domingo, 29 de março de 2009

Tecnologia verde – Planador Solar


Desenvolvido pelo comandante de aeronaves Eric Raymond, o planador solar Sunseeker II voará a Europa após a sua apresentação na E-VOO EXPO, entre 2 e 5 de abril próximo. A turnê será a maior viagem para o Sunseeker desde 1990, quando o seu antecessor, Sunseeker I, cruzou os Estados Unidos em 21 vôos, com 121 horas no ar.

O sonho de voar utilizando energia solar de Eric Raymond começou em 1979, quando Larry Mauro lhe mostrou seu ultraleve a energia solar, denominado Solar Riser. A estréia em 1981 de Paul Mac Cready com o seu Solar Challenger, acrescentou credibilidade ao conceito. Em 1986, Eric encontrou Gunther Rochelt na Alemanha, quando foi apresentado à família de aeronaves a pedal e energia solar. Um convite para voar nas corridas MPA de Gunther com o Musculair II, foi um momento crucial em sua carreira.

A revelação de que aeronaves racionalizadas poderiam ser construídas a preço e peso incrivelmente baixos, se os materiais e engenharia corretos fossem empregados, foi o impulso necessário que levou à construção do Sunseeker.

Eric fundou a Solar Flight e iniciou a construção de seu projeto em 1986. O progresso foi lento até 1988, até que encontrou apoio no Japão. Com a ajuda da Sanyo e diversas outras corporações, o Sunseeker foi ao vôo teste final em 1989, como um planador.

No início de 1990 vários vôos motorizados foram realizados em altitudes variáveis que permitissem a aeronave planar. O motor e o mecanismo de propulsão não foram satisfatórios, por isso a proposta de dobrar o sistema foi implementada.
Depois de longos vôos teste, uma série de vôos foi iniciada por todo o país. Durante agosto de 1990, o Sunseeker cruzou o país em 21 vôos, com 121 horas no ar.

Após a façanha, uma longa série de alterações e aperfeiçoamentos transformaram quase que completamente o avião.

O desenvolvimento do conceito de uma aeronave híbrida, que precisaria de baterias para decolar e subir, mas depois poderia manter o nível de vôo com o auxílio da energia solar, podendo atuar também como planador com propulsão ativada à distância, tomou vulto.

Em 2002 uma nova asa foi construída aumentando a superfície para as células solares, e uma nova tecnologia foi empregada para integrar à estrutura da asa a última geração de células solares, substituindo a simples colagem na superfície. O novo Sunseeker II foi construído para um melhor desempenho, incluindo além das alterações nas asas, um aumento na superfície de células solares, motores mais potentes e novas baterias de lítio-polímero. Com uma bateria pequena totalmente carregada, o tempo de vôo era de 90 minutos aproximadamente. Com o atual sistema de baterias, células solares e eletrônicos instalados em 2005, o Sunseeker II nunca foi forçado a aterrar antes do tempo.

A nova aeronave possui um único hélice, o que reduz consideravelmente as vibrações. Em 2006, foi construído um novo motor para o avião que é duas vezes mais poderoso que o do Sunseeker I. Também foi instalada uma nova e melhor cauda e um novo conjunto de controle eletrônico concebido para as baterias e painéis solares, que aumentou muito a eficiência do sistema. Como um toque final, a nova aeronave foi equipada com quatro avançadas baterias de lítio polímero abrigadas nas asas.

A hora mágica começa quando é alcançada a à base de uma nuvem. Com as baterias completamente carregadas, ou quase isso, o motor é ligado e a subida entre as nuvens inicia-se. Uma vez em cima, o piloto pode voar como uma borboleta, usando a energia solar com o sol claro e direto em brilhantes condições sobre as nuvens.

Sob a energia solar direta, o Sunseeker II é basicamente um avião viajando a uma velocidade constante de 18 m/s (40 mph). Quando as condições permitem e utilizando-se as baterias, velocidades mais rápidas são alcançadas, podendo-se chegar a 36 m/s (80 mph).


Quando finalmente os motores são desligados, a descida planando leva horas e aí os freios aéreos normalmente são necessários para descer antes do anoitecer. O Sunseeker II voa lentamente, o suficiente para manter o conforto e a estabilidade em céu aberto. Além disso, as aves não têm medo e chegam muito perto, equiparando-se à velocidade do planador, quase pousando na aeronave. Tudo isso com o poder do sol.

A nova expedição abrangerá 8 países, Alemanha, Suíça, Áustria, Hungria, Eslovênia, Itália, França e Espanha, mas ainda não tem datas e destinos turísticos definidos. Porém, a Solar Flight adianta que a primeira etapa será de Freidrichshafen, na Alemanha, a Sicília, na Itália, em seguida voltando para a Suíça. A partir daí, o Sunseeker planará ao longo dos alpes suíços, sobre as Dolomitas austríacas, cruzando a Eslovênia. Da Eslovênia, voará para o ocidente, atravessando a Itália novamente e, em seguida, voando pelo sul da França até a Espanha.

Atualmente, o Sunseeker II tem registrado mais tempo no ar do que todos os outros aviões solares tripulados juntos, e continua provando a eficiência da energia solar em aeronaves, inspirando o mundo a pensar seriamente sobre o belo futuro que podemos ter se dermos passos ousados hoje.