Na Zona da Mata mineira, um projeto gerenciado por uma organização não-governamental, distribui recursos aos produtores que contribuem efetivamente para a preservação do meio ambiente. Trata-se de uma das iniciativas bem sucedidas no Brasil de o pagamento de agricultores que preservam a mata atlântica, em Minas Gerais. As áreas são selecionadas por técnicos da Associação do Meio Ambiente de Juiz de Fora, mediante o potencial de recursos naturais que ela abriga, como nascentes, minas e córregos, avaliando-se a importância que a área tem para o abastecimento de água, por exemplo.
Nove produtores recebem de R$ 140 a R$ 400 por hectare ao ano para preservar, recompor a mata ou plantar espécies nativas. Mais sete proprietários de terra serão beneficiados este ano para que a região se torne um corredor ecológico. Segundo os ambientalistas, na prática o incentivo sensibiliza muito mais o produtor do que a multa e o castigo. Atualmente eles sentem a mata mais deles e mais valorizada.
Os produtores também ganham arame e mourão, para fazer cerca em volta da mata, isca para formigas e mudas. O projeto é uma parceira do governo de Minas Gerais e um banco alemão.
No ano passado, Octávio de Almeida recebeu R$ 450. O dinheiro ajuda a cuidar do sítio, que não tem renda própria. Já na propriedade vizinha, a renda foi bem maior. O produtor Hélio Domingos, que tira 220 litros de leite por dia, recebeu R$ 4.760, em 2008. Ele preserva 32 dos 105 hectares da fazenda, um número maior do que os 20% da reserva legal.
Um belo exemplo para o Dia da Conservação do Solo. Deveria ser seguido em todo o país. Pagamento de serviços ambientais já. Quem preserva merece reconhecimento, respeito e retribuição. Quem degrada, a lei.