quarta-feira, 25 de março de 2009

Eco social – 40% da riqueza mundial está na mão de apenas 1% da população adulta


Um estudo da Universidade das Nações Unidas lançado em Londres nesta terça-feira, indica que dois quintos da riqueza mundial estão concentrados nas mãos de 37 milhões de indivíduos, ou 1% da população adulta. Se considerados os 10% mais ricos do mundo, a proporção da riqueza mundial nas mãos desse grupo é de 85,2%.

Na outra ponta, os 50% mais pobres do mundo são donos de apenas 1% da riqueza global.

O estudo, compilado no livro "Personal Wealth From a Global Perspective" (Riqueza pessoal a partir de uma
perspectiva global), é a mais ampla iniciativa para investigar o tamanho da desigualdade na distribuição da riqueza pelo mundo. Segundo o coordenador do estudo, o economista James Davies, um pequeno grau de desigualdade entre os países tem um efeito positivo para o desenvolvimento, por servir como incentivo ao empreendedorismo, pois para ele, os candidatos a ser empreendedores precisam ter algum incentivo, precisam pensar que podem ficar ricos, para se aventurarem.

Os países ricos, durante seu processo de desenvolvimento nos séculos 18 e 19, tiveram um aumento na desigualdade em um primeiro momento, seguido de uma redução, provocada principalmente pela elevação do nível de renda da classe média. Muitos países em desenvolvimento acelerado como a China, por exemplo, podem estar seguindo esse pa
drão hoje, com um aumento na desigualdade.

O estudo adverte que a desigualdade extrema, como no caso do Brasil, é prejudicial ao crescimento econômico. A desigualdade deve ser combatida principalmente em setores como educação. Também mostra o nível de concentração da riqueza individual entre os países. Estados Unidos e Japão concentram 64,3% dos indivíduos entre o grupo de 1% mais ricos do mundo. O Brasil tem 0,6% dos indivíduos nesse grupo, que representam aqueles com patrimônio superior a US$ 512,4 mil.

Entre os 10% mais pobres do mundo, 26,5% estão na Índia, 6,4% na China e 2,2% no Brasil. Os Estados Unidos têm apenas 0,2% de sua população nesse grupo, com patrimônio total inferior a US$ 178.

Os dados da pesquisa mostram ainda que, apesar do forte crescimento da China nas últimas três décadas, os chineses ainda concentram apenas 2,6% da riqueza mundial, apesar de representarem 22,8% da população. Os indianos, que são 15,4% da população mundial, detêm 0,9% da riqueza global. Na África, que tem 10,2% da população, está apenas 1% da riqueza mundial.

Na outra ponta, a América do Norte, com 6,1% da população mundial, concentra 34,4% da riqueza, enquanto a Europa, que tem 14,9% da população, detém 29,6% da riqueza. O grupo de países ricos da Ásia e do Pacífico, que inclui o Japão, tem apenas 5% da população mundial, mas concentra 24,1% da riqueza global.

Essa é a principal causa da fome, da miséria e da degradação ambiental no planeta. A ganância de poucos em concentrar cada vez mais riqueza. Não podemos nos esquecer que é claro que ela vem seguida de outras mazelas também importantes, com destaque para a corrupção. Falando de Brasil, parece que eles ainda não entenderam. Continuam explorando, roubando e enganando o povo.