Desenvolvido pelo comandante de aeronaves Eric Raymond, o planador solar Sunseeker II voará a Europa após a sua apresentação na E-VOO EXPO, entre 2 e 5 de abril próximo. A turnê será a maior viagem para o Sunseeker desde 1990, quando o seu antecessor, Sunseeker I, cruzou os Estados Unidos em 21 vôos, com 121 horas no ar.O sonho de voar utilizando energia solar de Eric Raymond começou em 1979, quando Larry Mauro lhe mostrou seu ultraleve a energia solar, denominado Solar Riser. A estréia em 1981 de Paul Mac Cready com o seu Solar Challenger, acrescentou credibilidade ao conceito. Em 1986, Eric encontrou Gunther Rochelt na Alemanha, quando foi apresentado à família de aeronaves a pedal e energia solar. Um convite para voar nas corridas MPA de Gunther com o Musculair II, foi um momento crucial em sua carreira.
A revelação de que aeronaves racionalizadas poderiam ser construídas a preço e peso incrivelmente baixos, se os materiais e engenharia corretos fossem empregados, foi o impulso necessário que levou à construção do Sunseeker.
Eric fundou a Solar Flight e iniciou a construção de seu projeto em 1986. O progresso foi lento até 1988, até que encontrou apoio no Japão. Com a ajuda da Sanyo e diversas outras corporações, o Sunseeker foi ao vôo teste final em 1989, como um planador.
No início de 1990 vários vôos motorizados foram realizados em altitudes variáveis que permitissem a aeronave planar. O motor e o mecanismo de propulsão não foram satisfatórios, por isso a proposta de dobrar o sistema foi implementada.Depois de longos vôos teste, uma série de vôos foi iniciada por todo o país. Durante agosto de 1990, o Sunseeker cruzou o país em 21 vôos, com 121 horas no ar.
Após a façanha, uma longa série de alterações e aperfeiçoamentos transformaram quase que completamente o avião.
O desenvolvimento do conceito de uma aeronave híbrida, que precisaria de baterias para decolar e subir, mas depois poderia manter o nível de vôo com o auxílio da energia solar, podendo atuar também como planador com propulsão ativada à distância, tomou vulto.
Em 2002 uma nova asa foi construída aumentando a superfície para as células solares, e uma nova tecnologia foi empregada para integrar à estrutura da asa a última geração de células solares, substituindo a simples colagem na superfície. O novo Sunseeker II foi construído para um melhor desempenho, incluindo além das alterações nas asas, um aumento na superfície de células solares, motores mais potentes e novas baterias de lítio-polímero. Com uma bateria pequena totalmente carregada, o tempo de vôo era de 90 minutos aproximadamente. Com o atual sistema de baterias, células solares e eletrônicos instalados em 2005, o Sunseeker II nunca foi forçado a aterrar antes do tempo.A nova aeronave possui um único hélice, o que reduz consideravelmente as vibrações. Em 2006, foi construído um novo motor para o avião que é duas vezes mais poderoso que o do Sunseeker I. Também foi instalada uma nova e melhor cauda e um novo conjunto de controle eletrônico concebido para as baterias e painéis solares, que aumentou muito a eficiência do sistema. Como um toque final, a nova aeronave foi equipada com quatro avançadas baterias de lítio polímero abrigadas nas asas.
A hora mágica começa quando é alcançada a à base de uma nuvem. Com as baterias completamente carregadas, ou quase isso, o motor é ligado e a subida entre as nuvens inicia-se. Uma vez em cima, o piloto pode voar como uma borboleta, usando a energia solar com o sol claro e direto em brilhantes condições sobre as nuvens.Sob a energia solar direta, o Sunseeker II é basicamente um avião viajando a uma velocidade constante de 18 m/s (40 mph). Quando as condições permitem e utilizando-se as baterias, velocidades mais rápidas são alcançadas, podendo-se chegar a 36 m/s (80 mph).
Quando finalmente os motores são desligados, a descida planando leva horas e aí os freios aéreos normalmente são necessários para descer antes do anoitecer. O Sunseeker II voa lentamente, o suficiente para manter o conforto e a estabilidade em céu aberto. Além disso, as aves não têm medo e chegam muito perto, equiparando-se à velocidade do planador, quase pousando na aeronave. Tudo isso com o poder do sol.
A nova expedição abrangerá 8 países, Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria, Eslovênia, Itália, França e Espanha, mas ainda não tem datas e destinos turísticos definidos. Porém, a Solar Flight adianta que a primeira etapa será de Freidrichshafen, na Alemanha, a Sicília, na Itália, em seguida voltando para a Suíça. A partir daí, o Sunseeker planará ao longo dos alpes suíços, sobre as Dolomitas austríacas, cruzando a Eslovênia. Da Eslovênia, voará para o ocidente, atravessando a Itália novamente e, em seguida, voando pelo sul da França até a Espanha.Atualmente, o Sunseeker II tem registrado mais tempo no ar do que todos os outros aviões solares tripulados juntos, e continua provando a eficiência da energia solar em aeronaves, inspirando o mundo a pensar seriamente sobre o belo futuro que podemos ter se dermos passos ousados hoje.