sexta-feira, 18 de julho de 2008

Crime - Cacciola chega ao Brasil tranquilo e faceiro




Depois de 10 meses preso em Mônaco, e oito anos foragido, o ex-banqueiro Salvatore Cacciola chegou ao Brasil, o país da corrupção, como se nada tivesse acontecido ou feito, tranqüilo, seguro e sorridente, provavelmente, garantindo-se das diversas artimanhas da justiça que seus advogados poderão lançar mão para libertá-lo.

Cacciola chegou ao Rio e foi direto para a sede da Polícia Federal para interrogatório e depois transferido para o Presídio Ary Franco, até vagar cela especial na penitenciária de Bangu 8, onde ficará detido provavelmente por muito pouco tempo. Os advogados apresentaram o diploma de nível superior do ex-banqueiro ao subsecretário da área prisional do Estado, Francisco Rocha.


Os advogados do ex-banqueiro deixaram o presídio e viajaram para Brasília, onde tentarão uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Cacciola aguarda resposta do pedido de habbeas corpus feita ao STF, para que ele responda pelas acusações em liberdade, o que deve demorar pelo menos duas semanas para sair (duvidamos muito) e depende ainda de parecer do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal Regional onde o caso está agora.

Cacciola disse que não se considera um foragido e confia na Justiça. Segundo ele, quando deixou o Brasil, em 2000, levava uma decisão do ministro Marco Aurélio de Melo (lembram dele?), do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantia seu direito de deixar o país. Lembrou que está voltando preso, mas as outras pessoas que foram condenadas com ele neste processo estão trabalhando e livres.


Cacciola era procurado pela Justiça desde 2000, quando deixou o Brasil, via Paraguai, em direção à Itália (via Paraguai! E não estava fugindo!). Em 2005, ele foi condenado a 13 anos de prisão por crimes de peculato (apropriação ilegal de recursos por funcionário público ou com auxílio de um), gestão fraudulenta e corrupção passiva. A sentença diz respeito ao auxílio que os bancos Marka e FonteCindam, de sua propriedade, receberam do Banco Central (BC) durante a crise cambial de 1999, resultando em um prejuízo de R$ 1,5 bilhão de prejuízo à União, por ocasião do governo FHC.

Conforme andam as coisas lá em Brasília, certamente Cacciola, que faz parte de mais um capítulo da história da corrupção no país, terá liberdade em breve, podendo circular sorridente, seguro e faceiro como chegou ao Brasil.