segunda-feira, 6 de abril de 2009

Educação ambiental - 1/3 dos alunos brasileiros são reprovados


Um estudo divulgado na última terça-feira (31) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), concluiu que mais de um terço dos alunos brasileiros têm nível mínimo de conhecimento sobre questões ambientais. Entre 57 nações comparadas, somente três, Catar, Quirguistão e Azerbaijão, obtiveram resultados piores que os do Brasil.

O Pisa, exame internacional que compara o desempenho de jovens de 15 anos em leitura, matemática e ciências, é realizado de três em três anos e organizado pela OCDE. O último exame, aplicado em 2006, teve como foco principal o aprendizado de ciências. O estudo mais recente selecionou, dessa prova, apenas as questões relacionadas à preservação do ambiente, como consequências do aquecimento global, poluição, fontes de energia alternativas, entre outras.

No Brasil, 37% dos estudantes ficaram abaixo do nível mais baixo de conhecimento sobre essas questões e apenas 5% ficaram na escala máxima. A Finlândia, país com melhor desempenho, teve 6% dos estudantes abaixo do menor nível e 25% no maior.

A média dos países da OCDE (entidade que reúne principalmente as nações desenvolvidas da Europa, América do Norte e Ásia) é de 16% dos estudantes abaixo do menor nível da escala e 19% no topo. O estudo destaca a importância de preparar os jovens em conhecimentos para lidar com os desafios ambientais.

Uma constatação positiva do trabalho é que a maioria dos estudantes em quase todos os países e níveis de renda, inclusive no Brasil, se mostraram preocupados e conscientes de que é preciso agir. Para 97% dos jovens brasileiros, por exemplo, a poluição do ar é um tema que exige séria preocupação da sociedade. Só 21% deles se mostraram otimistas com relação à possibilidade de melhoria nos próximos 20 anos, caso nada seja feito.

O desafio, segundo o relatório, é dar aos alunos conhecimentos e habilidades para entenderem melhor as questões ambientais. Os estudantes falam muito sobre ambiente, mas sabem pouco a respeito. É preciso investir mais na formação de professores, uma das principais características dos países bem avaliados, como a Finlândia. Malformado e sem segurança para trabalhar questões complexas e que envolvem o conhecimento interdisciplinar, a tendência é esse profissional adotar a lei do menor esforço e priorizar o discurso político, sem se aprofundar no conhecimento.

Do jeito que se rouba e se concentra renda nesse país, está cada vez mais difícil de acreditar que esse quadro possa melhorar.