domingo, 22 de março de 2009

Degradação - Ricos ocupam 70% das encostas dos morros cariocas acima da cota 100


Todos costumam dizer que as favelas dominam o cenário das encostas da cidade. Não é o que mostra um estudo inédito apresentado pelo Instituto Pereira Passos (IPP). Os pesquisadores jogam o mito ladeira abaixo e revelam que 69,7% das áreas ocupadas acima dos 100 metros de altitude (cota 100) no município, que totalizam 11,7 milhões de metros quadrados, estão nas mãos das classes média e alta. Apenas 30% são de favelas.

O estudo revela ainda que com relação à população na área estudada, a proporção se inverte: 73,5% são moradores de favelas (137.515 habitantes) e o restante se espalha pelo generoso espaço da ocupação formal. A legislação para construção acima da cota 100 é restritiva, estabelecendo limites como 10% da área ocupada e um máximo de três pavimentos. Mas a fiscalização é falha. Existem mais de 20 favelas acima da cota 100, parcial ou totalmente ilegais. Entre as comunidades com áreas acima dessa altitude estão Vidigal, Rocinha, Complexo do Alemão, Chácara do Céu, Complexo do Borel, Morro do Juramento e Morro do Dendê.

Os moradores das favelas se agrupam num espaço considerado inadequado pela legislação das áreas formais da cidade. Essas comunidades não são passíveis de legalização pelos princípios da cota 100, por isso, onde há intervenção da prefeitura, valem as regras de área de especial interesse social.


Mais uma vez vale refletir: o que causa mais degradação? A pobreza ou a riqueza?