O ministro do Meio Ambiente, "declaradamente contrário" à energia nuclear, informou que a Licença de Instalação da terceira usina nuclear brasileira, Angra 3, no Rio de Janeiro, será liberada nesta quarta-feira (23).
A licença será expedida com “exigências brutais", disse o ministro. A Eletronuclear, responsável pela construção da unidade, terá que encontrar uma solução definitiva para o lixo nuclear, contratar um monitoramento independente dos níveis da radiação, resolver o problema de saneamento em Angra dos Reis e na cidade vizinha Paraty e adotar o Parque Nacional da Serra da Boicana. Essas condições terão que ser cumpridas para que a empresa obtenha a Licença de Operação, segundo Minc.
De acordo com especialistas, apenas encontrar uma solução definitiva para o lixo nuclear já é algo difícil.
Angra 3 terá a mesma capacidade de Angra 2, ou 1,3 mil megawatts, e a previsão é de que comece a operar em 2013.
Apesar de o Ministro do Meio Ambiente ter anunciado que a licença prévia para a usina de Angra 3 exigirá, entre outras coisas, a solução definitiva para a destinação do lixo nuclear, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que tal solução ainda não foi encontrada no mundo inteiro. Ele informou que, a exemplo de Angra 1 e 2, o lixo nuclear de Angra 3 será armazenado até que os cientistas encontrem uma solução para os resíduos.
Lobão afirmou que isso é suficiente, pois o meio ambiente não pode pedir uma solução que não existe ainda. Afirmou ainda, que uma solução definitiva é não jogar o lixo no meio do rio e sim guardá-lo adequadamente, que é o que se está fazendo com Angra 1 e Angra 2 e o Brasil não está fazendo nada inferior ou superior ao que se faz com as 440 usinas nucleares espalhadas pelo mundo.
Ainda segundo Lobão, a França está desenvolvendo uma tecnologia que possibilitará a reutilização do lixo nuclear, o que poderá ser seguido pelo resto do mundo. Todos os países que têm usinas nucleares guardam o lixo provisoriamente na expectativa de amanhã vir a utilizar esse lixo. O ministro disse ainda que o governador da Bahia, Jaques Wagner, pediu que uma ou duas usinas nucleares sejam construídas