quinta-feira, 19 de março de 2009

Animal do mês - BALEIA-JUBARTE (Megaptera novaeangliae)


Família - Balaenopteridae

Distribuição - espécie cosmopolit
a. No verão, alimenta-se próximo aos pólos e no inverno migra para os trópicos para se reproduzir e criar seus filhotes. Possui hábitos costeiros mas pode ser encontrada também em ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade. No Brasil, ocorre desde o Rio Grande do Sul até o nordeste. O Banco de Abrolhos, na Bahia, constitui uma importante área de reprodução e cria no Atlântico Sul Ocidental, e a única devidamente comprovada até o momento (suspeita-se que na costa nordeste do Brasil possa existir outra). Atualmente, no Hemisfério Sul, existem possivelmente cerca de 12.000 indivíduos, divididos em 7 distintas populações.

Peso, medidas e características - corpo robusto. Adultos em geral, medem entre 12 e 16 m e podem pesar mais de 40 toneladas. Dorso preto com manchas brancas irregulares na barriga. Nadadeiras peitorais e parte ventral da nadadeira caudal variam do preto total a
o branco total, com padrões intermediários. Quilha central sobre a cabeça, que é arredondada e repleta de calosidades ou tubérculos, típicos da espécie, que podem estar recobertos por cracas e piolhos-de-baleia. A nadadeira dorsal é pequena, falcada ou achatada, situada sobre pequena corcova. A nadadeira caudal em forma de asa de borboleta, com bordas recortadas. Nadadeiras peitorais muito longas, correspondendo a 1/3 do comprimento do corpo, com bordas recortadas. Possui de 250 a 400 pares de barbatanas de coloração cinza-escuro ou marrom. Apresenta de 12 a 36 pregas ventrais, que estendem-se até perto da abertura genital.

Como nascem e quanto vivem - os machos disputam as fêmeas com lutas entre si e comportamentos agressivos. Nas áreas de reprodução a estrutura de grupo mais comumente observada são pares de fêmeas com filhotes acompanhadas de um ou mais machos denominados escortes. A maturidade sexual é alcançada com aproximadamente 11 m. A gestação dura cerca de 1 ano. As fêmeas dão à luz a um único filhote que ao nascer mede cerca de 5 m e pesam 1,5 tonelada. A amamentação dura de 6 a 10 meses. O intervalo médio entre as crias é de 2 anos. Pode viver, pelo menos, 40 anos.

Comportamento e hábitos - nada sozinha, em pares ou trios mas pode formar grupos temporários maiores nas áreas de alimentação e reprodução. Costuma saltar, bater com as nadadeiras e a
cabeça na superfície da água, e por ser curiosa costuma aproximar-se de embarcações. Pode ficar com a cauda, a cabeça e as nadadeiras peitorais expostas na superfície da água por até algumas horas. Costuma projetar a nadadeira caudal fora da água antes de iniciar um mergulho profundo. Os machos costumam emitir sons semelhantes a canções que podem durar de 6 minutos até mais de uma hora nas áreas de reprodução para atrair e cortejar as fêmeas. O canto é composto de várias frases que se repetem de forma idêntica durante horas seguidas. Pequenas variações no canto da jubarte só são percebidas quando ouvidas ano após ano : aparentemente, a cada ano a baleia acrescenta uma nova frase ao canto. Distintas populações de baleias-jubarte executam diferentes cantos. Apresentam um complexo comportamento social. Quando molestada, pode soltar bolhas pelo orifício respiratório na água e emitir um barulho parecido com um som de trompete, como sinal de alerta. Borrifo em forma de balão, podendo atingir 3 m de altura.

Alimentação - principalmente no verão, em águas frias. Alimenta-se de krill, copépodos e pequenos peixes que formam cardumes. Possuem uma série de técnicas alimentares altamente especializadas.

Identificação Individual - a coloração da parte ventral da nadadeira caudal e a forma e recorte das bordas criam um desenho de cauda único em cada indivíduo. A forma, marcas e cicatrizes da nadadeira dorsal também tornam possível a identificação de distintos indivíduos.

Inimigos Naturais -
as orcas (Orcinus orca), as falsas-orcas (Pseudorca crassidens) e possivelmente os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).


Ameaças - devido aos seus hábitos costeiros durante seus períodos migratórios (julho a dezembro) a baleia-jubarte sofre com fortes pressões antrópicas como por exemplo capturas acidentais em redes de pesca, colisão com barcos e navios, poluição dos mares e a distruição de seus habitats. Outra ameaça potencial e iminente é o aumento do turismo para a observação de baleias (whalewatching) no Banco dos Abrolhos, que, se feito de forma irracional e descontrolada, pode molestar seriamente as baleias-jubarte. A atividade petrolífera na região do Banco dos Abrolhos e adjacências é causa de preocupação quanto a futuros impactos sobre a população de baleias. Existem registros de capturas em redes de deriva oceânicas para as regiões sul e sudeste do Brasil.

Status - encontra-se listada na categoria Vulnerável (IUCN, 1996) e está citada na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.
(Fonte: Vivaterra)