sábado, 14 de março de 2009
Meio ambiente - Brasil é condenado em Tribunal da Água
O Governo brasileiro foi condenado hoje simbolicamente pelo Tribunal da Água, por más práticas relacionadas aos recursos hídricos. O Tribunal da Água teve sua sessão iniciada na última quarta-feira e terminada hoja. Trata-se de uma corte ética organizada pelo Tribunal Latino-americano da Água, uma ONG costarriquenha, e pela Fundação Heinrich Böll, durante o V Fórum Mundial da Água em Istambul, Turquia. O Fórum reúne até 22 de março cerca de 20 mil pessoas entre chefes de Estado e de Governo, representantes de empresas e associações, para discussão de diferentes temas relacionados à água.
O júri, presidido pela artista turca Pelin Batu, era formado pelo ex-procurador brasileiro Alexandre Camanho de Assis, pelo economista David Barkin (México), pela advogada Dilek Kurban (Turquia), pela autora Silke Helfrich (Alemanha) e pelo especialista em sustentabilidade Maurits Groen (Holanda).
O Brasil foi levado ao Tribunal e condenado pela construção de duas usinas hidrelétricas com represas de mais de 250 quilômetros quadrados, as usinas de Santo Antônio e Jirau, ambas no Rio Madeira, um dos principais afluentes do Rio Amazonas. Os membros do júri avaliaram que essas represas poderão prejudicar a vida da população indígena, alterar os ciclos fluviais e a biodiversidade local, lamentando a falta de cuidado do Governo brasileiro.
Se considerassem o problema do saneamento (a falta de saneamento é a principal causadora da poluição de nossos rios e mares, sem contar sua contribuição para o aumento de doenças), certamente o governo seria sentenciado com prisão perpétua.