locais.

A verdade é que a Baía de Sepetiba não é comparável com a Baía de Guanabara, simplesmente porque a segunda ganha muito mais espaço na mídia devido sua localização e importância econômica e populacional (a capital e a maior parte da região metropolitana do Rio de Janeiro se encontra em suas margens). Simplesmente, a Baía de Sepetib
a dá menos “ibope” (a população da orla é menor se comparada com a Baía de Guanabara e as cidades que a rodeiam). Sepetiba é frequentemente esquecida. Enfim, o que acontece é que a Baía de Sepetiba é tão agredida hoje quanto a Baía de Guanabara. É um dos ecossistemas do estado em nível crítico de sobrevivência. Além dos mega-projetos, Sepetiba é agredida pelo despejo de grande parte do esgoto sem tratamento produzido pelas indústrias, residências da Baixada Fluminense e pelos núcleos urbanos de sua orla, pela ocupação desordenada, destruição de manguezais, aterros e dragagens irregulares, pesca predatória, tráfego crescente de navios de grande porte, poluição atmosférica, chuva ácida, metais pesados, dentre outros absurdos. O desleixo do Poder Público, em todas as esferas, é evidente e histórico no caso de Sepetiba.

Não é somente o boto que está morrendo e os peixes estão acabando. A baía está agonizando. A baía está em fase terminal. O homem também não resistirá.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Meio ambiente - Baía de Sepetiba agoniza




Com características ímpares, o maior criadouro de fauna marinha do estado do Rio de Janeiro, a Baía de Sepetiba, no litoral sul do estado já teve a sua morte decretada há algum tempo. Abrangendo os municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba, a baía vem sofrendo com todo tipo de agressão, vê sua fauna diminuindo drasticamente e o pescador artesanal uma espécie em extinção.

Pescar, atividade tradicional na baía, está praticamente impossível. São muito poucos os pescadores que resistem às dificuldades. A pesca embarcada e a manutenção dos barcos dependem diretamente da boa vontade das marés para se ter acesso à lâmina d’água. O assoreamento das margens é uma constante. O maior causador de agressões à baía é a poluição hídrica, proveniente de esgotos domésticos e de efluentes industriais sem qualquer tratamento. Para complicar a vida dos pequenos pescadores, é constante a pesca industrial criminosa na baía (predatória). Sem qualquer fiscalização dos órgãos ambientais, os barcos pesqueiros não se intimidam praticando a pesca de arrasto, altamente prejudicial a todas as formas de vida existentes na baía.

A população já cansou de esperar as promessas dos políticos sobre os projetos de despoluição, de saneamento, dentre outras, nunca concretizadas. O que se vê são grandes projetos industriais que também prometem muitos benefícios às comunidades de entorno e nada trazem, a não ser benefícios para seus controladores e acionistas. Os projetos se instalam fundamentados em Estudos de Impactos Ambientais muito questionáveis, e sob o aval dos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental, muitos deles destruindo áreas de manguezais (áreas de preservação permanente), realizando dragagens mal avaliadas, dentre outros enormes disparates. A única ação concreta ocorrida nos últimos anos em prol da baía e das populações de entorno, foi o início do processo de descontaminação do terreno da falida Mercantil Industrial Ingá, muito esperado pelas comunidades e ambientalistas da região. Apesar de iniciado pela administração da massa falida da empresa e agora sob a responsabilidade da Usiminas que arrematou o terreno para instalação de mais um gigantesco terminal de minério, a população só vai acreditar quando terminar o processo. Os pescadores agora querem ver para crer, pois estão cansados de serem enganados pelas autoridades.


Nada vem sendo feito de prático e benéfico para as comunidades existentes na área. Não se vê projetos de saneamento, de melhoria urbanística, de educação ambiental, de geração de emprego e renda, de capacitação profissional, de fomento à pesca e outras atividades que empreguem a mão-de-obra local. O que se vê são os pescadores tentando arrumar emprego em outras atividades, muitos deles se marginalizando por não terem capacitação adequada para tais oportunidades. Os que conseguem alguma coisa têm que se contentarem com sub-empregos. A mão-de-obra mais capacitada (com melhores salários) para atender aos projetos instalados na região vem de outros municípios ou regiões.

A área mais preservada da baía é a área do clube particular da marinha e do Presidente da República, a Marambaia, sob a guarda das Forças Armadas.

Infelizmente, o que se vê até o momen
to é a destruição dos manguezais, o assoreamento intenso, poluição das águas por lixo e esgotos domésticos e industriais (metais pesados), ocupações desordenadas em suas margens, pesca predatória (industrial), dragagens indiscriminadas, poluição atmosférica causada por efluentes gasosos e partículas minerais (minério de ferro principalmente de gigantescos pátios de estocagem), lançamento descontrolado de águas de lastro de navios atracados nos portos, tráfego intenso de cargueiros de grande porte, rodovias em péssimo estado de conservação, áreas urbanas desestruturadas incapazes de suprir as necessidades básicas das comunidades que crescem indiscriminadamente às margens da baía e o turismo e o comércio local prejudicados por toda essa situação. Aquelas praias que os banhistas lotavam para se cobrir com areias monazíticas medicinais há algumas décadas atrás, estão totalmente assoreadas e poluídas. Ninguém se atreve a reviver a experiência. Os que têm contato com esse material normalmente apresentam doenças de pele, infecções intestinais, dentre outros males. Esse é o quadro dramático que assola a Baía de Sepetiba.

E a preocupação dos pescadores e ambientalistas não para por aí. A perspectiva de instalação de novos mega projetos é muito grande. A continuar o ritmo de falta de planejamento e devastação, a baía morrerá em curtíssimo espaço de tempo. Com ela vai o pescador artesanal e sua cultura (artes de pesca, apetrechos, culinária, etc.), sua fauna, o turismo, e todas as comunidades ribeirinhas, pois, nessas condições, vai ser impossível viver próximo à baía. A continuar a promiscuidade e a conivência dos órgãos ambientais em relação a implantação desses projetos, prevê-se a destruição dos últimos resquícios de manguezais, a poluição generalizada das praias e o aumento da poluição industrial, o que aumentaria consideravelmente a ocorrência de chuvas ácidas, já comuns na região.

Os únicos beneficiários desse processo todo são os grandes grupos empreserais instalados, os quais não têm a menor preocupação com as comunidades e o meio ambiente do entorno. Os políticos, certamente, se beneficiam com esse processo todo sustentando seus discursos em prol do “desenvolvimento sustentável” (a maioria nem sabe do que se trata) e garantindo suas futuras campanhas com o apoio dessas empresas. O povo e o meio ambiente que se lixe.