Ontém (quarta-feira 16-07), durante a audiência conjunta das Comissões de Agricultura e Meio Ambiente da Câmara, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ouviu duras críticas da bancada ruralista. O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) condenou as ações do ministério, entre elas, a apreensão de gado em área de conservação ambiental, chegando a fazer uma ameaça:
- O senhor pode até vender os bois, mas o senhor não vai conseguir entregá-los. Nosso povo é pacífico, mas como diz o ditado: não cutuque a onça com vara curta que ela avança e morde a garganta - disse o deputado.
Queiroz criticou Minc quando o ministro comparou produtores rurais e frigoríficos que compram gado criado em áreas ilegais como quem compra um carro roubado. Segundo o deputado, não se pode comparar um ladrão de carros com um produtor rural. O deputado afirmou que um ladrão é bem diferente de um produtor rural, reforçando: “Não é um ladrão do Rio de Janeiro com quem o senhor está acostumado a conviver”.
Com serenidade, Minc admitiu que a comparação foi indevida.
- O exemplo não foi feliz e vossa excelência tem razão em ter se indignado - disse Minc.
Durante a audiência, Minc anunciou ainda que o governo da Noruega será o primeiro doador internacional do Fundo Amazônia, criado para financiar o desenvolvimento sustentável da região. Os noruegueses prometeram um cheque de US$ 100 milhões ao novo fundo, que deve contar com até US$ 900 milhões. A Suíça e a Alemanha também já manifestaram interesse.
É, Minc anda falando demais. É o que muitos analistas e políticos, que também falam demais, andam dizendo.