Características – também conhecido como mono-carvoeiro, é o maior primata das Américas e o maior mamífero endêmico do Brasil. Quando adulto, o muriqui chega a 1,30 m de altura, tendo o mesmo tamanho de cauda, pesando até 20 quilos. Possui pêlo macio e lanoso, de cor predominantemente parda com partes amareladas no ventre e interior dos membros. A cara é preta, daí o nome carvoeiro, lembrando os trabalhadores das minas de carvão que ficam com o rosto enegrecido. Os testículos também têm a cor preta. A cauda do mono vale por um braço, tendo até 1,30 m de comprimento. Ela o ajuda a se movimentar entre as árvores e pegar alimentos. A ponta da cauda não tem pêlo e sim pele, semelhante à da mão, inclusive com sensibilidade de tato, permitindo o muriqui a manipular objetos tão pequenos quanto uma ervilha e carregá-los durante o deslocamento nas árvores. A poderosa musculatura da cauda sustenta tranqüilamente o corpo do animal pendurado. Os polegares aparecem na mão de forma rudimentar ou simplesmente não existem em alguns animais. Os dedos são longos permitindo-lhes agarrar com firmeza mesmo os galhos mais distantes. Sua agilidade é apenas comparável à dos gibões da Ásia e dos macacos-aranha da Amazônia, fazendo deles os acrobatas da floresta. Os olhos frontais proporcionam-lhe uma visão binocular, como a dos humanos, felinos e algumas aves de rapina, possibilitando avaliar com precisão a distância dos objetos, um atributo essencial para quem vive pulando de galho em galho. Mesmo assim muriqui nenhum nasce sabendo saltar. As mães precisam ajudar os filhotes nas passagens mais difíceis, usando o próprio peso para aproximar os galhos, formando com o corpo deitado, os braços e a cauda estendidos, uma ponte sobre a qual a cria fará a travessia. O tempo de vida do muriqui ainda é incerto, mas sabe-se da existência de exemplares com mais de 30 anos.
Habitat – florestas tropicais úmidas de regiões montanhosas. Endêmico da Mata Atlântica. Originariamente ocorria do sul da Bahia até São Paulo. Atualmente parece estar restrito a pequenas populações em áreas isoladas ao longo de sua distribuição natural. Ocorrência – Sudeste do Brasil. Hábitos - arborícola e tem hábitos diurnos. Vive em bandos de 30 a 35 indivíduos. Eles raramente descem ao chão, vivendo dia e noite nas copas das árvores. Os muriquis produzem nada menos do que 22 vocalizações distintas, cada uma com sua finalidade específica. O muriqui é um ser pacífico, de temperamento cordial, de movimentos acrobáticos, não atacando plantações nem o homem. Sobrevive em grandes áreas com boa vegetação e muitos poleiros. Quando o grupo se desloca, ao contrário do que ocorre com espécies em que os machos formam um círculo protetor em volta das fêmeas e dos filhotes, o centro muriqui é masculino e a periferia, feminina. Alimentação – vegetais e insetos
Reprodução - o sexo é livre. A característica mais peculiar da espécie, e talvez a mais influente de todas, é o fato de as fêmeas abandonarem o seu grupo de origem quando estão prestes a atingir a maturidade sexual, o que ocorre por volta dos cinco anos de idade. Ninguém as expulsa. Elas partem espontaneamente em busca de outros relacionamentos, ao mesmo tempo em que fêmeas de outros grupos vêm ocupar o seu lugar. Nessa espécie, as fêmeas são férteis um mês por ano, quando copulam indistintamente com vários machos. Até 5 machos podem copular com uma fêmea e o período de gestação dura 7 meses. O acasalamento às vezes ocorre na presença de terceiros, sem que isso dê motivo a conflitos, algo diferente entre os primatas sociais. Na sociedade muriqui, cuidar dos filhotes é tarefa exclusiva da mãe. Normalmente nasce apenas um filhote, mas já foi observado o nascimento de gêmeos. O filhote vive sob a guarda da mãe até os 8 meses. O desmame não ocorre antes de ano e meio, podendo dar-se até aos 2 anos. Nesse prolongado convívio com a mãe, o filhote aprende não só a saltar como também a emitir sons, um comportamento valioso à sobrevivência dos indivíduos e à coesão do grupo. Ameaças - seriamente ameaçado de estinção pela destruição do habitat e caça. Fonte: Vivaterra