Quatro descobertas feitas durante uma série de expedições realizadas na região das florestas próximas à Cordilheira Branca, no Peru, entre 2005 e 2008, foram anuncioadas nesta última quinta-feira por cientistas da Associação de Ecossistemas Andinos (Ecoan), que liderou as descobertas em parceira da Conservação Internacional. Entre as novidades, três espécies são comprovadamente novas para a ciência, uma planta do altiplano andino (Senecio sanmarcosensis) e dois besouros (Eriopis canrash e Cycloneda andresii), enquanto um rato (Akodon sp.nov) é provavelmente uma nova espécie.





Os besouros das espécies Eriopis canrash e o Cycloneda andresii controlam as populações de pulgões e de ácaros, responsáveis pela destruição de plantações importantes para a sobrevivência dos povos da região.
A expedição científica estudou a biodiversidade de 13 queñuales, ecossistema fundamental para a contenção da erosão do solo e, também, para a produção de grandes quantidades de oxigênio. Essas florestas estão entre as mais elevadas do mundo e muitas estão localizadas próximas a montanhas de picos nevados. Cerca de metade das plantas que as comunidades locais usam com finalidades medicinais é encontrada nos queñuales, que abrigam ainda mamíferos como a onça parda ou sussuarana (Puma concolor), a viscacha (Lagidium viscacia), o gato andino (Oreailurus jacobita) e o taruca (Hippocamelus antisensis), entre outros. Esse ecossistema é constantemente ameaçado pela extração de madeira descontrolada, práticas de pastagens não sustentáveis, queimadas e mineração.