segunda-feira, 20 de abril de 2009
Biodiversidade - Mais da metade das espécies de anfíbios estão ameaçadas
Segundo dados de especialistas presentes à inauguração do Centro de Conservação de Anfíbios de El Valle, no Panamá, em Valle de Antón (a 150 km a sudoeste da capital panamenha), entre 60 e 75% das rãs, sapos, salamandras e cecílias (um anfíbio sem extremidades, parecido com uma serpente) registrados no planeta estão ameaçados de desaparecer a face da Terra, o que seria a maior extinção desde o desaparecimento dos dinossauros. O centro é uma área de exposição e estudo para proteger algumas das mais singulares espécies de anfíbios do mundo, como a rã dourada do Panamá (Atelopus zeteki), a rã-de-chifre do Equador (Gastrotheca cornuta), a rã mascarada (Smilisca phaeota), o sapo coral e o sapo trepador (Bufo coniferus), entre outras 60 espécies.
Kevin Zippel, diretor do programa Arca dos Anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza, recordou que desde 1980 foram extintas 122 espécies de anfíbios, contra 5 espécies de aves e nenhuma de mamíferos.
Segundo os cientistas, o maior número dos anfíbios fica nos trópicos, particularmente na América Latina, onde vivem 60% das espécies existentes no mundo. Das espécies de anfíbios em risco de extinção, 75% estão presentes na América Latina. Esses animais estão sendo ameaçados pela poluição, mudança climática e o aparecimento de um fungo que infecta as células de suas peles. Nos últimos 35 anos, a diminuição das precipitações e o aumento da temperatura estão atingindo de forma negativa os anfíbios. O principal problema ocasionado por essas modificações é a perda do habitat.
Segundo Edgardo Griffth, cientista associado ao departamento de conservação do Zoológico de Houston (EUA), por suas características, os anfíbios são indicadores da qualidade do habitat e se eles estão desaparecendo significa que o ser humano está fazendo coisas terrivelmente maléficas.