
O objetivo da ação é cortar o fluxo de madeira retirada ilegalmente da Terra Indígena Alto Rio Guamá, que fica próxima à cidade. Sabe-se que num raio de 200 Km de Nova Esperança do Piriá não há madeira de valor que não seja messa terra indígena e a cidade é o segundo ponto de escoamento de madeira ilegal da reserva, ao lado de Paragominas, que foi alvo de operação no ano passado, quando a população se rebelou e destruiu o escritório do Ibama naquela cidade.
Quando o comboio chegou a Nova Esperança do Piriá, as madeireiras já estavam paradas e vazias. Poucas pessoas foram flagradas dentro das serrarias, e nenhum proprietário foi encontrado no primeiro dia da ação. Moradores locais informaram que já se falava da operação há alguns dias, apesar de ela ter caráter sigiloso para as instituições envolvidas em sua organização. Ao todo, 13 instalações foram vistoriadas, com a apreensão de uma quantidade ainda não determinada de madeira, além de 3 armas de fogo e mais de 100 cartuchos.

Agora, depois de anos de omissão do governo, qualquer operação para tentar estabelecer a ordem e a lei, principalmente em áreas remotas, envolve verdadeiros aparatos militares e custos altíssimos, sem contar os cuidados que devem ser tomados para minimizar os problemas sociais dessa gente que vive da extração florestal, de forma ilegal, mas sem qualquer outra alternativa para sobreviver numa região desse tipo. Omissão, falta de assistência, roubalheira, incompetência e irresponsabilidade de governos e políticos que passaram e ainda fazem parte da política brasileira, causaram essa situação calamitosa e vergonhosa para o país.