As algas são as maiores produtoras de oxigênio do planeta. Ajudam a limpar as águas, por se alimentarem de matéria orgânica, esgoto.
A Kappaphycus alvarezii já é conhecida e explorada há anos em diferentes pontos do mundo, especialmente na Ásia, sua região de origem. Dela se extrai uma geléia, a carragena, que é utilizada em vários produtos: pasta de dente, presunto, shampoo e sorvete. Mas no Brasil é que se revelou a possibilidade de delas extrair-se álcool combustível. É o que pretende uma pesquisa do professor Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio (UFRJ), que já dura 2 anos.
No Brasil, até agora, só houve autorização de plantio entre a Baía de Sepetiba, no Rio, e Ilhabela, em São Paulo. O cultivo é fácil e rápido. Em 45 dias, a alga está no ponto da colheita, feita de forma manual, recolhendo-se a rede que as mantêm na superfície.
Depois de passar por um processo simples de secagem, a alga é levada para o laboratório da universidade onde sofre uma lavagem para reidratação e retirada de sais. A fervura desse material é a próxima etapa, adicionando ácidos para "quebrar" a carragena, transformando-a em um líquido. Depois, nova mistura, agora com leveduras, células que fermentam e produzem álcool a partir de moléculas de açúcar. Após 26 minutos, na estufa a 30º C, a quantidade de gás no tubo mostra que houve uma fermentação perfeita. Havendo gás na parte de cima, significa que o líquido tem uma mistura de água e etanol. Para ser utilizada como biocombustível, a mistura precisa ser destilada.
Segundo o professor Maulori, se tudo der certo, em 2013 o projeto sai do papel. Ainda é preciso aumentar a produção de algas, melhorar as técnicas, investir em novas pesquisas. Só assim, teremos a que está sendo considerada, a terceira geração do álcool combustível.
Ainda falta muito para isso se tornar realidade. Mas, segundo os pesquisadores, existem vantagens de se retirar álcool de alga, se comparado com o de cana: é possível uma produção bem maior na mesma área plantada e não ocupa terra, solo. Não é preciso usar água doce para irrigar. E ainda: a cana tem que ser colhida e moída rapidamente. Já a alga, depois de seca pode ser estocada, servindo para regular a safra.
Excelente alternativa econômica para os pescadores artesanais da região liberada para cultivo, como já vem sendo feito por uma empresa nas águas de Itacuruçá. Mais uma vez, está faltando agilidade do poder público para fomentar a aqüicultura, atividade que contribui para fixar o homem em sua região de origem, gerar renda, conservar o meio ambiente e combater a pesca predatória, principalmente na Baía de Sepetiba. Vê-se agilidade para destruir, para incentivar a instalação de mega e delirantes projetos portuários e industriais. Isso sim, tem apoio imediato das prefeituras e dos governos federal e estadual. A baía vai sendo destruída e o pescador artesanal, que poderia estar integrado a projetos de ecoturismo, hoje é uma espécie em extinção.